segunda-feira, 6 de abril de 2015

Capítulo 83²

S
ó de pensar que meu namorado estava em um hospital, que ele estava com alguma coisa,eu já comecei a me sentir mal.

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- Caio? – ouvi a voz da moça chamar o meu nome do outro lado da linha.
- Hospital? Hospital? Mas... Mas o que ele tem...?
- Calma, Caio! Não se preocupe porque não é nada demais. O Bruno só teve uma queda de pressão e nós resolvemos trazê-lo ao hospital por desencargo de consciência.
- Queda de pressão? – quem ia desmaiar era eu, mas de susto. Eu sentei e coloquei a mão na testa. Já estava suando frio.
- Caio? Você está bem? – Janaína correu pra perto de mim.
- Isso mesmo – respondeu Angélica. – Foi o calor. Ele desmaiou por causa do calor, foi isso.
- Tem certeza que é só isso? – eu ainda estava preocupado. – Em que hospital vocês estão? Eu vou até aí...
- Não precisa! Não precisa vir porque daqui a pouco nós já vamos voltar pro trabalho! Eu só liguei porque achei que você precisava saber.
- E fez muito bem em ligar. Cadê ele? Eu quero falar com ele!
- Ele está passando com o médico, porque foi feito um exame de sangue pra ver como ele está no geral.
Isso era bom.
- Mas onde vocês estão?
Ela disse o nome do hospital. Eu queria ir até lá.
- Não precisa vir, Caio! Ele me mataria se você aparecesse aqui.
E eu lá estava me importando com a vida de alguém a não ser a do Bruno? NÃO!
- Por favor, por favor... Me mantenha informado de tudo, tudo mesmo! Eu estou preocupado agora.
- Não fique! Se eu soubesse que você ficaria assim eu nem teria ligado...
- Fez muito bem em me avisar, Angélica! Muito bem mesmo. Eu só vou pedir pra você me manter informado de tudo, por favor. É sério.
- Não, quanto a isso você não se preocupe. Mas eu tenho certeza que não é nada, o próprio médico disse que tudo aconteceu devido ao excesso de calor.

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Naquele dia o Rio de Janeiro estava parecendo um inferno de tão quente que estava. Se o meu namorado teve queda de pressão, não foi à toa, porque realmente estava muito quente naquele dia.
- Obrigado então – eu ainda estava desnorteado.
- De nada! Fica tranquilo, beleza?
- Vou tentar. Até mais, Angélica!
- Até mais, Caio.
- Está tudo bem, amigo? Você está pálido!
- O Bruno teve uma queda de pressão e desmaiou.
- Mas ele está bem?
- Dizem que sim, mas eu estou preocupado!
- Não falou com ele?
- Não, Jana. Ele estava passando no médico.
- Não fique preocupado, meu lindo. Deve ter sido o calor que fez a pressão dele cair.
- Foi isso que falaram, mas eu estou preocupado.
- Imagina, Caio! O Bruno se cuida direitinho, ele não tem nada. Foi só o calor.
- Deus te ouça, Janaína. Deus te ouça.
Eu só sosseguei meu coração quando nós nos vimos no apartamento. Ele estava bem, muito bem.
- Você quase me matou de susto, criatura!
- Não fique preocupado, eu estou ótimo! Meus exames deram todos normais.
- Quero vê-los!
Ele me entregou o exame de sangue e eu dei uma conferida. Realmente, estava tudo absolutamente normal.
- Só foi uma queda de pressão por causa do calor maldito de hoje. Pensei que fosse pegar fogo no mundo.

