quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Capítulo 28

D
epois daquele abraço, eu senti que eu podia contar com o Rodrigo e me senti envergonhado por não ter confiado nele antes. Ele era um bom amigo de verdade. Ele sim era verdadeiramente meu amigo.
- Vai lavar esse rosto – ele mandou. – Seus olhos estão muito vermelhos.
- É por causa do choro – afirmei. E também pelo sono em excesso.
- Pois então não chore mais por quem não te merece. Bola pra frente!!!
- Como se fosse fácil.
- Sei que não é. Já terminei um namoro e sei que é difícil, mas acredite: você vai sobreviver.
Às vezes eu não tinha muita confiança naquilo. Talvez pelo fato daquela experiência ser nova para mim e eu nunca ter passado por aquilo antes, às vezes eu acreditava que aquela dor ia durar pro resto da minha vida e que aquele sofrimento nunca teria fim.
- Vai lavar seu rosto – ele repetiu.
Eu segui o conselho do Rodrigo e me dirigi até o banheiro. A casa estava limpa e ao mesmo tempo fedida, só que era por causa do suor dos moleques. Será que eles não tinham tomado um banho depois do jogo?
Assim que saí do banheiro, dei de cara com o Fabrício. Ele estava muito suado e fedorento. Pela primeira vez eu senti repugnância pelo rapaz.

- Você está precisando de um banho, hein?
- É isso que eu vou fazer, palhaço.
- Foi bom o jogo?
- Da hora. Precisamos fazer isso mais vezes.
- Hum.
- E esses olhos vermelhos? Andou chorando?
- Uns problemas aí...
- Ah, entendi. Se precisar de uns conselhos, cola no meu quarto.
- Valeu.
Colar no quarto dele... Aquilo era uma excelente ideia, ainda mais se ele fizesse a gentileza de ficar peladão na minha frente!
- Controle-se, Caio Monteiro – falei comigo mesmo.
A verdade era que meu pau subia com o menor esforço. Não sei se era questão da idade ou se era pura safadeza, mas só de pensar em ver os meninos pelados, o meu companheiro criava vida. Às vezes eu até ficava irritado.
Quando eu voltei pro quarto, ele já havia tomado posse do meu notebook.
- Posso?
- Claro – concedi. – Todo seu.
- Obrigado, parceiro.
Deitei na cama e fiquei pensando no Bruno. O que será que ele estava fazendo naquele momento? Será que já havia superado a nossa separação?
- O Bruno está perguntando de você – comentou Rodrigo. – O que eu falo?
- Que eu morri!!!
- Estou falando sério, caralho.
- E você acha que eu estou brincando?
- Vou falar que você está bem...
Por que ele estava perguntando de mim? Será que queria alguma coisa? Será que ainda ia ter a cara de pau de tentar falar comigo depois de tudo o que ele aprontou?
- Vocês já conversaram depois do acontecido?
- Não – me virei e o fitei. – E nem quero.
- Talvez a culpa não seja dele – ele deu de ombros.
- A culpa é dos dois. Traição para mim é imperdoável.
- Hum...
- Melhor a gente não ficar falando desse assunto.
- É melhor mesmo.
- Amanhã a gente tem que ir pra academia, hein?
- Verdade – Rodrigo concordou. – Não dá mais para fugir.
- Uhum.
- Que pena, agora eu não vou ter com quem comentar sobre as garotas – ele sorriu.
- Ué, por que não? Qual o problema?
- Eu acho que você não vai me entender.
- Por que não?
- Ah, sei lá... Você não gosta da fruta...
Fiquei com vergonha.
- Pode comentar, eu não ligo – falei a verdade.
- Tô só te zoando, pô.
- Ah, tá.
Acho que ter contado a verdade sobre minha preferência sexual ao Rodrigo só nos aproximou, porque ele acabou se abrindo comigo e me contando suas experiências no amor, o que me deixou feliz.
- Sabe, acho que você é meu novo melhor amigo – soltei.
- Ah, muito obrigado pela parte que me toca. Só depois que você brigou com o Leonardo que você reconhece isso, né? Beleza...
- Não seja ciumento.
- Brincadeira. Você também é meu melhor amigo, parceiro.
- Obrigado.
- Calor da porra. Posso abrir a janela?
- Pode. Eu fechei só pra ninguém não nos ouvir.
- Ah...
Ele levantou, abriu a janela e tirou a bermuda. Meus olhos voaram para o seu corpo por instinto.
- Não vai me agarrar se eu ficar de cueca não, né? – ele brincou.
- Não – prometi. – Mas se você ficar peladinho eu não garanto nada.
Ele jogou o travesseiro em cima de mim e eu dei risada,
- Me respeita, seu trouxa – ele falou.
- Brincadeira.
Não sei porquê, mas acordei me sentindo bem mais leve na segunda-feira. Conversar com o meu novo melhor amigo tinha me feito muito bem, embora eu ainda estivesse me sentindo arrasado por causa do Bruno.







