quinta-feira, 2 de abril de 2015

Capítulo 71²

O
 desespero tomou conta de todo o meu corpo.
Em todos os meus quase 22 anos de vida, eu nunca tinha sentido tanto medo como estava sentindo naquele momento.

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Gritar era pouco e não resolvia mais o meu medo. A cada segundo eu estava ficando mais perto do chão e isso só aumentava mais e mais o meu nervosismo.
Notei que o meu namorado estava mais ou menos perto de mim. Eu não estava ouvindo nada, a não ser o barulho do vento cortando as minhas orelhas e o grito que a Janaína soltava desesperadamente.
O vento era tão forte que as minhas pernas foram jogadas pra trás e meus joelhos ficaram flexionados. Eu tentei me mexer no ar, mas não consegui. Eu estava todo travado.


- Me ajuda, Jesus Cristo!!!
Bruno estava delirando. De vez em quando ele também soltava algum grito, mas era de adrenalina. O instrutor estava próximo ao corpo dele e de repente eu vi que este abriu o paraquedas. Era hora de fazer o mesmo.
Puxei a cordinha, mas eu estava tão nervoso, tão nervoso que tive dificuldade para fazer o paraquedas abrir e isso só me deixou mais amedrontado ainda.
- SOCORRO – foi o que eu gritei.
- PUXA A CORDINHA, CAIO! – a voz do Bruno entrou no meu ouvido.

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Eu puxei com um pouco mais de força e em seguida ouvi um “PUFT”. O paraquedas estava enfim aberto.
Eu ainda estava caindo, mas com a velocidade mil vezes mais reduzida. Olhei pra um lado, olhei pro outro e notei que todos estavam sãos e salvos. Todos os paraquedas tinham aberto, sem nenhum problema técnico.
- Obrigado, meu Deus!!!
Pela primeira vez eu resolvi curtir a paisagem. Eu estava vendo toda a cidade do Rio de Janeiro. Estava vendo o Cristo – muito minúsculo –, estava vendo as praias, uma longa extensão do mar, o Pão de Açúcas, o Corcovado, os morros e todo o trânsito da Cidade Maravilhosa. Era uma beleza estonteante.
- ESTÁ TUDO BEM, CAIO? – Bruno estava preocupado comigo.
- VOCÊ ME PAGA!
Ele gargalhou. Eu ainda estava com medo, mas não tanto como antes. A cada segundo, nós ficávamos mais próximos do chão e eu não queria descer tão cedo. Eu queria aproveitar mais a vista, mais o voo, mais aquela sensação deliciosa que eu estava sentindo.
O frio que estava dentro da minha barriga provavelmente deveria ter congelado os meus órgãos, porque a minha respiração estava saindo gélida e eu estava até com dor nos pulmões.
- UHUL – meu namorado gritava, feliz da vida.
Eu deixei o medo de lado e fiquei respirando fundo, até me acalmar totalmente e à partir de então, eu curti pra valar a sensação de liberdade que envolvia o meu corpo.
O mais legal de tudo foi ver a cidade se aproximando aos poucos. As pessoas, que antes pareciam formigas, já estavam parecendo anões e a cada segundo elas ficavam maiores.
E então chegou a hora de cair. Por sorte, deu tudo certo e a gente ia cair na areia de uma das praias da cidade e quando chegou a minha hora, tentei fazer o possível e o impossível para ficar de pé, mas acabei caindo literalmente de bunda no chão.
- UH – gritei quando meu corpo foi de encontro ao chão.
Estava feito. Finalmente eu estava com os pés no chão. Olhei pra um lado, olhei pro outro e avistei a Janaína há metros de distância de mim, caída e com o paraquedas em cima de seu corpo. Será que ela estava bem?
- SAI DAÍ, CAIO!
Olhei pra cima e vi que meu namorado estava literalmente caindo do céu e ele estava vindo na minha direção.
- SAI DAÍ!
- AAAAAAH – tentei levantar e sair correndo, mas foi tarde demais.
Bruno caiu em cima de mim e com isso eu acabei deitando na areia. O paraquedas do Bruno envolveu o nosso corpo e eu fiquei completamente sem ar, porque minha cabeça estava no meio da barriga do Bruno.
- Sai... Daí!!!
- Caio? Caio? Você está bem? – ele ficou todo preocupado, levantou e tirou o paraquedas de cima de nós dois.
- PRECISAVA TER ME EMPURRADO, CACHORRO, SAFADO, SEM VERGONHA – eu levantei e fui pra cima do meu namorado.
- Calma... Calma...
- CALMA NADA! QUERIA ME MATAR? E SE EU TIVESSE MORRIDO? E SE EU TIVESSE MORRIDO??? EU TE MATAVA SE EU TIVESSE MORRIDO, BRUNO SILVA!
- É Duarte, amor – ele riu alto.
- Vocês estão bem? – o instrutor foi até nós dois. Acho que ele foi o único que caiu em pé.
Me livrei das cordas do paraquedas e fui atrás da minha amiga. Ela ainda estava caída no chão e com o paraquedas em cima de seu corpo. Ninguém na praia teve a capacidade de ajudar a coitada da Janaína.
- Socorro? – eu ouvi a voz dela debaixo daquele tecido azul.
- Jana? Você está bem?
Eu ajudei a minha amiga. Ela estava deitada na areia, com os braços, as pernas e a cabeça enroscados nas cordas do paraquedas.
- Calma, eu já vou te ajudar.
- VOCÊ ESTÁ MORTO, INFELIZ!