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- Eu fiquei tão preocupado! – o abracei.
- Não fique! Eu estou muito bem, eu estou ótimo!
- Graças a Deus! – dei um beijo na testa daquele anjo.
- Vem comigo! Vem ver o que eu fiz para os nossos bebês.
Ele se referia aos nossos gatinhos. Bruno me levou até a lavanderia e mostrou uma casinha de madeira de dois andares. Eu fiquei foi apaixonado por aquela obra de arte.
- Como você fez isso? – fui conferir mais de perto.
- Eu mandei fazer, né? Não teria capacidade pra montar um negócio desses. Em cima é pro Enzo e embaixo é pra Gertrudes.
A casinha dos gatinhos era como uma casa de bonecas. Em cima era azul, em baixo era rosa e tinha o nome dos dois na madeira. Além do nome, tinha também uma espécie de colchãozinho onde eles iam dormir. Eu amei!
- Muito lindo!
- É sim.
- E onde eles estão?
- Por aí, brincando. O Enzo é muito burro, Caio!
- Ei! Não fala assim do meu filho!
- É verdade! Eu fiz uma bolinha de papel pra ele brincar e o danado jogou na parede. Quando foi buscar, bateu a cabeça na parede!

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- COITADINHO, BRUNO! Ele deve ter ficado com dor de cabeça! Que judiação!!!
- Quem manda ser burro? A minha não faz isso não, ela é muito inteligente!
Fui atrás do Enzo e o encontrei debaixo do guarda-roupa. Ele estava brincando com a bolinha que o Bruno fez.
- Filho... Você bateu a cabeça, foi?
Ele bufou e tentou sair do meu colo.
- Mal-educado! Eu to falando com você! – reclamei.
Ele pulou e foi brincar com a bolinha de papel. A cena que o Bruno descreveu voltou a acontecer. O gato ficou todo sem graça e disfarçou a burrice lambendo a pata.
- Bem feito! – eu dei risada. – Quem manda você ser ingrato?
- Você já jantou? – Bruno apareceu.
- Já sim e você? Está com fome? Quer que eu prepare alguma coisa?
- Não, não. Eu já comi. Tinha comida, lembra? Esquentei e comi.
- Tem certeza que você está bem, amor? – eu fui até ele e fiz carinho no rostinho dele.
- Claro que tenho! Não confia em mim?
- Confio, mas é que eu to tão preocupado...
A sensação que eu tinha era esquisita. Desde que recebi a notícia do desmaio do Bruno, não fiquei mais tranquilo. Eu estava inquieto por dentro.
- Eu estou ótimo – ele garantiu. – Mas vou ficar muito melhor se você me der um beijo!
Nos beijamos, ele me levou até a cama e as coisas aconteceram. Enquanto a gente transava, os gatos ficaram correndo por todos os lados da casa e não pararam de miar.
A Camila e a Daniela, filhas da Alexia e da Eduarda, já tinham feito um ano em março, mas a Alexia só estava comemorando o aniversário da filha no primeiro domingo de abril.
Bruno, Janaína e eu chegamos na casa da nossa amiga por volta das 18 horas, quando a festa já estava na metade.

