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A
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quele
moleque só podia estar com um parafuso a menos na cabeça!
Só se eu fosse louco para aceitar um convite de um desconhecido e eu não estava desesperado ao ponto de sair com o primeiro que aparecesse na minha frente.
- Não vai dar, eu tenho que trabalhar – repeti a frase.
- Ah, que pena. Mas o convite fica de pé.
- OK. Então eu já vou nessa.
- Espera aí, meu... Anota meu número aí. Vamos trocar uma ideia.
Para quê? Será que ele estava tão interessado assim em mim?
- Hã... Tá... – se eu falasse não talvez parecesse grosseria, né?
Salvei o número do Murilo no meu aparelho celular e em seguida falei:
- Anotado. A gente se fala qualquer hora dessas. Até mais.
- Vou esperar sua ligação, hein?
- Pode esperar – eu abri um sorriso e saí andando.
Sentado. Só faltou eu falar isso. Tudo bem que o cara era bem interessante, mas eu não era dado ao ponto de ligar só porque achei o novinho bonitinho, né? Ele que esperasse a ligação sentado para não cansar as pernas.
Só se eu fosse louco para aceitar um convite de um desconhecido e eu não estava desesperado ao ponto de sair com o primeiro que aparecesse na minha frente.
- Não vai dar, eu tenho que trabalhar – repeti a frase.
- Ah, que pena. Mas o convite fica de pé.
- OK. Então eu já vou nessa.
- Espera aí, meu... Anota meu número aí. Vamos trocar uma ideia.
Para quê? Será que ele estava tão interessado assim em mim?
- Hã... Tá... – se eu falasse não talvez parecesse grosseria, né?
Salvei o número do Murilo no meu aparelho celular e em seguida falei:
- Anotado. A gente se fala qualquer hora dessas. Até mais.
- Vou esperar sua ligação, hein?
- Pode esperar – eu abri um sorriso e saí andando.
Sentado. Só faltou eu falar isso. Tudo bem que o cara era bem interessante, mas eu não era dado ao ponto de ligar só porque achei o novinho bonitinho, né? Ele que esperasse a ligação sentado para não cansar as pernas.
- Oi, Caio? – Rodrigo me atendeu.
- Digow? – eu fiz voz de dengo.
- O que você quer, maninho?
- Me ajuda, por favor? – mantive a minha voz de dengo. Até fiz um bico.
- O que você quer, seu chorão? – ele riu.
- Sabe o que é? Eu vim fazer a matrícula no curso de inglês, né?
- Hã? E aí, deu certo?
- Deu. Nós vamos estudar juntos...
- Demorou. E o que mais?
- E eu não resisti e dei um pulinho aqui na praia, sabe?
- E o que tem de errado nisso, Cacs?
- Nada, mano. Eu só tipo, me atrasei e muito para o trabalho.
- E onde eu entro nessa história?
- Você entra agora. Acontece que se eu for aí em casa para pegar as minhas coisas e depois ir pro shopping, eu vou chegar com mais de 1 hora de atraso.
- Hum? O que eu posso fazer pra diminuir esse atraso?
- Você pode levar as minhas coisas pra mim lá no shopping? Assim eu vou poupar um tempão – sorri para mim mesmo e cruzei os dedos pra ele aceitar.
Silêncio. Eu desfiz o sorriso.
- Rodrigo?
- Ultimamente você tem andado tão folgadinho, Caio...
- Poxa, por favor... Me ajuda aí...
- E o que eu vou ganhar em troca? – perguntou Rodrigo.
- O que você quiser!
- Sendo assim eu te ajudo com o maior prazer. O que eu tenho que levar pra você?
- Minha mochila com meu uniforme e sapato social. Só isso e nada mais.
- Então fechou. Eu te encontro na porta da loja dentro de 1 hora.
- Estarei te esperando. Muito agradecido.
- Agradeça depois.
Deveria
ter levado as minhas coisas, porque assim não teria que depender do meu amigo.
Ele disse que ia me encontrar dentro de 1 hora, mas acabou se atrasando.
- Vai trabalhar de chinelos hoje, Caio? – perguntou um colega de trabalho.
- Ai bem que eu queria, viu? Com esse calor...
- Não vai entrar?
- Vou não. Estou esperando um amigo.
- Até mais então.
Quando eu o vi surgir no meu campo de visão, o meu coração até bateu aliviado. Rodrigo estava usando uma camiseta cor-de-rosa, camiseta esta que até então eu não conhecia. Ele ficou lindo utilizando aquela cor inusitada.
- Usando cor-de-rosa? É isso mesmo produção?
- A mulherada pede, a gente atende, né? Aqui estão as suas coisas.
- Ah, muito obrigado, Digow. Te devo uma!
- Deve mesmo – ele estendeu a mão. – Um mês do seu salário.
- Tudo isso? – eu sabia que ele estava brincando. – Pensei que ia me pedir algo mais barato, algo que eu pudesse fazer de graça.
Ele abriu um sorrisinho safado. Ainda bem que ele tinha entendido o recado.
- Vou pensar nessa possibilidade. Por via das dúvidas, aceito um chocolate hoje à noite.
- Vou pensar nessa possibilidade – respondi a mesma coisa que ele. – Obrigado por ter trazido, aproveite que está aqui e dê uma voltinha, faça umas comprinhas...
- Me empresta um dinheirinho?
- Nãozinho!
- Então nada feitinho.
Nós dois como dois idiotas que éramos, demos risada dessa idiotice.
- Brincadeiras à parte, eu super vou dar uma volta porque preciso encontrar uma gatinha que estou pegando.
- Que gatinha? – cruzei os braços, fiz cara de bravo e bati o pé no chão.
- Uma gatinha do meu estágio. Vamos nos encontrar daqui a pouco.
- Quer dizer que você só veio até aqui por causa dela? – senti vontade de dar uma mochilada nas costas daquele safado!
- Não. Eu vim por sua causa mesmo, mas aproveitei a deixa pra convidá-la para um cineminha.
