F
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azia muito tempo que eu não sentia uma pele tão macia como a dele.
Parecia até mão de mulher!
- O prazer é todo meu – eu abri um sorriso tímido e fiquei meio sem graça.
- Pelo jeito nós seremos colegas de trabalho, né?
- Acho que sim – dei risada.
- O que será que a Duda quer com a gente? – ele coçou a nuca.
- Não sei, mas se ela chamou é porque deve ser importante.
- Verdade.
- Bom, eu vou nessa. Não posso ficar esperando aqui o resto da manhã.
- Eu também não, mas não tenho muita alternativa. Acho que na verdade eu vou voltar para casa e vir mais tarde.
- Eu vou dar um rolê no shopping e depois eu volto aqui.
- Também é uma boa opção. Bom, a gente se vê então.
- Sim. Desculpa mais uma vez pelo empurrão.
- Imagina, não tem problema não.
Os nossos olhos se encontraram novamente. Como ele tinha um olhar penetrante, meu Deus!
- Então até mais – ele se virou, mas não parou de me olhar.
- Até mais...
Enquanto ele andava, eu não desviei meus olhos um segundo sequer e só consegui sair do lugar quando ele desapareceu de vista. Que carinha interessante...
Já totalmente de volta ao meu corpo e novamente no controle das minhas emoções, lembrei que não podia ficar parado na porta da loja e resolvi mais uma vez visitar os meus amigos no meu antigo emprego. Eu só estava torcendo para o Ivan não ficar me enchendo a paciência.


- Fica calmo que ele não está aqui – disse Alexia. – Parece que teve um problema em uma filial e ele foi cobrir outro gerente.
- E quem está aqui com vocês?
- A loja está sem gerente mesmo.
- Que loucura... Não pode... Isso vai gerar um problemão.
- Fazer o quê?
- E aí, decidiu se vai lá na loja entregar o currículo?
- Já entreguei, gato. O Gabo e eu fomos juntos ontem à noite.
- Arrasaram, mas onde fizeram o currículo?
- Aqui na loja mesmo. A gente aproveitou o horário de janta do Ivan e mandamos ver.
- Aí sim, hein? Gostei de ver!!!
- Já tenho entrevista amanhã. A do Gabo é hoje à tarde.
- As coisas estão acontecendo rápido demais para o meu gosto.
- Também acho. Mudanças, mudanças e mais mudanças.
- Nossa – eu ouvi uma voz conhecida se aproximar. – Bem que eu estava sentindo cheiro de cocô de vaca por perto.
Eu senti vontade de dar um murro na cara do Lucas, mas me controlei e não me dei ao trabalho de responder àquela provação.
- Vamos sair daqui? – falei. – O ar está fedendo a pena de galinha queimada.
Alexia não se controlou e caiu na gargalhada.
- Você não existe mesmo.
- Ah, faça-me o favor! Nunca me dei bem com essa bicha malcomida.
- Nossa, que horror! – ela riu de novo.
- Mas não é? Esse moleque anda sempre de mal-humor, nunca vi. Não gosto dele.
- Ninguém gosta. Só o Ivan.
- Ele deve dar pro Ivan, por isso não acontece nada com ele aqui na loja.
- Ai, Caio, só você mesmo.
- Sou sincero. Não aguento esse cara, mas deixa isso pra lá. Só passei para fazer uma visitinha mesmo. Onde estão os meninos?
- Todos no estoque. Hoje houve abastecimento e eles estão arrumando as coisas.
- Minha nossa, graças a Deus eu saí desse lugar.
- De tanto você falar na sua nova loja, eu estou com vontade de sair daqui também.
- É o melhor que você faz, vai por mim.
- Vamos ver se dá certo a entrevista.
- Vai dar sim, só ter fé. Já vou, flor. Já fiquei aqui tempo demais e se o Ivan sonha que eu fiquei conversando com você, ele come o seu fígado no almoço.
- Eu te ligo para contar se passei ou não.
- Ficarei no aguardo. Se você ligar e eu não estiver em casa, pede para quem atender anotar seu nome que eu ligo de volta.
- Fechou.
- Até mais, amor – dei dois beijos nas bochechas dela.
- Comporte-se.
- Você também.


- O prazer é todo meu – eu abri um sorriso tímido e fiquei meio sem graça.
- Pelo jeito nós seremos colegas de trabalho, né?
- Acho que sim – dei risada.
