sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Capítulo 63

A
cho que de tanto desejar que o Vítor fosse para o inferno, quem acabou tendo um dia infernal fui eu.
- Já fez o que eu te pedi, Caio? – perguntou Ivan.
- Já sim – respondi com um suspiro.
- Ótimo.
- Hoje ele está impossível, não? – Janaína comentou quando o nosso chefe se afastou.
- Impossível? Hoje ele está endemoniado! – reclamei com raiva.
- Credo, menino!
- Que saudades da Sabrina!
- Hum...
- Ainda bem que meu expediente acaba em 3 minutos. Nem vou atender mais ninguém hoje.
- Isso aí!!!
Antes do chato aparecer na minha cola, me despedi da minha nova amiga e fui quase que correndo até o vestiário.



- Calma, homem! Aonde vai com tanta pressa? – Gabriel insistiu em me enxer a paciência.
- Embora. Você não vai não?
- Quero fazer extra hoje. Por que não fica também?
- Nem que me paguem um milhão. Aqui não fico nem mais um segundo. Já chega tudo o que eu tive que passar hoje.
- Exagerado!
- Você fala isso porquê não foi com você. Queria ver se o Ivan tivesse ficado na sua cola o dia todo!
- Isso não passa de teste. Você precisa aprender a trabalhar sob pressão. Você é um vendedor, meu filho. Tem que bater meta, tem que gerar lucro! Eu acho bom você ir se acostumando porque a tendência é só piorar.
- Pior do que está não fica!
- Eu não teria tanta certeza se fosse você! – Gabriel foi tão enfático que eu senti até um frio na barriga.
Será que ia piorar mesmo? Será que o Ivan estava testando a minha paciência para ver qual era meu limite?
- Já que você não vai ficar, a gente se fala amanhã – ele deu um tapinha amigável nas minhas costas e começou a andar. – Pensa em suas reações. Eu sei o que estou falando!
- Obrigado pela dica. Prometo que vou me acalmar. Desculpa qualquer coisa.
- Não fica grilado. Eu te entendo. Fica com Deus.
- Amém, você também.
Não demorei nem mais meio minuto na empresa. Tudo o que eu queria e precisava era da minha cama, do meu lar e dos meus amigos.
Eu necessitava esquecer tudo o que havia acontecido naquele dia. E que dia!









Assim que cheguei em casa, tratei de ir logo atrás de notícias do Fabrício. Será que ele tinha melhorado?


- Estou bem sim – ele me garantiu, mas seu estado ainda não era dos melhores.
- Vai trabalhar amanhã?
- Tenho que ir, né? Só estou atestado hoje...
- O Ivan não gostou muito de você ter faltado não...
- É? O que ele falou?
- Que você é absenteísta e blá, blá, blá – eu revirei meus olhos em desaprovação.
- Deixa que com ele depois eu me entendo!
Hoje ele fez um inferno naquela loja. Não me deixou em paz um segundo sequer.
- Deve ser teste. Relaxa e faz a sua parte.
- O Gabo também acha que ele está me testando.
- Deve estar sim, como você não tem muita experiência, ele quer ver até onde você é capaz de chegar...
- Será que é isso?
- Acho que sim. Não se preocupa e esquece um pouco do trabalho.
- Verdade. Eu vou é dormir que ganho mais...
- Já? Muito cedo!
Pior que ele tinha razão. Estava cedo demais para ir pra cama.
- Vou ver a novela!
- Tem que ver é jogo, não é porra de novela não...
- Cada um com seus gostos.
Eu nunca tinha falado da minha orientação sexual com o Fabrício, mas algo me dizia que no fundo, bem no fundo, ele já sabia da verdade. Só não queria comentar.
Será que o Rodrigo ou o Vinícius tinham falado alguma coisa com ele?