- Cineminha com cama redonda e espelho no teto? – bufei de ciúmes.
- Isso vai depender dela – ele deu a famosa risadinha safada que todo hetero dá quando está pensando em sacanagem.
- Pois tomara que ela não venha, só de raiva.
- É assim que você diz que me ama, né? Beleza... Deixa você.
- Amo mesmo e amo muito e é por isso que eu morro de ciúmes dessas vacas aí que você pega.
- Também sinto ciúmes desses... Desses... Desses caras que você pega e aí? Como fica?
Abri a boca, mas não soube o que responder.
- Eu vou me trocar que ganho mais. Obrigado por ter vindo, te amo!
- Eu também amo você. Bom trabalho e até mais tarde.
- Até mais tarde, cachorro. Não coma essa vadia, por favor!
Eu
estava todo distraído com o movimento da loja quando senti o meu celular tocar
no bolso da minha calça social.
- Alô? – atendi, mas não reconheci o número de quem estava me ligando. Deduzi que se tratava de um cliente.
- Caio? – era uma voz masculina.
Eu conhecia aquela voz de algum lugar, mas não estava me lembrando de onde...
- Sou eu. Quem está falando? – indaguei.
- Não reconhece a minha voz?
Eu conhecia sim aquela voz, mas não estava associando-a ao dono dos bois.
- Desculpa, não sei quem é.
- É o Bruno...
- COMO VOCÊ CONSEGUIU MEU TELEFONE? – simplesmente não acreditei que era aquele infeliz!
- Isso não importa, Caio. Eu queria conversar contigo, posso? É muito importante para mim.
- ONDE VOCÊ CONSEGUIU MEU TELEFONE, SEU DESGRAÇADO?
Alguns vendedores olharam pra mim e para evitar transtornos, não pensei duas vezes em sair da loja. Se a Eduarda me visse gritando no celular, com certeza iria me aplicar uma advertência.
- Eu...
- JÁ NÃO FALEI QUE NÃO QUERO SABER DE VOCÊ, IDIOTA? – bufei de ódio. – ME DEIXA EM PAZ, SOME DA MINHA VIDA... ESQUECE QUE EU EXISTO!!!
- Caio pelo amor de Deus, vamos conversar? Eu preciso conversar com você, eu preciso falar...
- QUER SABER DE UMA COISA, BRUNO? VAI PRO INFERNO! VAI PRO INFERNO E CONVERSA COM O DIABO QUE VOCÊ VAI GANHAR MUITO MAIS. ADEEEEEEEEEEEEEUS!!!
Eu não ia perder tempo com aquele garoto, não mesmo. Mais uma vez abri o meu celular, tirei a bateria, tirei o chip e daquela vez o joguei em uma lixeira que estava próximo da entrada da loja.
- Desgraçado, desgraçado, desgraçado! – eu coloquei as minhas duas mãos na cabeça, bufei e senti vontade de chutar alguma coisa. Só não fiz isso porque não tinha nada por perto e porque eu estava no ambiente corporativo.
- Alô? – atendi, mas não reconheci o número de quem estava me ligando. Deduzi que se tratava de um cliente.
- Caio? – era uma voz masculina.
Eu conhecia aquela voz de algum lugar, mas não estava me lembrando de onde...
- Sou eu. Quem está falando? – indaguei.
- Não reconhece a minha voz?
Eu conhecia sim aquela voz, mas não estava associando-a ao dono dos bois.
- Desculpa, não sei quem é.
- É o Bruno...
- COMO VOCÊ CONSEGUIU MEU TELEFONE? – simplesmente não acreditei que era aquele infeliz!
- Isso não importa, Caio. Eu queria conversar contigo, posso? É muito importante para mim.
- ONDE VOCÊ CONSEGUIU MEU TELEFONE, SEU DESGRAÇADO?
Alguns vendedores olharam pra mim e para evitar transtornos, não pensei duas vezes em sair da loja. Se a Eduarda me visse gritando no celular, com certeza iria me aplicar uma advertência.
- Eu...
- JÁ NÃO FALEI QUE NÃO QUERO SABER DE VOCÊ, IDIOTA? – bufei de ódio. – ME DEIXA EM PAZ, SOME DA MINHA VIDA... ESQUECE QUE EU EXISTO!!!
- Caio pelo amor de Deus, vamos conversar? Eu preciso conversar com você, eu preciso falar...
- QUER SABER DE UMA COISA, BRUNO? VAI PRO INFERNO! VAI PRO INFERNO E CONVERSA COM O DIABO QUE VOCÊ VAI GANHAR MUITO MAIS. ADEEEEEEEEEEEEEUS!!!
Eu não ia perder tempo com aquele garoto, não mesmo. Mais uma vez abri o meu celular, tirei a bateria, tirei o chip e daquela vez o joguei em uma lixeira que estava próximo da entrada da loja.
- Desgraçado, desgraçado, desgraçado! – eu coloquei as minhas duas mãos na cabeça, bufei e senti vontade de chutar alguma coisa. Só não fiz isso porque não tinha nada por perto e porque eu estava no ambiente corporativo.
- Caio? – Eduarda surgiu atrás de mim. – Aconteceu alguma coisa?
- Ai Duda, me desculpa. Eu sei que não deveria ter saído da loja assim, sei que deveria estar trabalhando, mas foi mais forte que eu. Eu precisava sair senão seria capaz de quebrar alguma coisa e não quero ser mandado embora por justa causa. Me perdoa!
- Mas o que aconteceu?
- Um idiota está me ligando. Eu já troquei o número do meu celular, mas ele descobriu o novo e me ligou... Eu odeio esse cara com todas as minhas forças, eu odeio!
- Calma, menino! Você está tremendo, está vermelho... Quem é esse cara?
- Meu ex-namorado.
- O Carlos?
- Antes fosse, é o outro. Se fosse o Carlos eu tirava de letra, mas infelizmente não é. Trata-se do idiota do Bruno...
