domingo, 5 de abril de 2015

Capítulo 79²

F
iquei tão desesperado por não ver meu namorado no apartamento que deixei o pesadelo tomar conta de mim e fiquei com medo.

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É claro que o Bruno não tinha me abandonado, é claro que ele não tinha ido embora! Ele não poderia ter feito isso, não pela segunda vez!
E se ele tivesse feito? E se o Bruno tivesse ido embora de novo? E se tudo não tivesse passado de uma vingança devido a todo o sofrimento que eu o fiz passar?
Eu já estava “viajando”. É claro que não tinha acontecido nada! Ele iria voltar a qualquer momento!
Mas eu estava com medo. O pesadelo me deixou com medo, me deixou acuado. Eu subi no sofá, abracei os joelhos e fiquei chorando, pensando no que poderia ter acontecido.
Mas nem tive tempo de pensar direito, porque logo o Bruno apareceu, cheio de sacolas.

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- Caio? Você está chorando? O que aconteceu, amor?
- SEU CACHORRO, SEU VAGABUNDO – eu saí de onde estava e enchi meu namorado de porrada. – ONDE VOCÊ ESTAVA, FILHO DA MÃE?
- Calma, Caio! Não precisa me bater – ele se defendeu com os braços. – Eu fui comprar pão pra gente tomar café da manhã...
Parei os tapas de imediato. Como eu tinha sido idiota! Que vergonha...
- O que você tem, amor? – ele ficou todo preocupado. – Por que está chorando assim?
- Eu pensei que você tinha me abandonado – abaixei a cabeça.
- Eu não vou fazer isso de novo – ele me abraçou. – Já te prometi isso! Por que pensou isso, hein?
- Porque eu tive um sonho onde você dizia que não me amava mais e que ia embora – só de lembrar do sonho eu fiquei com dor no peito.
- Calma! Foi só um pesadelo – Bruno beijou meu rosto. – Eu não vou te abandonar nunca mais. Eu te amo, você sabe que eu te amo!
- Promete que nunca mais vai largar de mim?
- Claro que eu prometo, seu bobo! Nunca mais!
- Me dá um beijo?
Nos beijamos. Foi um beijo bem rápido, mas delicioso.
- Desculpa ter batido em você. Eu fui um idiota!
- Não, amor... Não fala assim. Eu só não te falei onde ia porque não quis te acordar e porque era surpresa. Eu ia levar o café na cama!
- Você é lindo!
- Você que é. Anda, amor. Vai deitar, vai? Eu vou levar o café daqui a pouco.
- Deixa que eu faço...
- Não! Eu faço questão!
Bruno me obrigou a voltar pra cama e depois de mais ou menos 15 minutos ele apareceu com uma bandeja cheia de coisas gostosas.
- Quanta coisa deliciosa... Você fez tudo isso?
- Uhum! É pra você, pra celebrar a nossa primeira manhã juntos.
- A primeira manhã de muitas.
- De várias, de todas as da nossa vida.
Nos beijamos de novo.
- Te amo – nós falamos ao mesmo tempo.
Tinha pão, geleia, bolo, frutas, suco, iogurte e até torradas. Eu fiquei empanturrado de tanto que comi.
- Não sabia que você fazia bolo tão bem.

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- Eu me arrisco – ele limpou meu lábio com o guardanapo. – Meu lindão!
- Você que é meu lindão! Agora eu vou lavar essa louça, tá?
- Não... Deixa que eu lavo!
- De jeito nenhum. Eu não vou ficar sem fazer nada.
Lavei a louça e ele secou e guardou. Aproveitei que estava na cozinha e fiz uma limpeza nos móveis, no fogão e na geladeira.
- Está precisando fazer compras, hein amor?
- É estou sim. Eu faço essa semana.
- A gente faz juntos – falei.
- Vai ser um prazer.
- Mocinho, vamos sentar e conversar como será a divisão das despesas?
- De novo com esse assunto?
- Claro que sim. Eu não vou deixar você pagar tudo sozinho, Bruno. De jeito nenhum.
- E eu não vou deixar você me ajudar!
- Se for assim eu volto pra minha república. O que você prefere?
- Você não seria capaz.
- Seria sim. Eu não vou ficar aqui de graça, de jeito nenhum!
Bruno suspirou.
- Então se é assim você pode pagar a água e está tudo certo.
- Só a água? Não mesmo. Anda, vem comigo. Eu vou montar uma planilha de gastos.
Eu fiz mesmo. Sentei o Bruno na cama e falei sério com ele. Eu não ia ficar ali sem contribuir com as despesas de casa. Não mesmo.
- Assim está bom? – perguntei pela última vez.
- Eu tenho alternativa?
- Não!
- Não estou me sentindo bem com isso, de verdade.
- Bruh, eu não me sentiria bem se não fizesse nada, na boa! A gente é um casal, a gente tem que dividir tudo. Não é assim... Você paga e eu fico sem pagar nada! Isso não seria justo.
- Beleza, beleza. Você venceu.
- Não fica com essa carinha, Bruno! Por favor...
- Então me dá um beijo!
Eu o beijei.
- Eu te amo, amor. Não quero que você fique gastando todo seu salário e eu fique sem pagar nada.
- Tudo bem, tudo bem. Não falamos mais nisso. Pode ser?
- Pode, mas agora eu quero mais um beijo!
Pronto. Estava tudo resolvido. Bruno e eu já tínhamos definido quem ia pagar o quê e com isso eu fiquei bem mais aliviado. As coisas tinham que ser certas, não é verdade?
Aquele foi um domingo em que eu não arredei o pé de casa pra nada. Bruno e eu passamos o dia todo namorando e curtindo a nossa lua de mel e eu perdi as contas de quantas vezes nós transamos naquele dia. Provavelmente passamos o recorde das vezes anteriores.
- Eu deixo o ar condicionado desligado? – ele indagou.
- Não, amor! Deixa ele ligado e no mínimo. Eu quero ficar a noite todinha agarrado com você.
- Eu também quero, anjo!
Depois que ele deitou, nós nos agarramos e ficamos assistindo televisão até a hora de dormir. Eu estava me sentindo muito feliz.
- Seu celular está tocando – ele falou.
- Pega ele pra mim, por favor?
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Bruno pegou meu aparelho no criado mudo e me entregou em seguida. Eu olhei o visor e vi uma nova mensagem do Rodrigo. Eu fiquei preocupado com ele.
“Morrendo de saudades de você, CHATO. Vê se aparece. Te amo!”
- Rodrigo? – Bruno perguntou.
- Você leu a mensagem, né safado?
- Não, juro que não!
- Eu sei, amor. Estou brincando com você. Sim, é ele sim. Disse que está com saudades.
- Caio, Caio, Caio... Eu vou ter que me controlar muito pra não cortar o fígado desse cara!
- Coitadinho, amor. Ele está sofrendo pela minha saída da república!
- Uhum, sei. Deixa ele comigo. Não esqueci do “MEU” não. E do “eu te amo”.
- Eu gosto muito dele e ele de mim, você tem que se acostumar com isso.
- Se fosse uma mulher eu não veria problema nenhum, mas tratando-se dele... Eu fico louco de ciúmes!
- Que lindo – dei risada. – Eu amo quando você fica com ciúmes porque você fica lindo, mas não precisa ficar com raiva dele, de verdade.

