Puxei o Rodrigo para outro beijo. Essa foi a forma que eu encontrei para responder a pergunta dele.
Mas de repente, eu senti o meu corpo leve demais. Era como se algo estivesse me puxando, me atraindo para um lugar distante, bem distante daquela cama...”
.
- Caio? Caio? Acorda, Caio... – eu senti alguém me cutucando e imediatamente abri meus olhos.
- HÃ? HÃ? – arfei totalmente sem ar. Eu estava coberto de suor. – O que houve? O que aconteceu?
- Eu é que te pergunto – Rodrigo estava sério. – Você estava chamando o meu nome... O que foi? Teve um pesadelo?
- Pesadelo? – sequei o suor da minha testa com as costas da minha mão. – Pesadelo?
- É, Caio! Você estava gemendo e chamando o meu nome... Estava tendo um sonho ruim, mano?
- Sonho ruim? – então tinha sido um sonho? – Não... Não era um sonho ruim... Era um sonho... Um sonho lindo...
Caí frustrado na cama e respirei profundamente. Só naquele instante eu percebi o quão excitado eu estava.
- Tem certeza? Você parece tão agoniado – ele sentou na minha cama e ficou me olhando.
- Absoluta – fitei os olhos do príncipe pela primeira vez. – Foi um sonho muito lindo que eu adoraria que virasse realidade.
- E que sonho foi esse? Conta, quem sabe ele se realiza?
- Não posso te contar, é algo muito perfeito, mas que você não ia gostar de saber. Melhor deixar só comigo. Guardadinho no meu coração e na minha memória!
- Tem certeza? – ele apertou a minha mão.
Não me segurei e entrelacei os meus dedos aos dele. Rodrigo olhou para as nossas mãos e depois olhou para mim e disse:
- Você está bem?
- Fica comigo? – perguntei sem nem pensar nas consequências.
- Hein? – ele ficou extremamente vermelho de uma hora para outra.
- Deita aqui comigo, Digow?
- Deitar com você? Pra quê?!
- É que só agora eu me dei conta de como eu estou me sentindo carente.
Percebi que ele suspirou e engoliu em seco. Era nítido que o Rodrigo estava confuso, sem saber o que fazer.
- Não vai abusar de mim? – ele ficou mais vermelho ainda e abriu um sorriso tímido.
- Prometo que vou tentar – abri um sorriso sincero.
Ele desligou a luz e voltou para a minha cama. Cada batida do meu coração ecoava na minha mente e eu fiquei muito nervoso quando senti o peso dele no colchão da minha cama.
- Então cola mais pra lá, senão eu vou cair aqui...
Grudei o meu corpo na parede e as nossas peles se tocaram em seguida. Fazia muito tempo que eu não sentia calor como estava sentindo naquele momento.
- Pronto. Aqui estou – a voz dele foi direto pro meu ouvido.
Que voz grave ele tinha... Por que eu nunca tinha percebido aquilo?
Me mexi e ele passou o braço pelo meu corpo, me puxando para um abraço sincero e verdadeiro. Eu fiquei muito, mas muito excitado quando isso aconteceu.
- Está carente? – ele perguntou.
- Muito – eu respondi.
- Eu também estou.
- Posso deitar no seu ombro? – perguntei baixinho.
- Po-pode – ele gaguejou.
Repousei a minha cabeça no ombro do meu melhor amigo e senti o cheiro da pele dele invadir as minhas narinas.
Era um cheiro delicado de sabonete, mas não era só isso. Havia algo a mais, algo que eu não sabia identificar o que era... Era um cheiro muito particular e muito gostoso...
Digão e eu ficamos calados por um tempo. Eu fechei os meus olhos e tentei dormir, mas o sono não quis me abraçar naquele momento.
- Caio? – ele falou muito baixinho.
- Hum?
- Eu... Eu posso do-dormir a-aqui na sua... cama? – ele demorou um tempão para formular essa frase.
- Po-pode – eu também gaguejei.
Aquilo não era sonho. Eu estava sentindo o cheiro do Rodrigo, eu estava sentindo a pele do Rodrigo, eu estava sentindo o abraço dele... E que abraço maravilhoso!