Eduarda e Jonas já sabiam da minha orientação sexual e também sabiam do que tinha acontecido com o traste do Carlos Henrique.
- Olha só, fica calmo! Você está muito nervoso!
- Claro que eu estou nervoso, Duda! O cara me largou uma semana antes do meu aniversário, ficou quase 2 anos fora e agora voltou e quer conversar comigo? Ele quase acabou com a minha vida, eu entrei em depressão por causa dele, quase me matei e agora ele simplesmente volta? Eu estou pirando!
- Fica calmo, criatura! Eu nunca te vi desse jeito antes... Que horror...
- Desculpa, chefa. Eu fiquei fora de si...
- Só preciso que você fique calmo, tá bom? Vai fazer meia hora de pausa.
- Não, não precisa. Eu já me sinto melhor.
- Vai fazer meia hora de pausa, Caio. Eu estou mandando!
Fiquei calado e constrangido.
- Tudo bem. Eu bato o crachá?
- Não precisa. Vou controlar seu tempo no meu relógio. Se voltar antes de 30 minutos eu te aplico uma advertência, você entendeu?
- Entendi.
- Então vai dar uma volta, bebe uma água, respira e se acalma. Depois a gente bate um papo e você me explica melhor o que está acontecendo.
- Como você quiser. Obrigado pela sua ajuda.
Dei meia volta, bufei e saí andando. O shopping estava meio vazio e isso foi bom para eu não me estressar mais ainda, uma vez que aglomerações me deixam extremamente irritado.
Caminhei a passos firmes até chegar na praça de alimentação. Quando vi o logotipo do “Bob’s” não pensei duas vezes em enfrentar a fila para comprar um milk shake.
Que ódio, que ódio, que ódio!!! Como aquele palhaço descobriu o meu telefone? Quem tinha passado o número pra ele?
Só poderia ser uma pessoa próxima a mim, já que eu não tinha informado meu número novo para quase ninguém.
Só quem sabia era a Janaína, a Alexia, a Duda, o Jonas, os meninos da república, os meus colegas da faculdade, o Víctor e a Amandinha.
Os dois últimos eu descartei na hora. Bruno não tinha contato com eles então não teria como descobrir meu contato com eles. O pessoal da faculdade se enquadrou nesse mesmo ranking. Na loja não poderia ter sido, já que a Eduarda e o Jonas não conheciam o menino. Janaína, Alexia e Rodrigo estavam descartados. Só poderia ter sido alguém da república, mas quem?!
Vinícius? O Bruno não o conhecia direito. Fabrício? Também não. E se ele não conhecia os dois, ou melhor, não tinha contato com ambos, que dirá os outros. Maicon, Éverton, Miguel e Kléber também foram rapidamente jogados fora. O fato é que não havia sobrado ninguém.
Ou será que eu estava ficando louco? Será que o Bruno conhecia o Vini ou o Fabrício? Será que ele tinha descoberto meu endereço e colou na república para obter informações ao meu respeito?
Conhecer o Vinícius ele até conhecia, mas não tinha contato! Disso eu tinha certeza... Eu estava confuso!
- Boa tarde? – o atendente me olhou. O coitado era muito feio.
- Quero um milk shake de chocolate.
- Pequeno, médio ou grande?
- Vê logo um grande. Que se foda essa dieta!
Por culpa do Bruno mandei a minha rotina de alimentação saudável para as cucuias. Até nisso ele era responsável na minha vida.
Paguei, peguei o copo de 750ml e dei o primeio chupão. Estava tão gelado que esfriou todo o meu estômago.
- Filho da puta... Filho da puta!
Para muitos pode até parecer exagero da minha parte, mas não é. Eu fiquei mesmo muito transtornado com o telefonema dele, porque na minha cabeça ele não tinha como conseguir o meu número!
A não ser que o dito cujo tenha se transformado em um agente da SIA enquanto esteve fora do Brasil. Ou será que ele tinha conseguido meu número com a operadora de telefonia móvel?
Por culpa dele, eu perdi outro chip. Ele que não ficasse na minha frente um segundo sequer, senão seria capaz de apanhar de novo.
Quando eu dei a derradeira chupada no meu sorvete, eu já estava mais calmo. A minha barriga estava muito cheia e conforme eu andava, o líquido balançava dentro de mim.
- Voltei, chefe – fui anunciar a minha presença.
- Acalmou?
- Acalmei. Me perdoa, tá?
- Fica tranquilo, Caio! Pode voltar ao seu ambiente de trabalho. Se precisar de mim, é só falar.
- Beleza. Valeu mesmo, Duda.
- Sempre às ordens.
- Posso ajudar? – eu me aproximei de um cliente.
- Oi, pode sim. Eu preciso comprar dois colchões.
- De casal ou de solteiro?
- Solteiro. São para os meus filhos.
- Ah, entendi. Por favor, me acompanhe. Nós temos um setor infanto-juvenil. Eles são pequenos?
- É são sim. Um de 3 e outro de 4 anos.
- Meninos? Meninas? Casal?
- Dois meninos.
- Ah, perfeito. Nós temos uma linha exclusiva para meninos...
Atender esse cliente me ajudou com a raiva. Espairecer e focar em algo que me fez esquecer do Bruno me ajudou e muito para poder chegar ao final do expediente naquele sábado.
- Ingrid?
- Fala, Caio?
- Me vê um chip da TIM.
- Outro?
- Pois é.
- Espera só um segundo.
- Ah, você está aí! – Janaína estava me procurando. – Pensei que tinha ido embora.
- Bem que eu queria.
- O que faz aqui? Trocando ideia com as meninas?
- Estou comprando um chip novo.
- Por que? – Janaína estranhou.
- Porque eu joguei o outro fora.
- Por que?! Que diacho é isso de ficar trocando de número toda semana? Bebeu, é?
- O Bruno descobriu o meu número, acredita? Tive que jogar o chip fora.
- Não acredito que você fez isso por causa dele. Você é louco ou o quê?!