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Comecei a dar risada. Soltei toda a minha gargalhada que estava presa na minha garganta. Ela estava engraçadíssima!
- Gostou, amor? – ele foi atrás de mim.
- Cala a boca!
Bruno fez bico. Eu não estava com raiva dele, era tudo brincadeira. Mas a Janaína estava com raiva de mim.

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E só foi soltá-la pra ela me puxar pelos cabelos e me jogar no meio da areia.
- VIADO MALDITO! EU TE MATO AGORA FILHO DA PUTA! ESTOU TODA CAGADA AQUI E A CULPA É SUA!
Eu tive um súbito ataque de riso e fiquei totalmente sem forças. A negra virou uma leoa naquele momento.
- SUA PESTE, SEU TRANQUEIRA, VOCÊ NÃO VALE NADA, VOCÊ NÃO VALE A FARINHA QUE COME, EU VOU QUEBRAR ESSA PORRA DESSES DENTES QUE VOCÊ TEM NESSA BOCA NOJENTA, SEU CACHORRO SARNENTO!!! EU QUASE MORRI DO CORAÇÃO, QUASE TIVEUM AVC DE TANTO NERVOSISMO E A CULPA É SUUUUUUUUUUUUA!!!
- Calma, Jana! – o Bruno e o instrutor riam á vontade.
- MAS AGORA VOCÊ ME PAGA! VOCÊ NÃO CONHECE A JANAÍNA SANTOS, MEU FILHO... EU VOU TE MATAR E VAI SER AGORA!
A minha amiga estava pra lá de brava. Ela batia nos meus braços, na lateral do meu corpo, na minha cabeça e eu nem tinha forças pra reagir.
- NÃO BATE NELE, JANAÍNA!
- SAI DAQUI SENÃO VOCÊ LEVA TAMBÉM! ESSE FILHO DE UMA QUENGA DA TERCEIRA IDADE VAI ME PAGAR. ELE VAI ME PEGAR!
Minha amiga segurou nos meus braços, prendeu as minhas pernas no meio das pernas dela, me derrubou no chão e me deixou totalmente imobilizado.
- Agora você vai aprender a não mexer comigo, viado! Como eu to com ódio de você, Caio!!!
- Desculpa... – eu falei, no meio do riso.
- DESCULPA É O CARALHO! TO TODA CAGADA DE MEDO SEU NOJENTO!!!
E a cara que ela fazia era imensamente engraçada. A minha amiga estava branca, branca, branca e toda descabelada. O cabelo dela estava jogado pra cima e cheio de nós e acho que esse foi um dos fatores pra ela tentar me enterrar dentro da areia da praia.
- OLHA MEU CABELO, FILHO DA PUTA! VOCÊ TEM NOÇÃO QUE EU VOU LEVAR 15 DIAS PRA DESEMBARAÇAR ESSA DESGRAÇA? QUE ÓÓÓÓÓÓDIO!!!
Como não conseguiu me enterrar, Janaína se viu obrigada a me amarrar com as cordas do paraquedas dela, que ainda estava aberto.
Ela amarrou meus braços e passou as cordas pelo meu pescoço. Eu não vi mais nada e aos poucos comecei a ficar sem ar.

