quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Capítulo 26

A
quela pergunta entrou pelos meus ouvidos e ficou ecoando no meu cérebro Sem parar.
- Eu te fiz uma pergunta, Caio – ele falou depois de um tempo.
- Da onde você tirou uma idiotice dessas?
- O seu amigo Leonardo que tá espalhando isso pro Call Center inteiro.


Minhas mãos começaram a tremer. Eu fechei os dois punhos e me segurei para não começar a gritar de ódio do Leonardo.
- E você acredita nisso?
- Não sei. É por isso que eu estou te perguntando...
- É mentira. É claro que é mentira. Ele quer foder com a minha vida, aquele desgraçado!
- Por que ele quer fazer isso com você?
- Nós brigamos. Não quero falar sobre esse assunto, Rodrigo.
- É por isso que você está assim desde ontem?
- É e não é. Não quero falar mais nisso.
- Tem certeza que você não está escondendo nada de mim, Caio?
O tom de voz dele era de desaprovação. Como eu ia sair daquela situação, meu Deus?
- Absoluta, Rodrigo. A gente pode mudar de assunto, por favor?
- Por que você está tão nervoso desse jeito? Desabafa comigo, Caio. Eu sou seu amigo, cara...
- Mais do que um amigo, você virou quase um irmão...
- Então? Fala o que está acontecendo, quem sabe eu posso te ajudar?
- Não quero falar sobre isso, Rodrigo. Me entende?
Ele suspirou e cruzou os braços.
- Está bem. Não vou mais insistir nesse assunto.
- Fico muito agradecido.
- Vem, vamos entrar no metrô. Por sua causa eu não fui pra academia.
A academia... Eu havia me esquecido completamente que tínhamos marcado o nosso treino para aquele dia...
- Pô, esqueci completamente. Desculpa.
- Tudo bem. A gente vai amanhã.
- Com certeza.
Tinha algo dentro de mim que estava explodindo. Eu estava com vontade de quebrar os dentes do Leonardo...
Aquele cafajeste queria mesmo acabar com a minha vida, mas eu não ia deixar aquilo acontecer.
- Que foi? – Rodrigou perguntou. – Por que essa cara agora?
- Fiquei com raiva.
- De mim?
- Claro que não, palhaço. Do idiota do Leonardo.
- Eu disse para você abrir o olho, não disse?
- Pois é. Dei mancada...
- Mas por que ele diria isso ao seu respeito?
- E eu vou saber? – menti descaradamente.
- Você não está mentindo não, está?
- Po-por que você acha isso?
- Não sei. Tem algo muito estranho nessa parada...
Engoli toda a saliva da minha boca.
- Vamos mudar de assunto?
- Sempre querendo mudar de assunto... Aí tem coisa, mas eu vou descobrir o que é...
- Não tem nada – eu não estava conseguindo mentir muito bem. – Eu te garanto.
- Aham...
Ele ficou me olhando. No que será que meu amigo estava pensando?
Quando a nossa estação chegou, ele foi até a porta, mas eu fiquei parado aonde estava. Decidi repentinamente ir até a casa do Leonardo. Eu precisava tirar aquela história a limpo.
- Não vai descer?
- Resolvi que vou até a casa do Leonardo. Preciso tirar essa história a limpo.
- Ah, não vai não!!! – ele me puxou pelo braço e me fez descer na plataforma. – Com a cabeça quente do jeito que você está? Mas não vai mesmo!!!
- Cacete, Rodrigo... Eu preciso tirar isso a limpo!
- Amanhã você faz isso. Hoje não.
Quem ele estava pensando que era? Meu pai para mandar em mim? Fiquei ainda mais furioso depois que o Rodrigo me impediu de ir até a casa do traidor do meu ex-melhor amigo.

- Você é muito chato, sabia?
- Eu sei, já me falaram isso antes – ele sorriu.
Não achei a menor graça e contra a minha vontade, voltei para casa.