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- Pensei que vocês não viriam – ela reclamou.
- A gente não ia perder essa festinha por nada – falou Janaína.
- E onde está a princesa? – indaguei.
- Andando de colo em colo por aí. Tudo bem, Bruh? Você está melhor?
- Eu estou ótimo, Alexia e você? Não tenho nada, tá? Que fique claro. Foi um desmaio por causa do calor, só isso.
- É o Caio falou, mas a gente se preocupa, né?
- Obrigado por se preocupar comigo! Aqui, o nosso presente!
- Ah, meninos! Não tinham que se preocupar com isso! Obrigada!
- Espero que goste – ele falou.
- Obrigada! E como estão meus netinhos lindos?
- Maravilhosos – eu sorri. – Um mais sapeca que o outro. Cadê a mãe deles?
- Por aí, passeando pela vizinhança.
- Ela vai acabar ficando prenha de novo.
- Não, não. Agora ela é castrada. Melhor assim.
- Vamos castrar o Enzo e a Gertrudes também.
- Gertrudes – ela riu. – Não me conformo com esse nome. Pobre da minha netinha!
Eu peguei a aniversariante no colo. Ela estava linda e parecia uma princesa da Disney. A garotinha usava uma tiara na cabeça, um vestidinho branco e sapatos da mesma cor. Ela estava uma graça!
- Como o tempo está passando rápido, né?
- Está mesmo – falou Janaína. – Parece que foi ontem que essa gostosa nasceu!
- É mesmo.
A Camila já estava falando algumas palavras e estava andando, mal, mas estava andando.
- Alexia, ela pode comer brigadeiro? – perguntou o meu namorado.
- Pode sim, Bruno. Ela quer, é?
- Acho que sim. Ela não para de olhar! Você quer?
A menina esticou os braços pro brigadeiro do meu namorado e ele colocou o doce na boquinha dela. Pelo visto ela gostou.
- É bom, né princesa? – meu namorado ficou todo encantado.
A cada dia que passava, o Bruno deixava mais claro que ele amava crianças. Eu estava adiando muito a conversa que queria ter com ele. E não poderia adiar por muito mais tempo.
Por volta das 21 horas, os pais da menina resolveram cantar os parabéns e só neste momento ela abriu o berreiro e se pôs a chorar. Bruno tirou várias fotos da menina nesse momento.
- Que coisa linda! – ele riu sozinho.
- Aceita um pedaço de bolo, Caio?
- Lógico, Diego! Está oferecendo banana pra macaco, “mermão”.
O bolo era de abacaxi e estava insuportável de tão delicioso. Meu namorado arregalou os olhos quando experimentou aquela guloseima.
- Ei, ei – ele me cutucou. – Você sabe fazer um desses?
- Não, mas eu posso aprender.
- Pois então aprenda, porque isso daqui está muito bom!
Abacaxi era uma das frutas preferidas do meu namorado. Pelo menos uma vez por semana ele aparecia com um abacaxi em casa e eu sempre era obrigado a descascá-lo pra ele saborear.
Ainda no mês de abril, Bruno e eu fomos convidados para almoçar na casa do Rodrigo e do Vinícius. Seria um churrasco, que foi realizado bem no meio do mês, quando o Bruno estava em semana de provas na faculdade.
- Que bom que vieram – o anfitrião nos recebeu com um sorriso.
- Mas nem vamos poder demorar muito – falei. – O Bruno tem que estudar e eu tenho um monte de coisas da pós.
- Sei bem como é isso. Eu também tenho um monte de coisas pra fazer. Mas entrem, fiquem à vontade.
- Cadê o Digow?
- No quarto dele, se arrumando.
Fui pro quarto do meu amigo, bati na porta e ele pediu para eu entrar. Rodrigo estava sem camisa.
- Oi, chato!
- Oi, chato dois. Oi, Bruno.
- Tudo bem? – abracei aquela delícia.
- Sim! E você?
- Bem.
Bruno só apertou a mão do meu postiço.
- Que bom que vocês vieram. Ah, antes de ir, me lembra de devolver seu caderno de inglês, tá?
- Pode deixar. Eu preciso mesmo dele. Por que não está no churrasco?

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- Estava me arrumando. Já vou pra lá. Bruh, já viu o Nico?
- Não!!! – Bruno se decepcionou. – Onde ele está?
- No quarto do Vini, a Bruna estava trocando ele há pouco. Ganhou mais dois dentinhos!
- Ai, preciso ver isso. Dá licença!
Ele saiu e Rodrigo e eu ficamos sozinhos.
- Que é? Por que está me olhando com essa cara?
- Que barriga trincada é essa, hein moço?
- Ah, você viu? – ele olhou pra barriga. – Está bom?
- Está, mas a minha está melhor.
- Duvido!
Levantei a camiseta e nós ficamos comprando os abdômens. Estava tudo praticamente igual.
- E esse peitinho? – eu apertei o tórax do meu irmão. – Ui... Que duro!
- Para, idiota! – ele riu e tirou a minha mão do peito dele.
Digow e eu estávamos nos matando novamente na academia. Eu fazia no período da manhã e ele à noite. Infelizmente não podíamos fazer juntos por causa da incompatibilidade de nossos horários, mas eu sentia falta disso. Eu adorava ver a cara de sofrimento dele na hora do agachamento.
- Ah, se eu não amasse o Bruno...
- Mas você ama.
Fiquei calado.
- Delícia de músculos, hein?
- As meninas também acham. Vamos almoçar, eu to morrendo de fome.
- Eu também estou.
Mas antes da gente sair, o Bruno apareceu com o Nícolas nos braços. O garoto estava lindíssimo, com um boné preto na cabeça.
- Oi, gatinho! – eu roubei ele dos braços do meu namorado. – Que pesado!
- O Fabrício disse que ele está com 9 quilos!
O menino estava com 10 meses e nem parecia mais o mesmo garotinho prematuro que nascera em uma situação adversa da vida. Ele era uma criança saudável, graças a Deus!
- Ele é tão calminho, tão fofinho...