Quando cheguei no colégio, fui direto para a minha sala e sentei no meu lugar de sempre. Antes da professora entrar, meu celular tocou e eu vi o nome dele no centro da tela. Meu coração gelou.
“Eu queria conversar com você.”
Era a única coisa que a mensagem dizia.
Conversar comigo? Depois de tudo o que ele tinha feito? Nem pensar!!! Eu não era idiota para cair no mesmo erro duas vezes...
- Que cara é essa, fera? – perguntou Rogério.
- Nada não.
- Por que você nunca fala comigo, hein? Eu te fiz alguma coisa?
- Não, por quê?
- Sempre tento puxar assunto e você sempre é evasivo...
- Ah, desculpa. Essa não é a minha intenção.
- Não gosta de mim?
- Não, não tenho nada contra você.
- Ah, menos mau então...
À partir daquele momento, ganhei um novo amigo. Era a vida me mostrando que eu tinha que continuar a viver e que ela não ia parar por uma simples traição.
Eu tinha perdido um amigo e um namorado, mas com apenas uma semana ganhei um amigo novo e a confiança do Rodrigo. Meu coração estava voltando a bater normalmente.
- Me diz, onde você mora? – ele perguntou.
- Catete e você?
- Na Glória.
- Ah, do lado.
- Você é paulista?
- Aham. Por quê?
- Por causa desse sotaquezinho feio que você tem.
- Olha o respeito, hein?
- Brincadeira. Não tenho nada contra os paulistas não – Rogério sorriu.

Na minha opinião, ele era o garoto mais bonito da sala. O rosto era perfeitinho. Ao contrário da maioria dos cariocas, a pele dele era bem branquinha e não tinha nenhum tipo de imperfeição. O cabelo castanho sempre estava arrepiado e os olhos sempre estavam brilhando. Será que ele usava lentes? Mas o que mais me chamava a atenção naquele rapaz era a boca. A boca era linda.
- Qualquer dia desses a gente podia ir jogar uma pelada. O que você acha? – ele perguntou.
- Adoraria, mas eu trabalho à tarde...
- Nossa, já trabalha?
- Sim.
- Faz o quê?
- Sou operador de telemarketing.
- Aqueles chatos que ficam ligando na casa dos outros?
Eu sorri.
- Eu recebo as ligações dos clientes.
- Ah, menos mau então.
- É. Obrigado pelo convite, fica pra próxima.
- Beleza.


Até que ele era legal. Depois que as aulas acabaram, nós fomos embora juntos afinal íamos seguir o mesmo percurso para casa.
- A minha casa fica nessa rua – ele disse.
- A minha fica há umas cinco quadras daqui.
- Legal. Quando quiser aparecer é só falar.
- A gente combina.
- Tranquilo. Até amanhã, fera.
- Até amanhã.
Nos despedimos com um aperto de mão e eu segui meu rumo pelas calçadas da Rua do Catete. O sol estava queimando minha moleira.