Se na noite anterior eu havia dormido muito pouco, naquela eu não dormi absolutamente nada.
Parecia que a minha cama estava coberta de espinhos, eu fiquei mexendo pra um lado e pro outro sem parar. Foi uma das piores noites da minha vida.

Como se já não bastasse a insônia, quando levantei a minha cabeça começou a doer. Será que tinha remédio naquela república?
- O que você está procurando, Caio? – o Rodrigo acordou mais cedo que o normal.
- Remédio pra dor de cabeça.
- Acho que não tem.
- Que droga...
- Você tá com a aparência péssima, filhote... O que houve?
- Não dormi essa noite.
- Ah, isso eu já sabia. Você mexeu mais que não sei o que a noite toda.
- Atrapalhei seu sono?
- Não. Eu também estava com insônia.
Nâo sei se ele estava falando a verdade.
- Tanto é que acordei mais cedo que o normal. Quer dizer, levantei, né?
Ele estava apenas de cueca. Meu amigo coçou a nuca com uma das mãos, o olho com a outra e bocejou tudo ao mesmo tempo. Ele era bonitinho...
- Que é? O que tá olhando? – ele indagou.
- Hã? Nada. Nem tô enxergando com essa dor infernal.
- Você tem enxaqueca?
- Acho que devo ter.
- Fala sério. Deve ser por causa do sono atrasado...
Continuei procurando um analgésico, mas realmente não achei em lugar nenhum.
- Será que o Vini não tem?
- Sei lá... – dei de ombros.
- Ele faz medicina, vai saber... Vai lá pedir...
- Não quero acordá-lo.
- Prefere ficar com essa dor?
Era tentador, mas eu não queria mesmo atrapalhar o sono dos meninos. Resolvi que ia entrar em uma farmácia e comprar uma caixinha da comprimidos antes de ir para a escola.
Lavei meu rosto umas cinco vezes para ver se melhorava, mas não adiantou muita coisa. Escovei meus dentes e percebi que estava na hora de trocar minha escova de dentes. A coitada estava precisando se aposentar.
Troquei de roupa, peguei a minha mochila, meu celular e saí. A claridade só aumentou a minha dor de cabeça e aquilo me deixou irritadiço.
Lembrei do desgraçado do Leonardo. Eu tinha que dar um jeito de desmentí-lo. Ou melhor, eu tinha que dar um jeito de fingir que o que ele estava falando era mentira. Mas como?


Por sorte, a farmácia estava completamente vazia. Eu agradeci em pensamento por ela estar aberta. Acho que só no Rio de Janeiro os comércios abrem às 7 horas da manhã.
Engoli o remédio à seco e fiquei boa parte da manhã com a impressão da pílula estar presa na minha garganta. Sem contar o gosto amargo que ficou na minha boca. Um porre!!!



- Você está péssimo, hein? – Rogério falou.
- Obrigado – falei, com cara de poucos amigos.
- E essas olheiras?
- É porque sou um vampiro. Toma cuidado que eu posso chupar seu sangue qualquer hora dessas.
- Só se for chupar outra coisa...
Talvez pelo fato do meu raciocínio estar mais lento, eu nem me dei conta do que ele quis dizer com aquele comentário. Só fui entender o que ele quis dizer, quando eu cheguei na empresa.