- O que será que a Duda quer com a gente? – ele coçou a nuca.
- Não sei, mas se ela chamou é porque deve ser importante.
- Verdade.
- Bom, eu vou nessa. Não posso ficar esperando aqui o resto da manhã.
- Eu também não, mas não tenho muita alternativa. Acho que na verdade eu vou voltar para casa e vir mais tarde.
- Eu vou dar um rolê no shopping e depois eu volto aqui.
- Também é uma boa opção. Bom, a gente se vê então.
- Sim. Desculpa mais uma vez pelo empurrão.
- Imagina, não tem problema não.
Os nossos olhos se encontraram novamente. Como ele tinha um olhar penetrante, meu Deus!
- Então até mais – ele se virou, mas não parou de me olhar.
- Até mais...
Enquanto ele andava, eu não desviei meus olhos um segundo sequer e só consegui sair do lugar quando ele desapareceu de vista. Que carinha interessante...
Já totalmente de volta ao meu corpo e novamente no controle das minhas emoções, lembrei que não podia ficar parado na porta da loja e resolvi mais uma vez visitar os meus amigos no meu antigo emprego. Eu só estava torcendo para o Ivan não ficar me enchendo a paciência.
- Fica calmo que ele não está aqui – disse Alexia. – Parece que teve um problema em uma filial e ele foi cobrir outro gerente.
- E quem está aqui com vocês?
- A loja está sem gerente mesmo.
- Que loucura... Não pode... Isso vai gerar um problemão.
- Fazer o quê?
- E aí, decidiu se vai lá na loja entregar o currículo?
- Já entreguei, gato. O Gabo e eu fomos juntos ontem à noite.
- Arrasaram, mas onde fizeram o currículo?
- Aqui na loja mesmo. A gente aproveitou o horário de janta do Ivan e mandamos ver.
- Aí sim, hein? Gostei de ver!!!
- Já tenho entrevista amanhã. A do Gabo é hoje à tarde.
- As coisas estão acontecendo rápido demais para o meu gosto.
- Também acho. Mudanças, mudanças e mais mudanças.
- Nossa – eu ouvi uma voz conhecida se aproximar. – Bem que eu estava sentindo cheiro de cocô de vaca por perto.
Eu senti vontade de dar um murro na cara do Lucas, mas me controlei e não me dei ao trabalho de responder àquela provação.
- Vamos sair daqui? – falei. – O ar está fedendo a pena de galinha queimada.
Alexia não se controlou e caiu na gargalhada.
- Você não existe mesmo.
- Ah, faça-me o favor! Nunca me dei bem com essa bicha malcomida.
- Nossa, que horror! – ela riu de novo.
- Mas não é? Esse moleque anda sempre de mal-humor, nunca vi. Não gosto dele.
- Ninguém gosta. Só o Ivan.
- Ele deve dar pro Ivan, por isso não acontece nada com ele aqui na loja.
- Ai, Caio, só você mesmo.
- Sou sincero. Não aguento esse cara, mas deixa isso pra lá. Só passei para fazer uma visitinha mesmo. Onde estão os meninos?
- Todos no estoque. Hoje houve abastecimento e eles estão arrumando as coisas.
- Minha nossa, graças a Deus eu saí desse lugar.
- De tanto você falar na sua nova loja, eu estou com vontade de sair daqui também.
- É o melhor que você faz, vai por mim.
- Vamos ver se dá certo a entrevista.
- Vai dar sim, só ter fé. Já vou, flor. Já fiquei aqui tempo demais e se o Ivan sonha que eu fiquei conversando com você, ele come o seu fígado no almoço.
- Eu te ligo para contar se passei ou não.
- Ficarei no aguardo. Se você ligar e eu não estiver em casa, pede para quem atender anotar seu nome que eu ligo de volta.
- Fechou.
- Até mais, amor – dei dois beijos nas bochechas dela.
- Comporte-se.
- Você também.
Rodei aquele shopping até o horário do almoço, mas nada da Eduarda
voltar. Que reunião era aquela que não acabava nunca?
Aproveitei que estava perto dos cinemas e dei uma conferida nos filmes que estavam em cartaz. Desde que eu tinha me mudado para o Rio, ainda não tinha ido ver um bom filme. Puro relaxo!
