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eu namorado teve um verdadeiro ataque de êxtase quando viu
do que se tratava o meu presente.
- EU NÃO ACREDITO! EU NÃO ACREDITO!

- Calma, menino! Desse jeito você vai ter um treco!
Bruno riu e saiu correndo até onde eu estava. Ele me abraçou e eu caí deitado no sofá. A coitada da gata ficou espremida entre nós dois e quase não conseguiu sair do meu colo. Ela não me arranhou.
- EU TE AMO, EU TE AMO, EU TE AMO, EU TE AMO, EU TE AMO, EU TE AMO, EU TE AMO, EU TE AMO, EU TE AMO, EU TE AMO, EU TE AMO, EU TE AMO! OBRIGADO, OBRIGADO, OBRIGADO, OBRIGADO, OBRIGADO, OBRIGADO, OBRIGADO, OBRIGADO, OBRIGADO, OBRIGADO, OBRIGADO, OBRIGADO, OBRIGADO, OBRIGADO, OBRIGADO, OBRIGADO, OBRIGADO... AAAAAAAAAAAAAAH... NÃO ACREDITO!
- Quer me deixar surdo?

Ele me beijou com uma vontade, com uma felicidade, com um entusiasmo que eu fiquei realizado, só por ver a felicidade do meu namorado.
E então a campainha tocou. Eu afastei o Bruno de leve, ele sentou e ficou rindo e olhando para os ingressos. Eu levantei, abri a porta e vi vários vizinhos parados na frente do meu apartamento.
- Pois não? – eu achei estranho tantas pessoas paradas na frente do nosso apartamento.
- É... Está tudo bem por aqui? – perguntou o síndico.
- Sim! Está tudo ótimo! Por quê?
- É que ouviram um grito e me ligaram para informar. Aconteceu alguma coisa?
- Ah... – eu fiquei morrendo de vergonha. – Não, não! Não se preocupem, está tudo bem.
- E o grito que nós ouvimos? – perguntou uma mulher.

- Foi um grito de felicidade, só isso.
- Tem certeza que está tudo bem? – questionou o síndico.
- ESTÁ TUDO ÓTIMO!!! – Bruno respondeu do sofá. – NÃO SE PREOCUPEM!
- Tudo bem, desculpem o incômodo!
- Eu é que peço desculpas – fiquei todo sem graça. – Prometo que não vai se repetir.
- Não se preocupe! Bom dia!
- Bom dia!
Eles saíram e eu fechei a porta. Me voltei pro Bruno e senti vontade de matá-lo! Ele precisava gritar daquele jeito?
- Por que não foi mais escandaloso?
- DESCULPA, MAS É QUE EU ESTOU MUITO FELIZ!
- Mas não grita mais, tá? Que mico!
- ME PERDOA!
Ele continuava gritando. Acho que ele nem estava notando que estava falando tão alto. Meu namorado me abraçou de novo, me beijou de novo e me agradeceu mais de mil vezes em 5 minutos.
- De nada, amor, de nada! Eu sabia que você iria gostar!
- Você é foda! Por isso me disse que não poderia ir comigo, né?
- Exatamente! Era uma surpresa!
- Eu te amo muito, eu te amo demais, eu te amo pra porra... Você é perfeito! Obrigado... Ai, nem acredito que eu vou ver a Britney!!!

- Nós vamos, amor. Eu faço tudo por você, você sabe disso. Anda, liga pros seus amigos pra contar a novidade.
Ele ligou pra sobrinha e pro Vítor e ficou se gabando do presente que havia ganhado. Ambos iam ao show e o Bruno ficou extremamente chateado por não poder ir. A felicidade dele era notória.
Além disso, o menino fez questão de tirar fotos dos ingressos e postar em suas redes sociais. Ele tinha muitos amigos e eu tinha certeza que as fotos seriam muito comentadas.
- Não acredito que eu vou nesse show! Ai que felicidade!!!
- Que bom que você ficou feliz, meu amor!
- Muito, muito, muito! Eu vou te agradecer pra sempre!
- Não precisa, você já agradeceu!
- Vem aqui, vem meu príncipe?
Eu fui até onde ele estava e ele foi logo tratando de tirar a minha roupa. Eu nunca tinha visto o Bruno feliz daquele jeito e essa felicidade se refletiu até no sexo que nós fizemos.
- Eu preciso gritar de felicidade...

- Cala a boca! – dei risada. – Você já gritou e o povo veio aqui tirar satisfação.
- É que eu fiquei muito feliz quando vi os ingressos! Nem acreditei... É verdade mesmo?
- Claro que é verdade! Você acha mesmo que eu ia deixar passar em branco?
- Você é muito perfeito! Eu te amo muito, te amo demais... Nem consigo ter palavras pra agradecer o presente!
- Você já agradeceu. Agora vem, vamos tomar banho que temos que trabalhar.
- Nossa... Eu nem sei como eu vou me concentrar hoje! É muita felicidade!
Eu fiquei nas nuvens com a reação daquele garoto. Ele ficou realmente muito feliz, feliz ao extremo. Foi incrível como ele reagiu.
- Obrigado pela carona! – falei.
- De nada! Eu deveria ter te trazido no colo, isso sim!
- Bobo!
- Me dá mais um beijo?
Eu atendi ao pedido.
- Obrigado, tá? Muito obrigado mesmo!
- De nada, meu amor! Que bom que gostou!
- Amei! Esse foi o maior presente que eu já recebi na minha vida!
Se eu amava Jorge e Mateus, ele amava mil vezes mais a Britney Spears. Ele era apaixonado por aquela mulher e acho que ele sofreria muito se não fosse no show. Ainda bem que ele estava feliz e ainda bem que minha surpresa deu certo.
Eu saí do carro radiante e entrei no shopping para ir ao trabalho. Quando adentrei no local, percebi uma multidão parada próximo de uma loja. O que teria acontecido?

Ouvi o burburinho das pessoas e pelo visto alguém tinha sofrido um mau súbito e tinha morrido. Fiquei incrédulo e saí quase que correndo até o meu emprego. Eu é que não queria ver nenhum defunto, eu hein?
Bastou andar mais alguns metros para eu ver outra multidão em outra loja, mas daquela vez não era nenhum morto e sim um famoso.
Era o meu xará, o tal do Caio Castro. Eu cheguei a vê-lo, mas não achei nada demais nele. Na verdade, até achei: METIDO. Isso que ele era.
- Ei, é verdade que alguém morreu na entrada do shopping? – Alexia foi ao meu encontro antes mesmo de eu bater o ponto.
- Boa tarde pra você também, Alexia!
- Boa tarde. É verdade?
- Misericórdia! Isso tudo é curiosidade? Pelo visto sim! Tem um povo lá embaixo e é isso que estão dizendo. Se é verdade eu não sei.
- E você não apurou as informações?
- Sou repórter por acaso? Se morreu ou se não morreu o problema não é meu! Ih, rimou!
- Palhaço – ela me bateu. – Nem pra isso você serve.
- Obrigado, viu Alexia? Você também é muito legal. Sabe quem está ali embaixo?
- Quem? O Bruno?
- Não. Meu Bruno está indo pro trabalho. Meu xará Castro está ali, acho que fazendo compras.
- Seu xará Castro? – ela coçou a cabeça. – Como assim? Não entendi.
- Mas é muito lesada mesmo! Meu xará Castro é igual a?
- Seu xará... – ela ficou pensando e depois deu um grito: - CAIO CASTRO?!
- Esse daí mesmo. Não sei o que esse povo vê nesse cara...
Quando eu fui ver a Alexia já não estava mais na minha frente e sim na mesa da Janaína. Eu não sei como ela conseguiu chegar lá tão rápido.
- Pelo amor de Deus, eu preciso sair agora!
- Calma, mulher! – Janaína ficou espantada. – Que pressa é essa? O que está acontecendo?
- Caio Castro está no shopping, Janaína!!! Eu amo o Caio Castro, eu preciso vê-lo agora!!!
- Oi? Caio Castro? Aqui?! Ah, vá! Acredito!!!
- É verdade, amiga – confirmei. – Eu mesmo o vi.
- MENTIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIRA... Alexia do céu, me acompanha que é agora que eu peço ele em casamento.

- Nunquinha! Quem vai pedir sou eu!!!
As duas saíram correndo e me deixaram sozinho. Eu fiquei frustrado. O que as mulheres viam naquele homem metido?!
Fiquei o dia pensando no meu Bruno. Como será que ele estava no emprego novo? Será que já tinha se acostumado com a ideia de ver a sua maior ídola?
- Oi, meu gostoso! – ele atendeu prontamente quando eu liguei.
- Oi, gatão! Você está bem?
- Maravilhosamente bem. Não poderia estar melhor do que estou e a culpa é sua!
- Ah, que bom que está feliz, meu anjinho! Eu liguei só pra dizer que te amo muito!
- Eu também te amo. Cada dia mais!
- Também. Bom trabalho e até mais tarde.
- Até, amor. Obrigado de novo, tá?
- Bobo!

