quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Capítulo 25

O
que será que ele estava pretendendo com aquelas ameaças?
Me colocar medo? Me assustar? Me coagir? Ele tinha armas ao seu favor, mas eu também tinha ao meu. Se ele sabia coisas ao meu respeito, eu também sabia coisas a respeito dele e poderia usá-las ao meu favor quando eu quisesse.
- Eu não tenho medo de você, Leonardo. Me deixa em paz, vai correr atrás do Bruno que você ganha mais.
- Só estou te avisando. Prepare-se.
Eu puxei o meu braço e me soltei de suas garras nojentas. Leonardo e eu nos fuzilamos com os olhos. O clima estava tenso entre nós dois.
Eu dei as costas ao traidor e continuei descendo a rua. Parecia que eu ouvia o mar gritar pelo meu nome.
“Caio...”
“Caio...”
“Caio...”
Vez ou outra eu olhava pra trás só pra ver se o idiota do Leonardo estava me seguindo, mas por sorte ele resolveu me deixar em paz.

As lágrimas caíam em abundância e dificultavam a minha visão. Eu estava enxergando as coisas embaçadas e por mais que tentasse me acalmar, eu não conseguia.
Quando cheguei no calçadão de Ipanema, tirei meus tênis e as meias e saí correndo pela areia. As ondas vinham de encontro à areia e voltavam incansavelmente, em uma eterna coreografia em que não havia erros.

Eu sentei quase perto da água e fiquei olhando aquela imensidão azul. Azul da cor dos olhos do Bruno. Azul da cor dos olhos da pessoa que eu mais amava na face da Terra.

Eu chorei e não tenho vergonha de confessar. A dor que eu estava sentindo não era uma dor comum. Nada em meu corpo doía. O que doía era a minha alma e parecia que aquela dor não ia ter fim nunca. Por mais que eu tentasse enxergar uma saída para aquela situação, nada vinha em minha mente a não ser a cena dos dois na cama.
Que nojo que eu estava sentindo de mim mesmo. Nojo por ter confiado em duas cobras como o Bruno e o Leonardo. Nojo por ter me envolvido com um inseto que não merecia nem bom dia...
Acredito que aquela tenha sido a primeira vez que eu tenha sentido ódio de alguém. Leonardo... Ele que dizia ser meu melhor amigo, no fundo era meu pior inimigo. Mas por que ele fez aquilo comigo? O que eu fiz de errado pra ele pra que ele me odiasse tanto assim?

Só podia ser inveja. E eu que pensava que os dois nem conversavam. Eu nunca os havia visto juntos na empresa. Nunca os havia visto conversando... Eu tinha sido feito de idiota. Um completo idiota.
Sofrimento. Mais uma vez ele bateu na minha porta e entrou sem pedir licença. Logo quando eu estava começando a me acostumar com a minha nova realidade, o sofrimento invadiu a minha vida novamente e daquela vez com a força de um furacão que abalou as estruturas do meu ser.
Confiança. De que adiantava confiar nas pessoas? Eu tinha confiado nos dois e olha o que eu ganhei em troca... Dali em diante eu não ia mais confiar em ninguém. Nem na minha própria sombra.
Amizade. Sentimento de sete letras que só é superado pelo amor. Mas será que existia mesmo amizade? Eu considerava o Víctor meu melhor amigo e ele por sua vez, queria ficar comigo. Considerei o Leonardo meu melhor amigo e ele me traiu da pior forma que existe...
O fato é que eu não estava mais acreditando nos sentimentos. Não acreditava mais na lealdade, não acreditava mais na confiança, não acreditava mais na felicidade, não acreditava mais na amizade e muito menos acreditava no amor.