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Nícolas não quis ficar nos meus braços. Ele esticou os bracinhos pro lado do Bruno e ficou resmungando alguma coisa incompreensível. Meu namorado riu e segurou o menino no colo. E não é que o Nícolas ficou calado?
- Que absurdo! – me revoltei. – Eu também gosto de você, viu Nícolas?
- Mas ele gosta mais de mim! – Bruno riu e me mostrou a língua. Em seguida ele beijou o rosto do Nico.
- Deixa estar. Eu vou roubá-lo de você!
Aquele churrasco não aconteceu por um motivo fútil. O churrasco foi só um pretexto para o Vinícius e a Bruna anunciarem a data do casamento. E eu desconfiei disso desde o momento em que vi os familiares dos dois presentes na casa. Era óbvio que só poderia ser isso.
O casamento iria acontecer no dia 17 de março de 2.012, ou seja, em menos de um ano. Eu fiquei feliz com o acontecimento. Fabrício e o irmão do Vini foram convidados para serem padrinhos e é claro que ambos aceitaram.
- Parabéns, noiva linda! – abracei a Bruna.
- Obrigada, moço lindo!
- Fiquei feliz com a novidade. Parabéns!
- Obrigada! Muito obrigada!
Cumprimentei também o noivo. Ele estava pra lá de radiante e isso era notado por todos que estavam presentes naquela casa.
- Parabéns, Vini! Parabéns!
- Obrigado, Caio! Quero vocês lá no dia, hein?
- Com certeza! A gente não vai perder essa por nada – falou Bruno.
- Nós já vamos – anunciei.
- Está cedo!
- Cedo nada, Vini! Ainda temos que estudar e muito.
Era verdade mesmo. A minha pós estava me deixando louco e o Bruno estava atolado de tanta coisa pra fazer na faculdade. O coitado e eu já nem estávamos dormindo direito à noite.
- Falta muito, amor? – perguntei por volta da meia noite.
- Falta e você?
- Imagina, só umas 80 páginas pra ler. Pouca coisa.
- Mas eu vou deixar pra amanhã. Não consigo mais ficar com os olhos abertos.
- É eu também vou deixar pra amanhã. Já estudei demais por hoje.
A gente teve a intenção de dormir, mas é claro que antes fizemos um amorzinhp. A gente não era de ferro, não é verdade?
Maio chegou em um piscar de olhos e com isso, as minhas aulas práticas da autoescola. Eu estava literalmente tremendo na base, porque diziam que o instrutor era casca grossa.
- Por hoje é só, pessoal! Até a próxima aula – disse a Profª Júlia.
- Ai, Deus! É agora...
- Não adianta você ficar nervoso. Você precisa passar por isso mais cedo ou mais tarde – falou Rodrigo.
- Eu sei, mas eu estou com medo é por causa do instrutor, não por causa das aulas.
- Se ele te der patada, você retruca e pronto. Serão só algumas aulas.
Algumas? Seriam todas! Eu iria fazer todas as que eu tinha direito, porque eu não tinha nenhuma experiência no assunto direção.