- EU NÃO ACREDITO! EU NÃO ACREDITO!
- Calma, menino! Desse jeito você vai ter um treco!
Bruno riu e saiu correndo até onde eu estava. Ele me abraçou e eu caí deitado no sofá. A coitada da gata ficou espremida entre nós dois e quase não conseguiu sair do meu colo. Ela não me arranhou.
- EU TE AMO, EU TE AMO, EU TE AMO, EU TE AMO, EU TE AMO, EU TE AMO, EU TE AMO, EU TE AMO, EU TE AMO, EU TE AMO, EU TE AMO, EU TE AMO! OBRIGADO, OBRIGADO, OBRIGADO, OBRIGADO, OBRIGADO, OBRIGADO, OBRIGADO, OBRIGADO, OBRIGADO, OBRIGADO, OBRIGADO, OBRIGADO, OBRIGADO, OBRIGADO, OBRIGADO, OBRIGADO, OBRIGADO... AAAAAAAAAAAAAAH... NÃO ACREDITO!
- Quer me deixar surdo?
Ele me beijou com uma vontade, com uma felicidade, com um entusiasmo que eu fiquei realizado, só por ver a felicidade do meu namorado.
E então a campainha tocou. Eu afastei o Bruno de leve, ele sentou e ficou rindo e olhando para os ingressos. Eu levantei, abri a porta e vi vários vizinhos parados na frente do meu apartamento.
- Pois não? – eu achei estranho tantas pessoas paradas na frente do nosso apartamento.
- É... Está tudo bem por aqui? – perguntou o síndico.
- Sim! Está tudo ótimo! Por quê?
- É que ouviram um grito e me ligaram para informar. Aconteceu alguma coisa?
- Ah... – eu fiquei morrendo de vergonha. – Não, não! Não se preocupem, está tudo bem.
- E o grito que nós ouvimos? – perguntou uma mulher.
- Foi um grito de felicidade, só isso.
- Tem certeza que está tudo bem? – questionou o síndico.
- ESTÁ TUDO ÓTIMO!!! – Bruno respondeu do sofá. – NÃO SE PREOCUPEM!
- Tudo bem, desculpem o incômodo!
- Eu é que peço desculpas – fiquei todo sem graça. – Prometo que não vai se repetir.
- Não se preocupe! Bom dia!
- Bom dia!
Eles saíram e eu fechei a porta. Me voltei pro Bruno e senti vontade de matá-lo! Ele precisava gritar daquele jeito?
- Por que não foi mais escandaloso?
- DESCULPA, MAS É QUE EU ESTOU MUITO FELIZ!
- Mas não grita mais, tá? Que mico!
- ME PERDOA!
Ele continuava gritando. Acho que ele nem estava notando que estava falando tão alto. Meu namorado me abraçou de novo, me beijou de novo e me agradeceu mais de mil vezes em 5 minutos.
- De nada, amor, de nada! Eu sabia que você iria gostar!
- Você é foda! Por isso me disse que não poderia ir comigo, né?
- Exatamente! Era uma surpresa!
- Eu te amo muito, eu te amo demais, eu te amo pra porra... Você é perfeito! Obrigado... Ai, nem acredito que eu vou ver a Britney!!!
- Nós vamos, amor. Eu faço tudo por você, você sabe disso. Anda, liga pros seus amigos pra contar a novidade.
Ele ligou pra sobrinha e pro Vítor e ficou se gabando do presente que havia ganhado. Ambos iam ao show e o Bruno ficou extremamente chateado por não poder ir. A felicidade dele era notória.
Além disso, o menino fez questão de tirar fotos dos ingressos e postar em suas redes sociais. Ele tinha muitos amigos e eu tinha certeza que as fotos seriam muito comentadas.
- Não acredito que eu vou nesse show! Ai que felicidade!!!
- Que bom que você ficou feliz, meu amor!
- Muito, muito, muito! Eu vou te agradecer pra sempre!
- Não precisa, você já agradeceu!
- Vem aqui, vem meu príncipe?
Eu fui até onde ele estava e ele foi logo tratando de tirar a minha roupa. Eu nunca tinha visto o Bruno feliz daquele jeito e essa felicidade se refletiu até no sexo que nós fizemos.
- Eu preciso gritar de felicidade...
- Cala a boca! – dei risada. – Você já gritou e o povo veio aqui tirar satisfação.
- É que eu fiquei muito feliz quando vi os ingressos! Nem acreditei... É verdade mesmo?
- Claro que é verdade! Você acha mesmo que eu ia deixar passar em branco?
- Você é muito perfeito! Eu te amo muito, te amo demais... Nem consigo ter palavras pra agradecer o presente!
- Você já agradeceu. Agora vem, vamos tomar banho que temos que trabalhar.
- Nossa... Eu nem sei como eu vou me concentrar hoje! É muita felicidade!
Eu fiquei nas nuvens com a reação daquele garoto. Ele ficou realmente muito feliz, feliz ao extremo. Foi incrível como ele reagiu.
- Obrigado pela carona! – falei.
- De nada! Eu deveria ter te trazido no colo, isso sim!
- Bobo!
- Me dá mais um beijo?
Eu atendi ao pedido.
- Obrigado, tá? Muito obrigado mesmo!
- De nada, meu amor! Que bom que gostou!
- Amei! Esse foi o maior presente que eu já recebi na minha vida!
Se eu amava Jorge e Mateus, ele amava mil vezes mais a Britney Spears. Ele era apaixonado por aquela mulher e acho que ele sofreria muito se não fosse no show. Ainda bem que ele estava feliz e ainda bem que minha surpresa deu certo.
Eu saí do carro radiante e entrei no shopping para ir ao trabalho. Quando adentrei no local, percebi uma multidão parada próximo de uma loja. O que teria acontecido?
Ouvi o burburinho das pessoas e pelo visto alguém tinha sofrido um mau súbito e tinha morrido. Fiquei incrédulo e saí quase que correndo até o meu emprego. Eu é que não queria ver nenhum defunto, eu hein?
Bastou andar mais alguns metros para eu ver outra multidão em outra loja, mas daquela vez não era nenhum morto e sim um famoso.
Era o meu xará, o tal do Caio Castro. Eu cheguei a vê-lo, mas não achei nada demais nele. Na verdade, até achei: METIDO. Isso que ele era.
- Ei, é verdade que alguém morreu na entrada do shopping? – Alexia foi ao meu encontro antes mesmo de eu bater o ponto.
- Boa tarde pra você também, Alexia!
- Boa tarde. É verdade?
- Misericórdia! Isso tudo é curiosidade? Pelo visto sim! Tem um povo lá embaixo e é isso que estão dizendo. Se é verdade eu não sei.
- E você não apurou as informações?
- Sou repórter por acaso? Se morreu ou se não morreu o problema não é meu! Ih, rimou!
- Palhaço – ela me bateu. – Nem pra isso você serve.
- Obrigado, viu Alexia? Você também é muito legal. Sabe quem está ali embaixo?
- Quem? O Bruno?
- Não. Meu Bruno está indo pro trabalho. Meu xará Castro está ali, acho que fazendo compras.
- Seu xará Castro? – ela coçou a cabeça. – Como assim? Não entendi.
- Mas é muito lesada mesmo! Meu xará Castro é igual a?
- Seu xará... – ela ficou pensando e depois deu um grito: - CAIO CASTRO?!
- Esse daí mesmo. Não sei o que esse povo vê nesse cara...
Quando eu fui ver a Alexia já não estava mais na minha frente e sim na mesa da Janaína. Eu não sei como ela conseguiu chegar lá tão rápido.
- Pelo amor de Deus, eu preciso sair agora!
- Calma, mulher! – Janaína ficou espantada. – Que pressa é essa? O que está acontecendo?
- Caio Castro está no shopping, Janaína!!! Eu amo o Caio Castro, eu preciso vê-lo agora!!!
- Oi? Caio Castro? Aqui?! Ah, vá! Acredito!!!
- É verdade, amiga – confirmei. – Eu mesmo o vi.
- MENTIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIRA... Alexia do céu, me acompanha que é agora que eu peço ele em casamento.
- Nunquinha! Quem vai pedir sou eu!!!
As duas saíram correndo e me deixaram sozinho. Eu fiquei frustrado. O que as mulheres viam naquele homem metido?!
Fiquei o dia pensando no meu Bruno. Como será que ele estava no emprego novo? Será que já tinha se acostumado com a ideia de ver a sua maior ídola?
- Oi, meu gostoso! – ele atendeu prontamente quando eu liguei.
- Oi, gatão! Você está bem?
- Maravilhosamente bem. Não poderia estar melhor do que estou e a culpa é sua!
- Ah, que bom que está feliz, meu anjinho! Eu liguei só pra dizer que te amo muito!
- Eu também te amo. Cada dia mais!
- Também. Bom trabalho e até mais tarde.
- Até, amor. Obrigado de novo, tá?
- Bobo!
ALGUNS DIAS DEPOIS...
O meu amor estava tão nervoso, tão ansioso que não conseguiu
dirigir. Eu é que fiquei responsável pelo volante. De todos, eu era o único que
não estava extasiado por ir num show da Britney Spears.
- Entrem, entrem – mandou o meu namorado.
- Oi, Caio – falou a sobrinha do meu namorado.
- Oi, Brit! E aí, ansiosa?
- Nem consegui dormir.
- Eita... Oi, Vítor!
- Oi, Caio. É você que está dirigindo?
- Não, Vítor – eu desdenhei. – É a Teresa Cristina de “Fina Estampa”! Claro que sou eu, idiota! Não está me vendo aqui no volante?
- Grosso!
- Você que é sonso! Podemos ir? – perguntei.
- Claro que sim! Já era pra ter saído! – Bruno estava muito ansioso.
Eu guiei o automóvel do Bruno até o local do show e quando nós chegamos, os três saíram correndo pra fila e me deixaram plantado dentro do carro.
- Me esperem... Seus chatos!
Cacei um lugar pra estacionar e custei a encontrar. Só achei os meninos na fila depois de mais ou menos meia hora.
- Que demora foi essa, amor?
- Eu estava procurando um lugar pra estacionar. Custava me esperar?
- Desculpa, é que a gente precisava vir pra fila senão ficaríamos muito atrás... Me perdoa, tá?
- Tudo bem, não tem problema.

Ainda faltava mais ou menos 8 horas para os portões seram abertos. Eu sabia que eles estavam ansiosos pra ir pro show, mas sinceramente achei que nós saímos cedo demais.
- Tem gente que está na fila há um mês – explicou o meu namorado. – Se eu soubesse que a gente viria, teria dado um jeito de ficar na fila há mais tempo!
- E como ficaria? Tem que trabalhar, tem que estudar...
- O problema foi esse, mas tudo bem! Graças a Deus eu estou aqui e o importante pra mim é ficar no mesmo lugar que ela, ouví-la... Eu estou realizado! Obrigado, tá?
- De nada! – eu o abracei.
Nós não éramos os únicos gays naquela fila. Havia muitos casais masculinos e até femininos por ali. Eu me senti bem à vontade pra beijar o Bruno quando quisesse, só tomei cuidado com a sobrinha dele.
Depois de uma hora eu já estava sentado no chão e com o boné na cabeça. Fazia calor e eu já estava cansado de ficar em pé e ainda faltava muito tempo para o show começar.
Por volta do horário do almoço nós fizemos um rodízio na fila para podermos comer em paz e com tranquilidade. O problema foi o preço que pagamos pela comida.
- Sangue de Jesus tem poder – falei. – Que comida cara é essa?
- Cara mesmo – concordou o meu namorado. – Mas é uma vez na vida e outra na morte. É bom comer fora de vez em quando.
- Isso é verdade!
Nós aproveitamos que estávamos no bar e fomos ao banheiro, porque estávamos apertados. Foi bom tirar a água do joelho.
Voltamos pra fila e à partir daí eles ficaram ansiosos de verdade. Até eu estava ficando na expectativa para o começo daquele show, tamanha a adrenalina que os meninos estavam sentindo.
Lá pelo meio da tarde uma amiga da sobrinha do meu namorado apareceu e ela ficou com a gente. Ainda bem que não teve problema nenhum na fila. As pessoas poderiam reclamar, né?
Quando faltou 5 minutos para os portões serem abertos, as pessoas começaram a gritar e até eu fiquei com vontade de fazer isso. Eu estava sentindo uma sensação esquisita, uma espécie de onda elétrica dentro do meu corpo. A energia da fila estava muito positiva.
Quando abriram os portões nós saímos correndo feito loucos. Bruno, Vítor e as meninas não sossegaram enquanto não chegaram na pista e ficaram se espremendo, tentando ir mais pra frente, tentando chegar mais perto do palco.
- Eu acho que vou chorar – ouvi a amiga da sobrinha do Bruno comentar com a menina.
- Eu também!!!
Eu estava extremamente cansado. As minhas pernas estavam doendo muito e eu daria qualquer coisa para poder me sentar. Pena que isso não foi possível.
Eu nunca vi meu namorado tão feliz em um show. E eu que pensava que ele ficava feliz quando o assunto era Jorge e Mateus...
- Mas eu gosto deles do mesmo jeito que gosto dela, amor!
- Só que nesse show você está muito mais ansioso do que no deles!
- É porque vai ser a primeira vez que vou vê-la. E o Jorge e Mateus eu posso ir sempre que quiser, nela não! Entende?
- É isso é verdade mesmo.
Não tinha nem comparação uma coisa com a outra. Eu não podia julgar o meu Bruno. Se ele era fã dela, eu tinha mais é que respeitar o gosto musical dele. E tem mais, até eu já estava virando fã daquela cantora internacional.
Mas foi quando a Britney entrou no palco que eles piraram de vez. Os meninos gritaram tanto, mas tanto que eu cheguei a pensar que eles ficariam sem voz por dias.
- Minha Nossa Senhora, me socorre! – falei.
Estavam me empurrando pra valer e eu nem tinha como me defender. Bruno estava na minha frente e não parava de cantar, não parava de gritar, não parava de pular. Eu fiquei foi preocupado com meus pertences, isso sim.
-TIRA FOTO, TIRA FOTO – ele me passou a câmera.
Fiquei responsável pelas fotos e fiz o meu melhor. Nós não estávamos muito longe do palco, mas também não estávamos perto. Dava pra ver a cantora direitinho.