- Caio, coloca pausa feedback e vem na minha mesa, por favor? – Michel me chamou.
- Sim.
Minha barriga gelou. Seria uma bronca?
Enquanto eu falava com o cliente, programei a pausa e acelerei o meu registro. A curiosidade estava me consumindo. Quando a ligação foi finalizada, eu levantei e segui até a mesa do chefe. Ele parecia bravo.
- Oi, Michel.
- Pode sentar.
Eu arrumei a altura da cadeira e sentei. Ele me olhou e disse:

- Como você está?
- Bem. Por quê?
- Vamos bater um papo?
- Acho que já estamos fazendo isso...
Ele sorriu.
- Seguinte, eu tenho uma proposta para te fazer.
Engoli a saliva da minha boca.
- Qual proposta?
- Não sei se você sabe, mas nós temos uma célula dentro da empresa que tem atendimento 24 horas por dia.
- Não, eu não sabia.
- Pois é, nós temos. E surgiu uma vaga para esse produto, mas é no turno da madrugada. Eu queria saber se você tem interesse em preencher essa vaga.
- De madrugada? – eu me surpreendi.
- Sim. Da meia noite às seis da manhã.
- Olha, vou ser bem sincero com você: não sei.
- O que você faz da vida?
- Eu estudo de manhã e depois venho pra cá...
- Legal. É menor aprendiz não é isso?
- Sou.
- Bacana. Caio, dentre todos da equipe, você é o que mais me chama a atenção. Não é querendo puxar seu saco nem nada disso, mas desde que eu assumi a equipe, você foi o que mais apresentou bons resultados. Não atrasa, não tem faltas, não tem estouros de pausas e suas monitorias são excelentes...
- Obrigado – senti as bochechas esquentarem.
- Claro que nós temos pessoas muito boas dentro da equipe, mas você é um dos melhores.
- Fico grato que você ache isso.
- E eu queria que fosse você por dois motivos.
Quais motivos seriam aqueles?
- Primeiro: você vai ganhar mais. Segundo: os boatos que estão rolando ao seu respeito vão morrer no momento que você sair da equipe.
Fiquei morrendo de vergonha. Até o Michel sabia do meu namoro com o Bruno...
- Isso não é verdade...
- Você não precisa me dar satisfações da sua vida pessoal, Caio. Esse é um problema seu e não quero que você fique constrangido... Pelo que percebi foi uma história que não saiu da sua boca.
- É isso mesmo...
- Então não dê ouvidos a isso e pense em você.
- Você disse que eu vou ganhar mais?
- Sim. Não é muita coisa, mas por ser de madrugada, vai ter adicional noturno e também existe a possibilidade de você fazer horas-extras aos domingos. Ou seja, no final do mês vai vir uma diferençazinha no seu salário que eu creio que vai te ajudar.
- Com certeza.
- Então se eu fosse você, não ia pensar duas vezes.
- Ai, sei lá... De madrugada?
- Pensa direitinho e me dá uma resposta até o final do dia. Pode ser?
- Pode...
- Pesa bem o que é melhor para você. Não quero te obrigar a nada, tudo bem?
- Uhum.
- Então é só. Estou aguardando a sua resposta. Não comente nada com ninguém.
- Pode deixar, super. Obrigado pela confiança e pela oportunidade.
- Você merece.
A imagem que eu tinha do Michel quebrou naquele momento. Dali em diante, passei a admirá-lo e a confiar no seu trabalho. Me arrependi de ter ficado com raiva do homem só pelo fato do Bruno ter se interessado por ele.
Pensei muito na proposta que ele me fez. Trabalhar de madrugada seria a oportunidade perfeita para parar de conviver diariamente com o Leonardo e o Bruno. Eu não os veria mais e consecultivamente, não teria que me preocupar com os boatos que o Léo soltava ao meu respeito.
Sem contar que seria uma forma de ganhar um dinheirinho a mais que me ajudaria no final do mês... Uma proposta irrecusável. Eu resolvi aceitar.
- Eu aceito – comuniquei.
- Isso aí, garoto. No final do dia a gente divulga pra equipe.
- Quando eu começo?
- Amanhã mesmo.
- Já?
- Sim – ele sorriu.
- Caraca...
- Vai ser uma pena perder você, mas por outro lado eu fico feliz pela nova oportunidade que você vai ter.
- Obrigado, super...
Fiquei contente. Pelo menos uma boa notícia no meio de tantas coisas ruins.
- Pessoal, eu tenho um comunicado importante – Michel falou no início da reunião. – À partir de amanhã o Caio não faz mais parte da nossa equipe.
Meu amigo Rodrigo arregalou os olhos e quando o supervisor explicou o motivo pelo qual eu havia saído da equipe, ele foi o primeiro a me aplaudir e parabenizar.