- Que idiota!!!
- Quem é idiota? – Rodrigo perguntou.
- Um colega da escola. Ele fez um comentário desnecessário mais cedo, mas eu só entendi agora.
Não sei por quanto tempo ele ficou dando risada da minha cara. Até eu ri depois de uns minutos.
- Você precisa dormir, filhote – ele deu um tapinha no meu ombro.
- Acho que hoje eu consigo. Meus olhos estão fechando sozinhos.
- Imagino.
Foi um martírio encontrar com o Bruno na hora da troca de turno. Ele me olhou com os olhos tristes e a fisionomia de derrota e quando ele abriu a boca para falar alguma coisa, eu deixei ele para trás.
Todo mundo estava olhando pra mim, mas eu não dei a menor atenção. Eu tinha que ser superior ao que ele tinha falado ao meu respeito, mas confesso que foi complicado.
- É verdade o que andam dizendo? – Mônica perguntou.
- Não – respondi na hora. – É mentira.
- Ah, que susto.
- Não estou preocupado com isso não. Falem bem ou falem mal, mas falem de mim.
E aos poucos foi com essa sensação mesmo que eu fiquei. Do meio do expediente pra frente, eu liguei o botão “FODA-SE” e segui a minha vida. Eu não tinha que dar satisfação da minha vida pra ninguém.

No final do expediente, eu coloquei uma pausa para ir ao banheiro e dei de cara com ele no corredor.
Eu senti um impulso muito forte de quebrar a cara dele com um soco, mas me segurei. Gente baixa a gente tem que tratar com indiferença, portanto eu apenas lancei um olhar superior e passei para o sanitário masculino.
- Desgraçado – resmunguei quando entrei na cabine.

- Fiquei sabendo que você estava com dor de cabeça de manhã – disse Vinícius. – Melhorou?
- Ainda não. Continuo com ela.
- Tem enxaqueca?
- Não sei. É sono. Eu não consegui dormir essa noite.
- Dá pra notar. Você está horrível. Seus olhos estão mais roxos que os de um vampiro.
- Obrigado pelos elogios.
Ele sorriu.
- Desculpa, não quis ser grosseiro. Já tomou remédio?
- Já.
- Qual?
- Um analgésico que comprei.
- Você deveria ter ido me chamar, eu tenho um remédio que é tiro e queda. Vamos buscar.
Ele me empurrou pelos ombros, mas não era necessário. Meu corpo estava parecendo um molambo e eu tinha a sensação que se alguém desse um sopro, eu ia voar por alguns quilômetros.
- Entra aí – ele abriu a porta.
Ele acendeu a luz e eu me pus para dentro dos aposentos. O Fabrício estava sentado na frente do computador e estava pelado, mas mais uma vez eu não consegui enxergar o que ele tinha no meio das pernas.
- Aqui – ele me entregou uma caixinha de um remédio em gotas. – Pode tomar 30 e cinco gotas.
- Tá...
- Você está bem?
- Hã? Aham.
- Melhor eu fazer esse remédio, senão você vai passar a dose.
- Aham...
Nem as minhas pernas eu sentia mais, embora cada passo que eu estava dando a minha dor de cabeça ia aumentando.
O doutor Vinícius colocou água em um copo, colocou as gotas do remédio na água e mexeu com o auxílio de uma colher.

- Beba – ele me entregou o copo.
Eu ingeri aquele líquido horrível e senti vontade de vomitar quando a mistura bateu no meu estômago.
- Que remédio ruim, misericórdia...
- Mas você vai ver que em meia hora essa dor vai embora. Quando se sentir mal não evite em me procurar, seja a hora que for.
- Sim doutor. Obrigado.
Ele abriu um sorriso de satisfação quando ouviu a palavra “doutor”.
Parecia que eu estava carregando 50 quilos de cimento em cada perna, mas mesmo assim eu consegui chegar no meu quarto.
Não tive cabeça para mexer no computador. Tirei minha roupa e capotei em seguida. Acho que aquela foi a primeira noite que dormi assim que coloquei a cabeça no travesseiro.              
Quando acordei na manhã seguinte, estava me sentindo extremamente cansado, mas já não tinha dor de cabeça e aquilo me deixou aliviado. Passar o dia com sono e com dor de cabeça não era nada legal.