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- Arrasa, tá? – Bruno me olhava com vontade de beijo.
- Farei o possível – falei.
- Ele vai arrasar. Anda, vai. Boa sorte – Rodrigo me empurrou.
- Grosso! Obrigado. Tchau, amor.
- Tchau, anjo! Me liga quando sair, tá?
- Pode deixar que eu ligo sim.
Pela primeira vez na vida, Rodrigo e Bruno saíram de carro juntos e sem a minha presença. Será que iria sair alguma farpa entre os dois?
- Preparado, Caio? – perguntou Júnior, o meu instrutor da autoescola.
- Preparadíssimo – falei.
- Então vamos lá! Por ser a primeira aula, nós não iremos longe. Ficaremos nos arredores mesmo.
- Beleza.
- Pode entrar, ligar o carro e colocar o cinto de segurança.
Fiz tudo o que ele me pediu e arrumei o retrovisor por conta própria,
- Isso mesmo! Eu já ia pedir pra você fazer isso. Podemos sair?
- Claro!
O Júnior era um cara de mais ou menos 25 anos de idade. Ele era branco, tinha os cabelos castanhos e não parecia ser muito chato. Pelo contrário, ele até parecia ser uma pessoa legal.
- Vamos lá?
- Vamos sim.
- Então tá! Pisa no acelerador, troca a marcha e vamos que vamos!
Conhecendo a parte teórica, eu até que fui bem na parte prática. Naquela primeira aula, eu não cometi muitos erros, mas em um determinado momento, fiquei tão nervoso que acabei me atrapalhando.
- Liga o piscalerta, reduz a velocidade e vira à direita – mandou o professor.
- Beleza...
Como eu estava em uma avenida, eu fiquei completamente tenso, me confundi e ao invés de girar o volante pra direita, eu virei pra esquerda. O Júnior quase me matou de susto quando brigou comigo:
- VOCÊ É LOUCO, GAROTO? QUASE CAUSOU UM ACIDENTE!
- De-desculpa...
- PRESTA MAIS ATENÇÃO DA PRÓXIMA VEZ! Vamos voltar pra autoescola, por hoje já deu!
Eu voltei tremendo e quase fiz xixi nas calças. Pelo visto o que falavam do Júnior era verdade.
Se em abril eu fiquei atribulado com as coisas da pós, em maio eu fiquei duas vezes mais. Eu tinha tanta coisa pra fazer, que nem no meu namoro eu estava conseguindo me concentrar mais.
- Eu to com tanta saudade – ele deitou a cabeça no meu colo.
- Eu também, amor! Me perdoa eu não ter muito tempo pra gente namorar, tá?
- Não se preocupe! Haverá tempo pra isso no futuro.
Disso eu não tinha dúvidas. Eu sabia que quando aquela época louca passasse, eu poderia me entregar completamente ao meu namorado. Era só uma questão de tempo pra isso acontecer.
Mas o Bruno também estava focado nos estudos. Faltava pouco tempo para a gente entrar de férias e logo menos ele estaria de novo em semanas de provas, por isso, enquanto eu estudava, ele também estudava. Ficava um num computador e o outro no outro. Muita das vezes a gente nem se falava direito.
Mas em nenhum momento o nosso relacionamento esfriou por causa disso, muito pelo contrário. Quando a gente ficava junto, o negócio pegava fogo.
- Isso, filho da puta – ele falou. – Goza na minha boca, vai?
- UUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUH...
- Gostoso do caralho!!!
- Você que é, safado!
Rodrigo e eu estávamos muito bem, obrigado. A nossa relação era a mesma de sempre e não esfriou por causa da separação física.
Nós dois nos falávamos pelo menos três vezes ao dia. Sempre um ligava para o outro, mandava mensagem ou qualquer coisa do tipo. E pra finalizar, nós nos víamos todos os dias porque estávamos fazendo academia juntos novamente.
- Você não cansa de comer essa comida “natureba”? – ele indagou quando nós pegamos a comida, na hora do almoço.