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- Vou ficar de olhos bem abertos. Esse Rodrigo... Esse Rodrigo...
Eu respondi ao SMS dizendo que também estava sentindo saudades e perguntando se estava tudo bem. Era o 5º torpedo que a gente trocava naquele dia.
- Vamos dormir? Amanhã a gente tem que trabalhar.
- Nem me fala – ele resmungou. – Eu deveria estar em licença casamento!
- Seu bobo!!!
- Bem que a gente poderia ficar uns 10 dias em casa, só pra ter a nossa lua de mel de verdade.
- O que a gente combinou? Teremos a nossa lua de mel quando pudermos viajar. Não seja precipitado.
- Mas isso daqui não é lua de mel!
- Pra mim é. Não importa onde seja, como seja ou quando seja. O importante mesmo é ficar com você.
- Lindo!
- E eu estou muito feliz por estar aqui com você, viu?
- Eu estou feliz também, amor. Muito feliz!
Nos beijamos e o sono bateu de vez.
- Vamos dormir que amanhã é dia de trabalhar.
- Infelizmente – ele bocejou.
- Boa noite, anjo.
- Boa noite, bebê. Eu te amo muito.
- Eu também.

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A segunda amanheceu chuvosa. Bruno levou o café da manhã na cama novamente e isso só foi me deixando mais apaixonado. Se é que era possível isso acontecer.
- Você não existe – eu olhei para aqueles olhos azuis.
- Existo sim. Olha eu aqui, ó!
- Seu lindo! Eu te amo muito!
- Também, amor. Você dormiu bem?
- Maravilhosamente bem e você?
- Muito bem também. Ao seu lado eu sempre durmo bem, amor.
Que bonitinho, que fofinho, que lindinho!
- Precisa de tanta coisa nesse café?
- Claro! Você precisa se alimentar muito bem.
- Não precisa ficar preocupado desse jeito, bobinho.
- Claro que eu me preocupo!
- Lindo!
Nós tomamos café sem pressa. Ainda estava cedo pra gente sair pro trabalho. Depois de saciar a minha fome, eu levei a louça suja pra pia e voltei para arrumar o quarto. Bruno me ajudou em tudo.
- Nossa... Que chuva forte – eu me espantei quando saí na varanda do nosso quarto.

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- Que dia feio, né? – Bruno me abraçou por trás e colocou o queixo no meu ombro.
- Uhum. Você pode me levar no trabalho, por favor?
- Lógico que posso. Você ainda tem coragem de me perguntar uma coisa dessas?
- Claro!
- Óbvio que eu te levo.
- Obrigado!
Ainda bem que ele me levou, porque estava chovendo muito, muito mesmo.
- Pode me deixar aqui – falei.
- Não, não. Eu vou entrar no estacionamento.
- Não, Bruh. Não vai pagar estacionamento só pra me deixar lá. Eu posso muito bem sair aqui.
- Mas está chovendo muito!
- O guarda-chuva vai me ajudar muito. Não se preocupe.
- Até parece que eu vou deixar você se molhar todo só por causa de dinheiro. Faça-me favor, né?
Ele entrou no estacionamento e eu fiquei louco de raiva. Não precisava disso! Eu poderia sair na calçada sem problema algum.
- Pronto. Agora você pode ir.
- Seu teimoso!
- Você que é! Eu não ia deixar você se molhar todo. Não mesmo!
- Nem ia me molhar.
- Imagina. Não ia se molhar pouco, né?
- Bom dia, Bruno.
- Ei? Cadê meu beijo?
- Não sei se você merece. Você foi teimoso demais.
Meu namorado, noivo ou marido me puxou e me beijou.
- As coisas não têm que ser do jeito que você quer, mocinho.
Fiquei sem graça. Acho que eu fui muito autoritário.
- Me desculpa!
- Me dá mais um beijo, vai?
Eu atendi ao pedido dele.
- Ah, antes que eu me esqueça, a chave do nosso apartamento!
Eu ainda não tinha pego a chave do apartamento. Se ele não tivesse me lembrado, eu teria esquecido e teria ficado pra fora quando voltasse à noite.
- Obrigado, amor!
Só naquele momento eu me dei conta que ainda não tinha devolvido as chaves da república para os meninos. Eu teria que voltar e devolvê-las.
- Que chaves são essas, amor?
- São as da república! Eu esqueci de entregar.
- Hum... Esqueceu mesmo ou fez de propósito só pra voltar lá?
- Pior que eu esqueci mesmo, mas agora eu vou ter que voltar pra entregar.
- Quer ir hoje à noite?
- Se parar de chover...
- Eu te levo!
-Você faria isso por mim?
- Lógico que sim. O que você não me pede rindo que eu não faço chorando?
Só por causa disso ele mereceu muitos beijos.
- É por esse e outros motivos que eu amo você, Bruno!
- Eu também amo você, seu cachorro. Vai trabalhar, vai? Você já está ficando atrasado.
- Vou sim. Obrigado por ter me trazido até aqui.
- De nada. Bom trabalho e não esquece de mim.
- Jamais esquecerei de você, Bruno! Jamais. Bom trabalho também, tá?
- Obrigado, amor.
Nos beijamos de novo e depois eu saí. Ainda chovia muito lá fora.

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Cheguei na loja e fui direto pro vestiário pra me trocar. Senti um clima estranho no ar quando coloquei meus pés dentro da empresa. O que será que estava acontecendo?
- Bom dia, Caio! – Gabriel me cumprimentou.
- Oi, Gabo! Tudo bom?
- Eu estou e você?
- Muito bem, obrigado. E as meninas?
- Estão ótimas! Falando mais que um papagaio.
- Que gracinha!
Depois de totalmente arrumado, saí, bati o ponto e só depois fui falar com a minha superiora imediata. Janaína estava linda naquele dia.
- Hum... Qual o motivo de tanta beleza?
- Tenho uma audiência mais tarde e você vai comigo.
- De novo?
- Você é minha testemunha preferida, você sabe disso.
- Vou começar a cobrar.
- E aí? Como está a vida de casado?
- Bem, bem. Melhor impossível. Só estou triste por ter deixado o Rodrigo na república. Ele chorou muito.
- A despedida nunca é fácil, mas ele se acostuma. Bruno está bem?
- Graças a Deus. E os seus peguetes?
- Muito bem. Hoje é dia de ver o gostoso da academia. Aquele ali ainda me mata...
- Ele é bem gostoso mesmo. Ainda mais peladinho.
- Nem me fala! Nem me fala. Ele acabou comigo.
- Poupe-me dos detalhes sórdidos, por favor.
- Até parece que eu ia te contar. Mudando de assunto, a nossa Alexia volta essa semana!
- Mentira? Quando?
- Quinta-feira. A licença dela já acabou.
- Como o tempo passa rápido.
- Pois é. Você viu as fotos da Camila na internet? Ela não está a coisa mais linda?
- Vi! Ela está uma gostosa! E aquele sorriso?
- Nem me fala – Janaína riu. – Eu morri de rir daquele sorriso banguelo. Coisa mais linda!
- É!!!
- Preciso que você vá pro seu setor, Caio. Os clientes já estão começando a chegar.
- Sim senhora, gerente Janaína!
Ainda bem que não estava mais chovendo na hora que eu voltei pro meu novo lar. Janaína ficou brava por eu não ir pra academia com ela, mas eu nem me importei. Não estava a fim de treinar naquele dia.
- Boa noite, Seu Moisés – cumprimentei um dos porteiros do meu prédio.