Como não tinha absolutamente nada para fazer e eu tinha uma graninha sobrando, me dei ao luxo de pegar uma sessão de um filme de ação que me parecia ser muito bom. Pelo menos eu tinha certeza que durante o tempo que eu estivesse no cinema, a Eduarda com certeza iria voltar para a loja. Ou será que ela ia demorar o dia todo?
Mas por sorte, as minhas suspeitas se confirmaram. Depois que eu saí da sala de cinema, fui direto para a loja e por sorte, encontrei com ela logo na entrada.

- Duda? – toquei no ombro dela de leve;
- Ah, oi Caio! – ela me cumprimentou com os tradicioneis beijinhos no rosto. – Tudo bem?
- Tudo e você?
- Bem também. Que bom que você veio.
- Aconteceu alguma coisa?
- Não, nada de anormal. Só preciso recolher sua assinatura para a disponibilização da passagem para você ir pro treinamento em São Paulo.
- Ah, sim. Eu já vim aqui duas vezes e você não estava.
- Me perdoa, meu querido. Eu fiquei presa em uma reunião com meu gerente.
- Tudo bem, não tem problema.
- Você pode esperar um momento? Só vou terminar de atender a um cliente e já falo com você?
- Posso sim, fica tranquila. Eu espero ali naquela cadeira...
- Isso, isso mesmo. Já volto.
- OK.
Passaram-se 10, 20, 30 minutos e nada da mulher aparecer. Quando eu estava quase criando coragem para levantar e ir embora para a minha casa, ela apareceu com a maior cara de pau e pediu para eu esperar só mais um pouquinho:
- Perdão, Caio. Estou toda enrolada aqui, mas já te atendo, viu?
- Uhum...
- Já volto.
Que falta me fazia um celular! Se eu tivesse um aparelho, poderia ter ficado jogando algum joguinho ou me comunicando com alguma pessoa. Eu estava começando a achar que estava mesmo na hora de comprar um aparelho novo.
- Caio? Você por aqui? – Gabriel apareceu do meu lado sem eu perceber que ele estava se aproximando.
- E aí, mano? Beleza?
- Tranquilo? – ele sorriu, apertou a minha mão e deu um tapinha no meu ombro. – O que faz aqui?
- Estou esperando para falar com minha gerente, mas ela está enrolada...
- A Eduarda?
- Isso. E você? O que veio fazer aqui? – me fiz de desentendido.
- Eu criei coragem, trouxe meu currículo e tenho uma entrevista marcada. Simples e fácil assim.
- Hum. Que ótimo que aceitou o meu conselho. Você não vai se arrepender.
- Assim espero, hein? Assim espero!
- Caio, obrigada por ter aguardado e me desculpa a demora – quando ela se aproximou, até suspirou de cansaço.
- Tudo bem, Eduarda. Não tem problema.
- Posso te ajudar, moço? – ela se dirigiu ao Gabriel.
- Pode sim, Eduarda. Eu sou o Gabriel, tenho uma entrevista agendada.
- Ah, é mesmo. Nem tinha me lembrado, me desculpa.
- Tudo bem.
- Então, Gabriel, você vai ficar muito bravo se eu pedir pra você voltar amanhã?
- Não – ele me pareceu ser sincero.
- É que hoje eu não tenho como te atender, de verdade... Me desculpa!

- Não tem o menor problema, eu até prefiro. Só me diga qual o horário que eu devo vir.
- Amanhã pela manhã, antes do shopping abrir. Por volta de umas 9 horas, pode ser?
- Combinadíssimo.
- Então estamos combinados. Obrigada pela sua gentileza e compreensão.
- Imagina. Até amanhã então.
- Até.
- Até mais, Caio.
- Falou, Gabo!
- Vocês se conhecem? – ela indagou.
- Aham. Nós trabalhávamos juntos na outra loja. Lembra que eu disse que iria falar para meus amigos trazerem os currículos?
- Ah, sim! Claro que lembro...
- Ele é um deles.
- E quem é o outro?
- Alexia.
- Ah, sim. Eu lembro do nome dela. Nome diferente, né?
- Uhum.
- Mas chega de enrolação que eu já te fiz perder tempo demais por hoje. Por favor, venha até a minha mesa.
Aproveitei que estava perto dos cinemas e dei uma conferida nos filmes que estavam em cartaz. Desde que eu tinha me mudado para o Rio, ainda não tinha ido ver um bom filme. Puro relaxo!