- Mandou bem, moleque – ele me abraçou.
- Obrigado, parceiro.
Pronto. Meu nome estava de novo na boca do povo. Todos me cumprimentaram, menos o Leonardo, que pra variar, ficou com a cara fechada. Devia estar morrendo de inveja.
- Você pode ficar cinco minutinhos? – Michel perguntou.
- Para quê?
- Preciso te levar ao seu novo departamento. Você pode me acompanhar?
- Claro!!!
Nós descemos dois andares e entramos em uma porta de vidro. A temperatura dentro da central estava muito baixa. Eu fiquei com frio.
- Boa noite, Rosana – disse Michel.
- Boa noite, Michel.
- Esse é o Caio. É ele que vai ocupar a vaga da madrugada.
- Olá – a supervisora sorriu.
- Oi – eu respondi.
- Seja bem-vindo, viu?
- Obrigado.
- Ela é a Rosana, mas ela não vai ser sua supervisora. Seu supervisor vai ser o Breno...
- Breno? – eu repeti, incrédulo.
- Sim. Você o conhece?
- Não.
Com tantos nomes no mundo, meu novo supervisor tinha que se chamar Breno?
- Ele ainda não chegou portanto você só irá conhecê-lo amanhã.
- Sim.
Comecei a me arrepender de ter aceitado aquela proposta.
- Quando chegar, pode vir direto pra cá – disse Rosana.
- Tudo bem.
- Algum problema? – Michel perguntou.
- Não, nenhum. Só estou processando a ideia ainda.
Ele riu.
- Você vai se dar muito bem.
- Fica tranquilo, Caio – a supervisora me encorajou. – Nosso produto é muito bom e você vai se dar muito bem aqui. A equipe da madrugada é bem legal, você vai amar.
- Tomara...
- Então é isso. Boa sorte, parabéns e vê se não esquece dos amigos, hein? – Michel sorriu.
- Obrigado, super. Pode deixar que eu não vou esquecer não.
Apertei a mão do rapaz, me despedi e desci até o térreo. O nome do meu novo supervisor estava ecoando na minha cabeça.
- Que cara é essa, Caio? – Rodrigou foi ao meu encontro. – Parece que viu um fantasma.
- Sabe qual é o nome do meu novo supervisor?
- Não me diga que é Bruno?
- Breno – eu informei.
- Mentira? – ele pareceu não acreditar.
- Verdade. Fiquei chocado. Parece até perseguição.
- Veja pelo lado positivo, pelo menos não é Bruno.
- Mas lembra o nome do desgraçado!!!
- Vamos pra academia?
- Vamos, vamos sim. Depois dessa preciso fazer pelo menos 5 horas de esteira.
- Exagerado!!!
Eu peguei as minhas coisas e a gente começou a andar até a academia.
- Não vai ser puxado? – ele quis saber.
- Acredita que não? Eu andei fazendo as contas e vai ser até melhor.
- Por quê?
- Hoje em dia eu acordo às 5:30, 6:00, vou pra escola, volto pra casa e vou trabalhar. Chego em casa umas 21:00 e vou dormir lá pela 0:00. Ou seja, durmo menos de 6 horas por dia.
- E quando você mudar de horário?
- Eu vou entrar na empresa 0:00, saio às 6:00 e vou direto pra escola. Fico lá até 12:00, volto pra casa, tomo banho, almoço, durmo até às 20:00, vou pra academia, fico até às 23:00 e depois vou trabalhar.
- Faz sentido. Você vai dormir mais.
- Aham. Sem contar que vai ter adicional noturno e eu não vou mais ver os idiotas todos os dias.
- Verdade. Essa mudança veio a calhar.
- Muito. Deus me ama e nem disfarça!!!
Rodrigo riu e nós continuamos a caminhar. Não faltava muito pra chegar na academia.