- O que queria que eu fizesse? Que atendesse o bonito todas as vezes que ele me ligasse? Até parece!
- Ai, Caio – ela abriu um sorriso amarelo. – Como você é bobinho, meu lindo. Você não pode ficar mudando de número só por causa dele, Caio!!!
- Mas o que eu ia fazer, Janaína? Não quero que ele fique me ligando de 5 em 5 minutos!!
!
- Quantas vezes ele te ligou?
- Uma.
- E com uma única vez você já jogou o chip fora? Francamente, como você é impulsivo, viu?
- Ah, não pensei nas consequências!!! Simplesmente fiz.
- E fez errado, mas tudo bem.
- Caio, escolhe seu número aqui nesse caderno – pediu Ingrid.
Olhei as opções e me encantei com um número praticamente igual ao que eu tinha em São Paulo.
- Vai esse aqui de final 77.
- Empresta o número do seu CPF que eu cadastro pra você...
- Não, Ingrid. Eu faço isso mais tarde. Me dá a notinha que eu vou pagar e já venho retirar com você.
-
Não acredito que você mudou seu número de novo? – Rodrigo reagiu do mesmo jeito
que a Janaína.
- Mudei. Ele descobriu meu número e resolveu me ligar. Eu não estou disposto a ficar atendendo ligações desse idiota.
- Eu, hein? Não vou nem discutir com você que pelo jeito tu está com a macaca hoje.
- Acertou em cheio. Cadê os meninos?
- Vinícius foi na padaria recarregar o celular. Fabrício foi pra balada com o Éverton e o Maicon e os irmãos eu não sei onde estão.
- Balada? Balada? – meus olhinhos brilharam. – Faz tempo que eu não vou pra balada...
- Não vai me dizer que você vai querer sair agora?
- Meu querido... Eu vou sim!
- Mas... Caio...
- O que foi?
- Está tarde pra sair, não está?
- Está nada. Vamos comigo?
- Para onde? Uma balada GLS? Deus me livre!
- Pode ser em uma hetero, Digão... Vamos comigo, por favor. Eu não quero ficar em casa hoje...
- Ah, então vamos – ele deu um pulo da cama. – Você me animou. A gente vai pra onde?
- Pra onde você quiser.
- Pode ser o Barril 8.000?
- Por mim perfeito. Vamos chamar o Vini?
- Vamos sim. Hoje ele não vai ficar com a Bruna.
- Por que não?
- Parece que eles tiveram uma DR.
- Que chato. Será que terminaram?
- Não, acho que não. O Vini disse que ela é a mulher da vida dele, que ela é perfeita e toda aquela baboseira de cara apaixonado.
- Espero que esteja tudo bem.
Rodrigo e eu escolhemos nossas respectivas roupas e entramos em conflito na hora do banho.
- Eu quero ir primeiro – ele falou.
- E o que te dá esse direito?
- O fato de ser mais velho que você – ele sorriu e fechou a porta na minha cara.
- Engraçadinho – suspirei.
- Tudo bem, Caio? – Vinícius apareceu no corredor. – Que carinha de cachorro sem dono é essa?
- Mais ou menos, Vini. Olha quem fala, a sua cara é de cachorro que caiu da mudança.
- Briguei com a Bruna. E você por que está assim tão abatido? Abatido não é a palavra certa... Você parece meio irritado...
- Isso. É assim que eu estou. irritado.
- Mas por que? O que aconteceu?
- O Bruno descolou meu número e me ligou hoje... Tive que comprar outro chip.
- Sério? Mas como ele descobriu?
- Eu não faço a menor ideia e é isso que eu queria saber. Isso está me deixando louco já!
- Quer saber de uma coisa? Não fica pensando nele não, Caio! Vai viver a sua vida, procurar um cara bacana pra ficar e esquecer esse daí. É o melhor que você faz.
- Vou tentar fazer isso mesmo, Vini. Espero que fique tudo bem com a Bruna.
- Vai ficar. Só foi um desentendimento rotineiro.
- Que bom.
- Por que está aí na porta do banheiro? Quem está aí dentro?
- O Digão. Nós vamos sair.
- Vão?
- E você vem com a gente!
- Vou?
- Vem sim, portanto procure uma roupa bem transada pra gente sair de casa.
- E nós vamos pra onde?
- Pro Barril, tá a fim?
- Ah... Tô sim... Estou livre hoje mesmo... Já volto já, espera aí.
- Beleza...
Não tardou pro Digão sair do banho. Ele estava só com uma toalha preta enrolada na cintura.
- Deixa eu te perguntar, o que tem aí por baixo dessa toalha, hein? – olhei pra baixo.
- Nada. Por quê?!
- Ai, ai, ai, ai, ai... Faz isso comigo não, Senhor... Não me responsabilizo pelos meus atos não...
- Caio, Caio. Controle a sua libido, por favor. O Vini chegou?
- Chegou. Ele vai com a gente.
- Ah, que bom! Vou me trocar, o banheiro é todo seu.
- Valeu, delicioso. Desce lá na minha cama qualquer dia desses, viu? Ela está com as portas abertas – sorri.
Ele ficou roxo, mas eu não me arrependi de ter feito esse convite. Só restava saber se o cara ia topar ou não.
- Estou entrando, hein Caio? – Vinícius invadiu o banheiro quando eu estava na metade do meu banho.
- Tranquilo, Vini.
Provavelmente o garoto foi fazer a barba porque a torneira da pia foi ligada várias vezes seguidas. Eu não me apressei, tomei o meu banho no meu ritmo e me senti grato por nenhum dos dois me apressar. A água acabou me relaxando um pouco.
- Posso tomar o meu agora? – ele me fitou. – Pensei que você ia acabar com a água da caixa...
- Eu precisava relaxar.
Mas eu ia relaxar mesmo se arrancasse aquela cuequinha branca que o Doutor Vinícius estava usando. Se alguém me desse aquele cara embrulhado para presente, esse seria o melhor regalo que eu ia receber em toda a minha vida.