Como não tinha absolutamente nada para fazer e eu tinha uma graninha sobrando, me dei ao luxo de pegar uma sessão de um filme de ação que me parecia ser muito bom. Pelo menos eu tinha certeza que durante o tempo que eu estivesse no cinema, a Eduarda com certeza iria voltar para a loja. Ou será que ela ia demorar o dia todo?
Mas por sorte, as minhas suspeitas se confirmaram. Depois que eu saí da sala de cinema, fui direto para a loja e por sorte, encontrei com ela logo na entrada.
- Duda? – toquei no ombro dela de leve;
- Ah, oi Caio! – ela me cumprimentou com os tradicioneis beijinhos no rosto. – Tudo bem?
- Tudo e você?
- Bem também. Que bom que você veio.
- Aconteceu alguma coisa?
- Não, nada de anormal. Só preciso recolher sua assinatura para a disponibilização da passagem para você ir pro treinamento em São Paulo.
- Ah, sim. Eu já vim aqui duas vezes e você não estava.
- Me perdoa, meu querido. Eu fiquei presa em uma reunião com meu gerente.
- Tudo bem, não tem problema.
- Você pode esperar um momento? Só vou terminar de atender a um cliente e já falo com você?
- Posso sim, fica tranquila. Eu espero ali naquela cadeira...
- Isso, isso mesmo. Já volto.
- OK.
Passaram-se 10, 20, 30 minutos e nada da mulher aparecer. Quando eu estava quase criando coragem para levantar e ir embora para a minha casa, ela apareceu com a maior cara de pau e pediu para eu esperar só mais um pouquinho:
- Perdão, Caio. Estou toda enrolada aqui, mas já te atendo, viu?
- Uhum...
- Já volto.
Que falta me fazia um celular! Se eu tivesse um aparelho, poderia ter ficado jogando algum joguinho ou me comunicando com alguma pessoa. Eu estava começando a achar que estava mesmo na hora de comprar um aparelho novo.
- Caio? Você por aqui? – Gabriel apareceu do meu lado sem eu perceber que ele estava se aproximando.
- E aí, mano? Beleza?
- Tranquilo? – ele sorriu, apertou a minha mão e deu um tapinha no meu ombro. – O que faz aqui?
- Estou esperando para falar com minha gerente, mas ela está enrolada...
- A Eduarda?
- Isso. E você? O que veio fazer aqui? – me fiz de desentendido.
- Eu criei coragem, trouxe meu currículo e tenho uma entrevista marcada. Simples e fácil assim.
- Hum. Que ótimo que aceitou o meu conselho. Você não vai se arrepender.
- Assim espero, hein? Assim espero!
- Caio, obrigada por ter aguardado e me desculpa a demora – quando ela se aproximou, até suspirou de cansaço.
- Tudo bem, Eduarda. Não tem problema.
- Posso te ajudar, moço? – ela se dirigiu ao Gabriel.
- Pode sim, Eduarda. Eu sou o Gabriel, tenho uma entrevista agendada.
- Ah, é mesmo. Nem tinha me lembrado, me desculpa.
- Tudo bem.
- Então, Gabriel, você vai ficar muito bravo se eu pedir pra você voltar amanhã?
- Não – ele me pareceu ser sincero.
- É que hoje eu não tenho como te atender, de verdade... Me desculpa!
- Não tem o menor problema, eu até prefiro. Só me diga qual o horário que eu devo vir.
- Amanhã pela manhã, antes do shopping abrir. Por volta de umas 9 horas, pode ser?
- Combinadíssimo.
- Então estamos combinados. Obrigada pela sua gentileza e compreensão.
- Imagina. Até amanhã então.
- Até.
- Até mais, Caio.
- Falou, Gabo!
- Vocês se conhecem? – ela indagou.
- Aham. Nós trabalhávamos juntos na outra loja. Lembra que eu disse que iria falar para meus amigos trazerem os currículos?
- Ah, sim! Claro que lembro...
- Ele é um deles.
- E quem é o outro?
- Alexia.
- Ah, sim. Eu lembro do nome dela. Nome diferente, né?
- Uhum.
- Mas chega de enrolação que eu já te fiz perder tempo demais por hoje. Por favor, venha até a minha mesa.
Confesso que fiquei extremamente irritado quando soube que perdi
metade do meu dia só por causa de uma simples assinatura. Eu deveria ter feito
como o Henrique, deveria ter ido embora para a minha casa e ter voltado no
período da tarde, mas não adiantava mais chorar depois do leite derramado!