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- Boa noite, Caio. Vai pro apartamento do Bruno? Ele ainda não chegou.
- Vou sim. Sim eu sei que ele não chegou.
- E você vai ficar esperando do lado de fora? Se quiser pode aguardar aqui no sofá.
- Não, não! Eu tenho a chave – informei. – Agora eu moro com ele.
- Ah, desculpa! Eu não sabia disso.
- Não tem problema, Seu Moisés. Boa noite e bom trabalho pro senhor.
- Muito obrigado, Caio!
Eu já tinha amizade com todos os porteiros do prédio, mas ainda não conhecia quase nenhum vizinho do Bruno. Eu precisava interagir com os moradores.
Achei estranho chegar naquele apartamento. Eu ainda não estava acostumado com a mudança, mas... Eu tinha que me acostumar!
Aproveitei que o Bruno ainda não tinha chegado e arrumei todas as minhas roupas no armário e na cômoda. Eu ainda não tinha feito nada disso.
- Hum... Será que ele vai brigar se eu arrumar as roupas dele? Espero que não!
Tirei todas as roupas do Bruno do lugar e as arrumei de uma forma mais organizada. Eu estava torcendo para ele não brigar comigo.

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Depois que fiz essa arrumação toda, fui até a cozinha e comecei a preparar o jantar. Fiz arroz, feijão e bife. Algo bem simples, mas gostoso. Será que tinha ficado bom?
Enquanto o jantar ficava pronto, eu coloquei a minha roupa suja na máquina. Agora não teria problema de misturar as roupas, afinal eu estava morando com meu namorado. Isso não teria o menor problema.
Quando ele chegou, a comida já estava pronta e o apartamento todo arrumado. Ele se espantou com a minha organização.
- Nossa, Caio! Como está tudo arrumadinho!
- Eu disse que sou chato pra organização.
- Eu nem ligo!
- Cadê meu beijo?
Nos beijamos rapidinho.
- Nossa... Como você está cheiroso!
- Acabei de tomar banho.
- Nem me esperou, né?
- Deveria?
- Claro! Queria tomar banho com meu namorado lindo!
- Desculpa. Amanhã eu te espero, juro.
- Não tem problema. Vai querer ia na república?
- Se você não se opor, sim.
- E por que eu iria me opor?
- Ah, vai saber...
- Nunca vou me opor às suas amizades, bobinho. Nunca mesmo.
- Você é muito lindo! Eu te amo!
- Eu também.
Bruno foi pro banho e enquanto isso eu coloquei a mesa. A mesa do apartamento era tão pequena que nem cabia muita coisa.
- Olha só que menino prendado – ele voltou só de cueca.
- Jura que você vai me provocar ficando só de cueca?
- Provocar? Eu? Até parece!
- Até parece, né? Seu safado! Anda, vamos comer antes que esfrie.
A comida ficou boa. Até eu me surpreendi com a minha mudança na cozinha.

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- Seu arroz é tão soltinho – ele comentou. – O meu fica “unidos venceremos”.
- É que eu faço arroz há anos já, amor. Aprendi. Você também vai aprender.
- Me ensina a cozinhar tão bem assim?
- Ensino tudo o que você quiser, príncipe!
- Lindo!
Saímos logo depois que terminamos a janta. Já estava ficando meio tarde e eu não queria chegar de madrugada em casa.
- Bruno, tenta não parar naquele farol – falei.
- Por quê?
- Porque acho que aqueles carinhas que estão parados são assaltantes. Não para.
- Mas o que eu vou fazer?
- Acelera, mas não para. É sério.
Meu sexto sentido dizia que algo aconteceria se ele parasse naquele farol. Por sorte, ele passou sem precisar parar, mas passou quando o semáforo estava amarelo.
- Ufa... Deu certo!
- Seu sexto sentido é foda, hein Caio?
- Posso estar errado, mas acho que eles vão assaltar alguém.
- Queira Deus que não, né?
- Tratando-se do Rio, amor... Eu não duvido nada. Enfim.
Rapidamente meu namorado chegou no Realengo e quando ele entrou na minha antiga rua, meu coração ficou um pouquinho apertado.
- Como se sente voltando aqui?
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- Ah... É meio estranho. Ainda está muito recente.
Eu até que estava bem, mas quando cheguei perto da república e vi o Digow sentado na porta da casa, com a cabeça baixa e brincando com um galho de árvore, eu fiquei péssimo. O que ele estaria fazendo ali?
- DIGUINHO... – eu coloquei a cabeça pra fora e ele começou a me procurar imediatamente.
- Caio? – ele ficou aparentemente espantado ao me ver, mas depois abriu aquele sorriso lindo que eu tanto amava. – CAIO...
Eu saí do carro e fui ao encontro do meu amigo e quando nós nos abraçamos, eu quase chorei de emoção.
- Você voltou... Você voltou... Deus ouviu as minhas preces!
- O que você estava fazendo sentado aqui fora, hein mocinho? É perigoso!
- Eu estava te esperando...
Engoli em seco e senti uma dor imediata na cabeça e na alma. Que dó...
- Digow...
- Você voltou, não voltou?
- Eu vim te visitar, mocinho! Vim saber como você está...
- Mal, Caio... Eu estou muito mal... Você me abandonou...
- Não seja dramático, Digow! Você sabe que não é isso!
- E o que é então? Essa casa está tão vazia sem você...
- Eu me sinto vazio também, mano. Acredite.
- Volta pra cá, por favor?
- Não vou voltar, seu chatinho! Eu só vim visitar. Não me convida pra entrar?
- Claro que eu convido! Entra, seu cachorro... A casa continua sendo sua!
Não era isso que eu sentia. Por mais que eu tivesse morado naquela casa por anos, eu não me sentia mais parte daquele lugar. Será que eu estava me desapegando?
- Oi? Eu posso entrar também? – Bruno estava na calçada ainda. – Alguém fala comigo?
- Entra, bobão – eu dei risada.
- Como é bom te ver aqui de novo, maninho!
- É bom te ver também, Digão. Diz que está melhor, vai?
- Estou mais ou menos. Me acostumando com a sua falta.
- A gente já se falou várias vezes hoje, chato!
- Mas só por SMS!
- Eu te liguei e você não me atendeu!
- Eu estava trabalhando, não podia atender. Palhaço!
Ele estava melhor. Por mais que ele falasse que não estava, eu sabia que estava melhor. Muito melhor do que no sábado.
- Cadê os caras?
- Nos quartos. Vinícius está no banho.
- E onde que eu fico? Aqui na sala, lá no quarto...?
- Onde você quiser! A casa é sua!
- Éverton está aí?
- Sim.
- Então vamos pro quarto porque eu não quero ter o desprazer de encontrá-lo.
- Não vai falar comigo, Rodrigo? – o coitado do Bruno parecia um poste parado atrás de mim.
- Ah, você está aí? Como vai... Bruno?
- Bem... Rodrigo e você?
- Agora que o Caio está aqui eu estou muito melhor.
Suspirei. Até quando eles iam ficar naquele joguinho sem graça?
- Querem parar com isso? – me estressei.
- Ele que começou – meu namorado se defendeu.
Fomos pro quarto e lá eu fiquei sentado na minha antiga cama, na parte de cima da beliche que ficava encostada na parede da janela. Bruno ficou ao meu lado e Rodrigo na cama do Vinícius.
- Caio? Bruno? – Vinícius entrou no quarto só de cueca branca. – Que surpresa boa!
- Não olha – Bruno virou o meu rosto.
- Seu besta! Quem não pode olhar é você!
- Calma, meninos. Eu vou me vestir. Que bom que vieram nos visitar.
- É bem rapidinho. Eu só vim matar as saudades de vocês e vim também entregar as chaves da casa. Eu esqueci de deixar no sábado.
- Hum... E como está a vida nova? A casa nova?
- Bem, bem – respondi de imediato. – Muito bem.
- Esse daí está cuidando bem de você? – questionou Rodrigo.
- Eu tenho nome se você não sabe e é Bruno!
- Não vão brigar agora, vão? – eu já estava me estressando. – Sim, ele está cuidando muito bem de mim.
- Acho bom.
- Qual é? Pensou que eu fosse maltratar meu namorado? – Bruno mostrou-se irritado.
- Posso esperar qualquer coisa de você, garoto.
- Chega, Rodrigo! Para de provocar o Bruno, senão eu vou embora e nunca mais venho aqui.
- Não! Não faz isso...
- Então pare de provocá-lo. Você mesmo disse que já gosta dele.
- Eu gostava, até ele levar você daqui.
- Essas crianças – Vinícius caiu deitado na cama do Fabrício.
- Roubou a cama do Fabrício?
- Pois é! Agora ela é minha.
- E ele está bem? Você tem notícias dele?
- Está ótimo. Eu falo com ele diariamente. Quem vê pensa que fazem 50 anos que ele saiu daqui, né?
- Pra mim fazem 2 mil – Rodrigo fez bico.
- Seu exagerado! E as gêmeas, hein?
- Gêmeas? – meu namorado estranhou.
- Desde que você deu a notícia da sua partida eu não tive cabeça pra mais nada. Nem pra elas.
- Pois deveria ter. Seria uma forma de te entreter.
- Eu vou procurá-las, não se preocupe.
- Voltando ao Fabrício, e o Nícolas?
- Bem. Está muito bem de saúde, graças a Deus – respondeu Vinícius.
- Que bom! A mãe do Fabrício já foi embora?
- Que nada! Ela vai ficar até o neném fazer uns 6, 7 meses.
- Ah, muito bom. Vai ser uma ajuda e tanto pro Fabrício!
Eu fiquei feliz com a melhora do Diguinho e com o bem estar do Fabrício e do Nícolas. Eu precisava ligar para o meu amigo engenheiro químico.
Conversei com os meninos por mais ou menos uma hora. Depois desse tempo, resolvi me despedir dos dois e voltar para casa, afinal já estava um pouco tarde.
- Não vai agora, por favor...
- Preciso ir, Digow. Amanhã é dia de trabalhar.
- Quando você vem dormir aqui, hein?
- Hum... Eu nem saí direito e você já quer que eu venha dormir?
- Por mim você nem teria ido.
- Você já se ligou o quanto você é egoísta? – perguntou meu namorado.
- Se eu sou ou deixo de ser egoísta, o problema é meu e não seu.
- O problema também é meu porque nós estamos falando do meu namorado, entendeu? Meu e não seu.
- Já chega dessa briga idiota. Eu to cansado disso. Rodrigo, se continuar provocando o Bruno eu não falo mais com você. E você, Bruno, se continuar caindo no joguinho do Rodrigo eu... Você já sabe o que vai acontecer. Que coisa! Parecem duas crianças de 7 anos de idade!
- Quem começou foi ele – Bruno resmungou.
- Não importa quem começou ou quem deixou de começar. Não é pra ficarem brigando desse jeito. Eu gosto dos dois! Que inferno!