Estava entre o Vini e o Rodrigo. Dos dois, o médico era o mais gostoso, mas o engenheiro era mais fofinho, mais delicadinho, mais apaixonante. O Vini era muito melhor na cama, mas isso porque o Rodrigo travou. Acredito que se ele ficasse um pouco mais solto, talvez pudesse ser até melhor que o nosso amigo.
- Quantos suspiros, hein? – Rodrigo me abraçou por trás. – Em que você está pensando, Cacs?
- Em nada – menti. – Por que me abraçou desse jeito, hein?
- Não posso?
- Poder você pode, mas não vai ficar grilado depois?
- Tenho motivos pra isso?
- Isso é você que tem que responder.
- Já fiz coisa muito pior com você do que um simples abraço, ou você já esqueceu?
- Como eu vou esquecer? Estou louco pra acontecer de novo!
- Está é? – ele sussurrou na minha orelha.
- Muito. Você não?
- Talvez.
- É melhor você me soltar. Eu já estou ficando excitado e com vontade de beijar a sua boca.
- Isso não pode – ele mordeu minha orelha. – Seu safadinho.
- Você que está me deixando com vontade.
- Safado!
Digow apertou a minha bunda de leve e isso me deixou ainda mais excitado.
- Para, Digow – fiquei vermelho. – Senão eu não me responsabilizo pelos meus atos.
- É? E eu com isso?
- Depois que eu te beijar, não quero ouvir reclamações, hein?
- Beijo não pode – ele se afastou um pouco e foi colocar perfume. – Só estou fazendo isso pra te fazer esquecer do Bruno.
- E você vai conseguir, mas vai conseguir também com que eu me apaixone por você. Daí eu não vou ser correspondido, vai ser um amor platônico, vamos estragar a nossa amizade, eu vou ficar chupando dedo e vou sofrer.
Nem sei porque eu pensei em tudo isso, mas soltei tudo de uma vez. E olhando mais atentamente, tudo o que eu disse fazia um pouco de sentido. Não fazia?
- Porra, agora você foi profundo pra caralho, hein?
- Estou mentindo?
- Pior que não!
- Então não me provoque, a não ser que queira ficar comigo.
- Isso eu acho que não consigo. Naquele dia disse que eu tava a fim, mas na hora travei.
- Eu percebi. Melhor evitarmos frustrações, não?
- Você tem razão, mas não vou parar de te abraçar nunca, tá bom?
- Se você fizer isso eu nunca mais falo com você – abri o jogo.
- Mudei. Ele descobriu meu número e resolveu me ligar. Eu não estou disposto a ficar atendendo ligações desse idiota.
- Eu, hein? Não vou nem discutir com você que pelo jeito tu está com a macaca hoje.
- Acertou em cheio. Cadê os meninos?
- Vinícius foi na padaria recarregar o celular. Fabrício foi pra balada com o Éverton e o Maicon e os irmãos eu não sei onde estão.
- Balada? Balada? – meus olhinhos brilharam. – Faz tempo que eu não vou pra balada...
- Não vai me dizer que você vai querer sair agora?
- Meu querido... Eu vou sim!
- Mas... Caio...
- O que foi?
- Está tarde pra sair, não está?
- Está nada. Vamos comigo?
- Para onde? Uma balada GLS? Deus me livre!
- Pode ser em uma hetero, Digão... Vamos comigo, por favor. Eu não quero ficar em casa hoje...
- Ah, então vamos – ele deu um pulo da cama. – Você me animou. A gente vai pra onde?
- Pra onde você quiser.
- Pode ser o Barril 8.000?
- Por mim perfeito. Vamos chamar o Vini?
- Vamos sim. Hoje ele não vai ficar com a Bruna.
- Por que não?
- Parece que eles tiveram uma DR.
- Que chato. Será que terminaram?
- Não, acho que não. O Vini disse que ela é a mulher da vida dele, que ela é perfeita e toda aquela baboseira de cara apaixonado.
- Espero que esteja tudo bem.
Rodrigo e eu escolhemos nossas respectivas roupas e entramos em conflito na hora do banho.
- Eu quero ir primeiro – ele falou.
- E o que te dá esse direito?
- O fato de ser mais velho que você – ele sorriu e fechou a porta na minha cara.
- Engraçadinho – suspirei.
- Tudo bem, Caio? – Vinícius apareceu no corredor. – Que carinha de cachorro sem dono é essa?
- Mais ou menos, Vini. Olha quem fala, a sua cara é de cachorro que caiu da mudança.
- Briguei com a Bruna. E você por que está assim tão abatido? Abatido não é a palavra certa... Você parece meio irritado...
- Isso. É assim que eu estou. irritado.
- Mas por que? O que aconteceu?
- O Bruno descolou meu número e me ligou hoje... Tive que comprar outro chip.
- Sério? Mas como ele descobriu?
- Eu não faço a menor ideia e é isso que eu queria saber. Isso está me deixando louco já!
- Quer saber de uma coisa? Não fica pensando nele não, Caio! Vai viver a sua vida, procurar um cara bacana pra ficar e esquecer esse daí. É o melhor que você faz.
- Vou tentar fazer isso mesmo, Vini. Espero que fique tudo bem com a Bruna.
- Vai ficar. Só foi um desentendimento rotineiro.
- Que bom.
- Por que está aí na porta do banheiro? Quem está aí dentro?
- O Digão. Nós vamos sair.
- Vão?
- E você vem com a gente!
- Vou?
- Vem sim, portanto procure uma roupa bem transada pra gente sair de casa.
- E nós vamos pra onde?
- Pro Barril, tá a fim?
- Ah... Tô sim... Estou livre hoje mesmo... Já volto já, espera aí.
- Beleza...
Não tardou pro Digão sair do banho. Ele estava só com uma toalha preta enrolada na cintura.
- Deixa eu te perguntar, o que tem aí por baixo dessa toalha, hein? – olhei pra baixo.