- Muito bonito – Felipe nos recepcionou. – Falaram que iam vir na segunda-feira.
- E que dia é hoje? – Rodrigo brincou.
- Segunda – Felipe respondeu.
- Pois é. Aqui estamos nós – meu amigo riu.
- Muito engraçado. O treino de vocês já está pronto. Troquem de roupa e me procurem. Andem!!!
Que corpo gostoso, meu Deus. Só de olhar pro Felipe eu senti o meu corpo suar. Que homem delicioso...
- Ele parece ser bem rígido – Rodrigo comentou.
- Parece mesmo – tentei agir normalmente.
Fomos até o vestiário, nos trocamos e descemos. O personal nos entregou as nossas fichas e nos orientou como deveríamos proceder.
- Vocês vão alongar. Venham comigo.
Seguimos aquele deus grego e ele ensinou como deveríamos proceder no alongamento. Até que não era difícil.
Mais complicado foi seguir a série que ele nos passou. Já no segundo equipamento, meus braços estavam tremendo mais que vara verde.

- Isso é muito complicado – reclamei.
- Para de ser chorão e me deixa fazer a minha série – Rodrigo pediu.
Eu levantei e fiquei massageando meus músculos. Eu tinha uma leve sensação que meu corpo ia doer muito no dia seguinte.
- Amanhã conto com vocês aqui – disse Felipe.
- Pode contar. Nós não iremos faltar – Rodrigo prometeu.
- Assim que eu gosto.
Nós nos despedimos e descemos as escadas até a rua. Já estava um pouco tarde.
- Não sei se vou aguentar muito tempo – ele comentou.
- Eu sei. Também tô sentindo isso...
- Vamos ver até onde a gente aguenta.
- É.





Quando chegamos em casa, todos os outros já estavam presentes.
- Estávamos procupados – comentou Willian.
- A gente tava na academia – justifiquei.
- Ah, é verdade – ele lembrou.
- Malharam muito o glúteo? – Vini brincou.
- Bastante – Rodrigo entrou no clima. – Quer conferir?
- Mais tarde. Tem muita gente olhando.
Eu fiquei excitado.
- Deixa eu tomar banho primeiro? – Rodrigo pediu.
- Vai demorar muito? – perguntei.
- Nada. Rapidinho!!!
- Beleza, vai lá.
Encostei na soleira da porta e fiquei esperando ele sair da ducha. Enquanto meu amigo tomava banho, fiquei pensando no Bruno. Eu estava começando a ficar com saudades dele.
- O que você está fazendo parado aí, menino? – Fabrício perguntou.
- Esperando o Rodrigo sair do banho.
- Ah, tá. Será que ele vai demorar?
- Acho que não.
- Quero mijar...
Dei um sorrisinho amarelo. Ele estava só de bermuda. O pau estava bem saliente por baixo daquele pano de tactel. Será que ele estava excitado?
- Rodrigo? Vai demorar?
- Tô saindo.
- Abre aí, eu quero mijar, pô.
- Ah, espera né, Fabrício...
- Ele é muito tímido – Fabrício comentou. – Bobagem, somos todos homens.
- É.
- Entre o Vinícius e eu não tem grilo. Eu fico pelado de boa na frente dele e vice-versa.
Pronto. Só bastou ouvir aquilo pra eu começar a subir pelas paredes.
- Entendi – engoli em seco.
- Pronto – ele saiu. – À vontade.
- Posso? – Fabrício perguntou.
- Claro – concordei.
Ele entrou e não fechou a porta, mas ficou de costas pra mim. Enquanto urinava, o rapaz ficou olhando pro teto e quando terminou, ele não lavou as mãos.
- Valeu, parceiro – ele deu um tapinha no meu ombro.
- Por nada.
Entrei, tirei a roupa e comecei a me masturbar. Quando gozei, me surpreendi com a quantidade de esperma que saiu.
- Quem está aí? – era o Ricardo.
- Eu – respondi sem fôlego.
- Vai demorar?
- Não. Já tô saindo.
- Vai logo, preciso escorregar um moreno.
Acabei dando risada e me apressei. Antes de sair, conferi o chão para ver se não tinha nada que denunciasse meu crime, mas a barra estava limpa.