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- Viado desgraçado, filho de uma puta manca e desdentada, to toda cagada aqui...
- Socorro? – eu tentei respirar fundo. Nesse momento eu não estava mais rindo.
- SOLTA ELE, JANAÍNA! – Bruno esbravejou.
- SUMA DAQUI, OLHOS DE ANIL! SENÃO EU PISO NOS SEUS OVOS!
Ela ficou em cima de mim até o Wellington aparecer. Com toda aquela agitação, eu nem lembrei do meu professor da academia. Onde será que ele tinha caído?
Dei graças a Deus quando Wellington me soltou das garras da Janaína. Eu estava de fato ficando sem ar e já estava um pouco preocupado.
- Coitadinho de você, amor – Bruno ajoelhou ao meu lado e me ajudou a sair de dentro da areia. A Jana quase me sufocou colocando areia no meu rosto e amarrando o negócio no meu pescoço.
- POR QUE VOCÊ NÃO FEZ NADA PRA ME AJUDAR? – eu parti pra cima dele, mas não tive coragem de bater no coitadinho.
- Eu tentei, eu tentei, mas ela não deixou!
- Olha como eu fiquei... Olha o meu cabelo... Eu comi areia...
- Coitadinho... – ele tentou me abraçar, todo preocupado.
- Sai pra lá! To bravo!
- Mas, Caio...
- Sai pra lá!
Saí andando, mas era só pra provocar meu namorado. É claro que eu não estava bravo com ele, era tudo uma brincadeira pra deixá-lo triste.
- Caio...
- Que é?
- Não faz assim...
- A culpa é sua!
- Não é não... Me perdoa...
Meu coração partiu ao meio! Era para eu continuar brincando com ele, mas depois de ouvir esse choramingo eu não consegui continuar com a minha palhaçada.
- VOCÊ É LINDO! – gritei no meio da praia e o abracei. – Eu te amo tanto...
- Caio...
- É brincadeira, mocinho! Eu não to bravo com você, tá? Era só pra zoar a sua cara!
- Sem graça! Eu já ia chorar!
- Ô, que lindo...
Quase beijei meu namorado. Só não fiz isso porque estávamos em um local público e porque eu estava todo sujo de areia. Por culpa da Janaína é claro!
- Se você pensa que isso vai ficar assim você está muito enganado, meu querido – ela simplesmente bateu no meu ombro e me fuzilou com aquela cara medonha.
- Não faz nada com ele não, por favor...
- Não te mete, olhos de bola de gude! O papo aqui é entre eu e esse idiotinha que você chama de namorado!
- Jana... Eu precisava fazer aquilo!
- Precisava é o caralho, tá legal? Eu quase tive um troço e a culpa é sua!!!
- Vai dizer que não gostou?
- Não é da sua conta! Escreve o que eu to te dizendo, menino: você vai me pagar!
- Já não basta ter me enterrado e ter me feito comer areia? Quase morri sufocado com aquele nó que você deu no meu pescoço!
- NÃO! TE MATAR SERIA POUCO! VAI FICAR ME DEVENDO ESSA POR 10 VIDAS DAQUI PRA FRENTE!