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- Não fica assim – eles falaram ao mesmo tempo. O Vinícius deu risada.
- Vamos embora, Bruno. Já está tarde e eu já me irritei.
- Você vai vir de novo, não vai? – Rodrigo pulou da cama e nos acompanhou.
- Vou pensar. Até mais, Vini! Se cuida, tá? E não esquece de mim.
- Não esquecerei, desde que você não esqueça de mim também.
- Jamais. Abraço, fica com Deus.
- Amém você também. Tchau, Bruno.
- Tchau, Vini!
Rodrigo acompanhou a mim e ao meu namorado até o carro e não parou de tagarelar um segundo sequer.
- Não é pra ficar bravo comigo, por favor!
- Então me prometa que não vai mais provocar o Bruno.
- Palavra de escoteiro que não faço mais isso. Mas se acontecer alguma coisa você promete que volta?
- Prometo, prometo. Vai se cuidar direitinho? Vai parar de ficar aqui na porta me esperando?
- Uhum – o Diguinho abaixou a cabeça.
- E vai ficar bonzinho também não vai? Vai melhorar pra mim?
- Vou. Eu prometo! Desculpa se eu fui egoísta, tá bom?
- Não se preocupe. Você sabe que eu te amo, não sabe?
- Sei. Eu amo você também.
A gente se abraçou de novo.
- Eu amo você! E fiquei muito feliz por você ter vindo me ver.
- Eu também fiquei feliz e eu também amo você. Cuide-se tá bom?
- Você também. Não esquece de mim, tá?
- Nunca faria isso. Não esqueça de mim você também.
- Você sabe que eu não sou capaz disso.
- Vai, entra. É perigoso você ficar aqui fora numa hora dessas.
- Vou entrar. Hoje eu vou dormir muito mais feliz que ontem, porque eu vi você!
- Que bonitinho! Beijo, amigo.
- Outro. Vai com Deus.
- Amém. Fica com Ele.
Eu entrei no carro e bati a porta.
- Até loguinho, Bruninho. Se cuida, viu querido?
- Se cuida você também, queridinho.
- E cuida bem desse garoto, viu? Eu estou com meus olhos bem abertos.
- Pode ter certeza que eu cuido dele como cuido da minha vida. Não se preocupe.
- Ótimo. Eu estou esperando a sua ligação.
- Vê se atende da próxima vez – brinquei. – Tchau!
- Tchau, seu chato!
Bruno saiu e eu coloquei o cinto de segurança. Como foi bom rever o meu melhor amigo!
- Quer dizer que você vai ligar pra ele?
- Lógico! Até parece que eu vou perder o contato com ele. E você, se continuar cedendo a essas provocações que ele faz, vai ficar sem encostar em mim por uma semana!
- HÃÃÃÃ?
- Eu faço greve! Continua brigando com o Rodrigo pra você ver.
- Nossa... Greve? Eu não vou aguentar isso não!
- Então para de cair na dele. Ele só quer te provocar e você cai. Não sei qual dos dois é mais infantil.
- Nunca mais eu caio nessa então. Se é pra você fazer greve... Eu nunca mais abro a minha boca!

A VOLTA DA ALEXIA...