- Que demora foi essa? – Víctor estava entediado.
- E é da sua conta, curioso?
- Pensei que iríamos sair hoje...
- E nós vamos, você pode ter calma?
- Acho bom! Não quero ficar dentro de casa, olhando para as paredes. Ou melhor, olhando pra cara de bunda do seu amigo.
- Não fala assim dele, hein? É por isso que ele não gosta de você, porque você não o trata bem!
- E quem disse que eu gosto dele?
- Pois deveria, o Rodrigo é uma excelente pessoa.
- Uh, excelentíssima...
- Cala essa boca, senão não te levo pra lugar nenhum.
- Vou calar, mas não é porque você pediu, é para evitar a fadiga. Vem cá, que horas você viaja no domingo?
- 11 da noite.
- Vai de ônibus, né?
- Claro que não, eu vou de avião!
- Bicha metida – Víctor deu risada.
- Desculpa, quem pode, pode. Quem não pode tira o rabo da estrada.
- Meu, você pareceu a minha avó agora, sério.
- Não me importo. Já está pronto? Já podemos sair?
- Já, Hoje eu estou prevenido e já estou de sunga.
- Que bom. Pelo menos agiliza o meu lado, só vou comer alguma coisa e já volto, beleza?
- Uhum.

Fui até a cozinha, preparei um sanduba de mortadela, sentei na mesa e enquanto comia, fiquei pensando na vida. O que será que o Bruno estava fazendo naquele momento?
Será que ele estava trabalhando? Será que estava estudando? Como será que estava sendo a vida do meu ex-namorado na Espanha?
Não sei por quanto tempo eu fiquei pensando nele, mas quando me dei conta, o Víctor estava me chamando e me cutucando sem parar:
- Acorda, homem!
- Hã? Hã?
- Está dormindo? Sonhando acordado? Vamos ou não pra praia?
- Ah, é. Vamos sim...
- O que houve? Por que estava aí parado olhando pra geladeira?
- Pensando, Víctor.
- Em quê? Ou em quem?
- Ultimamente você está curioso demais.
- Ultimamente você está chato demais – ele respondeu na lata.
- Eu não estou chato, eu sou chato – brinquei, levantei da cadeira, me espreguicei e procurei coragem para sair de casa novamente.
- Ainda bem que você reconhece.
Conforme havia prometido, levei o Víctor para conhecer o Leblon, mas daquela vez nós tivemos que ir de ônibus ao invés de ir de metrô.
- É longe?
- É depois de Ipanema – expliquei.
- Eita..
Mas não demorou tanto quanto eu imaginava que ia demorar. O ônibus até que foi rápido!
- Não curti, prefiro as outras.
- Ficou cego, Víctor? Como você pode não curtir essa vista maravilhosa?
- Preferi Copacabana e Ipanema. É bonito, mas não como as outras.
- Gosto não se discute não é mesmo?
- Que demora foi essa? – Víctor estava entediado.
- E é da sua conta, curioso?
- Pensei que iríamos sair hoje...
- E nós vamos, você pode ter calma?
- Acho bom! Não quero ficar dentro de casa, olhando para as paredes. Ou melhor, olhando pra cara de bunda do seu amigo.
- Não fala assim dele, hein? É por isso que ele não gosta de você, porque você não o trata bem!
- E quem disse que eu gosto dele?
- Pois deveria, o Rodrigo é uma excelente pessoa.
- Uh, excelentíssima...
- Cala essa boca, senão não te levo pra lugar nenhum.
- Vou calar, mas não é porque você pediu, é para evitar a fadiga. Vem cá, que horas você viaja no domingo?
- 11 da noite.
- Vai de ônibus, né?
- Claro que não, eu vou de avião!
- Bicha metida – Víctor deu risada.
- Desculpa, quem pode, pode. Quem não pode tira o rabo da estrada.
- Meu, você pareceu a minha avó agora, sério.
- Não me importo. Já está pronto? Já podemos sair?
- Já, Hoje eu estou prevenido e já estou de sunga.
- Que bom. Pelo menos agiliza o meu lado, só vou comer alguma coisa e já volto, beleza?
- Uhum.
Fui até a cozinha, preparei um sanduba de mortadela, sentei na mesa e enquanto comia, fiquei pensando na vida. O que será que o Bruno estava fazendo naquele momento?
Será que ele estava trabalhando? Será que estava estudando? Como será que estava sendo a vida do meu ex-namorado na Espanha?