Eu ainda estava com a aparência cansada, mas meus olhos já não estavam tão roxos e eu não parecia mais um morto-vivo. Pelo menos as brincadeirinhas idiotas do Rogério não iam acontecer naquele dia.
- Hoje você parece bem melhor – Rodrigo analisou, quando nos encontramos em casa.
- E estou mesmo.
- Que bom.
- Melhorou, Caio? – perguntou Vinícius,
- Sim. Obrigado pelo remédio. Acho que ontem nem agradeci.
- Não foi nada. Já sabe, se precisar é só me procurar...
- Pode deixar.
- Aproveitando que você chegou, deixa eu te comunicar – disse Rodrigo. – Domingo nós vamos fazer uma faxina aqui, viu?
- Ah, é? – desde que eu havia me mudado, nunca tínhamos feito aquilo.
- Cada um fica com o seu quarto e depois a gente divide o resto da casa – ele completou.
- Tudo bem, mas vai ter que ser à tarde, tenho que trabalhar de manhã.
- Tem problema não. A gente te espera né, Vini?
- É.
- Se quiserem podem fazer sem a minha presença. Não ligo não...
Nós ficamos conversando sobre o assunto por mais um tempo e depois eu e o Rodrigo saímos pro trabalho.
E assim foram passando os dias. Três dias depois do Leonardo ter espalhado o boato da minha homossexualidade na central, ninguém mais estava dando bola pro assunto e ele ficou possesso. Eu percebia pelo olhar que ele me lançava que ele estava queimando de ódio por dentro.
- Se alguém fosse capaz de matar com os olhos, você estaria morto agora – disse Rodrigo.
- Não tô nem aí pra ele.
- Não quer mais ter aquela conversinha amigável?
- Não. Deixa pra lá. Ele não merece a minha compaixão não.
- Assim é que se fala.
Meu brother passou o braço pelo meu ombro e com a outra mão bagunçou todo o meu cabelo, mas apenas com um toque, eu coloquei as madeixas de volta no lugar.
- Cabelo liso é vida – Mônica suspirou.



Eu ainda estava sofrendo muito por causa da traição do Bruno. Todas as noites eu lia as mensagens que ele tinha me mandado no celular e acabava chorando. Nem sei se o Rodrigo percebia o que estava acontecendo. Se percebia, ele não falava nada.
- Está tudo bem, Caio? – perguntou a Dona Elvira.
- Hum?
- Você está bem?
- Sim, por quê?
- Está com uma carinha triste... Aconteceu alguma coisa.
- Não, Dona Elvira. Não se preocupe. É só cansaço mesmo...
- Tem certeza?
- Tenho sim.
- Se quiser, pode ir pra casa. Não tem muito movimento hoje.
- Imagina, eu não vou sair mais cedo não. Faço questão de ficar até o fim do expediente.
- Não se preocupe, querido. Vá para casa. Descanse...
- Descansar? Tem uma bela de uma faxina me esperando, isso sim.
Ela deu risada.
- Pois então vá, faça sua faxina e depois tire o resto do dia para descansar. Você merece. Ande, vá...
Ela insistiu tanto que eu acabei obedecendo. Durante toda aquela semana, o único dia que eu consegui dormir de verdade foi quando tomei o remédio que o Vini tinha me dado.



- Chegou cedo – Fabrício comentou. – Que bom, assim você já pode colocar a mão na massa.
A casa estava a maior zona. Tudo fora do lugar, O som estava ligado e tocava uma música internacional.
- Minha Nossa Senhora dos Desesperados, me socorre – só de olhar para aquela zona, eu fiquei duplamente cansado. Fabrício caiu na gargalhada.
- Mãos à obra, filhote – ele me incentivou.
- Se não tem jeito...
Quando entrei no meu quarto, quase não consegui achar uma roupa para me trocar. Rodrigo tinha desparafusado todo o guarda-roupa.
- Ânimo – ele também me incentivou.
- No meio dessa zona é difícil de ter ânimo.
Mas aos poucos nós fomos conseguindo colocar as coisas em ordem. Nós seis aproveitamos a oportunidade para tirar as roupas de cama e colocá-las para lavar. Ricardo ficou responsável pela lavanderia. Eu fiquei com dó do garoto.
Como éramos seis homens, o banheiro era lavado praticamente todos os dias, mas quase nunca era conservado limpo. Alguém sempre conseguia fazer xixi fora do vaso. Coisa normal de homem que eu não achava nada estranho.
Eu fiquei com essa parte chata, mas dos males o menor. Pior seria ficar com as roupas.
Terminamos os afazeres domésticos por volta das 15:00. A casa ficou com outra cara. Tudo estava limpo e cheiroso.