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- Como você está linda!!! – eu me espantei com a beleza da Alexia. – Que você andou aprontando, mocinha?
- Obrigada pelo elogio! Lindo está você! Está amando, hein? Olha essa pele que sedosa!
- Eu casei, dear! Estou pra lá de apaixonado!
- Como assim você casou? Que história é essa?
- Juntei as escovas de dentes nesse final de semana. Estou muito, muito feliz!
- Que arraso, gato! Quem pediu? Foi o Bruh?
- Sim! Ele pediu em um final de semana que nós passamos em Búzios.
- Que delícia! Eita quantas novidades... E que mais?
- No mais é isso. Nada muito além, mas e você? Não me contou o que aprontou pra ficar com esse corpinho delicioso!
- Academia todos os dias, meu querido. Estou treinando forte desde que a neném fez 45 dias.
- E como ela está? Uma delícia, né?
- Uhum! Uma delícia mesmo. Eu estou amando ser mãe e em breve vovó também.
- Vovó? – estranhei.
- É, menino! Acho que Mimosa está esperando neném. Vê se pode!
Mimosa é o nome da gatinha da Alexia. Ela é a coisa mais fofa desse mundo. Ela é pretinha com o nariz,
a barriga e as quatro patas brancas.
- Jura?! Que linda!!!
- Ainda não tenho certeza. Só sei que estou adorando ser mãe – ela riu.
- Que bom, amor! E o casório? Está tudo bem entre vocês, né?
- Graças a Deus! Está tudo ótimo. Diego é um príncipe pra mim. Ele me trata muito bem.
- Assim que tem que ser, amada! Eles têm que nos tratar bem.
- Verdade! Mas me diz, como é essa louca da Janaína como chefe?
- Pirada como sempre, mas ela não nos dá moleza. Ela pega muito no pé e motiva bastante a gente. Ela já fez várias campanhas motivacionais.
- Essa eu quero ver. Espero que ela não tenha mudado.
- Não mudou em nada. É claro que a postura dela agora é outra, afinal ela é nossa líder, mas fora daqui ela é a mesma.
- Ainda bem. Eu pensei que poderia ter subido pra cabeça essa promoção.
- De jeito nenhum. Ela continua sendo a mesma garota humilde de sempre.
- Que bom. Vamos almoçar juntos? Aí você me conta todos os babados que eu perdi nesses 5 meses.
- Claro, amor. Eu te conto tudinho!
E haja assunto. Alexia e eu conversamos a tarde toda e ainda faltou falar um monte de coisas pra ela.
- Esses dois hoje estão falando mais que a velha do leite – comentou Jonas.
- Eu preciso tirar o atraso, chefe – brincou Alexia.
- É eu to sabendo. Muitas fofocas, né?
- Muitas. Você está mais cheinho, hein chefe?
- Não, espera lá... Essa criatura fica fora 5 meses e quando volta ainda me chama de gordo?
- Mas você engordou mesmo!
- Depois dessa eu vou até me retirar. Ninguém merece ser ofendido no meio do expediente. Vou anotar essa, Alexia!
- É brincadeirinha, chefinho lindo do meu coração! Você sabe que eu te amo, né?
- Imagina se você me odiasse. E a neném?
- Linda, enorme e gostosa! Uma fofura!
- Que bom. Traga ela aqui qualquer dia pra gente vê-la.
- Trarei. Pode deixar.
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Nós já estávamos em agosto e o Bruno estava me lembrando diariamente que meu aniversário estava chegando.
- Faltam só 22 dias... – ele mordeu a minha orelha, antes de sair pra faculdade.
- Você vai me lembrar isso diariamente?
- Uhum. Eu vou. Não vai se despedir de mim, mocinho?
- Vou sim, chatinho. Bom dia, boa aula, bom trabalho...
- Obrigado, obrigado e obrigado. E o meu beijo?
Dei um beijo rápido no meu namorado.
- Eu te amo muito.
- Também te amo, amor. Vai lá antes que você se atrase.
- Me deseje sorte. Hoje a aula vai ser muito chata!
- Boa sorte, amor da minha vida! Vou rezar por você.
- Obrigado, amor. Agora volta a dormir que ainda é muito cedo pra você acordar.
- Vou dormir sim. Se cuida, tá bom?
- Você também. Tchau, bebê!
- Tchau, anjo!

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É claro que eu voltei a dormir, afinal ainda era cedo demais quando ele saiu pra faculdade. Eu tinha dó do Bruno acordar tão cedo, mas era necessário.
A minha rotina estava absolutamente normal. Eu falava com o Rodrigo todos os dias, várias vezes ao dia. Às vezes por mensagem de texto, às vezes por ligação, às vezes por MSN e às vezes pessoalmente.
E foi em um certo dia, depois do meu expediente, que ele foi me encontrar e a gente aproveitou para matar as saudades.
- Seu cachorro – falei.
- Au, au. Você está bem, peste da minha vida?
- Muito bem e o senhor?
- Bem! E Bruno? Te tratando bem?
- Maravilhosamente bem. Não se preocupe. Mais acostumado com minha saída?
- Sim – ele suspirou. – O tempo faz a gente se acostumar com tudo, mas ainda é um pouco difícil.
- Pra mim também é!
- E o trabalho? Tudo em paz?
- Graças a Deus e no seu?
- Também. E Jana, como está?
- Morena como sempre.
- Palhaço – ele só fez sorrir.
- Bem, bem. Na luta, coitada.
- E minha ex?
- Que ex?
- A Alexia, anta!
- Ela não é sua ex, vocês nunca namoraram!
- É minha ex-comidinha.
- Credo, Digow! Que absurdo isso daí. Poderia ter ficado calado, hein?
- Brincadeira, mano. Ela está bem?
- Sim! Está ótima.
- Que bom.
- E suas gêmeas?
- Bem também. Ainda nos esquemas. Já fiquei com as duas, mas separadamente.
- Quero só ver se você vai levar essas duas pra cama.
Lembrei que eu mesmo já tinha ficado com gêmeos.
- Claro que vou! É questão de honra.
- Não é aposta não, né Digow?
- Claro que não! Eu apostei comigo mesmo que isso aconteceria, mas só comigo. O que pensou? Que eu faria um vídeo pra provar que catei as gêmeas?
- Não teria essa coragem, eu espero?
- Não mesmo. De fato não teria.
- Ah, bom! Esse é meu irmão.
- Quem fez isso foi o Éverton, ficou sabendo?
- Não. Bem a cara dele. Ele filmou?
- Aham. Filmou e mostrou pra gente. Uma puta idiotice isso daí.
- Vindo dele eu não me admiro mais. Cara escroto!
- Verdade.
- Você assistiu o vídeo?
- Só uma parte.
- Foi explícito mesmo?
- Opa! Ele colocou a câmera em um ponto estratégico e deu pra ver tudo.
- Credo. Que nojo!
- Gatinha a mina que ele pegou.
- Grande coisa. Um dia esse cara ainda vai se dar muito mal.
- Nós vamos ficar falando do Éverton mesmo?
- Não! E sua mãe e seu pai, como estão?
- Nossos pais? – ele vivia me corrigindo. – Eles estão ótimos.
- Que bom! E Cadu? Mais comportado?
- De jeito nenhum. Meu sobrinho é pior que o capeta. Qualquer dia vai subir na lua.
Eu ri.
- Malvado. Não chama o menino de capeta.
- Mas ele é!
- Por falar em sobrinho, como estará o Nico? Não consegui falar com Fabrício hoje.
- Bem. Falei com ele há pouco. Nico está ótimo.
- Que bom! Eu vou lá vê-lo qualquer dia desses.
- Me fala que eu vou junto!
- Fechou.
- Agora deixa eu ir. Já está ficando tarde.
- Tenho que ir também. Ainda tenho que fazer a comida do meu love.
- Quer dizer que você virou dono de casa?
- Bem por aí, mas eu estou adorando!
Foi bom ver meu amigo tão bem. A crise daquela despedida já tinha ficado para trás e só ficou pra trás porque nós dois confirmamos que a distância não estava atrapalhando a nossa amizade. Ela continuava a mesma. A mesma de sempre.
- Vai com Deus – eu abracei o Rodrigo. – Te amo!
- Também, Caio. Fica com Deus também. Se cuida e não esquece de mim.
- Nunca vou esquecer de você!