- EU TE AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAMO – Vítor se esguelou.
Eu sabia a maioria das músicas, mas não morri de gritar como fazia nos shows de Jorge e Mateus. Eu não era fã dela como era – sou e sempre serei – fã da dupla sertaneja. O meu amor por eles era muito maior do que o meu amor por ela. Essa é que era a verdade.
Mas eu cantei, pulei e me diverti como todos. A energia daquele show realmente estava incrível, estava sublime. Todos estavam na mesma vibração, na mesma conexão. Todos estavam ali por causa de uma mulher linda, que era amada por todos. Até por mim.
Só que o show não foi lá aquelas coisas. Pelo que eu estava percebendo, a cantora estava abusando do playback. Eu não acreditei que paguei os olhos da cara pra ouvir playback, mas... Se o Bruno estava feliz, eu também estava.
O show durou tempo suficiente para eu não sentir mais as minhas pernas e para ficar morrendo de vontade de ir ao banheiro. Eu estava contando os minutos para poder ir embora daquele lugar. E agradeci a Deus quando a cantora finalizou o espetáculo.
As meninas foram as únicas que choraram. Quando eu me dei conta, lá estavam elas com as lágrimas rolando pelo rosto. Isso é que era amor!
- Você está bem? – perguntei.
- Estou – ele falou, mas a voz quase não saiu. Ele estava muito rouco. Só eu que não estava.
- Podemos ir?
- Podemos! Eu nem acredito que eu vi a Britney!
- Viu sim, príncipe! – eu abri um sorriso. – Gostou?
- MUUUUUUUUUUUITO, AMOR! OBRIGADO!
Ele não ia cansar de me agradecer nunca? Eu sorri, peguei a mão do meu amor e nós começamos a sair rumo aos banheiros. Eu precisava fazer xixi.
Vítor foi com a gente. Ele estava tão acabado quanto o meu namorado. Todos nós estávamos na verdade, mas eu não estava rouco. Essa era a diferença.
Quase dei risada quando consegui tirar a água dos joelhos. Eu estava tão apertado que a minha bexiga já estava até começando a doer.
- Ui, que alívio!
- Caio? Vai demorar? – perguntou o Vítor.
- Já vou! Espera aí...
O xixi saiu por mais de dois minutos. Eu estava mesmo bem apertado. Saí e fui lavar as minhas mãos. Os meninos estavam me esperando com a maior cara de felicidade.
Novamente eu fiquei responsável por dirigir. Bruno deixou o carro na minha responsabilidade e isso já estava virando rotina. Eu estava começando a pensar que ele estava abusando de mim.
É claro que antes de mais nada eu deixei os meninos em casa, pra depois voltar pro nosso apartamento. Quando chegamos lá, ele caiu exausto no sofá e eu caí exausto no chão da sala. Já nem sentia mais as minhas pernas.
- Você pode me trazer água? – ele pediu.
- Claro, amor.
Levei água pro Bruno e depois fui pro banho. Quando enfim deitei na minha cama, pude relaxar e agradeci a Deus por ter dado tudo certo. Bruno deitou ao meu lado poucos minutos depois.
- Obrigado por tudo, tá? – ele acariciou meu rosto.
- Não tem que agradecer. Que bom que você gostou.
- Eu amei!
- Anda, descansa. Para de falar pra sua voz voltar. Você está muito rouco!
Bruno me deu um beijo e depois nós fomos dormir, felizes da vida, no entanto, Gertrudes Filomena fez o favor de aparecer na nossa cama e isso fez com que a gente ficasse mais tempo acordados.
- MÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃE!!! – ela miou.
- Que foi? – falei. – Quer dormir com a gente?
- MÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃE!!!

- Vem, sua safada – eu dei risada.
Ela entendeu o recado e se aninhou no meio de nós dois. Foi uma noite tranquila e nós três dormimos sem nenhuma preocupação.
- Entrem, entrem – mandou o meu namorado.
- Oi, Caio – falou a sobrinha do meu namorado.
- Oi, Brit! E aí, ansiosa?
- Nem consegui dormir.
- Eita... Oi, Vítor!
- Oi, Caio. É você que está dirigindo?
- Não, Vítor – eu desdenhei. – É a Teresa Cristina de “Fina Estampa”! Claro que sou eu, idiota! Não está me vendo aqui no volante?
- Grosso!
- Você que é sonso! Podemos ir? – perguntei.
- Claro que sim! Já era pra ter saído! – Bruno estava muito ansioso.
Eu guiei o automóvel do Bruno até o local do show e quando nós chegamos, os três saíram correndo pra fila e me deixaram plantado dentro do carro.
- Me esperem... Seus chatos!
Cacei um lugar pra estacionar e custei a encontrar. Só achei os meninos na fila depois de mais ou menos meia hora.
- Que demora foi essa, amor?
- Eu estava procurando um lugar pra estacionar. Custava me esperar?
- Desculpa, é que a gente precisava vir pra fila senão ficaríamos muito atrás... Me perdoa, tá?
- Tudo bem, não tem problema.
Ainda faltava mais ou menos 8 horas para os portões seram abertos. Eu sabia que eles estavam ansiosos pra ir pro show, mas sinceramente achei que nós saímos cedo demais.
- Tem gente que está na fila há um mês – explicou o meu namorado. – Se eu soubesse que a gente viria, teria dado um jeito de ficar na fila há mais tempo!
- E como ficaria? Tem que trabalhar, tem que estudar...
- O problema foi esse, mas tudo bem! Graças a Deus eu estou aqui e o importante pra mim é ficar no mesmo lugar que ela, ouví-la... Eu estou realizado! Obrigado, tá?
- De nada! – eu o abracei.
Nós não éramos os únicos gays naquela fila. Havia muitos casais masculinos e até femininos por ali. Eu me senti bem à vontade pra beijar o Bruno quando quisesse, só tomei cuidado com a sobrinha dele.
Depois de uma hora eu já estava sentado no chão e com o boné na cabeça. Fazia calor e eu já estava cansado de ficar em pé e ainda faltava muito tempo para o show começar.
Por volta do horário do almoço nós fizemos um rodízio na fila para podermos comer em paz e com tranquilidade. O problema foi o preço que pagamos pela comida.
- Sangue de Jesus tem poder – falei. – Que comida cara é essa?
- Cara mesmo – concordou o meu namorado. – Mas é uma vez na vida e outra na morte. É bom comer fora de vez em quando.
- Isso é verdade!
Nós aproveitamos que estávamos no bar e fomos ao banheiro, porque estávamos apertados. Foi bom tirar a água do joelho.
Voltamos pra fila e à partir daí eles ficaram ansiosos de verdade. Até eu estava ficando na expectativa para o começo daquele show, tamanha a adrenalina que os meninos estavam sentindo.
Lá pelo meio da tarde uma amiga da sobrinha do meu namorado apareceu e ela ficou com a gente. Ainda bem que não teve problema nenhum na fila. As pessoas poderiam reclamar, né?
Quando faltou 5 minutos para os portões serem abertos, as pessoas começaram a gritar e até eu fiquei com vontade de fazer isso. Eu estava sentindo uma sensação esquisita, uma espécie de onda elétrica dentro do meu corpo. A energia da fila estava muito positiva.
Quando abriram os portões nós saímos correndo feito loucos. Bruno, Vítor e as meninas não sossegaram enquanto não chegaram na pista e ficaram se espremendo, tentando ir mais pra frente, tentando chegar mais perto do palco.
- Eu acho que vou chorar – ouvi a amiga da sobrinha do Bruno comentar com a menina.
- Eu também!!!
Eu estava extremamente cansado. As minhas pernas estavam doendo muito e eu daria qualquer coisa para poder me sentar. Pena que isso não foi possível.
Eu nunca vi meu namorado tão feliz em um show. E eu que pensava que ele ficava feliz quando o assunto era Jorge e Mateus...
- Mas eu gosto deles do mesmo jeito que gosto dela, amor!
- Só que nesse show você está muito mais ansioso do que no deles!
- É porque vai ser a primeira vez que vou vê-la. E o Jorge e Mateus eu posso ir sempre que quiser, nela não! Entende?
- É isso é verdade mesmo.
Não tinha nem comparação uma coisa com a outra. Eu não podia julgar o meu Bruno. Se ele era fã dela, eu tinha mais é que respeitar o gosto musical dele. E tem mais, até eu já estava virando fã daquela cantora internacional.
Mas foi quando a Britney entrou no palco que eles piraram de vez. Os meninos gritaram tanto, mas tanto que eu cheguei a pensar que eles ficariam sem voz por dias.
- Minha Nossa Senhora, me socorre! – falei.
Estavam me empurrando pra valer e eu nem tinha como me defender. Bruno estava na minha frente e não parava de cantar, não parava de gritar, não parava de pular. Eu fiquei foi preocupado com meus pertences, isso sim.
-TIRA FOTO, TIRA FOTO – ele me passou a câmera.
Fiquei responsável pelas fotos e fiz o meu melhor. Nós não estávamos muito longe do palco, mas também não estávamos perto. Dava pra ver a cantora direitinho.
- EU TE AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAMO – Vítor se esguelou.
Eu sabia a maioria das músicas, mas não morri de gritar como fazia nos shows de Jorge e Mateus. Eu não era fã dela como era – sou e sempre serei – fã da dupla sertaneja. O meu amor por eles era muito maior do que o meu amor por ela. Essa é que era a verdade.
Mas eu cantei, pulei e me diverti como todos. A energia daquele show realmente estava incrível, estava sublime. Todos estavam na mesma vibração, na mesma conexão. Todos estavam ali por causa de uma mulher linda, que era amada por todos. Até por mim.
Só que o show não foi lá aquelas coisas. Pelo que eu estava percebendo, a cantora estava abusando do playback. Eu não acreditei que paguei os olhos da cara pra ouvir playback, mas... Se o Bruno estava feliz, eu também estava.
O show durou tempo suficiente para eu não sentir mais as minhas pernas e para ficar morrendo de vontade de ir ao banheiro. Eu estava contando os minutos para poder ir embora daquele lugar. E agradeci a Deus quando a cantora finalizou o espetáculo.
As meninas foram as únicas que choraram. Quando eu me dei conta, lá estavam elas com as lágrimas rolando pelo rosto. Isso é que era amor!
- Você está bem? – perguntei.
- Estou – ele falou, mas a voz quase não saiu. Ele estava muito rouco. Só eu que não estava.
- Podemos ir?
- Podemos! Eu nem acredito que eu vi a Britney!
- Viu sim, príncipe! – eu abri um sorriso. – Gostou?
- MUUUUUUUUUUUITO, AMOR! OBRIGADO!
Ele não ia cansar de me agradecer nunca? Eu sorri, peguei a mão do meu amor e nós começamos a sair rumo aos banheiros. Eu precisava fazer xixi.
Vítor foi com a gente. Ele estava tão acabado quanto o meu namorado. Todos nós estávamos na verdade, mas eu não estava rouco. Essa era a diferença.
Quase dei risada quando consegui tirar a água dos joelhos. Eu estava tão apertado que a minha bexiga já estava até começando a doer.
- Ui, que alívio!
- Caio? Vai demorar? – perguntou o Vítor.
- Já vou! Espera aí...
O xixi saiu por mais de dois minutos. Eu estava mesmo bem apertado. Saí e fui lavar as minhas mãos. Os meninos estavam me esperando com a maior cara de felicidade.
Novamente eu fiquei responsável por dirigir. Bruno deixou o carro na minha responsabilidade e isso já estava virando rotina. Eu estava começando a pensar que ele estava abusando de mim.
É claro que antes de mais nada eu deixei os meninos em casa, pra depois voltar pro nosso apartamento. Quando chegamos lá, ele caiu exausto no sofá e eu caí exausto no chão da sala. Já nem sentia mais as minhas pernas.
- Você pode me trazer água? – ele pediu.
- Claro, amor.
Levei água pro Bruno e depois fui pro banho. Quando enfim deitei na minha cama, pude relaxar e agradeci a Deus por ter dado tudo certo. Bruno deitou ao meu lado poucos minutos depois.
- Obrigado por tudo, tá? – ele acariciou meu rosto.
- Não tem que agradecer. Que bom que você gostou.
- Eu amei!
- Anda, descansa. Para de falar pra sua voz voltar. Você está muito rouco!
Bruno me deu um beijo e depois nós fomos dormir, felizes da vida, no entanto, Gertrudes Filomena fez o favor de aparecer na nossa cama e isso fez com que a gente ficasse mais tempo acordados.
- MÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃE!!! – ela miou.
- Que foi? – falei. – Quer dormir com a gente?
- MÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃE!!!
- Vem, sua safada – eu dei risada.
Ela entendeu o recado e se aninhou no meio de nós dois. Foi uma noite tranquila e nós três dormimos sem nenhuma preocupação.
A minha pós-graduação estava enfim chegando ao fim e por
causa disso, eu estava mais cheio de coisas pra fazer do que nunca.
O mesmo acontecia com o meu Bruno. Ele estava chegando ao fim do 4º semestre e por causa disso, também tinha muito o que fazer.
- Falta pouco agora – eu o incentivei.
- Só mais alguns dias, só mais 4 semestres!
- Não, não! São 6 semestres!
- Fala isso de novo e eu faço greve de sexo!
Bruno sempre diminuía o tempo do curso. Ele falava que assim se sentia mais próximo ao fim. Era compreensível.
Como todo final de semestre, ele passava boa parte do tempo estudando e o mesmo estava acontecendo comigo, mas o diferente daquele semestre foi que nós não paramos de namorar por causa dos estudos.
E acho que isso foi o diferencial para a gente conseguir se concentrar mais nos nossos estudos. Relaxados como estávamos, Bruno e eu conseguimos fazer as coisas com mais perfeição e eu fiz um excelente trabalho para apresentar para os professores.
Na contramão da correria da faculdade, eu tive que encontrar tempo para fazer meu tratamento ortodôntico. 2.012 ia chegar e eu não queria ficar com o sorriso torto no ano novo, né? Por causa disso, apertei meus horário e achei um tempinho para fazer o molde do meu aparelho:
- Eu vou colocar essa massinha na sua boca, você morde normalmente está bem? – perguntou a moça da clínica.
- Combinado.
Era uma massa com gosto de morango, mas que me deixou com vontade de vomitar porque ela foi parar lá na garganta.
- Caraca, quase vomitei!
- É normal, é normal. Você está bem?
- Estou!
- Ficará pronto amanhã.
- Tudo bem. Eu vou pedir para alguém vir retirar, porque não terei tempo.
- Sem problema.
Eu só não sabia dizer quem faria aquele favor. Bruno era tão ou mais ocupado que eu, Rodrigo então nem se fala... Só se fosse a Janaína!
- Eu? E por que eu faria isso pra você?
- Porque você é linda, amor da minha vida! E não me negaria esse favor, negaria?
- Depende do que eu for ganhar em troca.
- Um chocolate inteirinho pra você!
- Um chocolate? Só? Nem pensar!
- Dois?
- Duas barras inteiras.
- Fechado!
Lembrei da chantagem que ela fez no meu aniversário do ano anterior.
- Então eu vou, mas é pelos chocolates. Que fique claro.
- Obrigado, minha vida! Eu sabia que poderia contar com você! Você é linda!
- Eu sei, né Caiô? Eu me olho no espelho pelo menos 15 vezes ao dia. Como está meu cabelo por falar nisso?
- Lindo, como sempre.
- Obrigada! É por isso que eu gosto de você.
Era meados de novembro e eu ainda não tinha sido promovido. Ainda naquela semana a Eduarda me chamou para conversar a respeito desse assunto.
- Eu sei que você deve estar desacreditado, mas acredite: você vai para uma de minhas lojas.
- Acontece que isso já vem se arrastando desde janeiro, Duda. Já está chegando janeiro de novo e até agora nada.
- Calma, Caio! Você confia ou não confia em mim?
- Confio até demais, por isso eu não estou no seu pé.
- Então não desconfie de nada e acredite que seu momento vai chegar. Provavelmente em janeiro eu farei a limpa em algumas lojas e colocarei você em uma delas, com certeza. Eu prometo!
- Janeiro? Então em janeiro eu não vou cobrir as férias dos meninos não, né?
- Por enquanto ainda não tem nada decidido, mas se eu não conseguir te efetivar, claro que você ficará no lugar deles.
- Ai, Pai! Me ajuda aí...
- Relaxa. Enquanto não rola, você continua amadurecendo e isso é ótimo. Vai rolar, eu te prometo!
A promoção naquele momento não era a minha prioridade. O que eu queria mesmo era terminar a minha pós e sossegar a minha cabeça. Trabalhar, estudar e fazer academia não é pra todo mundo.
Meu namorado foi se livrando da faculdade pouco a pouco. De dois em dois dias, de três em três ele estava fazendo uma prova e bem aos pouquinhos ele foi conquistando as férias.
Foi na última semana de novembro que a Dona Elvira foi me visitar. Ela queria porque queria acompanhar a minha pós-graduação e é claro que eu não ia deixar a minha segunda mãe de fora.
- Mas você está cada dia mais lindo!