Rogério e eu ficamos conversando a maior parte do tempo. Ele realmente me parecia uma boa pessoa e eu me arrependi de não ter feito amizade com ele antes.
Depois do intervalo, meu celular vibrou e era mais uma mensagem do Bruno:
“Por favor, vamos conversar? Eu preciso muito falar com você...”
Falar o quê? Eu não consegui me segurar e respondi ao SMS informando que nós não tínhamos nada pra conversar, mas ele continuou insistindo e eu fui ficando balançado, porém nós paramos de trocar mensagens depois de alguns minutos. Talvez ele tivesse desistido.
Conversar com o Bruno... Será que seria uma boa ideia? E o que será que ele queria falar comigo?
- Pensando? – perguntou Rogério.
- Uhum.
- Posso saber em quê?
- Em uns lances que estão acontecendo.
- Hum... Se quiser desabafar, estou às ordens.
- Obrigado, cara.
Eu não fiz aquilo. Durante o resto da manhã, a única coisa que eu consegui fazer foi pensar nele. Que saudades eu estava sentindo!

A parte boa da minha nova rotina, era poder dormir depois do almoço.
Rodrigo e eu combinamos que íamos nos encontrar na academia às 9 da noite. Meu amigo e eu não íamos nos ver mais com tanta frequência e aquilo me deixou um pouco chateado.
- O que você está fazendo em casa essa hora? – Vinícius se surpreendeu.
Expliquei o que estava acontecendo e ele me apoiou:
- Acho que você fez a escolha certa.
- Que bom. Obrigado.
- Vou dormir um pouco. Até mais tarde.
- Também vou.
O relógio estava marcando 3 horas da tarde naquele momento. Eu tinha levantado para beber água, mas como ainda sentia sono, resolvi voltar a dormir sem me preocupar com nada.
Mas eu não tive mais um sono tranquilo. Daquele momento em diante, meus músculos começaram a doer ao mínimo movimento que eu fazia e às 5 da tarde, eu levantei novamente, só que daquela vez, para ir ao banheiro e tomar um relaxante muscular.
Quando eu saí e comecei a voltar pro quarto, nós nos encontramos de novo. Como de costume, ele estava epenas de cueca e nós começamos a dançar no meio do corredor.
Quando eu dava um passo pra direita, ele também dava. Quando eu dava um passo pra esquerda, ele me acompanhava e assim sucessivamente.
As mãos do Vinícius voaram pro meu ombro e me fixaram no chão. Eu senti uma dor muito forte quando ele fechou as mãos na minha pele.
- Quer parar quieto? – ele riu.
Meus olhos foram descendo vagarosamente e pararam quando eu vi um monte de pelos pretos saindo pela cueca branca.
Meus olhos se arregalaram e a minha boca ficou cheia de água. De todas as vezes que eu tinha visto o Vini de cueca, aquela era a primeira que ele estava excitado e o pau dele estava tão duro, que quase estava saindo para fora daquele tecido de algodão.

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