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Poucos dias depois quem voltou de licença maternidade foi a Eduarda. Ela voltou magérrima e lindíssima. Eu estava preocupado com o futuro da minha gerente preferida.
- Que gata – eu a abracei. – Você está muito gata! E esse cabelão?
- Mudar é bom, né? E você como está?
- Muito bem! Casadíssimo!
- Ah, é? Quando?
- Há algumas semanas. Pouquinho tempo.
- Que legal! Parabéns. Que bom que deu tudo certo entre vocês.
- É, deu sim. Na verdade não é um casamento de verdade, nós só estamos morando juntos.
- E isso por acaso não é casamento? Claro que é casamento! Passou a morar junto é casamento sim.
- Pois é. E a Dani?
- Linda! Morrendo de dó aqui de deixá-la na creche, mas é o jeito.
- É... Eu posso te fazer uma pergunta?
- Claro, Caio!
- O que vai acontecer com vocês, hein? A loja vai ter três gerentes?
- Ainda não sei. O Antony falará comigo mais tarde. Ele já está vindo pra cá.
- Ai, meu Deus... Você não vai ser mandada embora não, né?
- Não, não. Não posso porque estou em instabilidade por causa do afastamento. Não serei desligada, não se preocupe.
- Ai que bom! Assim eu fico bem mais aliviado.
Eu fiquei realmente preocupado com a volta da Duda. O que passava pela minha cabeça é que ela ou a Janaína poderiam ser desligadas, mas isso graças a Deus não aconteceu.
Pelo contrário: nenhuma das duas saiu da empresa e houve até uma promoção no meio dessa história.
- Pessoas, eu trouxe vocês aqui na sala pra passar um recado importante – a Janaína estava toda serelepe. – Como vocês podem ver, a nossa querida Eduarda voltou de sua licença maternidade e para a nossa felicidade, à partir desse momento ela deixa de ser gerente de vendas e passa a ser gerente regional!!!
Eu levei o maior susto. Eu fiquei espantado com essa novidade!
- Antes que vocês me perguntem o que aconteceu com o Tácio – quem falou foi a Eduarda. – Ele foi desligado na data de hoje e eu assumo à partir de agora o posto dele.
Fiquei pra lá de feliz. A Duda merecia!
- Eu ficarei alocada nessa loja mesmo, mas de vez em quando irei para as outras. Se precisarem de mim, podem contar como sempre, gente!
- PARABÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉNS – eu abracei a Duda. – Muita sorte pra você, amor!
- Obrigada, Caio! Obrigada mesmo. Eu vou precisar.
- Você é muito competente, Duda! Eu tenho certeza que vai dar tudo certo. Estou muito feliz com essa novidade, muito feliz mesmo!
- Obrigada, meu anjo! A primeira coisa que eu vou fazer é cobrar a sua promoção com o Antony! Já fazem 5 meses e até agora você não assumiu nenhuma loja. Isso é errado.
Ela falou isso porque eu estava em “stand by” na vaga da gerência. Isso significava que, quando houvesse uma vaga, não haveria processo seletivo. A vaga seria minha.
Eu só fiquei sabendo disso quando recebi o feedback do Antony, vários dias depois do encerramento do processo seletivo. Isso não mudou em nada a minha vida, porque eu sabia que aquilo não passava de ladainha para me enrolar e para eu não ficar triste com a promoção da Janaína, como se isso fosse possível!
- Não se preocupe. Você mais do que ninguém sabe que eu não tenho interesse nessa promoção. Não por enquanto pelo menos.
- Mesmo assim eu farei a cobrança. É o meu dever!
- Obrigado, Duda! Conta comigo pra tudo, tá?
- Te digo a mesma coisa, amoreco. Obrigada pelo carinho de sempre!
- Você sabe que você é a minha gerente preferida, não sabe?
- Seu besta! Deixa a Jana ouvir isso que ela te mata!
- Nem me importo! Você é e sempre será a minha gerente querida e amada. Lembra que a minha entrevista foi com você?
- Claro que me lembro! Faz tempo, né?
- Verdade. O tempo voa!
- Voa mesmo. Agora deixa eu falar com o resto do povo. Vai lá trabalhar, depois a gente se fala.
- Pode deixar, Duda! Parabéns novamente.
- Muito obrigada, Caio!

30 DE AGOSTO DE 2.010...

Eu não estava tão animado para meu aniversário. Naquele ano para mim a data seria como outra qualquer.
Meu aniversário iria cair numa terça-feira e seria um dia como outro qualquer em todos os sentidos: eu iria acordar, fazer café pro Bruno, iria trabalhar, voltar pra casa e pronto. Nada além disso.
Se por acaso a data caísse num final de semana, aí sim eu poderia querer comemorar, mas eu realmente não estava pensando nisso. Não naquele ano. E eu não sei informar por qual motivo isso estava acontecendo.
- Amor?
- Oi, Bruh?
- Está preparado para amanhã?
- Claro! Vai ser um dia como outro qualquer.
- Vai, é?
- Vai, Bruh. Eu não vou fazer nada de diferente, anjo.
- Deveríamos comemorar. Já falei isso várias vezes.
- Não estou com vontade, é sério.
- Chatinho! Depois você me chama de chatinho!
Quando a meia noite chegou, ele voou pra cima de mim e me beijou com tanta vontade, mas tanta vontade que eu fiquei excitado em fração de segundos.