- Que cara é essa? – Vini sentou ao meu lado e me enforcou de brincadeira.
- Cansaço – eu estava mesmo cansado.
- Vendo novela, Caio? Que coisa chata!
- É o que tem pra hoje.
O cara estava gostoso como sempre, mas daquela vez não estava apenas de cueca, o que me deixou muito desapontado.
- Vai deixar eu tomar posse do controle ou está difícil? – ele jogou um olhar severo pra cima de mim.
- Difícil. Eu cheguei primeiro e quero ver o final da novela. Não torra!
- Me respeita que eu sou mais velho que você!
- Foda-se.
- Como é, menino? – ele deu risada e me prensou contra o braço do sofá.
- Isso mesmo que você ouviu, seu mandão! Nem vem que não tem.
- Ultimamente você me tem saído melhor do que encomenda, viu?
- Sempre fui assim, você que não percebia.
- Está colocando as unhas de fora, hein?
- Até parece!
- Brincadeira, fedelhinho. Fica aí com sua novela, eu vou jogar no computador!
- À vontade.
Vini bagunçou meu cabelo e saiu sem falar mais nada.
Menos de 10 minutos depois, Rodrigo apareceu na sala, todo suado e cheio de areia nos pés.
- Estava na praia? – perguntei.
- Aham. Fui correr um pouco no calçadão.
- Bacana.
- Tira dessa merda, meu. Coloca em um filme, sei lá.
- Até você?! Eu quero assistir “Páginas da Vida”. Será que posso?
- Cada gosto, viu? Vou pro banho, você pode trazer uma roupa pra mim?
- Não. Vai pegar você.
- É que vai sujar o chão, Caio...
- Depois você varre.
- O que custa, Caio?
- Ai que chato! Eu pego essa porra, Inferno!
- Estúpido.
- Chato!
Ele saiu e eu fiquei preso nas cenas da novela. Quase esqueci de pegar a cueca do meu melhor amigo.
- CADÊ, CAIO? – ele berrou lá do banheiro.
- JÁ VAI!
- PEGA UMA TOALHA LIMPA, POR FAVOR?
- Folgado! – resmunguei mais para mim mesmo, mas acabei atendendo a solicitação. – Pronto!
Eu estiquei o braço e ele pegou a toalha e a cueca.
- Valeu, mano. Você é demais!
- Eu sei, eu sei...
- E modesto também.






Tive que pedir forças e paciência à Deus para conseguir suportar a pressão nos dias daquela primeira semana de fevereiro.
Só tive um alívio quando finalmente chegou o sábado e a pressão do Ivan diminuiu um pouco.
- Parabéns, atingiu sua meta da semana – ele me parabenizou no meio de todos os funcionários.
- Valeu – respondi meio rabugento.
- É assim que eu gosto! Continua dessa forma.
- Aham...
- Caio, vamos embora? – Fabricio me chamou.
- Demorou!
- Não fica com essa cara, meu. Hoje é sábado e amanhã a gente está de folga.
- Graças ao meu bom Deus!
- Pois é!
Fabrício e eu nos dirigimos até a nossa casa em silêncio. Enquanto estávamos no ônibus, eu fiquei pensando seriamente na possibilidade de ir de novo para a balada GLS que tinha ido na semana anterior.
E por que não? Assim que cheguei em casa, tomei um baita banho, me arrumei com minha melhor roupa, me perfumei e me preparei psicologicamente para passar uma noite em claro, em pé e em um lugar apertado e barulhento.




- Vai sair? – Rodrigo estranhou.
- Vou. Por quê?
- Vai aonde? Posso saber?
- Para balada. Onde mais eu poderia ir a essa hora da noite?
- E vai assim? Do nada?
- E tem que planejar para ir? Quero beber um pouco, quero beijar na boca... Quero me divertir!
- Você está saidinho ultimamente, hein?
- Querido, estou solteiro no Rio de Janeiro! Tenho 18 anos e tenho mais é que aproveitar.
- Aí eu gostei! Assim que tem que ser.
- Deveria fazer o mesmo.
- Ótima ideia! Vou ver com os caras se eles querem ir comigo.
- Demorou!
Me despedi do Rodrigo e saí de casa para aproveitar a minha noite.
O céu estava nebuloso e uma leve brisa gelada envolveu o meu corpo. Uma noite perfeita para ficar fora de casa!