- Missão cumprida – disse Willian, ao cair no sofá.
- Temos que fazer isso pelo menos duas vezes no mês – falou Rodrigo.
- Acho uma boa – concordou Fabrício. – De 15 em 15 dias.
E assim ficou acordado. Realmente era o certo.
- Vocês ainda têm forças para jogar uma bolinha? – perguntou Vinícius.
- Agora? – questionou Willian.
- Aham. Vamos jogar na praia... Quero ver o mar...
Eles decidiram entre si e acabaram topando. Só quem não quis ir fomos eu e o Ricardo.
- Vamos, Ricardo... Para de ser chato – reclamou Will.
- Não. Vou pra casa da minha mina...
Eles ficaram zoando o rapaz e depois eu fui a vítima.
- Vai pra casa da sua mina também? – zombou o futuro médico.
- Não. Vou colocar meu sono em dia mesmo...
- Aham, sei...
- É verdade!!!


Eu fui tomar banho e fiquei mais tempo que o normal debaixo da água morna, só no intuito do cansaço descer pelo ralo, mas isso não aconteceu.
Quando eu entrei na lavanderia, fiquei surpreso com o tanto de roupa que tinha estendida. Por todos os lados haviam cuecas, meias, calças... Sem contar os edredons, fronhas, lençois... Não havia lugar para mais nada nos varais.
Parecia que a minha cama estava berrando pelo meu nome. Percebi que os garotos não estavam mais em casa e aquilo me deixou ligeiramente feliz. Pelo menos eu ia conseguir descansar em paz e sem barulho.
Mas quem disse que aquilo aconteceu? Quando eu estava quase pegando no sono, meu celular começou a tocar. Era meu amigo Víctor. Não tive como não atender a ligação.

- Que saudade – ele comentou.
- Também estou, amigo. Muita, muita.
- Você é um ingrato. Nem liga mais pra mim...
- Ai, amigo... Aconteceu tanta coisa ultimamente.
- Me conta tudo.
Eu comecei a contar o que tinha acontecido e antes de chegar na metade da conversa, comecei a chorar.
Era um desespero tão grande que fiquei com falta de ar. Relembrar tudo o que tinha acontecido não estava sendo nada fácil, por outro lado, desabafar estava me fazendo bem.
- Fica calmo, Caio – ele ficou com dó de mim. – Se eu pudesse te dar um abraço...
- Você não sabe o quanto eu preciso de um agora...
- Mas você pegou os dois na cama mesmo?
- Peguei, Víctor. O idiota do Leonardo tava beijando o Bruno. Eu vi... Eu vi... Ninguém me contou não, eu vi...
Que dor insuportável. Eu sequei as lágrimas com as costas da minha mão, mas estava precisando assoar meu nariz.
- Você espera um pouco? – perguntei. – Eu preciso de um pedaço de papel higiênico.
- Espero, vai lá.
Coloquei o celular cuidadosamente no meio da cama, levantei e comecei a andar pro banheiro, mas parei automaticamente quando abri a porta do quarto e vi o Rodrigo parado feito uma estátua no meio do corredor.
- Rodrigo? – me surpreendi.
- Muito bem, Caio!!! Até quando você pretendia ficar mentindo pra mim???

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