- Olha quem fala! A senhora a cada dia que passa fica mais jovem!
- Não precisa mentir, Caio! Quem me dera fosse assim.
- Mas é verdade!!!
Fui buscá-la no aeroporto com o carro do Bruno e ela ficou admirada com a maneira como eu estava dirigindo.
- Você está evoluindo tanto, Caio! Dá até gosto!
- É... Eu estou crescendo, amadurecendo! O tempo está passando tão rápido, Dona Elvira!
- É verdade. Já fazem 2 anos que você se formou na faculdade!
- É verdade... Quem diria que eu já estou terminando a minha pós?
- Pois é! Eu estou orgulhosa de você.
Até aquele momento eu ainda não tinha conseguido visitá-la, mas já estava tudo combinado para o Bruno e eu irmos ainda no mês de dezembro. A gente ficaria em Minas só um final de semana.
A mulher conheceu meu apartamento e ficou encantada com o local, mas ela se apaixonou de verdade foi pelos meus filhos.
- Dá ela pra mim? Ela é linda demais!
- Ela é uma princesa, mas não dou não. É nossa e nós não abrimos mão. Quem sabe um dia quando ela me der netinhos...
- Netos? Ah, pelo amor de Deus, Caio! Eu é que tenho idade pra ser avó, não você!
- Mas ela é sua neta, Dona Elvira!
- Olha... Nem tinha pensado nisso!!! É verdade... Mais um motivo pra você doá-la pra mim!
- Não! – sorri. – Posso te dar um bisnetinho, mas ela não, né filha?
- MÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃE!!!
- Misericórdia celestial! Ela te chamou de mãe?
- Ela é meia lesadinha, sabe Dona Elvira? Não sabe me chamar de pai, só me chama de mãe. Ela só fala “mãe” e “não”.
- Santíssimo Jesus Cristo! Essa pra mim é novidade.
- Ela é uma linda. Minha lady!!!
- Só não gostei do nome. Gertrudes é feio pra coitada. Ela deveria se chamar Branquela.
- Foi o Bruno. Brigue com ele, não comigo.
Minha segunda mãe ficou novamente hospedada na casa de uma amiga. Daquela vez ela ficou mais tempo e só voltou para Minas depois de duas semanas.
No mesmo dia em que o Bruno se livrou da faculdade, eu me livrei da pós-graduação e isso foi motivos para uma dupla comemoração.
E é claro que meus amigos marcaram presença na minha pós. Vinícius, Bruna, Fabrício e Rodrigo estiveram presente nesse momento da minha vida. E é claro, a Dona Elvira e o Bruno também.
Depois que tudo foi finalizado, eu fui ao encontro deles, feliz da vida e me sentindo com uma tonelada a menos nas costas.
- PARABÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉNS – Bruno me agarrou e me tascou um beijo estalado e demorado no rosto. – QUE ORGULHO DE VOCÊ!!!
- Obrigado, amor!