- Nada. Por quê?!
- Ai, ai, ai, ai, ai... Faz isso comigo não, Senhor... Não me responsabilizo pelos meus atos não...
- Caio, Caio. Controle a sua libido, por favor. O Vini chegou?
- Chegou. Ele vai com a gente.
- Ah, que bom! Vou me trocar, o banheiro é todo seu.
- Valeu, delicioso. Desce lá na minha cama qualquer dia desses, viu? Ela está com as portas abertas – sorri.
Ele ficou roxo, mas eu não me arrependi de ter feito esse convite. Só restava saber se o cara ia topar ou não.
- Estou entrando, hein Caio? – Vinícius invadiu o banheiro quando eu estava na metade do meu banho.
- Tranquilo, Vini.
Provavelmente o garoto foi fazer a barba porque a torneira da pia foi ligada várias vezes seguidas. Eu não me apressei, tomei o meu banho no meu ritmo e me senti grato por nenhum dos dois me apressar. A água acabou me relaxando um pouco.
- Posso tomar o meu agora? – ele me fitou. – Pensei que você ia acabar com a água da caixa...
- Eu precisava relaxar.
Mas eu ia relaxar mesmo se arrancasse aquela cuequinha branca que o Doutor Vinícius estava usando. Se alguém me desse aquele cara embrulhado para presente, esse seria o melhor regalo que eu ia receber em toda a minha vida.
Estava entre o Vini e o Rodrigo. Dos dois, o médico era o mais gostoso, mas o engenheiro era mais fofinho, mais delicadinho, mais apaixonante. O Vini era muito melhor na cama, mas isso porque o Rodrigo travou. Acredito que se ele ficasse um pouco mais solto, talvez pudesse ser até melhor que o nosso amigo.
- Quantos suspiros, hein? – Rodrigo me abraçou por trás. – Em que você está pensando, Cacs?
- Em nada – menti. – Por que me abraçou desse jeito, hein?
- Não posso?
- Poder você pode, mas não vai ficar grilado depois?
- Tenho motivos pra isso?
- Isso é você que tem que responder.
- Já fiz coisa muito pior com você do que um simples abraço, ou você já esqueceu?
- Como eu vou esquecer? Estou louco pra acontecer de novo!
- Está é? – ele sussurrou na minha orelha.
- Muito. Você não?
- Talvez.
- É melhor você me soltar. Eu já estou ficando excitado e com vontade de beijar a sua boca.
- Isso não pode – ele mordeu minha orelha. – Seu safadinho.
- Você que está me deixando com vontade.
- Safado!
Digow apertou a minha bunda de leve e isso me deixou ainda mais excitado.
- Para, Digow – fiquei vermelho. – Senão eu não me responsabilizo pelos meus atos.
- É? E eu com isso?
- Depois que eu te beijar, não quero ouvir reclamações, hein?
- Beijo não pode – ele se afastou um pouco e foi colocar perfume. – Só estou fazendo isso pra te fazer esquecer do Bruno.
- E você vai conseguir, mas vai conseguir também com que eu me apaixone por você. Daí eu não vou ser correspondido, vai ser um amor platônico, vamos estragar a nossa amizade, eu vou ficar chupando dedo e vou sofrer.
Nem sei porque eu pensei em tudo isso, mas soltei tudo de uma vez. E olhando mais atentamente, tudo o que eu disse fazia um pouco de sentido. Não fazia?
- Porra, agora você foi profundo pra caralho, hein?
- Estou mentindo?
- Pior que não!
- Então não me provoque, a não ser que queira ficar comigo.
- Isso eu acho que não consigo. Naquele dia disse que eu tava a fim, mas na hora travei.
- Eu percebi. Melhor evitarmos frustrações, não?
- Você tem razão, mas não vou parar de te abraçar nunca, tá bom?
- Se você fizer isso eu nunca mais falo com você – abri o jogo.
Vinícius,
Rodrigo e eu chegamos na balada depois da meia noite. O local ainda não estava
muito cheio, mas com certeza iria ficar.
- Vou pegar uma bebida – anunciou Vinícius. – Vocês querem?
- Eu quero – falei.
- Quero também – concordou Rodrigo.
- E o que vocês querem?
- Caipirinha de kiwi – informei.
- Pode ser o mesmo.
Vinícius voltou com 3 copos, todos com o mesmo líquido. Assim que eu dei o primeiro gole, pude perceber que a bebida estava um pouco forte demais.
Passei a maior parte da noite andando de um lado para o outro. Ainda fui obrigado a ver o Rodrigo beijando umas vadias e isso me deixou enciumado.
- Quantas? – perguntou Vinícius.
- Só 3 e você?
- Nenhuma. A Bruna me mataria se ela ficasse sabendo.
- Mas vocês não brigaram?
Brigar é uma coisa, trair é outra completamente diferente. Enquanto eu estiver com ela, serei o mais fiel dos namorados.
- Que lindo – me derreti. Quem me dera os meus ex tivessem sido fiéis como o Vini.
- Obrigado, Caio.
Trocar ideia com o estudante de medicina foi a minha única opção, porque o Digão não saiu da pista um segundo sequer. Quando nós resolvemos voltar para casa, por volta das 5 da manhã, eu já tinha perdido as contas com quantas raparigas ele havia ficado.
- Quantas? – Vinícius refez a pergunta.
- Só 9. Pouquinho hoje.
- Pouquinho? – ergui as sobrancelhas.
- Fiquei com 17 no carnaval, lembra?
- Não sei como não pega sapinho – fiquei irritado. – Vamos embora?
- Vamos!!!
- Vou pegar uma bebida – anunciou Vinícius. – Vocês querem?
- Eu quero – falei.
- Quero também – concordou Rodrigo.
- E o que vocês querem?
- Caipirinha de kiwi – informei.
- Pode ser o mesmo.
Vinícius voltou com 3 copos, todos com o mesmo líquido. Assim que eu dei o primeiro gole, pude perceber que a bebida estava um pouco forte demais.