A sensação que eu tinha era que dentro do meu peito não batia mais um coração. Meu coração estava partido em milhares de pedaços que, na minha concepção, jamais iriam conseguir se juntar. Parecia que dentro de mim existia um buraco negro, onde tudo que entrava era sugado e armazenado no espaço vazio que era aquele buraco negro...
Comecei a sufocar com as minhas lágrimas. Eu não sabia que eu era capaz de produzir tantas lágrimas daquele jeito. Elas não paravam, saíam dos meus olhos de uma em uma, como se fossem um exército de formigas que deixavam o formigueiro em busca de alimentos.
- Está tudo bem? – uma mulher tocou no meu ombro, preocupada.
Eu a fitei e sequei o rio que descia pelo meu rosto.
- Você precisa de ajuda?
- Não, obrigado – respondi depois de alguns segundos. – Vai ficar tudo bem.
- Tem certeza? Você precisa tomar uma água...
- Tenho certeza sim. Obrigado pela sua preocupação.
- Olha, eu vou estar sentada ali atrás. Se você precisar de alguma coisa, pode me procurar.
- Eu agradeço.
Por que ela estava se oferecendo para me ajudar? O que ela queria em troca?
Voltei a olhar para o oceano azul. Embora estivesse escuro devido à noite que já havia caído, eu ainda era capaz de distinguir o azul da água. Azul, maldita cor azul...
Eu que havia conhecido o lado bom da vida há pouco tempo, acabara de descobrir o pior dos sentimentos. A traição.
Será que existe um sentimento pior que esse? Se é que isso pode ser chamado de sentimento...
Por que eu tinha que me apaixonar por ele? Logo por ele? E por que ele tinha que ter feito aquilo comigo?
Muitas coisas passaram pela minha cabeça e a tristeza inevitavelmente estava sentada ao meu lado, segurando na minha mão e pouco a pouco tomando conta do meu corpo e da minha vida.
Mais uma vez abandonado. Mais uma vez jogado às traças. Mais uma vez humilhado. Mais uma vez destroçado. Mais uma vez sozinho. Sem ninguém.
Talvez aquele fosse o meu destino. Ser sozinho no mundo. Sem família, sem amigos, sem amor. Só com Deus. Ou será que Ele também havia me deixado sozinho? Porque era aquela sensação que eu estava sentindo. Parecia que nem Deus estava mais comigo...
Eu respirei fundo e parei de chorar. Deitei a cabeça nos meus joelhos e comecei a escrever o nome dele na areia.

Bruno. O meu primeiro amor e a minha primeira desilusão amorosa. Meu primeiro homem, meu primeiro namorado, meu primeiro tudo. meu primeiro nada.
O que eu significava para o Bruno? Talvez nada. Talvez eu não fosse absolutamente nada a não ser mais um na sua lista de conquistas.
Bitch... Puta... Cadela... Cachorra... Um apelido um tanto quanto diferente, mas que com toda a certeza do mundo, era a sua cara.
É isso que ele era. Uma puta. Uma cadela que não merecia o meu amor, nem a minha admiração. O que ele merecia era meu desprezo e era aquilo que ele ia ter dali em diante. Desprezo e inércia.
Já o Leonardo não merecia nada além da minha mais profunda sensação de nojo. É isso que eu estava sentindo dele: nojo. O mesmo nojo que eu sentia – e ainda sinto – quando matava uma barata.
Dois seres nada mais que deploráveis. Um pior que o outro. Uma dupla de traidores, uma dupla de cascaveis que se mereciam e que deveriam ficar juntas, unidas e inseparáveis. Porque eles tinham o mesmo sangue de traidores nas veias e o mesmo veneno que tinha acabado com a minha vida e a minha esperança.
Decidi me levantar e caminhar um pouco. Eu precisava pensar em como seria a minha vida dali em diante.

Como seria no trabalho, vendo os dois todos os dias?
E como seria na república? Eu não ia poder me dar ao luxo de transparecer o que estava acontecendo, afinal não podia dar explicações aos meninos.
Se existia alguém que não podia descobrir o que estava acontecendo, eram os meninos. Com que cara eu ia contar a eles que não estava mais namorando sendo que só fazia uma semana que eu tinha começado a me relacionar? No mínimo eles iam achar suspeito.
Não. Eu não podia contar a verdade. Tinha que mais uma vez, colocar uma máscara ante o meu rosto. Mais uma máscara da mentira, mas era a única solução.