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- Parabéns... Parabéns... Parabéns...
- Obrigado, amor! Obrigado!
- Parabéns...
Ele falou 22 parabéns e deu 22 beijos por todo o meu corpo. Bruno não parou nos beijos e foi mais além. Ele não sossegou enquanto eu não gozei pela primeira vez com 22 anos de idade.
- Agora sim – ele secou meu rosto com a camiseta. – Agora eu estou satisfeito.
- Safado!
- Esse foi seu primeiro presente. Anda, vamos tomar banho pra tirar esse suor.
- Você não existe!
Tomamos banho juntos e quando voltamos pro quarto nos deitamos para dormir. Ele precisava acordar cedo naquela manhã de terça-feira.
- Eu te amo muito mais que ontem – falei no ouvido dele. – E muito menos que amanhã!
- Que lindo, amor...
- Eu só falei a verdade.
Essa frase foi o estopim para mais um beijo apaixonado. Se eu não tivesse me controlado, teria acontecido tudo de novo.
- Boa noite, Bruno Silva e Silva.
- Não força a amizade, cara! Bruno Duarte Monteiro, por favor.
- Para de graça, cachorro!
- Boa noite Caio Monteiro Silva e Silva, o meu aniversariante preferido.
- Seu bobo! Dorme bem, já está tarde e daqui a pouco o senhor acorda.
- Boa noite, dorme bem você também.
- Obrigado, príncipe.
“Era um jardim muito lindo onde eu me encontrava. Por onde quer que eu olhasse, havia flores, árvores e pássaros. Eu estava me sentindo muito em paz.
Caminhei por aquele jardim e resolvi dar uma conferida nas rosas brancas que havia em um arbusto. Aquelas flores eram lindas.
- Cuidado pra não se furar no espinho – uma voz masculina me alertou.
Me virei e fiquei pasmo ao ver meu irmão gêmeo parado atrás de mim. O que o Cauã estava fazendo ali?
- Cauã? O que está fazendo aqui?
- Não sei. Só sei que estou aqui. E você?
- Eu não sei também. Nem sei que lugar é esse.
- Eu também não, mas aqui é lindo.
- É lindo mesmo. Dá até vontade de morar aqui.
- É... Que paz, né?
- Pois é.
Eu caminhei e deixei meu irmão pra trás. Eu queria explorar aquele jardim, queria conhecer melhor aquele lugar. Eu não sabia onde estava, mas estava gostando de ficar ali.
- Sabe, Caio?
- O que foi?
- Não sei porque eu te encontrei aqui, mas eu gostei desse encontro.
- Gostou, é?
- Gostei. Você não? – perguntou Cauã.
- Não sei nem o que pensar. Aconteceram tantas coisas...
- Vai lembrar do passado agora?
- E tem como esquecer?
Cauã ficou calado e passou à minha frente. Ele respirou fundo e depois voltou a me encarar.
- Eu vou embora, Caio.
- Vai pra onde?
- Sei lá. Vou por aí. Você vai ficar aqui?
- Queria ficar...
- Eu também, mas sinto que esse não é o meu lugar.
- Pior que eu também sinto isso. Nem sei que lugar é esse.
- Acho que vou voltar pra casa agora. Até mais, irmão.
- Ei... Você está morando no mesmo lugar?
- Estou. No mesmo lugar. Você poderia aparecer lá um dia desses.
- Quem sabe?
- É! Quem sabe? Até, Caio. Se cuida.
- Até, Cauã. Se cuida você também.
Não nos abraçamos, não apertamos as mãos, mas essa era a minha vontade. Abraçar o meu irmão gêmeo, abraçar o Cauã. Por que nós estávamos ali? Que lugar era aquele? E por que eu tinha me encontrado com o Cauã? Logo com o Cauã?
Ele virou e saiu andando com muita tranquilidade. Eu olhei pro céu, olhei pra copa das árvores e quando voltei a olhar pro meu irmão gêmeo, ele não estava mais lá. Ele já tinha ido embora.”.
Eu abri meus olhos e me vi deitado, ao lado do Bruno, na escuridão do nosso quarto no apartamento do Recreio.
Foi um sonho. Tudo não passou de um sonho. Por que eu tinha sonhado com o Cauã? Logo no dia do meu aniversário? Ou melhor, no dia do nosso aniversário?
Ele ainda estava idêntico a mim. Sem tirar nada, sem acrescentar nada. Idênticos no físico, diferentes no caráter. Por que eu tinha sonhado com meu irmão?
E se não tivesse sido um sonho? E se eu tivesse me encontrado com o Cauã em algum lugar? E se ele também tivesse tido o mesmo sonho?
Será que isso era possível? Será que isso existia? Não! Claro que não! Eu estava “viajando”, pensando besteira. É claro que tudo não tinha passado de um sonho. Um sonho bobo e não passava disso.
Claro que ele não tinha sonhado comigo. Ele nem deveria lembrar da minha existência, essa era a verdade! Eu não tinha que ficar pensando no Cauã, porque com certeza ele não estaria pensando em mim.
Mas foi impossível não pensar nele. Por mais que eu tentasse, foi impossível controlar os meus pensamentos, controlar a vontade de ver meu gêmeo. Como será que ele estava? Será que estava bem? Será que estava mal?
E por que no sonho ele tinha pedido para eu visitá-lo? O que aquilo significava? Será que essa era realmente a vontade dele? Eu duvidava, mas... Vai saber!
Será que o Cauã sentia a minha falta? Eu sentia a falta dele... Mas essa seria uma pergunta que ficaria sem resposta e eu não sabia até quando ficaria sem resposta.
Era melhor não pensar mais nele. Eu tinha outras preocupações, eu tinha outras coisas em que pensar. Era melhor pensar no Bruno. Ele sim gostava de mim, ele sim queria o meu bem. E era nele que eu ia focar. Só nele e em mais ninguém.
Suspirei, fechei os olhos, beijei o Bruno e voltei a dormir. Eu estava rezando para o Cauã não ser mais o protagonista de meus sonhos. Deus ouviu as minhas preces.
- Cadê o meu aniversariante preferido em todo o mundo? – Bruno me acordou na hora de ir pra faculdade.
- Eu to aqui, príncipe! Bom dia.
- Bom dia, meu gostoso... Você dormiu bem?
- Sim e você?
Não contei o sonho naquele momento.
- Dormi muito bem também. Olha o seu café...
- Mas eu não vou levantar agora...
- Eu sei, mas mesmo assim eu trouxe. Não ia deixar de trazer café pra você no dia do seu aniversário, né?
- Bobinho que eu tanto amo! Obrigado, amor.
- Abre o bocão...
Bruno colocou uma colherada de cereais na minha boca. Como ele estava sendo lindo!
- Hoje eu vou fazer tudo por você. Não vou deixar você fazer nada!
- Quer dizer que você vai me mimar? É isso mesmo?
- Sim, sim e sim. Só hoje, tá?
- Ah, é? Nos outros dias eu não mereço?
- Claro que merece. Vai me dar um beijo ou não?
- Todos os que você quiser...
Nos beijamos.
- Hoje à noite você não vai pra academia não, né? – meu namorado apertou meu nariz.
- Não. Por?
- Porque nós vamos sair pra jantar fora. Fique bem lindo.
- Ai, Bruno... Só você mesmo. Adianta eu dizer não?
- Não. Nós vamos.
- Então tá, né? Agora é melhor você ir, já está ficando tarde.
- Bom dia, bom dia, bom dia e feliz aniversário.
- Obrigado! Bom dia pra ti também.
- Aproveita bastante com seus amigos, tá?
- Pode deixar que eu vou aproveitar.
Ele saiu de casa e eu voltei a dormir. Não sonhei mais com nada e quando acordei em definitivo, por volta das 8, voltei a pensar no Cauã.
Mas não fiz isso por muito tempo, porque quando entrei no banheiro e vi um bilhetinho do Bruno no espelho, o meu foco mudou totalmente pra ele. Ele escreveu:
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“Amor,
Hoje é um dia muito especial pra você. Eu sei que esse dia não vai ser completo, mas quero que saiba que farei o possível pra te fazer esquecer de tudo e ter um aniversário muito especial.
Quero que saiba que eu te amo muito, muito mesmo e que você foi, é e sempre será a pessoa mais importante da minha vida.
Feliz aniversário, que Deus te abençoe muito e que seu dia seja simplesmente inesquecível. Feliz 22 anos, eu te amo muito! Beijo, do seu Bruh.”.


Chorei. Como eu amava aquele Bruno! Ele estava cada dia mais lindo, cada dia mais fofo, cada dia mais apaixonante... Eu não poderia querer um namorado melhor! Ele pra mim era perfeito. Perfeito em todos os sentidos.
Depois que tomei banho, arrumei o quarto e peguei o celular pela primeira vez. Havia nada mais, nada menos que 20 SMSs não lidos. E a grande maioria era do Bruno.
Encontrei também mensagens do Vinícius, do Fabrício, da Alexia, da Janaína, do Vítor, do Víctor e várias do Rodrigo. Ele e o Bruno foram os que mais me emocionaram com as palavras lindas que escreveram.
Respondi a todos e em poucos minutos meu melhor amigo me ligou:
- Feliz aniversário, infeliz.
- Obrigado, cachorro!
- Au, au.
- Amei as suas mensagens, viu?
- Quero te ver pra entregar seu presente.
- Não preciso de presente, você sabe.
- Não? Então melhor pra mim. Não vou precisar gastar dinheiro.
- Isso mesmo. Não gaste dinheiro comigo, por favor.
- E como você está aí nesse apartamento? Tem certeza que não quer voltar? A gente ainda não colocou ninguém na sua vaga. Vem?