Não sei por quanto tempo eu fiquei pensando nele, mas quando me dei conta, o Víctor estava me chamando e me cutucando sem parar:
- Acorda, homem!
- Hã? Hã?
- Está dormindo? Sonhando acordado? Vamos ou não pra praia?
- Ah, é. Vamos sim...
- O que houve? Por que estava aí parado olhando pra geladeira?
- Pensando, Víctor.
- Em quê? Ou em quem?
- Ultimamente você está curioso demais.
- Ultimamente você está chato demais – ele respondeu na lata.
- Eu não estou chato, eu sou chato – brinquei, levantei da cadeira, me espreguicei e procurei coragem para sair de casa novamente.
- Ainda bem que você reconhece.
Conforme havia prometido, levei o Víctor para conhecer o Leblon, mas daquela vez nós tivemos que ir de ônibus ao invés de ir de metrô.
- É longe?
- É depois de Ipanema – expliquei.
- Eita..
Mas não demorou tanto quanto eu imaginava que ia demorar. O ônibus até que foi rápido!
- Não curti, prefiro as outras.
- Ficou cego, Víctor? Como você pode não curtir essa vista maravilhosa?
- Preferi Copacabana e Ipanema. É bonito, mas não como as outras.
- Gosto não se discute não é mesmo?
Durante o resto da semana, quase não vi os garotos da república. O
único com o qual eu mantinha mais contato, era o Rodrigo e ainda assim não era
o mesmo contato que antes porque ele ainda estava bravo comigo. E sem nenhum
motivo.
- Quero só ver quando você vai voltar a falar comigo – comentei na sexta-feira à noite.
- Nunca – ele respondeu, virou as costas e saiu de casa.
- Vocês ainda estão brigados? – perguntou Víctor.
- Sim, mas eu sei que quando você for embora, tudo voltará ao normal.
- Ah, é assim? É assim que funciona o negócio?
- Uhum. Ele está com ciúmes de você. Só isso.
- Qual a idade dele? 12?
- 21, acho que 22 quase. Algo assim.
Como eu estava relaxado... Não lembrava a idade do meu amigo... Que coisa mais feia...
- Não parece, parece que ele tem 12.
- Às vezes parece que você tem 5, então fica quieto e na tua, beleza?
- Mal-educado.
- Sou mesmo. Escuta, você já comprou sua passagem de volta?
- Não. Vou comprar só no dia mesmo. Já quer se livrar de mim, é?
- Não seria má ideia – sorri. – É brincadeira.
- Acho bom. A gente ficou quase 2 anos sem se ver, você tem que me tratar super bem.
- Pode deixar, seu manhoso. Vamos sair?
- Agora? – ele arregalou os olhos.
- Qual o problema? Mamãe e papai não deixam?
- Não é isso seu idiota, você só me pegou de surpresa.
- Vamos ou não?
- Vamos, vamos sim, mas vamos para onde?
- Barzinho ou um quiosque em uma praia qualquer. Preciso beber.
- E desde quando você bebe?
- Desde o momento em que me mudei, já te falei isso várias vezes.
- Falou? É que não me lembro...
- Vou tomar um banho e já volto.
- Não demora.
- Quero só ver quando você vai voltar a falar comigo – comentei na sexta-feira à noite.
- Nunca – ele respondeu, virou as costas e saiu de casa.
- Vocês ainda estão brigados? – perguntou Víctor.
- Sim, mas eu sei que quando você for embora, tudo voltará ao normal.
- Ah, é assim? É assim que funciona o negócio?
- Uhum. Ele está com ciúmes de você. Só isso.
- Qual a idade dele? 12?
- 21, acho que 22 quase. Algo assim.
Como eu estava relaxado... Não lembrava a idade do meu amigo... Que coisa mais feia...
- Não parece, parece que ele tem 12.
- Às vezes parece que você tem 5, então fica quieto e na tua, beleza?
- Mal-educado.
- Sou mesmo. Escuta, você já comprou sua passagem de volta?
- Não. Vou comprar só no dia mesmo. Já quer se livrar de mim, é?
- Não seria má ideia – sorri. – É brincadeira.
- Acho bom. A gente ficou quase 2 anos sem se ver, você tem que me tratar super bem.
- Pode deixar, seu manhoso. Vamos sair?
- Agora? – ele arregalou os olhos.