Não sei quanto tempo fiquei andando na beira do mar, só me dei conta que havia caminhado demais quando a praia foi substituída por uma espécie de morro. Eu olhei por todos os lados e não reconheci aquele lugar. Será que eu estava perdido?
O jeito foi voltar para o calçadão. Eu tinha entrado em uma espécie de parque que eu nunca havia visto antes.
Sentei em um banco de cimento, limpei os meus pés como pude e coloquei os meus tênis. Eu não podia me perder. Já estava com problemas demais para arranjar mais um daquela espécie.
- Com licença, que bairro é esse? – perguntei a uma moça.
- Ipanema.
Meu coração bateu aliviado.
- Obrigado.
Pelo menos eu não tinha ido muito longe. O calçadão deu lugar a prédios e estabelecimentos comerciais. Eu entrei na ciclovia e continuei caminhando, seguindo meu instinto. Quando menos esperei, cheguei em Copacabana.

O mar da Praia de Copacabana ficava muito mais perto do calçadão do que em Ipanema. Eu tive a nítida sensação que, em um dia que o oceano estivesse mais bravo que o norma, a água provavelmente pudesse invadir o asfalto. Ou será que eu estava imaginando coisas?
Contudo, conforme eu caminhava, a água ia se alonjando. Alguém estava tocando uma canção triste em uma gaita, não muito longe dali. Eu sentei em um banquinho e fiquei ouvindo aquela melodia. Mais uma vez, meu rosto foi banhado pelas lágrimas de tristeza que insistiam em não abandonar meus olhos.
Chorei, chorei e chorei mais um pouco. Não conseguia me conter, não conseguia me controlar. Não sei se eu estava chamando a atenção e nem me preocupei com aquilo. Só o que eu queria e precisava, era desabafar. Chorar até acabarem as lágrimas. Chorar até me cansar. Chorar até aliviar a minha dor. E que dor enorme eu sentia...
Depois de muito tempo, percebi que meu celular estava tocando. Quando peguei o aparelho, vi o nome do Rodrigo no visor. O que ele queria?
- Oi – falei.
- Onde você está?
- Na praia, por quê?
- Já viu que horas são?
Não. Eu não tinha me preocupado com aquilo.
- Não.
- Quase 1:00...
- O quê?
Eu afastei o celular da orelha. Ele tinha razão.
- Está tudo bem com você? – ele perguntou.
- Sim, tudo ótimo.
- Você está chorando ou é impressão minha?
- Impressão sua – menti.
- Ah... Não vai vir pra casa não?
- Vou, claro que vou... Será que ainda tem metrô?
- Essa hora não tem mais não, filhote. Vai ter que pegar um ônibus.
- Tô fodido...
- Tá com a cabeça no mundo da lua? Isso que dá ficar namorando até tarde...
- Não tô pra brincadeiras, Rodrigo. Na boa...
- Ih... Alguma coisa aconteceu. Pega um táxi. Quando chegar aqui a gente dá um jeito.
- Não, fica tranquilo. Eu vou dar um jeito de pegar um ônibus. Qualquer coisa fico por aqui e volto quando o metrô começar a rodar.
- Você é louco? Está acompanhado?
- Não, estou sozinho...
- Você é doido, Caio? É perigoso...
- Eu sei me cuidar sozinho, Rodrigo.
- Tudo bem. Eu só quero te ajudar. Qualquer coisa liga aí.
- Obrigado pela sua preocupação.
Ele não falou mais nada e desligou. Eu guardei meu celular no bolso da calça e fiquei de pé. Ele tinha razão. Talvez fosse perigoso continuar ali, sozinho e sem ninguém para me proteger.
Caminhei lentamente até a faixa de pedestres e atravessei a rua. Quando cheguei ao outro lado, perguntei para um senhor onde eu podia pegar um ônibus para o Catete ou para o Largo do Machado.
- Sobe a primeira à direita e vira a segunda à esquerda. Quando chegar na Nossa Senhora de Copacabana é só procurar o primeiro ponto pra lá – ele apontou para a sua esquerda.
- Tudo bem, muito obrigado.
Segui suas recomendações e facilmente localizei o ponto de ônibus. Sempre que um ônibus passava, eu olhava o letreiro, mas nenhum era o que eu queria. Comecei a ficar realmente preocupado.
Entretanto, quando eu estava quase perdendo as esperanças, um ônibus destinado ao Largo do Machado se aproximou. Meu coração bateu aliviado e eu pedi parada.
- Ponto final é no Largo do Machado? – indaguei ao motorista.
- É – ele respondeu com sotaque mega carioca.
Entrei, paguei a passagem e sentei no último banco do veículo. Enquanto o coletivo andava, eu pensei mais uma vez em tudo o que havia acontecido. Eu não merecia o que eles fizeram comigo...
Só percebi que tinha chegado ao meu destino quando o motor do transporte público foi desligado. Eu desci os dois degraus em um pulo e comecei a andar rapidamente. Já passava da 1:30 da manhã.
Quando cheguei em casa, fui direto pro banho. Deixei a água quente cair sobre a minha pele e tentei não pensar neles, mas era inevitável. A dor que eu estava sentindo não era uma simples dor de traição. Era uma dor dupla e a sua dimensão era duas vezes maior.