- Você está tão lindo, tão lindo, tão lindo!!! Que orgulho, que felicidade! Parabéns, meu anjo! Parabéns!
- Pra nós. Pra nós! Pra você só faltam mais 3 anos. Já está na metade da caminhada.
- Graças a Deus! Não vejo a hora.
- Eu sei, amor! Eu sei!
Depois foi a vez da Dona Elvira. Ela me abraçou, me beijou, me cheirou, me felicitou, se emocionou e quase não me largou mais. Eu chorei junto dela, lembrando de todo o sofrimento que eu tive na época em que trabalhei com ela.
- Obrigado por ter vindo! Eu te amo muito!
- Também te amo, meu filho!
Rodrigo, Fabrício, Vinícius e Bruna me agarraram ao mesmo tempo. Foi um abraço coletivo e eu me senti mais uma vez no meio de um sanduíche.
- Obrigado, povo! Vocês são foda.
- Você merece! – Digão também me deu um beijo no rosto, no mesmo lugar que o Bruno me beijou.
- Você beijou o mesmo lugar que o Bruno beijou – falei.
- EEEEEEEEEEEEEEEECA QUE NOOOOOOOOOOJO!!! – Rodrigo fez uma cara de nojo linda e ficou limpando os lábios na camisa.
- Idiota! – Bruno bufou.
- Vou ter que lavar a boca com água sanitária...
- Como esse Rodrigo é engraçado – Dona Elvira ficou rindo sozinha.
Nós saímos para jantar e fomos inclusive na mesma churrascaria onde o Rodrigo comemorou a finalização de sua pós. Ele iria finalizar o mestrado dentro de alguns dias. Eu fiquei chateado pelos pais dele não terem ido acompanhar a minha pós.
O churrasco estava delicioso e eu comi até não aguentar mais. Eu quase saí de lá carregado, de tanto que comi.
- Acho que vou passar mal – falei.
- Você está bem? – Bruno já foi logo perguntando.
- Sim! Só estou com a barriga pesada.
- Também... Você comeu uma vaca sozinho! – Rodrigo brincou comigo.
- Se eu comi uma vaca, você comeu um elefante. Palhaço!!!
- Esses dois se amam até o último – Vinícius riu.
- Pior que nos amamos mesmo – falei.
Depois da churrascaria, nós levamos a Dona Elvira pra casa e depois fomos beber em um barzinho. Ficamos lá até o dia clarear. Naquele dia o Nícolas ficou na casa dos avós, no interior.
O mesmo acontecia com o meu Bruno. Ele estava chegando ao fim do 4º semestre e por causa disso, também tinha muito o que fazer.
- Falta pouco agora – eu o incentivei.
- Só mais alguns dias, só mais 4 semestres!
- Não, não! São 6 semestres!
- Fala isso de novo e eu faço greve de sexo!
Bruno sempre diminuía o tempo do curso. Ele falava que assim se sentia mais próximo ao fim. Era compreensível.
Como todo final de semestre, ele passava boa parte do tempo estudando e o mesmo estava acontecendo comigo, mas o diferente daquele semestre foi que nós não paramos de namorar por causa dos estudos.
E acho que isso foi o diferencial para a gente conseguir se concentrar mais nos nossos estudos. Relaxados como estávamos, Bruno e eu conseguimos fazer as coisas com mais perfeição e eu fiz um excelente trabalho para apresentar para os professores.
Na contramão da correria da faculdade, eu tive que encontrar tempo para fazer meu tratamento ortodôntico. 2.012 ia chegar e eu não queria ficar com o sorriso torto no ano novo, né? Por causa disso, apertei meus horário e achei um tempinho para fazer o molde do meu aparelho:
- Eu vou colocar essa massinha na sua boca, você morde normalmente está bem? – perguntou a moça da clínica.
- Combinado.
Era uma massa com gosto de morango, mas que me deixou com vontade de vomitar porque ela foi parar lá na garganta.
- Caraca, quase vomitei!
- É normal, é normal. Você está bem?
- Estou!
- Ficará pronto amanhã.
- Tudo bem. Eu vou pedir para alguém vir retirar, porque não terei tempo.
- Sem problema.
Eu só não sabia dizer quem faria aquele favor. Bruno era tão ou mais ocupado que eu, Rodrigo então nem se fala... Só se fosse a Janaína!
- Eu? E por que eu faria isso pra você?
- Porque você é linda, amor da minha vida! E não me negaria esse favor, negaria?
- Depende do que eu for ganhar em troca.
- Um chocolate inteirinho pra você!
- Um chocolate? Só? Nem pensar!
- Dois?
- Duas barras inteiras.
- Fechado!
Lembrei da chantagem que ela fez no meu aniversário do ano anterior.
- Então eu vou, mas é pelos chocolates. Que fique claro.
- Obrigado, minha vida! Eu sabia que poderia contar com você! Você é linda!
- Eu sei, né Caiô? Eu me olho no espelho pelo menos 15 vezes ao dia. Como está meu cabelo por falar nisso?
- Lindo, como sempre.
- Obrigada! É por isso que eu gosto de você.
Era meados de novembro e eu ainda não tinha sido promovido. Ainda naquela semana a Eduarda me chamou para conversar a respeito desse assunto.
- Eu sei que você deve estar desacreditado, mas acredite: você vai para uma de minhas lojas.
- Acontece que isso já vem se arrastando desde janeiro, Duda. Já está chegando janeiro de novo e até agora nada.
- Calma, Caio! Você confia ou não confia em mim?
- Confio até demais, por isso eu não estou no seu pé.
- Então não desconfie de nada e acredite que seu momento vai chegar. Provavelmente em janeiro eu farei a limpa em algumas lojas e colocarei você em uma delas, com certeza. Eu prometo!
- Janeiro? Então em janeiro eu não vou cobrir as férias dos meninos não, né?
- Por enquanto ainda não tem nada decidido, mas se eu não conseguir te efetivar, claro que você ficará no lugar deles.
- Ai, Pai! Me ajuda aí...
- Relaxa. Enquanto não rola, você continua amadurecendo e isso é ótimo. Vai rolar, eu te prometo!
A promoção naquele momento não era a minha prioridade. O que eu queria mesmo era terminar a minha pós e sossegar a minha cabeça. Trabalhar, estudar e fazer academia não é pra todo mundo.
Meu namorado foi se livrando da faculdade pouco a pouco. De dois em dois dias, de três em três ele estava fazendo uma prova e bem aos pouquinhos ele foi conquistando as férias.
Foi na última semana de novembro que a Dona Elvira foi me visitar. Ela queria porque queria acompanhar a minha pós-graduação e é claro que eu não ia deixar a minha segunda mãe de fora.
- Mas você está cada dia mais lindo!
- Olha quem fala! A senhora a cada dia que passa fica mais jovem!
- Não precisa mentir, Caio! Quem me dera fosse assim.
- Mas é verdade!!!
Fui buscá-la no aeroporto com o carro do Bruno e ela ficou admirada com a maneira como eu estava dirigindo.
- Você está evoluindo tanto, Caio! Dá até gosto!
- É... Eu estou crescendo, amadurecendo! O tempo está passando tão rápido, Dona Elvira!
- É verdade. Já fazem 2 anos que você se formou na faculdade!
- É verdade... Quem diria que eu já estou terminando a minha pós?
- Pois é! Eu estou orgulhosa de você.
Até aquele momento eu ainda não tinha conseguido visitá-la, mas já estava tudo combinado para o Bruno e eu irmos ainda no mês de dezembro. A gente ficaria em Minas só um final de semana.
A mulher conheceu meu apartamento e ficou encantada com o local, mas ela se apaixonou de verdade foi pelos meus filhos.
- Dá ela pra mim? Ela é linda demais!
- Ela é uma princesa, mas não dou não. É nossa e nós não abrimos mão. Quem sabe um dia quando ela me der netinhos...
- Netos? Ah, pelo amor de Deus, Caio! Eu é que tenho idade pra ser avó, não você!
- Mas ela é sua neta, Dona Elvira!
- Olha... Nem tinha pensado nisso!!! É verdade... Mais um motivo pra você doá-la pra mim!
- Não! – sorri. – Posso te dar um bisnetinho, mas ela não, né filha?
- MÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃE!!!
- Misericórdia celestial! Ela te chamou de mãe?
- Ela é meia lesadinha, sabe Dona Elvira? Não sabe me chamar de pai, só me chama de mãe. Ela só fala “mãe” e “não”.
- Santíssimo Jesus Cristo! Essa pra mim é novidade.
- Ela é uma linda. Minha lady!!!
- Só não gostei do nome. Gertrudes é feio pra coitada. Ela deveria se chamar Branquela.
- Foi o Bruno. Brigue com ele, não comigo.
Minha segunda mãe ficou novamente hospedada na casa de uma amiga. Daquela vez ela ficou mais tempo e só voltou para Minas depois de duas semanas.
No mesmo dia em que o Bruno se livrou da faculdade, eu me livrei da pós-graduação e isso foi motivos para uma dupla comemoração.
E é claro que meus amigos marcaram presença na minha pós. Vinícius, Bruna, Fabrício e Rodrigo estiveram presente nesse momento da minha vida. E é claro, a Dona Elvira e o Bruno também.
Depois que tudo foi finalizado, eu fui ao encontro deles, feliz da vida e me sentindo com uma tonelada a menos nas costas.
- PARABÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉNS – Bruno me agarrou e me tascou um beijo estalado e demorado no rosto. – QUE ORGULHO DE VOCÊ!!!
- Obrigado, amor!
- Você está tão lindo, tão lindo, tão lindo!!! Que orgulho, que felicidade! Parabéns, meu anjo! Parabéns!
- Pra nós. Pra nós! Pra você só faltam mais 3 anos. Já está na metade da caminhada.
- Graças a Deus! Não vejo a hora.
- Eu sei, amor! Eu sei!
Depois foi a vez da Dona Elvira. Ela me abraçou, me beijou, me cheirou, me felicitou, se emocionou e quase não me largou mais. Eu chorei junto dela, lembrando de todo o sofrimento que eu tive na época em que trabalhei com ela.
- Obrigado por ter vindo! Eu te amo muito!
- Também te amo, meu filho!
Rodrigo, Fabrício, Vinícius e Bruna me agarraram ao mesmo tempo. Foi um abraço coletivo e eu me senti mais uma vez no meio de um sanduíche.
- Obrigado, povo! Vocês são foda.
- Você merece! – Digão também me deu um beijo no rosto, no mesmo lugar que o Bruno me beijou.
- Você beijou o mesmo lugar que o Bruno beijou – falei.
- EEEEEEEEEEEEEEEECA QUE NOOOOOOOOOOJO!!! – Rodrigo fez uma cara de nojo linda e ficou limpando os lábios na camisa.
- Idiota! – Bruno bufou.
- Vou ter que lavar a boca com água sanitária...
- Como esse Rodrigo é engraçado – Dona Elvira ficou rindo sozinha.
Nós saímos para jantar e fomos inclusive na mesma churrascaria onde o Rodrigo comemorou a finalização de sua pós. Ele iria finalizar o mestrado dentro de alguns dias. Eu fiquei chateado pelos pais dele não terem ido acompanhar a minha pós.
O churrasco estava delicioso e eu comi até não aguentar mais. Eu quase saí de lá carregado, de tanto que comi.
- Acho que vou passar mal – falei.
- Você está bem? – Bruno já foi logo perguntando.
- Sim! Só estou com a barriga pesada.
- Também... Você comeu uma vaca sozinho! – Rodrigo brincou comigo.
- Se eu comi uma vaca, você comeu um elefante. Palhaço!!!
- Esses dois se amam até o último – Vinícius riu.
- Pior que nos amamos mesmo – falei.
Depois da churrascaria, nós levamos a Dona Elvira pra casa e depois fomos beber em um barzinho. Ficamos lá até o dia clarear. Naquele dia o Nícolas ficou na casa dos avós, no interior.
No prazo de uma
semana houve a minha pós, a pós do Vini, a pós do Fabrício e o mestrado do
Rodrigo. Por causa de tantos eventos, nós resolvemos comemorar pra valer todas
aquelas conquistas, quando todos já estávamos com nossos diplomas.
No dia do mestrado do Digow, eu juro que pensei que a Dona Inês ia ter um treco. Ela chorou muito, muito mesmo. E o pai dele não ficou atrás.
- Não chora, pai! Não chora, mãe!
- Você está tão lindo! Tão lindo!!!
- Está mesmo, filho! Eu estou muito orgulhoso de você, filho!
- Obrigado, pai! Obrigado, mãe!
Eu dei um abraço tão forte no Rodrigo que pensei que os ossos dele fossem quebrar.
- Obrigado por se fazer presente na minha vida!
- Eu estou tão orgulhoso de você, Digow!
- E eu de você!
- Deus abençoe essa nova etapa da sua vida, amigo!
- Que Ele abençoe a todos nós!
Foi uma semana maravilhosa, cheia de realizações para mim, meu namorado e meus amigos. A nossa comemoração foi repleta de felicidade, por todos os lados.
- Me perdoe mesmo não poder ter vindo pra sua pós, Caio – Dona Inês se desculpou pela milésima vez.
- Não tem que se desculpar, está tudo bem! Eu entendo, não se preocupe!
- Quero que saiba que eu estou muito orgulhosa de você, de verdade!
- Obrigado, Dona Inês! Muito obrigado por tudo!
- Seja muito feliz nessa nova etapa e eu estou esperando o senhor lá no Paraná! Chega de desculpas!
É eu não ia mais dar desculpas. Da mesma forma que eu ia visitar Dona Elvira, eu também ia visitar Dona Inês. Elas gostavam muito de mim e eu deveria agradecê-las mais por causa disso. Eu iria sim visitar as duas.
Como já tinha terminado os estudos daquele ano e estava mais tranquilo, finalmente consegui dar início ao meu tratamento ortodôntico com a Dra. Patrícia. Foi em um dia de terça-feira pela manhã que eu realizei a primeira consulta:
- Eu vou colocar esses elásticos para os seus dentes serem separados para a gente colocar as bandas e já te antecipo que vai doer bastante.

- Ai, Jesus! Que droga...
- Mas logo passa. Prometo.
A mulher colocou os elásticos e me liberou. A consulta não durou nem 10 minutos.
- Você volta daqui uma semana. Não tire os elásticos por nada.
- Tudo bem! Obrigado, Patty!
- Por nada, Caio! Até terça!
- Até!!!
- E aí? – é claro que o Bruno estava comigo naquele momento.
- Coloquei os alargadores.
- Dizem que dói, né? – ele fez carinha de triste.
- A médica disse que sim. Eu volto daqui uma semana...
- Ah, tá! E se doer?
- Vou ter que aguentar. Ela falou que eu não posso tirar por nada.
- Ô, meu Deus! Se eu pudesse passar por isso por você...
- Não se preocupe, eu vou dar conta.
Fui pra academia, fui pro trabalho e não senti nada durante todo o dia. Mas comecei a sentir já naquela noite.
- E aí, está tudo bem?
- Sim, mas eu já estou ficando com agonia nos dentes.
A minha vontade era de apertar, apertar, apertar e apertar meus dentes, mas eu já não conseguia. A dentição já estava ficando muito sensível.
E eu entendi direitinho o que o povo quis dizer com relação a dor na manhã da quarta-feira. Eu acordei, apertei os dentes e dei um grito de tanta dor que senti.
- O QUE FOI? O QUE FOI? O QUE VOCÊ TEM? – Bruno acordou todo assustado.
- Ai que dor de dente... Que dor de dente... Socorro...
Doeu MUITO, MUITO MESMO! Meus olhos até lacrimejaram. Naquele dia eu não consegui tomar café, não consegui almoçar, não consegui jantar e vivi a base de líquidos.
- Vamos ao médico... – ele estava quase chorando.
- Não adianta! Eu não vou poder tirar!
- Então toma mais um remédio, por favor...
- Eu tomei remédio tem meia hora, amor! Não posso ficar tomando remédio toda hora...
- Como eu queria poder fazer alguma coisa...
- Mas você pode! Me abraça?
Ele me abraçou e me mimou ao extremo durante aquela semana em que fiquei com as borrachinhas no meio dos dentes. Foi uma semana complicada, mas graças a Deus a dor só durou uns 3, 4 dias.
Naquele final de semana nós cumprimos a promessa e fomos visitar a Dona Elvira em Minas. Ela estava morando em uma casa nova em BH, ela tinha mudado há pouquíssimo tempo.