- Qual o problema? Mamãe e papai não deixam?
- Não é isso seu idiota, você só me pegou de surpresa.
- Vamos ou não?
- Vamos, vamos sim, mas vamos para onde?
- Barzinho ou um quiosque em uma praia qualquer. Preciso beber.
- E desde quando você bebe?
- Desde o momento em que me mudei, já te falei isso várias vezes.
- Falou? É que não me lembro...
- Vou tomar um banho e já volto.
- Não demora.
- Vai sair, Caio? – perguntou Fabrício.
- Uhum. Quero beber um pouco. Vamos?
- Opa, demorou! Espera eu tomar uma ducha, rapidão?
- 5 minutos...
- É rápido, eu não demoro.
- Beleza.
- Vamos, Caio? Eu estou pronto – Víctor entrou no quarto.
- Só vamos esperar o Fabrício tomar um banho. Ele vai com a gente.
- Ai meu Deus... Assim eu morro, ele é gato demais...
- Cala a boca, infeliz. Não consegue se segurar nunca?
- Estou na seca há meses, me dá um desconto?
- Pois não será com ele que você sairá da seca, idiota.
- Infelizmente. Mas espero conseguir um tão bom quanto amanhã. Eu ainda não peguei ninguém no Rio de Janeiro, tem noção disso?
- Amanhã você tira todos os seus atrasos.
- Assim espero. Enquanto ele não fica pronto, eu vou dar um jeito na minha roupa suja, beleza?
- Fechado. Quando ele ficar pronto eu te aviso.
Fiquei tão entretido na internet que não vi o cara entrar no quarto. Ele estava lindo enrolado naquela toalha branca e o fato dos cabelos dele estarem molhados, me deixou ainda mais extasiado.
- Já vou me arrumar – meu colega de quarto falou.
- Sem problemas.
Fingi que fiquei olhando alguma coisa no notebook, mas obviamente fiquei foi de olho nele. O cara estava com o corpo cada dia mais em forma. Não sei como conseguia aquele feito sem fazer academia.
E mesmo eu estando acostumado com ele pelado na minha frente, naquele dia eu não me segurei e fiquei olhando mesmo. Quando o Fabricio tirou a toalha, eu senti a maior vontade de suspirar. Que bundinha linda ele tinha!
- Caio, o seu amigo... OH! – Victor entrou no quarto no exato momento em que o Fabricio tirou a toalha e não conseguiu segurar seus olhos, ficou olhando justamente para onde não deveria...

- Uhum. Quero beber um pouco. Vamos?
- Opa, demorou! Espera eu tomar uma ducha, rapidão?
- 5 minutos...
- É rápido, eu não demoro.
- Beleza.
- Vamos, Caio? Eu estou pronto – Víctor entrou no quarto.
- Só vamos esperar o Fabrício tomar um banho. Ele vai com a gente.
- Ai meu Deus... Assim eu morro, ele é gato demais...
- Cala a boca, infeliz. Não consegue se segurar nunca?
- Estou na seca há meses, me dá um desconto?
- Pois não será com ele que você sairá da seca, idiota.
- Infelizmente. Mas espero conseguir um tão bom quanto amanhã. Eu ainda não peguei ninguém no Rio de Janeiro, tem noção disso?
- Amanhã você tira todos os seus atrasos.
- Assim espero. Enquanto ele não fica pronto, eu vou dar um jeito na minha roupa suja, beleza?
- Fechado. Quando ele ficar pronto eu te aviso.
Fiquei tão entretido na internet que não vi o cara entrar no quarto. Ele estava lindo enrolado naquela toalha branca e o fato dos cabelos dele estarem molhados, me deixou ainda mais extasiado.
- Já vou me arrumar – meu colega de quarto falou.
- Sem problemas.
Fingi que fiquei olhando alguma coisa no notebook, mas obviamente fiquei foi de olho nele. O cara estava com o corpo cada dia mais em forma. Não sei como conseguia aquele feito sem fazer academia.
E mesmo eu estando acostumado com ele pelado na minha frente, naquele dia eu não me segurei e fiquei olhando mesmo. Quando o Fabricio tirou a toalha, eu senti a maior vontade de suspirar. Que bundinha linda ele tinha!
- Caio, o seu amigo... OH! – Victor entrou no quarto no exato momento em que o Fabricio tirou a toalha e não conseguiu segurar seus olhos, ficou olhando justamente para onde não deveria...
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