Alguém deu duas batidinhas na porta e eu perguntei de quem se tratava. Era o Willian.
- Vai demorar?
- Já estou saindo, espera aí.
Desliguei o chuveiro e comecei a me secar. Enrolei a toalha na cintura e saí do banheiro.
- O que houve com seus olhos? Você esteve chorando?
- Nada. Não é nada.
- Tem certeza?
- Absoluta. Com licença...
Eu coloquei minhas roupas sujas na máquina de lavar e fui direto pro meu quarto. O Rodrigo estava sentado na cama, mexendo no meu notebook.
- Até que enfim, hein? Estava preocupado com você.
Não respondi nada. Peguei uma cueca limpa, me vesti, joguei a toalha molhada do lado da minha cama e me deitei. Estava sentindo muita vontade de chorar, mas eu tinha que controlar meu choro.

- Aconteceu alguma coisa? – ele quis saber.
- Não – minha voz falhou.
- O que foi, mano? Por que você está assim?
- Nada. Me deixa quieto, por favor...
Ele não insistiu, mas como eu comecei a chorar, Rodrigo foi até a minha cama, tocou no meu ombro e disse:
- O que você tem, parceiro? Por que você está chorando?
- Quer me deixar em paz, por favor? – eu cobri minha cabeça com o travesseiro.
- Eu só quero te ajudar. Confia em mim, Caio. Sou seu amigo...
- Eu só preciso ficar quietinho, tá bom?
Ele suspirou.
- Tudo bem. Se você precisar de mim, é só me chamar.
Durante a maior parte daquela madrugada, eu fiquei com meus olhos grudados na parede do meu quarto. A ficha do que tinha acontecido estava caindo aos pouquinhos e cada vez mais, o meu sofrimento estava aumentando.