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- Não – respondi. – A nutróloga mudou de novo a minha dieta.
- Ela mudou a minha também. Odeio comer capim, mas tudo bem.
- Fico contente que você esteja indo para a academia diariamente.
- As “minas” pedem, eu obedeço.
- Desnecessário esse comentário!!!
- Mas é a mais pura verdade.
- Mês que vem é seu aniversário. Vai comemorar esse ano, né?
- Sim, como sempre. Só não decidi onde será a baladinha ainda.
- Quando decidir nos avise, por favor.
- Deixa comigo.
- Engraçado – eu limpei a boca. – Estou pensando aqui: quando eu estava sem estudar eu quase não ia para a academia. Agora que estou na pós eu voltei. Curioso isso.
- Quando a gente está na zona de conforto, nada nos faz sair dela. Quando saímos, fazemos tudo ao mesmo tempo.
- Verdade. Você falou tudo agora!
- E a sua promoção? Nada ainda?
- Isso daí é história da carochinha, Digow. Eu nem me abalo mais.
- Injusto, não? Você que estudou RH deveria saber como funcionam esses trâmites.
- E eu sei direitinho, acredite. Eles não me promovem porque não querem, mas eu também não me importo com isso. Não nesse momento.
- Por causa da pós?
- Exato. Se eu for promovido agora, com essa rotina louca de estudos, eu vou me lascar bonito. Melhor esperar mais um pouco.
- Verdade.
- E nossos pais, como estão?
- Adoro quando você fala assim – ele sorriu. – Estão bem!
- Ah, que bom. Saudade deles já.
- Eu também! Muita, muita.
- Ei, quando você vai visitar seus sobrinhos? Enzo está enorme!
- NUNCA! Aqueles sacos de pulgas ambulantes. Bichos nojentos!
Maio foi embora na mesma velocidade que chegou e dessa forma, nós já estávamos em junho. No primeiro domingo do mês, aconteceu a festinha de 1 ano do Nícolas e é claro que meu namorado e eu marcamos presença no evento.


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- Mas ele está a coisa mais linda!!! – eu agarrei o pequeno e não soltei por um tempão. De novo o menino estava de terno e gravata. – Precisa de uma roupa dessas, coitado?
- Ele gosta – Fabrício sorriu. – Não está uma graça?
- Demais, demais, demais!  Cada dia mais parecido com o pai.
Bruno foi outro que não largou o garoto. E o Nico adorou ficar com meu namorado, eles se adoravam.
- Solta ele, Bruh – falei. – Deixa ele andar um pouco pra gente ver.
- É, Bruh – Fabrício concordou. – Deixa eu chamar ele pra vocês verem ele andando.
E foi a maior festa. Fabrício ficou do outro lado da casa, agachado e ficou chamando o Nícolas. Bruno soltou o menino no chão, ele olhou pra todo mundo e começou a andar bem devagar até os braços do pai.
- Vem, filho! Vem, campeão! – Fabrício chamava o menino.
Ele dava três ou quatro passos na direção do pai e caía de bunda no chão. Quando ele caía, o próprio dava gargalhada.
- Ai que lindo – Bruno se divertiu.
Ele ainda estava aprendendo a andar. As perninhas tortas do Nícolas era a coisa mais fofa do mundo. Elas tremiam um pouco quando ele ficava de pé.
- Vem, Nico! Vem com o papai!
Quando o menino chegou perto do pai, eles se abraçaram e todos os convidados ficamos achando aquela cena a coisa mais linda do mundo. Pelo que parecia, o Nícolas e o pai se amavam muito.
- Que lindo! – Bruno ficou rindo sem parar.
- Ele é muito lindo!
O mais gostoso de tudo foi a risada que o neném soltava quando ele caía. O garotinho ainda não estava falando nada, mas isso seria questão de tempo.