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- Misericórdia!
- Espere e verás. Você mexeu com a pessoa errada, garoto!
Eu não sabia até onde ela estava falando sério e até onde ela estava brincando. Em nenhum momento ela deu risada ou mostrou ser uma de suas palhaçadas, mas ao mesmo tempo eu não encontrei seriedade em suas palavras.
- Meu cabelo... Meu cabelinho... – ela ia falando, enquanto a gente tirava a roupa que usamos no salto.
- Você está linda!
- CALA A BOCA! SE EU NÃO CONSEGUIR TIRAR ESSES NÓS VOCÊ VAI PAGAR UM IMPLANTE CAPILAR PRA MIM!
- Exagerada!
- Quase me caguei todinha... Quase me borrei, quase me mijei, quase tive um infarto... Se eu morresse eu ia vir te buscar e ia te mandar direto pro inferno pra você pagar suas contas com o coisa ruim! Bicha má!
- Eu te amo, tá? Me perdoa?
- Nem se você andasse de joelhos de Copacabana até Pequim! Nunca vou perdoar o que você fez, nunca!
Esse nunca da Janaína durou 5 minutos. Quando nós estávamos no shopping para almoçar, eu apareci com uma trufa de prestígio e bastou ela ver o doce para voltar a me tratar normalmente:
- Me dá!
- Só se você me perdoar!
- Eu te perdoo, mas me dá essa trufa!
Eu entreguei.
- Muito obrigada!!! Era o mínimo que você poderia fazer por mim, depois de tudo o que me fez passar hoje.
- Eu te amo, tá bom?
- Hum... Delícia de trufa!
- Como você vale pouco, hein Jana? – Wellington se meteu. – Ele conseguiu te comprar com uma trufa?
- Não se mete. O assunto é entre eu e ele. Fica na tua, senão já viu!
- Eu tenho medo dessa mulher, to fora!!! – o professor saiu andando na frente e ficou conversando com meu namorado.
- Vai, fala a verdade – eu voltei a rir. – Foi legal, não foi?
- Foi! Foi muito legal, mas eu quase tive um troço, de verdade. Era muito alto!
- Eu não poderia deixar você perder essa oportunidade, Jana. De verdade, eu não podia. Por isso que eu te empurrei. Desculpa, de verdade.
- Relaxa. Mas que eu fiquei brava eu fiquei!
- Mas você adorou! E isso é o que importa. Agora, eu é que saí perdendo nessa... Daqui um ano talvez eu consiga tirar essa areia dos meus cabelos.
- Pois eu acho é pouco! Eu deveria... – de repente ela ficou calada e eu percebi que seus olhos brilharam.
- Deveria o quê?
- Não, nada. Deixa quieto...
- Deixa quieto é o escambal! O que você vai aprontar comigo, Janaína?
- Eu? Aprontar? Nada, Caio! Nadinha...
- Nadinha, né? Sei... Sei...
- Não confia em mim, Caiô?
- NÃO!
- Estou preta passada no chocolate. Você não era assim, viu?
- Quem não te conhece que te compre, amiga! Deixa estar. Se você aprontar alguma comigo, você me paga.
- É? Olha a minha cara de preocupada!
Nós quatro almoçamos juntos e depois cada casal seguiu para um canto. Bruno e eu voltamos pro apartamento e já fomos logo postando o vídeo do nosso salto na internet.
- Valeu a pena, não valeu? – ele beijou meu rosto.
- Muito, amor! Eu gostei muito. Quero fazer de novo, vamos?
- Sim!
- Agora deixa eu tomar um banho pra tirar essa areia do cabelo, senão nunca mais sai. Já volto, tá?
- Tudo bem, amor.

No domingo, nós dois não tivemos como aproveitar o dia fora de casa porque estava chovendo, mas de uma hora pra outra o Bruno teve uma ideia louca: ele ia me ensinar a dirigir.
- Eu não sei não... – falei, todo apreensivo.
- A gente fica em uma rua sem movimento daí você só testa algumas coisas! Por favor...
- Tudo bem, tudo bem. Mas você vai ter que me ajudar e muito!
- Claro que eu te ajudo!

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Ele nos levou até uma rua sem saída no Recreio mesmo e por causa da chuva, eu tive a oportunidade de dirigir por alguns minutos. Era a primeira vez que eu colocava as mãos em um volante.
- Pisa no acelerador...
- E se eu bater?
- Você não vai bater!
- Ai, Jesus...
- Calma! Não vai acontecer nada!

- AI JESUS... SOCORRO!!!