Era como se nada nem ninguém me pudesse fazer mal. Eu estava me sentindo protegido, estava me sentindo acolhido, estava me sentindo... Amado como há muito eu não sentia.
Por que eu tive aquele sonho? O que aquilo significava? Será que havia sido um aviso? Será que era algo me aletrando sobre o que iria acontecer no futuro?
Digão se mexeu um pouquinho e me trouxe para mais perto do corpo dele. Nesse momento nós ficamos literalmente grudados um no outro.
- Diguinho?
- Oi?
- Se ficar ruim pra você, pode ir pra sua cama, tá bom?
- Não está ruim... – percebi que ele suspirou. – Está... Bom...
Mordi meus lábios e meu pau subiu dentro da cueca. Eu estava com receio dele perceber a minha excitação... Se isso acontecesse, muito provavelmente o Rodrigo iria sair de perto de mim e eu não queria que aquilo acontecesse.
Tentei relaxar ao máximo, mas foi impossível. Depois de pouco tempo eu já comecei a sentir dor no meu sexo devido ao tamanho da minha excitação. Acredito que aquilo só tivesse acontecido antes com o Bruno...
- Posso me mexer só um pouquinho? – ele perguntou.
- Claro que pode – eu assenti.
- Faz assim, fica de lado que é melhor pra cabar nós dois.
- De lado? – e a minha barraca armada? Como eu ia fazer?
- Uhum. É melhor!
Obedeci e tentei deixar o meu quadril o mais longe possível dele. Meu melhor amigo também deitou de lado e eu senti a respiração quente dele tocar o meu rosto.
- Assim está bem melhor – o hálito do Digão estava deliciosamente fresco.
- Assim está melhor – ainda bem que eu tinha escovado os dentes.
Senti o braço dele passar pelas minhas costelas e isso me deixou ainda mais elétrico. A cada toque das nossas peles, eu ficava ainda mais excitado do que já estava.
- Não vai mesmo me contar o seu sonho? – ele perguntou.
- Acho melhor não - senti uma gota de suor escorrer pela minha nuca.
- Não confia em mim? É isso?
- Confio até demais, seu bobo.
- Então me conta!
- Eu sonhei com você, Diguinho – eu nem tinha perguntado se eu poderia chamá-lo desse jeito...
- Comigo? Fiquei mais curioso ainda. O que foi?
- Eu posso te chamar de Diguinho? – desviei o assunto.
- Você pode me chamar do jeito que você quiser, agora me fala como foi o sonho? Por que você disse que foi lindo?
- Eu acho que você não vai gostar nada...
- Por que não? Você só vai saber se me falar o que foi.
- Só vou falar se você prometer não ficar nervoso comigo.
- Eu prometo – sentir o hálito do Rodrigo estava me deixando com água na boca.
- Eu sonhei... Eu sonhei que nós... Que nós estávamos...
- Nós estávamos...?
- Fi... Ficando... – minha cabeça até doeu neste momento.
Silêncio mútuo. Só o que eu conseguia ouvir era o barulho do meu coração na minha cabeça e o arfar das nossas respirações.
- Isso é... Sério? – ele sussurrou depois de um tempo.
- É... Não... Gostou não é?
- Nada a ver... Sonho é sonho e a gente não controla...
- Não... Está bravo comigo?
- Tenho motivos para isso?
- Não... Sei!
- Bobo – ele me puxou para mais perto e encostou o queixo no meu ombro.
- Diguinho?
- Oi, Caio?
- Isso está acontecendo mesmo? – engoli em seco.
- Acho que está... Não sei...
- Diz pra mim que não é um sonho?
- Eu não sei se é, também queria saber...
Fui obrigado a mexer as minhas pernas porque elas já estavam ficando dormentes.
Arregalei os meus olhos e prendi imediatamente a minha respiração quando eu senti que o meu joelho encostou em algo que estava duro, tão duro quanto uma pedra, mas que definitivamente não era o meu pau... E sim o do Rodrigo...
Nenhum comentário:
Postar um comentário