- Sua casa é muito linda, Dona Elvira! Muito linda!
- Obrigada, querido! Estou muito feliz por vocês terem vindo. Finalmente, hein?
- Pois é! Finalmente nós tivemos um tempo.
- Vamos almoçar?
- Só não vou poder comer muito por causa dos meus alargadores. Ainda dói um pouquinho.
- Eita diacho! – a mulher ficou brava. – Só porquê eu fiz uma comidinha especial pra vocês?
E que comidinha! Ela fez carne assada, pirão, macarronada, farofa, maionese, salada, arroz, feijão... Eu fiquei louco com tanta comida e dei um sermão imenso na Dona Elvira:
- Não precisava de tudo isso, Dona Elvira! Vai acabar estragando tanta comida!
- Precisava sim! Até parece que eu ia deixar vocês sem comer. E tem doce de leite e queijo esperando por vocês! Andem, ataquem!
- Só a senhora mesmo, Dona Elvira – Bruno suspirou.
Nós comemos e comemos muito. Mesmo ainda sentindo os dentes meio sensíveis, eu comi de tudo um pouco, mas tive que fazer isso com muita calma. Demorei mais de uma hora para finalizar o meu almoço.
- Estava tudo delicioso, Dona Elvira! Obrigado!
- Que bom que gostou, querido!
Bruno e eu ajudamos a mulher a lavar a louça e depois disso, ela foi nos levar para conhecer a cidade. Belo Horizonte me deixou encantado.
- Aqui é bem diferente do Rio, né? – Bruno estava calmo.
- Bastante. Nem parece cidade grande.
Eu achei muito diferente as cidades, mas eu não sabia se estava achando BH diferente porque nunca tinha ido, ou se era realmente uma cidade mais calma.
- Esse aqui é meu restaurante – falou minha segunda mãe.
- Nossa! Que aconchegante!
Era bem amplo e tinha muitas mesas de madeira com toalhas vermelhas de xadrez. Eu fiquei encantado.
- Ela é a Cida, minha amiga de 50 anos e minha sócia! Ele é o Caio, aquele que eu disse que é como se fosse meu filho.
- Oi, Caio! Prazer em te conhecer.
- O prazer é meu, Dona Cida.
- E ele é o Bruno.
- Prazer, Bruno.
- Prazer é meu, Dona Cida!
Adorei aquele lugar. Era de fato muito aconchegante. Eu fiquei feliz com o estabelecimento da Dona Elvira.
Naquele sábado à noite, Bruno e eu fomos numa balada GLS, mas não me lembro o nome no momento. Era um bar badalado e cheio de gente bonita. Bruno e eu nos divertimos bastante naquela noite. Dançamos, bebemos, demos risada, falamos mal dos gays que estavam lá e curtimos a vida. Foi bom demais.
Já no domingo, dormimos até meio dia e quando acordamos, almoçamos e ficamos o resto do domingo ao lado da Dona Elvira. Na hora de voltar pro Rio, deu a maior dó de deixar aquela mulher sozinha naquela casa tão gigante.

- Já te desejo um feliz natal, um feliz ano novo...
- Obrigado, Dona Elvira! Pra senhora também...
- E que seu ano novo seja repleto de realizações!
- O nosso! Obrigado por tudo!
- Eu é que agradeço. Obrigado por ter vindo!
No dia do mestrado do Digow, eu juro que pensei que a Dona Inês ia ter um treco. Ela chorou muito, muito mesmo. E o pai dele não ficou atrás.
- Não chora, pai! Não chora, mãe!
- Você está tão lindo! Tão lindo!!!
- Está mesmo, filho! Eu estou muito orgulhoso de você, filho!
- Obrigado, pai! Obrigado, mãe!
Eu dei um abraço tão forte no Rodrigo que pensei que os ossos dele fossem quebrar.
- Obrigado por se fazer presente na minha vida!
- Eu estou tão orgulhoso de você, Digow!
- E eu de você!
- Deus abençoe essa nova etapa da sua vida, amigo!
- Que Ele abençoe a todos nós!
Foi uma semana maravilhosa, cheia de realizações para mim, meu namorado e meus amigos. A nossa comemoração foi repleta de felicidade, por todos os lados.
- Me perdoe mesmo não poder ter vindo pra sua pós, Caio – Dona Inês se desculpou pela milésima vez.
- Não tem que se desculpar, está tudo bem! Eu entendo, não se preocupe!
- Quero que saiba que eu estou muito orgulhosa de você, de verdade!
- Obrigado, Dona Inês! Muito obrigado por tudo!
- Seja muito feliz nessa nova etapa e eu estou esperando o senhor lá no Paraná! Chega de desculpas!
É eu não ia mais dar desculpas. Da mesma forma que eu ia visitar Dona Elvira, eu também ia visitar Dona Inês. Elas gostavam muito de mim e eu deveria agradecê-las mais por causa disso. Eu iria sim visitar as duas.
Como já tinha terminado os estudos daquele ano e estava mais tranquilo, finalmente consegui dar início ao meu tratamento ortodôntico com a Dra. Patrícia. Foi em um dia de terça-feira pela manhã que eu realizei a primeira consulta:
- Eu vou colocar esses elásticos para os seus dentes serem separados para a gente colocar as bandas e já te antecipo que vai doer bastante.
- Ai, Jesus! Que droga...
- Mas logo passa. Prometo.
A mulher colocou os elásticos e me liberou. A consulta não durou nem 10 minutos.
- Você volta daqui uma semana. Não tire os elásticos por nada.
- Tudo bem! Obrigado, Patty!
- Por nada, Caio! Até terça!
- Até!!!
- E aí? – é claro que o Bruno estava comigo naquele momento.
- Coloquei os alargadores.
- Dizem que dói, né? – ele fez carinha de triste.
- A médica disse que sim. Eu volto daqui uma semana...
- Ah, tá! E se doer?
- Vou ter que aguentar. Ela falou que eu não posso tirar por nada.
- Ô, meu Deus! Se eu pudesse passar por isso por você...
- Não se preocupe, eu vou dar conta.
Fui pra academia, fui pro trabalho e não senti nada durante todo o dia. Mas comecei a sentir já naquela noite.
- E aí, está tudo bem?
- Sim, mas eu já estou ficando com agonia nos dentes.
A minha vontade era de apertar, apertar, apertar e apertar meus dentes, mas eu já não conseguia. A dentição já estava ficando muito sensível.
E eu entendi direitinho o que o povo quis dizer com relação a dor na manhã da quarta-feira. Eu acordei, apertei os dentes e dei um grito de tanta dor que senti.
- O QUE FOI? O QUE FOI? O QUE VOCÊ TEM? – Bruno acordou todo assustado.
- Ai que dor de dente... Que dor de dente... Socorro...
Doeu MUITO, MUITO MESMO! Meus olhos até lacrimejaram. Naquele dia eu não consegui tomar café, não consegui almoçar, não consegui jantar e vivi a base de líquidos.
- Vamos ao médico... – ele estava quase chorando.
- Não adianta! Eu não vou poder tirar!
- Então toma mais um remédio, por favor...
- Eu tomei remédio tem meia hora, amor! Não posso ficar tomando remédio toda hora...
- Como eu queria poder fazer alguma coisa...
- Mas você pode! Me abraça?
Ele me abraçou e me mimou ao extremo durante aquela semana em que fiquei com as borrachinhas no meio dos dentes. Foi uma semana complicada, mas graças a Deus a dor só durou uns 3, 4 dias.
Naquele final de semana nós cumprimos a promessa e fomos visitar a Dona Elvira em Minas. Ela estava morando em uma casa nova em BH, ela tinha mudado há pouquíssimo tempo.
- Sua casa é muito linda, Dona Elvira! Muito linda!
- Obrigada, querido! Estou muito feliz por vocês terem vindo. Finalmente, hein?
- Pois é! Finalmente nós tivemos um tempo.
- Vamos almoçar?
- Só não vou poder comer muito por causa dos meus alargadores. Ainda dói um pouquinho.
- Eita diacho! – a mulher ficou brava. – Só porquê eu fiz uma comidinha especial pra vocês?
E que comidinha! Ela fez carne assada, pirão, macarronada, farofa, maionese, salada, arroz, feijão... Eu fiquei louco com tanta comida e dei um sermão imenso na Dona Elvira:
- Não precisava de tudo isso, Dona Elvira! Vai acabar estragando tanta comida!
- Precisava sim! Até parece que eu ia deixar vocês sem comer. E tem doce de leite e queijo esperando por vocês! Andem, ataquem!
- Só a senhora mesmo, Dona Elvira – Bruno suspirou.
Nós comemos e comemos muito. Mesmo ainda sentindo os dentes meio sensíveis, eu comi de tudo um pouco, mas tive que fazer isso com muita calma. Demorei mais de uma hora para finalizar o meu almoço.
- Estava tudo delicioso, Dona Elvira! Obrigado!
- Que bom que gostou, querido!
Bruno e eu ajudamos a mulher a lavar a louça e depois disso, ela foi nos levar para conhecer a cidade. Belo Horizonte me deixou encantado.
- Aqui é bem diferente do Rio, né? – Bruno estava calmo.
- Bastante. Nem parece cidade grande.
Eu achei muito diferente as cidades, mas eu não sabia se estava achando BH diferente porque nunca tinha ido, ou se era realmente uma cidade mais calma.
- Esse aqui é meu restaurante – falou minha segunda mãe.
- Nossa! Que aconchegante!
Era bem amplo e tinha muitas mesas de madeira com toalhas vermelhas de xadrez. Eu fiquei encantado.
- Ela é a Cida, minha amiga de 50 anos e minha sócia! Ele é o Caio, aquele que eu disse que é como se fosse meu filho.
- Oi, Caio! Prazer em te conhecer.
- O prazer é meu, Dona Cida.
- E ele é o Bruno.
- Prazer, Bruno.
- Prazer é meu, Dona Cida!
Adorei aquele lugar. Era de fato muito aconchegante. Eu fiquei feliz com o estabelecimento da Dona Elvira.
Naquele sábado à noite, Bruno e eu fomos numa balada GLS, mas não me lembro o nome no momento. Era um bar badalado e cheio de gente bonita. Bruno e eu nos divertimos bastante naquela noite. Dançamos, bebemos, demos risada, falamos mal dos gays que estavam lá e curtimos a vida. Foi bom demais.
Já no domingo, dormimos até meio dia e quando acordamos, almoçamos e ficamos o resto do domingo ao lado da Dona Elvira. Na hora de voltar pro Rio, deu a maior dó de deixar aquela mulher sozinha naquela casa tão gigante.
- Já te desejo um feliz natal, um feliz ano novo...
- Obrigado, Dona Elvira! Pra senhora também...
- E que seu ano novo seja repleto de realizações!
- O nosso! Obrigado por tudo!
- Eu é que agradeço. Obrigado por ter vindo!
Senti um alívio tão
grande, mas tão grande quando a médica arrancou aquelas borrachas do meio dos
meus dentes que quase soltei fogos de artifício.
- Ai que ALÍVIO! – respirei fundo.
- Dói, não dói?
- Demais! Deus me livre!!!
- Agora não vai doer mais. Só quando a gente for apertar, uma vez por mês.
- É, to ligado. Já me deram as coordenadas.
- Eu vou colocar o aparelho primeiro na parte de cima, depois eu coloco na parte de baixo, beleza?
- Fechou!!!
Ela colocou a cola nos meus dentes e foi colando “bract” por “bract”. Conforme a dentista foi colando o aparelho, eu fui passando a língua pra saber como era a sensação daqueles ferros na boca. Eu gostei!
Depois que ela colou tudo, colocou as bandas e passou o fio, ela me mostrou um monte de borrachinhas e perguntou qual a cor eu queria usar para cobrir os ferros. Eu escolhi azul, é claro.
- Quer ver o espelho?
- Quero!!!
Ela me entregou o espelho e eu sorri. Gostei do que vi, fiquei legal com aquele aparelho. Será que o Bruno ia gostar?
- Você volta aqui agora na segunda terça-feira do ano que vem pra gente colocar na parte inferior, tá bom?
- Combinado, Patty! Muito obrigado!
- Eu é que agradeço. Feliz Natal, feliz Ano Novo...
- Obrigado, pra você também!!!
Bruno estava me esperando no carro. Ele preferiu ficar lá porque a clínica estava lotada de pacientes. E foi melhor.
- Deixa eu ver, deixa eu ver...
- Não... – fiz bico e abaixei a cabeça.
- Por quê???
- Acho que fiquei feio – me fiz de vítima.
- Para, vai! Deixa eu ver.
Eu sorri e ele quase me engoliu!
- QUE LIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIINDO!!! FICOU LINDO DEMAAAAAAAAAAAAIS!!!
- Gostou mesmo?
- MUITO! AMEI, AMEI, AMEI!!! MUITO LINDO! Deixa eu tirar uma foto?
- Você e suas fotos...
Eu sorri e ele tirou uma foto e postou de cara nas redes sociais. O celular do Bruno tinha acesso à internet.
- Muito lindo, amor! Aliás você fica lindo de qualquer jeito, né?
- Bobo! Está me deixando sem graça!
Fomos almoçar juntos no shopping onde eu trabalhava e de lá ele seguiu pro trabalho e eu pro meu. O meu aparelho foi o assunto do dia.
- Boca de ferro, me faz um favor? – perguntou Janaína, toda brincalhona.
- Diga, cabelo de “Bombril”?
- Aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii – Janaína fez cara de choro. – Não precisa tacar na cara que meu cabelo é ruim, né?