- Calma, amor – Bruno se divertiu. – É muito fácil!
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Ficamos brincando por mais de uma hora e em nenhum momento apareceram carros para nos atrapalhar. A chuva ajudou bastante.
- Como eu desligo o motor?
- Assim – ele ensinou.
- Ah!
- Quer estacionar lá no prédio?
- Quero não! Vamos pro cinema?
- Cinema? Adorei... Não tinha pensado nisso!
- Faz tempo que nós não vamos ao cinema...
- É verdade! Então vamos, mas temos que passar em casa pra pegar nossas coisas...
- Já está tudo aqui: carteira, dinheiro, chave do apartamento...
- Você pegou minha carteira também?
- Está aí no porta-luvas!
- Você é incrível, sabia?
- Nem sou! Eu só sou prático.
Nos beijamos e quase rolou sexo ali dentro do carro mesmo, mas nos contivemos.
Bruno dirigiu até um shopping da cidade, nós fomos ao cinema, jantamos e depois resolvemos jogar boliche, com os amigos do Bruno que chegaram ao local quando a gente estava terminando de comer.
- Nós vamos ganhar essa! – falei.
- Pode ter certeza que sim! – meu namorado concordou comigo.
Foi muito divertido. Fazia bastante tempo que eu não jogava boliche e por causa disso, eu me senti um pouco destreinado, mas bastou algumas jogadas para eu me reequilibrar nas partidas e no fim das contas, Bruno e eu acabamos ganhando mesmo.
- Isso foi sorte – Vítor torceu o nariz.
- Não foi sorte, foi pensamento positivo. Eu simplesmente acreditei que ia ganhar e deu certo!
- Querem uma revanche?
- Só se for agora!
Na segunda partida nós ganhamos de novo, mas por uma diferença mínima.
- A gente arrasa ou não arrasa?
- Menos, Caio! Bem menos, quase nada!
- Ele só falou a verdade – Bruno me abraçou e tirou uma foto nossa com o celular que eu dei no dia dos namorados.
- Vocês não se cansam de tirar fotos?
- Não! – nós dois respondemos ao mesmo tempo.
- Essa vai pro Twitter – falei.

NA SEGUNDA-FEIRA

Janaína me tratou normalmente durante todo o dia, como se nada tivesse acontecido no final de semana. Isso me deixou muito feliz.
- Jana?
- Que é?
- Segura minha mochila aqui rapidinho? Eu esqueci de pegar uma coisa no meu armário.
- Claro, amigo! Não tem problema nenhum!
- Já volto.
Eu tinha esquecido um perfume dentro do armário do vestiário da filial. Rapidamente eu peguei o objeto e voltei ao encontro da minha amiga.
- Valeu.
- De nada – ela estava querendo rir.
- Que foi?
- Nada!
- O QUE VOCÊ APRONTOU?
- Eu não aprontei nada!
- Até amanhã, chefa!
- Até amanhã, Bia.
Nós saímos da loja e fomos pra academia e eu não parei de desconfiar da inocência da minha amiga um segundo sequer. Eu sabia que ela tinha aprontado alguma coisa, mas o quê?!

Terminei o banho e coloquei a minha roupa. Eu estava cansado naquela segunda-feira. O movimento da loja não foi fácil naquele começo de semana.
- Vamos? – ela estava arrumada.
- Vamos. Hum... Que cheirosa!
- Obrigada, mas não é pra você!
- Eu falei alguma coisa, sua cavala?
- Deixa eu me despedir do meu amorzinho, já volto.
- Não demora.
Ela foi ao encontro do Well e eu fiquei perto da saída. Fiquei olhando o movimento da loja e de repente comecei a sentir uma coceira insuportável nas minhas partes íntimas.
- Que foi? – ela chegou e me olhou com curiosidade.
- Uma coceira...
- Coceira? Onde?
- Curiosa!
Janaína riu.

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Nós saímos e conforme eu andava, a coceira só aumentava. Não era algo comum, uma coceira típica, era algo anormal e extremamente forte.
- Ai... Que é isso? Será que eu to com alergia?
- Ih, amigo...
Comecei a pular no meio da rua, estava coçando muito... Muito mesmo... E a Janaína só ria, ria e ria.
- Que porra é essa?
- Não... Sei...
- Ei... Isso aqui tem dedo seu, não tem?
- Dedo meu? Não sei do que você está falando!
- Não sabe, né? – fiquei irritado. – O QUE VOCÊ APRONTOU, JANAÍNA?
- EEEEEEEEEEEEEEU? Eu nada, Caiô! Imagina se eu seria capaz de colocar pó de mico na sua cueca...

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