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- Não! Eu estou ótimo aqui e você já está acostumado com a minha ausência.
- Acostumei é o caralho! Você faz muita falta.
- Você também faz. Deixa eu te perguntar, você fez a lição de inglês?
- Não e você?
- Também não – gargalhei. – Ia te pedir emprestado!
- E eu ia pedir pra você!
- Vou fazer mais tarde. Vê se faz também.
- Faço nada. Depois eu pego de você!
- Você sempre folgadinho, né?
- Você gosta. Eu sei que gosta!
- Preciso desligar agora.
- Por que? Não quer mais falar comigo?
- Querer eu quero, mas eu tenho que ir pro trabalho!
- Pensei que ficaria de folga hoje no seu dia.
- Se fosse fácil assim.
- Quantos anos você está fazendo mesmo? 95?
- Não me chamo Rodrigo. Estou fazendo 22.
- Tudo isso? Tá ficando velho, hein?
- Pelo menos eu não tenho 25 que nem você.
- Já disse que eu tenho 18!
- 18 + 7!
- Ninguém precisa ficar sabendo disso.
- Vou fazer um cartaz e vou espalhar pra todo mundo.
- Engraçadinho! Vai trabalhar, eu não vou te encher mais.
- Você nunca me enche. Nunca.
- To com saudades. Quando a gente vai se ver?
- Quando você quiser!
- Essa semana eu não posso. Tenho muita coisa da faculdade pra fazer.
- Hum... E no final de semana?
- Estou pensando em viajar pro Paraná. Estou com saudade dos meus pais.
- Ah, sim. Então a gente se vê quando você tiver um tempo pra mim.
- É! Quando eu tiver um tempo.
Fiquei chateado. De verdade. Eu queria ver o Rodrigo naquele dia mesmo.
- Então tá...
- Então tá... Bom dia! Feliz aniversário!
- Obrigado. Não esquece de mim.
- Idem. Te adoro.
- Eu te amo. Fica com Deus.
- Você também. Parabéns novamente.
- Muito obrigado.
Desligamos e eu fiquei pensando no que ele falou. Que pena que eu não ia ver o Rodrigo naquele dia. O meu aniversário não seria mais o mesmo sem ele.
Quando cheguei na loja fui ovacionado por meus colegas de trabalho. A loja estava toda enfeitada com bexigas e todo mundo começou a cantar parabéns pra mim.
- Obrigado, gente. Muito obrigado! Isso é coisa da Jana, né?
- Minha? Eu não fiz nada!
- Como se eu não soubesse que isso é coisa sua. Você sempre apronta alguma no aniversário de alguém da sua equipe!
- Isso daqui não é nada comparado ao que você merece. Você merece muito mais!
- Obrigado, Jana!
Recebi um abraço de todos, mas ninguém me deu presentes. Não senti falta, mas ao mesmo tempo achei estranho. Era a primeira vez que aquilo acontecia.
- Cadê o aniversariante do dia? – Jonas foi falar comigo.
- Presente!
- Feliz aniversário, campeão! Muitos aninhos de vida, muita saúde...
- Obrigado, Jonas! Muito obrigado!
- Que Deus abençoe a sua vida em todos os sentidos, viu?
- Amém. Te desejo tudo em dobro.
- Aproveita, viu? Tudo de bom nesse dia.
- Muito obrigado!
- Por que você está com essa carinha, hein? – Alexia foi puxar assunto comigo.
- Sei lá. Meu dia está meio vazio hoje.
- Por quê?
- Sei não. Acho que é porque eu sonhei com meu irmão.
- Sonhou?
- Sim. Sonhei.
- Quer falar como foi?
Contei o sonho. Alexia concordou comigo, dizendo que não passava de um sonho e que era melhor não pensar mais nisso.
- É eu vou tentar não pensar. Embora seja meio difícil.
O meu jantar com o Bruno não pôde ser melhor. Ele me levou no mesmo restaurante que nós nos vimos pela primeira vez quando ele voltou da Espanha e ficamos na mesma mesa. Foi um jantar à luz de velas, delicioso e perfeito.
- Foi tudo perfeito! Muito obrigado!
- Por nada. Esse foi seu segundo presente.
- Segundo? E tem mais?
- Não sei. Isso você vai ter que descobrir.
- Vou, é?
- Por que não me revista?
- Aqui?
- Não... Em casa!
- Então vamos voltar, mocinho! Agora eu fiquei curioso!
Bruno e eu voltamos pro nosso apartamento e lá eu o revistei todo, mas não encontrei nada.
- Não tem nada de diferente em você.
- Então acho que seus presentes acabaram.
- É? Nem ligo – o puxei e comecei a beijá-lo.
- Hum... Finalmente achou o seu terceiro presente!
- Achei, é safadinho?
- Achou!
Nós transamos e esse foi meu 3º e último presente. Eu me senti muito satisfeito com tudo, menos com a ausência do Rodrigo.
NO SÁBADO...
- Eu tenho certeza que você vai adorar essa balada, Caio.
- Mas qual o nome dessa balada, Bruno?
- Não sei! O Vítor não me falou nada, mas ele disse que é muito boa.
- Hum... Quero só ver.
Os meninos estavam falando nessa tal danceteria há dias e eu estava mesmo interessado em conhecer aquele lugar. Pelo que eles falavam, era uma danceteria incrível que ficava em Ipanema.
- É aqui? – perguntei.
- É sim. Não está ouvindo o barulho da música?
- Estou, mas isso daqui não tem cara de balada. Parece mais uma lan house.
- A gente precisa subir as escadas pra chegar na danceteria, Caio!
- Ah... E é?
- É! Anda, vem logo.
Bruno abriu uma porta e eu vi uma escada de cerâmica aparecer diante dos meus olhos. Quando nós começamos a subir, a música parou e eu achei isso pra lá de esquisito. O que estaria acontecendo naquele lugar?
- Vem logo, Caio!
- Calma, criatura!
Quando eu coloquei meus pés no salão, me deparei com um breu esquisito. Não havia um barulho sequer naquele lugar e eu não estava enxergando um palmo à frente do nariz.
- Que palhaçada é essa? Por que isso daqui está escuro desse jeito? E por que a música parou? Onde eu estou?
- SURPRESA!!!
Alguém acendeu a luz e eu vi TODOS os meus amigos em um salão de festas. Havia uma mesa enorme com vários doces, salgados e um bolo gigantesco e havia também uma foto minha enorme no fundo da sala. Era uma festa surpresa para comemorar o meu aniversário e eu caí direitinho.

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Um comentário:

nevertonnitoly@gmail.com disse...

Ai Caio desse jeito você me mata,essa parte do Rodrigo te esperando fora republica acabou comigo chorei horrores aki triste vio mas star perfeito cmo sempre bjokassss seu lindo❤❤