Talvez eu tenha dormido uma ou duas horas naquela noite. Meus olhos amanheceram grudados e ardendo. Eu tive dificuldade para enxergar as coisas.
Levantei e comecei a me arrumar. Escolhi a primeira muda de roupa que vi e saí pra escola sem nem ao menos tomar café da manhã. Não sentia a menor fome, muito menos apetite.
Quando cheguei ao colégio, algumas pessoas perguntaram por que meus olhos estavam vermelhos e enormes, inclusive o Rogério:
- O que você tem? Está com conjuntivite?
- Nada, me deixa em paz – eu bufei de raiva.
- Nossa, que mau-humor. Só queria saber se está tudo bem. Eu, hein.
Não. Eu não estava bem. Nada bem e acreditava que talvez não fosse ficar bem nunca.
Não consegui prestar atenção em nenhuma aula. Tudo o que os professores falavam entrava por uma orelha e saía pela outra. Eu não tinha cabeça para nada. Absolutamente nada.
Quando cheguei em casa, dei de cara com o Vinícius e estranhei a sua presença. Ele deveria estar trabalhando aquela hora.
- Está com conjuntivite? – ele indagou.
- Acho que sim.
- Precisa ir a um oftalmo.
Não dei bola e mudei de assunto.
- Não deveria estar trabalhando?
- Não. Eu não trabalho enquanto estou na faculdade.
- Hã? – não entendi o que ele quis dizer.
- É que assim, como eu faço medicina, tenho que me dedicar inteiramente aos estudos. Eu só trabalho durante as férias e no comecinho do semestre. Agora eu só vou estudar.
- Ah, agora eu entendi.
- Meus pais vão me ajudar com as minhas despesas,
- Bacana.
- Você está bem, filhote? Aconteceu alguma coisa?
- Não estou me sentindo muito bem hoje.
- Tem que ir ao médico. Aproveita e vê esses olhos que eles estão muito vermelhos.
- Vou pensar.
Fui pro meu quarto e peguei a toalha que deixara jogada no chão na madrugada e fui pro banho. Eu ainda não tinha chorado aquele dia.
Lavei bem meus olhos para pelo menos disfarçar a vermelhidão, mas não adiantou muita coisa. Quando me olhei no espelho, quase não me reconheci. Eu estava horrível.
- Como está se sentindo hoje? – Rodrigo questionou.
- Mais ou menos – respondi.
- Quer conversar?
- Não.
Ele me fitou com curiosidade e desaprovação.
-Você não está nada bem.
Era tão evidente daquele jeito?
- Não quero conversar, por favor, não insista.
Nós fomos pra cozinha. Eu ainda não estava sentindo fome, mas me obriguei a comer um pouco de arroz com bife, afinal saco vazio não para em pé.
Remexi a comida para um lado, para o outro, dei duas garfadas e empurrei o prato para longe. Era como se tivesse um caroço de manga na minha garganta que impedia da comida descer.
- Não vai comer? – Vinícius achou estranho.
- Não estou com fome.
Levantei, coloquei a comida no lixo, joguei o prato na pia e saí da cozinha. Eu precisava ficar sozinho, mas já estava na hora de ir trabalhar. Eu só não sabia com que forças eu ia fazer aquilo.
Rodrigo respeitou o meu silêncio. Eu estava realmente muito triste e desiludido. Não trocamos uma palavra sequer durante todo o percurso até a empresa.

Quando eu cheguei no andar onde trabalhava, quase todas as pessoas da minha equipe já estavam posicionadas para entrar na operação, inclusive ele.
Como cheguei um pouco cedo demais, decidi ir ao banheiro para não correr o risco de explodir com o Leonardo e nem dar de cara com o Bruno. Só voltei para a aglomeração quando faltavam 5 minutos para a nossa entrada.
Quando eu cheguei, todos pararam de conversar e me olharam. Será que a minha aparência estava tão feia a ponto deles pararem de falar da vida alheia e prestarem atenção em mim?
Nós entramos e eu fui direto para a minha posição. Bruno estava de pé e eu não consegui segurar meus olhos e o fitei. Meu coração diminuiu de tamanho. Ele também estava com a aparência péssima.
Nossos olhos ficaram grudados como de costume, mas nós não trocamos uma palavra sequer. Ele suspirou, abaixou a cabeça e saiu andando. Depois de alguns segundos eu me sentei e comecei a trabalhar.
O Léo e eu nos trombamos rapidamente no horário da pausa e ele me lançou um olhar de desdém que me tirou do sério. Como ele podia me encarar depois de tudo o que havia feito comigo? Era muita sem vergonhice mesmo...
Quase enlouqueci até a hora de ir embora e quando o relógio finalmente marcou 20:00, eu fui um dos primeiros a abandonar a operação.
Peguei as minhas coisas no armário e muito rapidamente, saí andando até a estação de metrô. Eu queria e precisava ficar sozinho, mas o Rodrigo não me deixou curtir a minha dor em paz.

- Posso saber que história é essa que você e o Bruno são namorados?
Meus olhos automaticamente ficaram arregalados e o meu coração foi parar no meio da minha garganta.
- Caio, você é viado?

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