- Quem manda você fazer bullying contra mim? Isso é bullying!
- Mas você tem boca de lata, o que eu posso fazer?
- E você tem cabelo “Bombril”, o que posso fazer?
- OLHA AQUI... VOU DAR MEIA HORA DE TAPA NA SUA CARA! Não me faça ficar preta passada na chapinha, hein?
- Bate! Eu gosto! – sorri.
- Todo amostrado com esse aparelho horroroso!
- Fala, mulher! O que você quer?
- Liga pra esses clientes e pede para eles comparecerem na loja? Informa que não há produtos disponíveis e que eles precisam vir cancelar ou trocar de modelo.
- Faço isso sim, pode deixar.
- Obrigada!
- Caio? – Alexia me chamou.
- Oi, amor?
- Vai querer o chicotinho?
- Nem quero mais. Desisti. Já marquei mil vezes e nunca chegou!
- É que estava em falta. Vou pedir, tá?
- Pede, pede. Fazer o quê!
- Ai que ALÍVIO! – respirei fundo.
- Dói, não dói?
- Demais! Deus me livre!!!
- Agora não vai doer mais. Só quando a gente for apertar, uma vez por mês.
- É, to ligado. Já me deram as coordenadas.
- Eu vou colocar o aparelho primeiro na parte de cima, depois eu coloco na parte de baixo, beleza?
- Fechou!!!
Ela colocou a cola nos meus dentes e foi colando “bract” por “bract”. Conforme a dentista foi colando o aparelho, eu fui passando a língua pra saber como era a sensação daqueles ferros na boca. Eu gostei!
Depois que ela colou tudo, colocou as bandas e passou o fio, ela me mostrou um monte de borrachinhas e perguntou qual a cor eu queria usar para cobrir os ferros. Eu escolhi azul, é claro.
- Quer ver o espelho?
- Quero!!!
Ela me entregou o espelho e eu sorri. Gostei do que vi, fiquei legal com aquele aparelho. Será que o Bruno ia gostar?
- Você volta aqui agora na segunda terça-feira do ano que vem pra gente colocar na parte inferior, tá bom?
- Combinado, Patty! Muito obrigado!
- Eu é que agradeço. Feliz Natal, feliz Ano Novo...
- Obrigado, pra você também!!!
Bruno estava me esperando no carro. Ele preferiu ficar lá porque a clínica estava lotada de pacientes. E foi melhor.
- Deixa eu ver, deixa eu ver...
- Não... – fiz bico e abaixei a cabeça.
- Por quê???
- Acho que fiquei feio – me fiz de vítima.
- Para, vai! Deixa eu ver.
Eu sorri e ele quase me engoliu!
- QUE LIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIINDO!!! FICOU LINDO DEMAAAAAAAAAAAAIS!!!
- Gostou mesmo?
- MUITO! AMEI, AMEI, AMEI!!! MUITO LINDO! Deixa eu tirar uma foto?
- Você e suas fotos...
Eu sorri e ele tirou uma foto e postou de cara nas redes sociais. O celular do Bruno tinha acesso à internet.
- Muito lindo, amor! Aliás você fica lindo de qualquer jeito, né?
- Bobo! Está me deixando sem graça!
Fomos almoçar juntos no shopping onde eu trabalhava e de lá ele seguiu pro trabalho e eu pro meu. O meu aparelho foi o assunto do dia.
- Boca de ferro, me faz um favor? – perguntou Janaína, toda brincalhona.
- Diga, cabelo de “Bombril”?
- Aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii – Janaína fez cara de choro. – Não precisa tacar na cara que meu cabelo é ruim, né?
- Quem manda você fazer bullying contra mim? Isso é bullying!
- Mas você tem boca de lata, o que eu posso fazer?
- E você tem cabelo “Bombril”, o que posso fazer?
- OLHA AQUI... VOU DAR MEIA HORA DE TAPA NA SUA CARA! Não me faça ficar preta passada na chapinha, hein?
- Bate! Eu gosto! – sorri.
- Todo amostrado com esse aparelho horroroso!
- Fala, mulher! O que você quer?
- Liga pra esses clientes e pede para eles comparecerem na loja? Informa que não há produtos disponíveis e que eles precisam vir cancelar ou trocar de modelo.
- Faço isso sim, pode deixar.
- Obrigada!
- Caio? – Alexia me chamou.
- Oi, amor?
- Vai querer o chicotinho?
- Nem quero mais. Desisti. Já marquei mil vezes e nunca chegou!
- É que estava em falta. Vou pedir, tá?
- Pede, pede. Fazer o quê!
Rodrigo gamou no meu
aparelho. Ele ficou pedindo para eu sorrir de dois em dois minutos.
- É que ficou tão lindo em você...
- Não vou sorrir mais. Se quiser ver meu aparelho, olha uma foto!
- Chato!
Meu amigo e o Nícolas estavam lá em casa. Fabrício deixou o menino com a gente naquele dia, porque nós estávamos de folga e queríamos ficar com ele.
No meio do dia eu resolvi dar um banho nos gatos, porque estava muito calor e eu não fazia isso há muito tempo. Primeiro foi o Enzo e depois a Gertrudes.
- NÃO – Enzo gritou e tentou enfiar a unha no meu ombro, mas eu segurei as patas dele e não deixei isso acontecer. Se bem que, como ele estava com as unhas cortadas, não faria diferença alguma.
- Sim senhor!
- Que porra é essa, Caio? – Rodrigo foi ver o que eu estava fazendo.
- Vou dar banho nele. Brunô? Brunô?
- Oi, amor?
- Vem me ajudar com o banho do Enzo, por favor?
Ele foi e levou o Nícolas. Bruno deixou o menino sentado no chão e ele ficou olhando pro Enzo, com os olhinhos fixos no gato.
Eu joguei o felino debaixo da água e ele começou a espernear, gritar e até ficou com a língua pra fora.
- NÃO!
- Que não que nada, filho! Vamos lavar o pipi...
Nico começou a gargalhar quando o gato tentou sair do tanque.
- Esse gato já é horroroso – falou Rodrigo –, mas molhado ele é pior ainda.
E o Nícolas ria...

- Para de rir, Bruno! – reclamei. – Me ajuda aqui senão ele vai me morder!
O Nícolas riu e riu gostoso. Bruno saiu do tanque e ficou olhando pro menino, com a maior cara de pamonha.
- Me ajuda, Digow?
- Eu mesmo não! Odeio gatos! Se vira.
- Brunô? Vem me ajudar!
- Que foi, Nico? Que foi, amor?
O menino gargalhava e ficava com a boca aberta de orelha à orelha, olhando pro banho do gato.
- Pronto, Enzo! Pronto! Vai embora, vai...
Eu coloquei o gato no chão e ele saiu correndo pro sol. Nesse momento o Nícolas riu tanto que o corpinho dele até pendeu pro lado.
- Que coisinha mais linda! – Rodrigo também estava dando risada.
Eu ri também, mas o Bruno gargalhou junto com o menino. Meu namorado sentou no chão e ficou rindo com o nosso sobrinho. Eu não sabia se o Nícolas estava rindo do gato ou do meu namorado.
E depois foi a vez da Gertrudes. Ela foi bem tranquila. A gata gostava tanto de tomar banho e estava fazendo tanto calor que ela até deitou dentro da água gelada. Eu dei um banho bem demorado nela.
- Agora vamos lavar a periquita!
- Que nojo! – Rodrigo franziu o nariz.
O Nícolas estava sentadinho de novo e ele estava usando só uma fralda. Ele estava lindo, lindo demais. E ria sem parar do banho que eu estava dando na Gertrudes.
- Vai pro sol, filha! Cuidado com o Nico, tá?
Gertrudes saiu com as pernas abertas e ficou balançando as patas. Pra que o Nico foi ver isso? Ele riu tanto, mas tanto que caiu de novo com o corpinho, dessa vez pra trás, e ficou até sem ar.
- Ele é tão lindo! – Rodrigo pegou o menino no colo. – Né, campeão?
- É!
- Lindo! – eu falei.
- “Bigado”!
- OOOOOOOOOOOOOH, QUE LINDO! – Bruno se derreteu todinho.
Ele foi a sensação daquele dia. Rodrigo ficou com a gente até umas 19 horas e depois voltou pra casa, ele ia sair. Por causa disso, Bruno e eu ficamos sozinhos com o menino.
- Cadê o Nícolas? – ele perguntou.
- Acho que está no quarto.
- Vai buscar pra ele jantar, amor. Ele deve estar com fome.
- Vou sim, espera aí.
Eu fui até o quarto e ele realmente estava lá. O filhinho do Fabrício estava sentado no chão, no meio do quarto e estava quietinho, brincando com um boneco do Homem Aranha.
- Nícolas?
Ele me olhou, mas não falou nada. Ao invés disso, ele continuou brincando com o boneco e eu fiquei só olhando. Ele era tão quietinho, tão calminho!
- Você gosta do Homem Aranha, Nico? – sentei ao lado dele.
- É! – ele falou direitinho.
- E quem te deu esse boneco, hein?
- Papai!
- Foi o papai?
- É!
- E onde está o seu papai?
- Papai!
- Sabia que você é muito lindo? Sabia?
- “Bigado”!
Eu senti vontade de agarrar aquele pequeno homem e ficar com ele pro resto da vida. Como era lindo!
- Posso brincar com você?
Ele me entregou o boneco e ficou olhando pra mim. Eu brinquei um pouquinho com ele e logo o Bruno chegou, pra ver o que estava acontecendo.
- Ah, quero brincar também!
- Você deixa o tio Bruno brincar com a gente?
- Titio?
Bruno ficou louco quando ouviu isso. Ele sentou ao lado do Nícolas, pegou ele no colo, deitou e ficou jogando o menino pro alto. O Nícolas riu adoidado.
- Eu vou fazer cosquinha!!!
- Nãããão...
O menino tinha uma risada tão gostosa... Eu ria junto só por causa da risada dele e o Bruno então nem se fala, né?
- Vamos, vamos comer. Você quer papá, Nico?
- Papá?
- É! Vem comer...
Bruno e eu demos comida pro menino. Eu coloquei um pouquinho de arroz, caldo de feijão e legumes. O menino comeu tudo.
- Tá gostoso? – perguntou o Bruno.
- Tá! “Qué maisi”...