Passei a maior parte da noite andando de um lado para o outro. Ainda fui obrigado a ver o Rodrigo beijando umas vadias e isso me deixou enciumado.
- Quantas? – perguntou Vinícius.
- Só 3 e você?
- Nenhuma. A Bruna me mataria se ela ficasse sabendo.
- Mas vocês não brigaram?
Brigar é uma coisa, trair é outra completamente diferente. Enquanto eu estiver com ela, serei o mais fiel dos namorados.
- Que lindo – me derreti. Quem me dera os meus ex tivessem sido fiéis como o Vini.
- Obrigado, Caio.
Trocar ideia com o estudante de medicina foi a minha única opção, porque o Digão não saiu da pista um segundo sequer. Quando nós resolvemos voltar para casa, por volta das 5 da manhã, eu já tinha perdido as contas com quantas raparigas ele havia ficado.
- Quantas? – Vinícius refez a pergunta.
- Só 9. Pouquinho hoje.
- Pouquinho? – ergui as sobrancelhas.
- Fiquei com 17 no carnaval, lembra?
- Não sei como não pega sapinho – fiquei irritado. – Vamos embora?
- Vamos!!!
-
Ei? – ele me puxou pelo braço antes da gente entrar no quarto. – Não fica com
ciúmes de mim não...
- Fico sim! Gosto de você e tenho ciúme das vacas com quem você fica.
- Deixa eu te falar uma coisa...
- O quê?!
- Eu posso ficar com 1 milhão de garotas, mas o único cara que eu seria capaz de ficar em toda a minha vida seria você. Você é o único homem que eu gosto nessa vida, tirando o meu pai.
- AAAAAAAAAAAI QUE LIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIINDO – eu comecei a saltitar e meus olhos encheram de lágrimas.
- Me dá um abraço, seu ciumentinho... – ele abriu os braços e sorriu.
- Seu lindo, seu lindo, seu lindo!!! Eu te amo tanto...
- Coloca uma coisa na sua cabecinha – ele fez cafuné nos meus cabelos. – Aquilo que aconteceu entre a gente, só aconteceu porque foi com você. Eu confio em você, eu gosto de você, eu me sinto bem com você... Você é meu melhor amigo, é meu irmãozinho... Você é muito, muito especial pra mim, Caio.
- AAAAAAAI COMO VOCÊ É LIIIIIIIIIINDO – eu me derreti de novo. – TE AMO, TE AMO, TE AMO!!!
- Eu também amo você, mas agora vamos entrar porque o Vini está subindo as escadas.
- Seu lindo! Ganhei o meu dia hoje – suspirei.
- Essa é a intenção!
Até cantarolei enquanto tomei banho naquela manhã de domingo. Como o Rodrigo era fofo, meu Deus. Ele sim seria o namorado perfeito pra mim.
- Fico sim! Gosto de você e tenho ciúme das vacas com quem você fica.
- Deixa eu te falar uma coisa...
- O quê?!
- Eu posso ficar com 1 milhão de garotas, mas o único cara que eu seria capaz de ficar em toda a minha vida seria você. Você é o único homem que eu gosto nessa vida, tirando o meu pai.
- AAAAAAAAAAAI QUE LIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIINDO – eu comecei a saltitar e meus olhos encheram de lágrimas.
- Me dá um abraço, seu ciumentinho... – ele abriu os braços e sorriu.
- Seu lindo, seu lindo, seu lindo!!! Eu te amo tanto...
- Coloca uma coisa na sua cabecinha – ele fez cafuné nos meus cabelos. – Aquilo que aconteceu entre a gente, só aconteceu porque foi com você. Eu confio em você, eu gosto de você, eu me sinto bem com você... Você é meu melhor amigo, é meu irmãozinho... Você é muito, muito especial pra mim, Caio.
- AAAAAAAI COMO VOCÊ É LIIIIIIIIIINDO – eu me derreti de novo. – TE AMO, TE AMO, TE AMO!!!
- Eu também amo você, mas agora vamos entrar porque o Vini está subindo as escadas.
- Seu lindo! Ganhei o meu dia hoje – suspirei.
- Essa é a intenção!
Até cantarolei enquanto tomei banho naquela manhã de domingo. Como o Rodrigo era fofo, meu Deus. Ele sim seria o namorado perfeito pra mim.
NO
FINAL DO MÊS DE MAIO...
Acordar
mais cedo naquela manhã se sábado me deixou extremamente irritado.
- E a culpa disso tudo é sua – dei um soco no ombro do Rodrigo.
- É minha? Quando você estiver ganhando seu salário daqui uns 5 anos, você vai agradecer a mim!
- Já acordo cedo todos os dias, agora vou ter que acordar no sábado também. Vida desgraçada!
- Paciência. Quem mandou você não nascer rico como o Silvio Santos?
- Silvio Santos não nasceu rico! Ele era camelô e enriqueceu a custo de muito trabalho.
- Viu só?! Se Silvio Santos conseguiu, a gente também consegue! Vamos que vamos!
Como eu ainda estava sentindo sono, acabei cochilando no ônibus, mas não deveria ter feito isso. Em determinado momento, o coletivo fez uma curva fechada e se não fosse o Rodrigo para segurar no meu braço direito, com toda certeza eu teria caído e me estatelado no piso daquele veículo imundo.
- Está carregando éguas, motorista? – esbravejei para mim mesmo. – Ele não está levando a mãe dele não!!!
Há muito eu não via o Digow rir como ele riu daquela vez. Eu fiquei foi assustado, isso sim.
- Quer parar de rir?
- A sua cara de susto quando você abriu os olhos foi incrível, Caio!
- Você queria o quê? Eu estava cochilando!
- Quem manda dormir na hora errada?
- A culpa é sua, eu queria ter ido na janelinha!
- E a culpa disso tudo é sua – dei um soco no ombro do Rodrigo.