Quando cheguei na porta da boate, não fiz corpo mole e fui logo entrando. Lembrei de tudo o que havia me acontecido no sábado anterior e algo dentro da minha cueca começou a dar sinal de vida.
- 15 reais – falou o carinha do caixa.
Era muito em conta!
- Obrigado – disse o funcionário. – Bom divertimento!
- Valeu.
- Seu comprovante, por favor? – pediu o outro funcionário.
Eu entreguei e rapidamente desci até o piso infernor. Como estava cedo, ainda não havia quase ninguém, mas as músicas já estavam tocando em ritmo animado.


Como de costume, fui até o bar e peguei a minha primeira bebida. Bebi vagarosamente, saboreando cada gota da vodca, que estava deliciosa.






- Olá – um cara foi falar comigo.
- Olá – eu respondi e analisei o moço por completo.
Ele era mais ou menos da altura do Vini. Era negro, meio bombadinho e tinha os dentes muito, muito brancos.
- Como se chama? – ele quis saber.
- Caio. E você?
- Tiago.
- Prazer.
- Prazer é meu.
Nós dois ficamos trocando ideia por um tempo e quando eu pensei que ele ia embora, Tiago me puxou para um beijo.
E que beijo foi aquele?!
Fazia muito tempo que eu não beijava daquele jeito... Não sei explicar, mas a nossa química foi tanta que se dependesse de mim, eu teria saído daquele lugar naquele exato momento e teria ido para um canto mais reservado, onde a gente pudesse ficar mais à vontade.
- Qual sua idade? – ele perguntou quando o beijo acabou.
- 18 e a sua?
- 27.
- Hum...
Tiago e eu ficamos juntos até umas 2 horas da madrugada, depois ele resolveu ir embora e nem pegou o meu telefone. Confesso que fiquei frustrado.
Se bem que eu não tinha telefone para passar! Obviamente não ia informar o fixo da república, não é mesmo?
E foi pensando nisso que eu resolvi comprar um celular novo.
Já tinha passado da hora de fazer aquilo!
Minha segunda noite em uma balada GLS não foi tão movimentada como na primeira, mas eu consegui me divertir bastante.
Por volta das 3, subi até o dark room e lá fiz uma verdadeira festa.




Beijei um, dois, três... E consegui curtir muito sarro com a maioria dos carinhas que beijei.
Foi um vuco-vuco enlouquecedor e eu acabei gozando duas vezes seguidas.
- Quer ir para outro lugar? – uma voz perguntou atrás de mim.
- Não – eu sequei uma gota que desceu pela minha testa.
- Tem certeza? – ele pegou a minha mão e colocou em cima de algo muito duro e muito grosso.
Fechei meus dedos naquela coisa e a balancei para cima e para baixo até ouvir um gemido de prazer.
- Sim. Tenho certeza sim.
- Que pena. Você ia gostar!






Só cheguei em casa quando o dia já estava claro. Fui direto para a ducha, sem me preocupar com roupa e quando entrei no quarto me arrependi de não ter pego pelo menos uma cueca.
- Chegamos juntos – Rodrigo bocejou e deitou na cama.
- Chegou agora também?
- Sim.
- Pegou muito?
- Hoje peguei poucas e você?
- Também. Peguei só 9 e você?
- Eu também! Empatamos.
- Mandou bem.
Tive um pouco de dificuldade de colocar a cueca por baixo da toalha e quase caí de costas no chão.
- Quer ajuda aí?
- Não, obrigado. A não ser que você queira me ver pelado!
- Tô fora! – Rodrigo deu um pulo e virou de bruços na cama.
Meu amigo estava só de cueca preta e ficou uma delícia naquela posição. Ah, se ele não fosse meu melhor amigo...


- Não me acorde antes das 2 da tarde, beleza? – ele pediu.
- Não me acorde antes das 10 da noite!
Mas é claro que eu fui acordado. Por volta das 5 horas, a casa ficou muito, mas muito barulhenta e eu perdi o sono por completo.
- Que droga!
Fui obrigado a levantar e ver o que estava acontecendo e quando cheguei na sala, tudo se explicou: Maicon estava de volta.
- Caio! – ele foi ao meu encontro e apertou a minha mão. – Como você está?
- Ótimo e você?
- Muito bem também.
O carinha voltou mais moreno do que nunca.
- Suas férias foram boas? – perguntei.
- Muito, cara! Melhores impossível.
- Que bom! Jà volto, vou tomar uma ducha e comer alguma coisa.
- Tem pizza no forno, Caio – disse Vinícius.
- Opa, valeu!
Mas era só um pedaço e não me satisfez em nada. Para matar a minha fome, eu precisava de no mínimo três pedaços.