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Na hora do parabéns o Nícolas se divertiu e riu sem parar e o pai riu por tabela.
- Apaga a velinha, filho!
Ele só ria. Acho que o Bruno já estava ficando com dor na barriga de tanto que ele estava rindo.
O aniversário do pequeno filho do Fabrício foi o maior sucesso e nós tiramos várias fotos para colocar nas redes sociais.
- Essa daqui vai pro Facebook – falei.
- Está ficando viciado nesse site também? – perguntou Rodrigo.
- Estou.
Naquela época, o Facebook e o Twitter estavam em alta. Ninguém falava mais em Orkut e já tinha meses que eu não entrava no meu perfil deste site de relacionamento.
Estava chegando o dia dos namorados e pra variar, eu não sabia o que comprar pro meu namorado.
- Por que não compra um celular? – sugeriu Janaína.
- Já comprei isso no ano passado.
- Compra outro!
- Não. O celular dele ainda está bom.
- Compra um notebook então – opinou Alexia.
- Ah, não. O dele está ótimo.
- Ah, já sei! Por que você não compra um pacote de viagem?
- Pacote de viagem? – olhei pra Janaína.
- É! Vocês dois vão ficar de férias em julho. Não disse que queriam viajar? Por que não compra um pacote de viagem?
- Janaína Santos, VOCÊ É UM GÊNIO!
- Eu sei, eu sei. Eu sou mesmo!
- É modesta pra caralho, isso sim – falou Alexia.
Eu adorei aquela ideia, amei aquela ideia. Por que eu não tinha pensado nisso antes?
Coincidentemente ou não, naquele mesmo dia o Jonas me entregou o meu aviso de férias. Desde março eu estava de novo na equipe dele, porque eu estava fazendo a pós de manhã. Por causa da minha volta pro período da tarde na loja, automaticamente eu voltei pro período manhã na academia e mais uma vez fiquei na equipe do personal Felipe.
- Obrigado, Jonas!
- De nada, Caio. Não esqueça de trazer meu chocolate no seu último dia trabalhado, hein?
- Pode deixar!
Aquela era a 4ª vez que eu tirava férias na empresa, mas a 2ª que eu de fato fiquei fora. Duas das quatro eu acabei vendendo e trabalhei normalmente todos os 30 dias.
Gostei tanto da ideia da Jana que naquela mesma semana eu fechei com uma agência de viagens um pacote para a Argentina. Será que o Bruno ia gostar?
- Obrigado – agradeci ao agente.
- Eu é que agradeço! Boa viagem!
- Muito obrigado.
No dia 12 de junho, dia dos namorados, eu fiz de tudo para fazer uma surpresa bacana pro Bruno, mas ele passou na frente e me levou para jantar depois da minha saída da loja. Eu nunca conseguia fazer nada para agradá-lo.
- Poderia pegar um peixinho grelhado – ele brincou comigo.
- Não vou pegar um só não, vou pegar uma dúzia!
- Bobo!


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Nós jantamos em uma cantina italiana em Copacabana e ainda no restaurante trocamos os presentes. Ele me deu uma sacola de papel onde havia uma espécie de envelope e eu entreguei a minha sacola, onde havia uma caixa de bombons em formato de coração e as passagens da viagem, é claro. Será que ele ia gostar?
- O que será isso, hein? – ele me perguntou.
- Abre que você vai ver.
Nós dois abrimos os presentes juntos. Eu ganhei um DVD do Jorge e Mateus e depois fui ver o que tinha dentro do envelope.


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Quando eu abri e vi do que se tratava, eu quase caí pra trás. Eu não acreditei que aquilo estava acontecendo.
- Não acredito – ele falou baixinho.
- Eu também não!
O que continha dentro do envelope eram duas passagens aéreas e reservas em um hotel cujo nome eu não me recordo. Como aquilo poderia ter acontecido?
- Passagens de avião pra Argentina? – nós dois falamos ao mesmo tempo.
Nós tínhamos tido a mesma ideia, tínhamos comprado a mesma coisa um para o outro. E agora? O que nós iríamos fazer



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