- Quer mais, amor? – eu me derreti.
Depois do jantar, Bruno deu um pouco de suco pro menino e logo em seguida nós trocamos a fralda. Ele ainda usava fralda, mesmo já estando na hora de começar a usar cuecas.
Lá pelas 21 o interfone tocou e era o Fabrício. Nós autorizamos a entrada dele e depois de 5 minutos ele chegou no apartamento.
- Oi – ele falou. – Ele deu trabalho?
- De jeito nenhum – falei. – Acabou de comer e está brincando com o Bruno.
- Onde?
- No quarto! Vai lá pra você ver.
A gente foi e eles estavam brincando de novo com o boneco do Homem Aranha. Quando o Nícolas viu o pai, ele largou tudo e foi correndo até o meu amigo:
- Papai, papai...
- Ei, campeão! – Fabrício pegou o menino e eles se abraçaram. – O papai estava morrendo de saudades!
Nícolas ficou calado e deitou a cabeça no ombro do Fabrício. Como eles eram parecidos!!!
- Está cansado? Com sono?
- Sono...
- Nós já vamos pra casa, filho! Papai te ama, tá?
- Tá!
- Obrigado por terem cuidado dele, meninos!
- Imagina! Foi um prazer – Bruno suspirou. – Traga ele mais vezes, por favor.
- Ele não deu trabalho? Mesmo?
Contamos tudo o que aconteceu e Fabrício lamentou não ter visto a gargalhada do filho na hora do banho que demos nos gatos. Pena que eu e o Bruno não gravamos.
- Ele é lindo e muito calminho. Traga sempre que quiser.
- Pode deixar! Mais uma vez obrigado! Dá tchau pro tio Caio, filho!
- Caio?
- Sou eu, Nico! Me dá um beijo?
Ele beijou meu rosto, mas quando foi a vez do Bruno ele pediu foi colo e deitou no ombro dele também.
- Não, filho! Nós temos que ir...
- Titio, papai!
- QUE LIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIINDO!!!
- Outro dia o papai traz você pra você ficar com o tio Bruno, tá? Prometo!
Bastou eles irem para eu me voltar pro Bruno e pedir pra conversar com ele.
- Que foi, anjo? Eu fiz alguma coisa?
- Não, Bruh... Não é isso! Vamos pro quarto?
Fomos pro quarto, deitamos e eu fui logo falando:
- Por que você nunca me disse que gosta tanto de crianças, amor?
- Ah, sei lá, Caio! Eu não sabia se você gostava ou não então preferi ficar na minha!
- Sabe, desde que a Camila nasceu, eu notei o quanto você é apaixonado por bebês...
- Eu gosto muito sim. Você não?
- Sim, eu adoro! Principalmente quando é que nem o Nico, calminho assim...
- É! – meu namorado sorriu. – Ele é lindo demais!
- É sim, amor...
- Por que está abordando esse assunto agora? Por que não me fez essa pergunta antes?
- Porque eu estava esperando o momento certo. Bruno, eu vou ser direto e reto...
- Diga, Caio! Eu estou te ouvindo!
- Você pode me achar louco, mas... Sei lá! Eu percebo o quanto você tem vontade pra ter uma criança...
ele ficou sério, muito sério.
- E talvez não seja a hora, talvez seja... Mas eu preciso saber de uma coisa!
- Que coisa, bebê?
- O assunto é sério. Eu quero mesmo saber se...
- Se...?
- Se você está disposto a adotar um bebê comigo?!

- É que ficou tão lindo em você...
- Não vou sorrir mais. Se quiser ver meu aparelho, olha uma foto!
- Chato!
Meu amigo e o Nícolas estavam lá em casa. Fabrício deixou o menino com a gente naquele dia, porque nós estávamos de folga e queríamos ficar com ele.
No meio do dia eu resolvi dar um banho nos gatos, porque estava muito calor e eu não fazia isso há muito tempo. Primeiro foi o Enzo e depois a Gertrudes.
- NÃO – Enzo gritou e tentou enfiar a unha no meu ombro, mas eu segurei as patas dele e não deixei isso acontecer. Se bem que, como ele estava com as unhas cortadas, não faria diferença alguma.
- Sim senhor!
- Que porra é essa, Caio? – Rodrigo foi ver o que eu estava fazendo.
- Vou dar banho nele. Brunô? Brunô?
- Oi, amor?
- Vem me ajudar com o banho do Enzo, por favor?
Ele foi e levou o Nícolas. Bruno deixou o menino sentado no chão e ele ficou olhando pro Enzo, com os olhinhos fixos no gato.
Eu joguei o felino debaixo da água e ele começou a espernear, gritar e até ficou com a língua pra fora.
- NÃO!
- Que não que nada, filho! Vamos lavar o pipi...
Nico começou a gargalhar quando o gato tentou sair do tanque.
- Esse gato já é horroroso – falou Rodrigo –, mas molhado ele é pior ainda.
E o Nícolas ria...
- Para de rir, Bruno! – reclamei. – Me ajuda aqui senão ele vai me morder!
O Nícolas riu e riu gostoso. Bruno saiu do tanque e ficou olhando pro menino, com a maior cara de pamonha.
- Me ajuda, Digow?
- Eu mesmo não! Odeio gatos! Se vira.
- Brunô? Vem me ajudar!
- Que foi, Nico? Que foi, amor?
O menino gargalhava e ficava com a boca aberta de orelha à orelha, olhando pro banho do gato.
- Pronto, Enzo! Pronto! Vai embora, vai...
Eu coloquei o gato no chão e ele saiu correndo pro sol. Nesse momento o Nícolas riu tanto que o corpinho dele até pendeu pro lado.
- Que coisinha mais linda! – Rodrigo também estava dando risada.
Eu ri também, mas o Bruno gargalhou junto com o menino. Meu namorado sentou no chão e ficou rindo com o nosso sobrinho. Eu não sabia se o Nícolas estava rindo do gato ou do meu namorado.
E depois foi a vez da Gertrudes. Ela foi bem tranquila. A gata gostava tanto de tomar banho e estava fazendo tanto calor que ela até deitou dentro da água gelada. Eu dei um banho bem demorado nela.
- Agora vamos lavar a periquita!
- Que nojo! – Rodrigo franziu o nariz.
O Nícolas estava sentadinho de novo e ele estava usando só uma fralda. Ele estava lindo, lindo demais. E ria sem parar do banho que eu estava dando na Gertrudes.
- Vai pro sol, filha! Cuidado com o Nico, tá?
Gertrudes saiu com as pernas abertas e ficou balançando as patas. Pra que o Nico foi ver isso? Ele riu tanto, mas tanto que caiu de novo com o corpinho, dessa vez pra trás, e ficou até sem ar.
- Ele é tão lindo! – Rodrigo pegou o menino no colo. – Né, campeão?
- É!
- Lindo! – eu falei.
- “Bigado”!
- OOOOOOOOOOOOOH, QUE LINDO! – Bruno se derreteu todinho.
Ele foi a sensação daquele dia. Rodrigo ficou com a gente até umas 19 horas e depois voltou pra casa, ele ia sair. Por causa disso, Bruno e eu ficamos sozinhos com o menino.
- Cadê o Nícolas? – ele perguntou.
- Acho que está no quarto.
- Vai buscar pra ele jantar, amor. Ele deve estar com fome.
- Vou sim, espera aí.
Eu fui até o quarto e ele realmente estava lá. O filhinho do Fabrício estava sentado no chão, no meio do quarto e estava quietinho, brincando com um boneco do Homem Aranha.
- Nícolas?
Ele me olhou, mas não falou nada. Ao invés disso, ele continuou brincando com o boneco e eu fiquei só olhando. Ele era tão quietinho, tão calminho!
- Você gosta do Homem Aranha, Nico? – sentei ao lado dele.
- É! – ele falou direitinho.
- E quem te deu esse boneco, hein?
- Papai!
- Foi o papai?
- É!
- E onde está o seu papai?
- Papai!
- Sabia que você é muito lindo? Sabia?
- “Bigado”!
Eu senti vontade de agarrar aquele pequeno homem e ficar com ele pro resto da vida. Como era lindo!
- Posso brincar com você?
Ele me entregou o boneco e ficou olhando pra mim. Eu brinquei um pouquinho com ele e logo o Bruno chegou, pra ver o que estava acontecendo.
- Ah, quero brincar também!
- Você deixa o tio Bruno brincar com a gente?
- Titio?
Bruno ficou louco quando ouviu isso. Ele sentou ao lado do Nícolas, pegou ele no colo, deitou e ficou jogando o menino pro alto. O Nícolas riu adoidado.
- Eu vou fazer cosquinha!!!
- Nãããão...
O menino tinha uma risada tão gostosa... Eu ria junto só por causa da risada dele e o Bruno então nem se fala, né?
- Vamos, vamos comer. Você quer papá, Nico?
- Papá?
- É! Vem comer...
Bruno e eu demos comida pro menino. Eu coloquei um pouquinho de arroz, caldo de feijão e legumes. O menino comeu tudo.
- Tá gostoso? – perguntou o Bruno.
- Tá! “Qué maisi”...
- Quer mais, amor? – eu me derreti.
Depois do jantar, Bruno deu um pouco de suco pro menino e logo em seguida nós trocamos a fralda. Ele ainda usava fralda, mesmo já estando na hora de começar a usar cuecas.
Lá pelas 21 o interfone tocou e era o Fabrício. Nós autorizamos a entrada dele e depois de 5 minutos ele chegou no apartamento.
- Oi – ele falou. – Ele deu trabalho?
- De jeito nenhum – falei. – Acabou de comer e está brincando com o Bruno.
- Onde?
- No quarto! Vai lá pra você ver.
A gente foi e eles estavam brincando de novo com o boneco do Homem Aranha. Quando o Nícolas viu o pai, ele largou tudo e foi correndo até o meu amigo:
- Papai, papai...
- Ei, campeão! – Fabrício pegou o menino e eles se abraçaram. – O papai estava morrendo de saudades!
Nícolas ficou calado e deitou a cabeça no ombro do Fabrício. Como eles eram parecidos!!!
- Está cansado? Com sono?
- Sono...
- Nós já vamos pra casa, filho! Papai te ama, tá?
- Tá!
- Obrigado por terem cuidado dele, meninos!
- Imagina! Foi um prazer – Bruno suspirou. – Traga ele mais vezes, por favor.
- Ele não deu trabalho? Mesmo?
Contamos tudo o que aconteceu e Fabrício lamentou não ter visto a gargalhada do filho na hora do banho que demos nos gatos. Pena que eu e o Bruno não gravamos.
- Ele é lindo e muito calminho. Traga sempre que quiser.
- Pode deixar! Mais uma vez obrigado! Dá tchau pro tio Caio, filho!
- Caio?
- Sou eu, Nico! Me dá um beijo?
Ele beijou meu rosto, mas quando foi a vez do Bruno ele pediu foi colo e deitou no ombro dele também.
- Não, filho! Nós temos que ir...
- Titio, papai!
- QUE LIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIINDO!!!
- Outro dia o papai traz você pra você ficar com o tio Bruno, tá? Prometo!
Bastou eles irem para eu me voltar pro Bruno e pedir pra conversar com ele.
- Que foi, anjo? Eu fiz alguma coisa?
- Não, Bruh... Não é isso! Vamos pro quarto?
Fomos pro quarto, deitamos e eu fui logo falando:
- Por que você nunca me disse que gosta tanto de crianças, amor?
- Ah, sei lá, Caio! Eu não sabia se você gostava ou não então preferi ficar na minha!
- Sabe, desde que a Camila nasceu, eu notei o quanto você é apaixonado por bebês...
- Eu gosto muito sim. Você não?
- Sim, eu adoro! Principalmente quando é que nem o Nico, calminho assim...
- É! – meu namorado sorriu. – Ele é lindo demais!
- É sim, amor...
- Por que está abordando esse assunto agora? Por que não me fez essa pergunta antes?
- Porque eu estava esperando o momento certo. Bruno, eu vou ser direto e reto...
- Diga, Caio! Eu estou te ouvindo!
- Você pode me achar louco, mas... Sei lá! Eu percebo o quanto você tem vontade pra ter uma criança...
ele ficou sério, muito sério.
- E talvez não seja a hora, talvez seja... Mas eu preciso saber de uma coisa!
- Que coisa, bebê?
- O assunto é sério. Eu quero mesmo saber se...
- Se...?
- Se você está disposto a adotar um bebê comigo?!
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