- Acho que seria muito bom você fazer o seu bolo, né? – Fabrício apareceu na cozinha e começou a lavar a louça suja.
- Semana que vem eu faço, hoje não rola.
- A gente precisa fazer despesa. A casa está preta – ele comentou.
- Sò marcar.
- Agora vai ser meio embaçado porque as aulas começam amanhã.
- Deveriam ter falado antes.
- Acho que você vai ter de ir sozinho!
- Eu? Sozinho?
- É! Você é o único que não estuda.
- Eu mereço!
Será que as responsabilidades da casa iam ficar nas minhas costas?
- Preciso de coragem para começar a estudar de novo...
- Imagino!
- Mas vai passar rápido. Eu espero!
- Vai sim – tentei encorajá-lo.
Depois que eu comi, fui até a pia para levar meu prato sujo e contei dez latinhas de cerveja vazias.
- Beberam e nem me chamaram?
- Você estava dormindo – Fabrício deu de ombros.
- Custava me acordar?
- Quem vê pensa que você faz questão de beber com a gente.
- Não é por vocês, é pela bebida!
- Porra! Valeu pela consideração!
- Brincadeira, mano – dei risada.



Logo no primeiro dia de aula dos meninos, estranhei muito a falta do Fabricio na hora de voltar para casa.
Por sorte, quando cheguei o Rodrigo estava em casa para me fazer companhia. Eu não estava nem um pouco a fim de ficar sozinho naquela república.
- Como foi seu primeiro dia de aula? – questionei.
- Massa!
- Que bom.
- Começo de semestre sempre é legal, mas quando chega o fim a gente fica louco!
- Imagino.
Meu melhor amigo e eu ficamos trocando ideia até a volta dos nossos companheiros de república.
- Caio, Rodrigo, que bom que estão acordados – disse Vinícius.
- Que foi? – meu amigo perguntou.
- Temos uma vaga em aberto que precisa ser preenchida. Rodrigo, alguma sugestão?
- Não. Não tem nenhum cara na minha sala que precise disso.
- Que bom. O Maicon tem um amigo, podemos trazê-lo?
- Claro – Rodrigo concordou. – Sem problema algum.
- Então amanhã eu trago ele aqui e vocês ficam conhecendo.
- Beleza.
- Então ficou combinado assim – Maicon jogou a mochila no sofá e tirou a camiseta. – Vocês vão curtir o cara, ele é gente finíssima.
- Tem que ser parceiro – comentou Fabrício. – Não dá pra morar com gente chata!
- Verdade – concordei.
- Ele é muito da hora. Vocês vão rir demais com ele.
- Amanhã a gente vê isso – Vinícius colocou um ponto final no assunto.
Assim que eu vi aquele monte de mensagens do Bruno no meu Messenger, senti vontade de esmurrar a parede de tanta raiva.

- Nossa, por que você está vermelho desse jeito? – Rodrigo perguntou.
- Raiva.
- O que foi?
- Um monte de mensagens do Bruno no meu MSN!
- Sério? E o que dizia?
- Não li, né Rodrigo? Só passei os olhos e fechei a janela!
- Sério que não leu?
- Claro! Acha que vou perder meu tempo com ele?
- Assim que eu gosto, assim que eu gosto!
- Já disse que não quero mais saber dele. Já disse!
- Eu acredito em você!
A minha sorte foi que o Víctor estava online e acabou me distraindo.
Meu melhor amigo de São Paulo e eu conversamos muito, mas muito mesmo. Definitivamente, colocamos todas as fofocas em dia.
Mas o que mais me deixou feliz foi quando ele me disse que iria me fazer uma visita quando tivesse oportunidade.
É claro que ele seria muito bem-vindo! Revê-lo iria me fazer muito bem e só assim nós poderíamos matar as saudades de verdade.
- Quer usar, maninho? – perguntei.
- Quero não, valeu. Preciso dormir!
- Eu também. Amanhã vai ser um longo dia!
- Verdade.