- É minha? Quando você estiver ganhando seu salário daqui uns 5 anos, você vai agradecer a mim!
- Já acordo cedo todos os dias, agora vou ter que acordar no sábado também. Vida desgraçada!
- Paciência. Quem mandou você não nascer rico como o Silvio Santos?
- Silvio Santos não nasceu rico! Ele era camelô e enriqueceu a custo de muito trabalho.
- Viu só?! Se Silvio Santos conseguiu, a gente também consegue! Vamos que vamos!
Como eu ainda estava sentindo sono, acabei cochilando no ônibus, mas não deveria ter feito isso. Em determinado momento, o coletivo fez uma curva fechada e se não fosse o Rodrigo para segurar no meu braço direito, com toda certeza eu teria caído e me estatelado no piso daquele veículo imundo.
- Está carregando éguas, motorista? – esbravejei para mim mesmo. – Ele não está levando a mãe dele não!!!
Há muito eu não via o Digow rir como ele riu daquela vez. Eu fiquei foi assustado, isso sim.
- Quer parar de rir?
- A sua cara de susto quando você abriu os olhos foi incrível, Caio!
- Você queria o quê? Eu estava cochilando!
- Quem manda dormir na hora errada?
- A culpa é sua, eu queria ter ido na janelinha!
-
Good morning, class – disse a professora de inglês.
- Good morning é o caralho – eu bocejei no fundo da sala.
- O meu nome é Júlia e eu sou a professora de vocês.
Naquele primeiro dia houve apenas uma apresentação básica e uma introdução ao “verbo to be”.
- Repitam comigo: I am.
- I am – toda a sala falou, menos eu. Eu queria dormir.
- You are.
- You are.
- He is...
Ficar duas horas dentro de uma sala de aula só aprendendo a pronunciar o verbo to be quase me deixou louco. Dei graças a Deus quando ela nos liberou e eu e o Rodrigo finalmente pudemos sair daquela sala.
- Aprendeu tudo direitinho? – meu amigo perguntou.
- Ah, cala a boca! Nem sei o que estou fazendo aqui...
- Daqui você vai trabalhar, né?
- Sim senhor. E o senhor?
- Eu vou ficar um pouco na praia. O dia está lindo e faz muito tempo que eu não vejo o mar.
- Nossa, como você é exagerado, Digão.
- Sou nada. Você sobe aqui?
- É. Você desce?
- Aham.
- Então a gente se vê em casa mais tarde – falei.
- É a gente se vê!
- Good morning é o caralho – eu bocejei no fundo da sala.
- O meu nome é Júlia e eu sou a professora de vocês.
Naquele primeiro dia houve apenas uma apresentação básica e uma introdução ao “verbo to be”.
- Repitam comigo: I am.
- I am – toda a sala falou, menos eu. Eu queria dormir.
- You are.
- You are.
- He is...
Ficar duas horas dentro de uma sala de aula só aprendendo a pronunciar o verbo to be quase me deixou louco. Dei graças a Deus quando ela nos liberou e eu e o Rodrigo finalmente pudemos sair daquela sala.
- Aprendeu tudo direitinho? – meu amigo perguntou.
- Ah, cala a boca! Nem sei o que estou fazendo aqui...
- Daqui você vai trabalhar, né?
- Sim senhor. E o senhor?
- Eu vou ficar um pouco na praia. O dia está lindo e faz muito tempo que eu não vejo o mar.
- Nossa, como você é exagerado, Digão.
- Sou nada. Você sobe aqui?
- É. Você desce?
- Aham.
- Então a gente se vê em casa mais tarde – falei.
- É a gente se vê!
Rodrigo e eu nos despedimos e cada um seguiu o seu rumo. Não foi difícil chegar ao ponto de ônibus que eu tinha que ficar para esperar o meu busão.
O problema foi esperar. Nunca gostei de ficar esperando ônibus. Enquanto o transporte não chegava, eu fiquei de olho em uns ciclistas que passeavem pelo bairro e dois acabaram me chamando a atenção.
Um menino com os cabelos arrepiados, com a pele branca e com o corpo magro me despertou a curiosidade. Será? Será que era...
- Bruno? Aquele ali não é o Caio? – a voz do Vítor entrou nos meus ouvidos.
Eles estavam do outro lado da rua e mesmo assim eu consegui ouvir o que o cara falou porque o farol da avenida estava fechado a consecultivamente não havia nenhum barulho de carro.
Mesmo à distância os nossos olhos se cruzaram. Foi como a atração de dois ímãs. Ele me olhou e entreabriu os lábios. Como estava lindo meu Deus do céu... Como estava lindo e perfeito em cima daquela bicicleta..
Um comentário:
Hey Caiô,
Mais uma vez aqui.
Este Murilo é safado mesmo. Ele estava esperando rolar algo mais contigo. Devem.ser mesmo os hormônios. Mas que ele vai mexer na sua história, so sinto isso.
Crise de ciumes??? Agora dos dois lados, já que você sente ciumes do Rodrigo com as peguetes dele, e ele com ciumes dos seus peguetes. Acho fofo este sentimento que vocês tem um com o outro, mas que não fuja disse e se torne possessivo.
Mas a declaração após a balada foi muito fofa. Ele falando que você é o único cara que ele ficaria pois você é importante na vida dele, o único homem que tem significado na vida dele. Tome minhas palavras as suas: QUE LINDUUUUU!!!!!! QUE FOFUUUUU!!! O Rodrigo é mesmo um príncipe encantado, quem não se apaixonaria por ele.
Agora sério, quantas vezes você teve que trocar o chip do celular??? Achei um atitude muito exagerada, mas você estava com raiva. Quando estamos com raiva agimos sem pensar. Mas sério, para evitar isso, saber o que aconteceu e deixar tudo em panos limpos. Sempre temos que ouvir os dois lados da história.
Agora, quem foi que passou o número para o Bruno??? Apenas alguém próximo que talvez não saiba de nada.
Beijus,
Dann Oliver
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