Quando eu vi aquele cara pela primeira vez, a minha vontade foi dar risada.
- Pessoal, esse é o Éverton – disse Maicon. – Ele estuda comigo e quer morar aqui com a gente.
Maicon nos apresentou ao novato e rapidamente nós todos ficamos interagindo com o rapaz.
- E então? Aceita as condições? – perguntou Vinícius.
- Aceito sim – ele disse. – Gostei muito dessa casa.
- Então quando você pode se mudar?
- Amanhã pela manhã, pode ser?
- Claro! Sem problema algum.
- Combinado então.
- Éverton? – Rodrigo chamou.
- Fala?
- Posso ser tipo, muito indiscreto?
Todos nós olhamos pro Rodrigo sem entender nada.
- Pode sim, fala aí?
- Desculpa, mas a curiosidade está falando mais alto. Qual a sua altura?
Quase caí na gargalhada. Só o Rodrigo para dar um fora desses...
Éverton sorriu e disse:
- 1m58cm.

Sim. Ele era – e é – muito baixinho. O menor da casa. Parecia um menino de 11 ou 12 anos de idade.
- Desculpa mesmo – Rodrigo deu risada. – Foi mais forte do que eu.
- Relaxa. Já me acostumei e não tenho problema com isso. Sou bem resolvido com minha estatura.
Que bom! Aquilo era muito bom, porque eu tinha plena certeza que ele ia ser muito zoado naquela casa. Inclusive por mim!
-  Então estamos combinados, né Éverton? – Vinícius perguntou.
- Opa, combinados sim, Vini!
- Onde ele vai dormir? – perguntou Maicon.
- No seu quarto, né? – Rodrigo lembrou.
- Acho bacana fazer uma redivisão dos quartos, Rodrigo – disse Vinícius. – Já estamos com a mesma dupla há muito tempo... Já cansei de ver as fuças do Fabrício.
- Eu também cansei de ver o seu focinho, seu trouxa.
- Por mim, beleza – meu amigo deu de ombros.
Fiquei um pouco chateado. Será que ele queria se livrar de mim?
No fim, todos concordamos com a mudança de quartos e resolvemos fazer um sorteio para ninguém sair no prejuízio.
- Deixa eu ver quem é minha dupla... – o futuro médico escolheu um dos papeis e quando leu o nome que ali estava escrito, deu um sorriso enorme e em seguida caiu na risada.
Eu estava curioso. Por qual motivo ele estava rindo daquele jeito? Quem ele tinha tirado afinal de contas?
– É o Éverton! Coitado, nem chegou e já vai ficar comigo!
Não posso negar que fiquei um pouco frustrado. Seria bom dividir o quarto com aquela delícia em forma de gente.
- Você sempre escolhe os novatos – eu lembrei.
- Como assim?
- Quando eu cheguei aqui também ia dormir no seu quarto, lembra?
- Pode crer! Lembro sim...
- Deixa eu tirar o meu – Maicon se meteu na frente de todo mundo e tirou um dos papeis que estava na mão do Fabrício. – Rodrigo.
É! Eu ia me livrar do meu amigo...
- Então somos nós, Caio – Fabrício passou o braço direito pelo meu ombro.
- Uhum.
- Fica triste não, Caio – Rodrigo bagunçou meu cabelo. – Prometo que vou continuar pegando seu notebook emprestado.
- Nem vem que não tem, agora ele é só meu!
- Quanto egoísmo!
- E os quartos? Como ficam?
Acabou que o Fabrício e eu fomos obrigados a ocupar o antigo quarto do Willian e Ricardo. Não nos sobrou muita escolha.
- Pelo menos eu fiquei com alguém que eu tenho um pouco mais de intimidade – meu novo companheiro de quarto comentou.
- E o que tem isso a ver?
- Ah, é que eu gosto de dormir pelado, esqueceu?
Engoli em seco! Tinha esquecido daquele pequeno detalhe...


- Tem problema para você? – ele me olhou com as sobrancelhas erguidas.

3 comentários:

Unknown disse...

O blog realmente está muito bonito, vocês estão de parabéns.

Unknown disse...

parabéns a vcs está muito bom

Unknown disse...

O blog esta de parabens vou voltar a ler aqui agora que atualisado