- C
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om a barraca armada, parceiro? – tentei disfarçar meu tesão.
- Pois é, cara – ele deu um sorrisinho safado. – Acordei assim e agora vou aliviar ali no banheiro. E você? O que faz de pé?
Ele falava como se fosse de madrugada ao invés de 17:00.
- Acordei com vontade de ir ao banheiro e com o corpo doendo...
- O que aconteceu? – ele quis saber.
Vinícius segurou o cacete por cima da cueca e começou a apertá-lo. Eu tive que me segurar para não desviar os olhos pra baixo.
- É o reflexo da academia – comentei.
- Ah, é verdade. Já tomou um relaxante muscular?
- Vou fazer isso agora.
- Faça isso que vai amenizar. Depois que você acostumar com os pesos, não vai doer mais.
- É eu sei. Deixa eu ir tomar meu remédio.
- Vai lá, parceiro.
Eu entrei no quarto e comecei a me abanar. Que cara gostoso! Só de ter visto os pelos dele saindo pela cueca fiquei alucinado. Ele parecia ser dotado, porque o volume estava imenso dabaixo daquele pano branco!

Engoli meu remédio de uma vez e deitei na minha cama, mas a minha curiosidade falou mais alto e eu resolvi dar uma conferida no que ele estava fazendo no banheiro.

Mesmo sendo arriscado e politicamente incorreto – o que eu não era até aquele momento –, andei nas pontas dos pés até a porta do banheiro e encostei o meu ouvido na madeira, na intenção de ouvir alguma coisa lá dentro.
Pouco tempo depois, ouvi ele soltar um gemido baixo, o que me deixou ainda mais louco de tesão... A voz do Vinícius era grossa, voz de homem másculo e ouví-lo gemer de prazer mexeu com a minha imaginação.
Quando ele deu a descarga, eu saí correndo antes que ele me visse parado atrás daquela porta e por muito pouco, ele não me pegou no flagra.
Eu estava ofegante e com o coração acelerado. Não contendo meu desejo, fiquei totalmente pelado e comecei a me masturbar, pensando no gostoso do Vinícius. Aquela foi a primeira punheta que eu dediquei unicamente à ele.
- Pois é, cara – ele deu um sorrisinho safado. – Acordei assim e agora vou aliviar ali no banheiro. E você? O que faz de pé?
Ele falava como se fosse de madrugada ao invés de 17:00.
- Acordei com vontade de ir ao banheiro e com o corpo doendo...
- O que aconteceu? – ele quis saber.
Vinícius segurou o cacete por cima da cueca e começou a apertá-lo. Eu tive que me segurar para não desviar os olhos pra baixo.
- É o reflexo da academia – comentei.
- Ah, é verdade. Já tomou um relaxante muscular?
- Vou fazer isso agora.
- Faça isso que vai amenizar. Depois que você acostumar com os pesos, não vai doer mais.
- É eu sei. Deixa eu ir tomar meu remédio.
- Vai lá, parceiro.
Eu entrei no quarto e comecei a me abanar. Que cara gostoso! Só de ter visto os pelos dele saindo pela cueca fiquei alucinado. Ele parecia ser dotado, porque o volume estava imenso dabaixo daquele pano branco!
Engoli meu remédio de uma vez e deitei na minha cama, mas a minha curiosidade falou mais alto e eu resolvi dar uma conferida no que ele estava fazendo no banheiro.
Mesmo sendo arriscado e politicamente incorreto – o que eu não era até aquele momento –, andei nas pontas dos pés até a porta do banheiro e encostei o meu ouvido na madeira, na intenção de ouvir alguma coisa lá dentro.
Pouco tempo depois, ouvi ele soltar um gemido baixo, o que me deixou ainda mais louco de tesão... A voz do Vinícius era grossa, voz de homem másculo e ouví-lo gemer de prazer mexeu com a minha imaginação.
Quando ele deu a descarga, eu saí correndo antes que ele me visse parado atrás daquela porta e por muito pouco, ele não me pegou no flagra.
Eu estava ofegante e com o coração acelerado. Não contendo meu desejo, fiquei totalmente pelado e comecei a me masturbar, pensando no gostoso do Vinícius. Aquela foi a primeira punheta que eu dediquei unicamente à ele.
- E aí, maninho – ele passou o braço pelo meu ombro. – Como você
está se sentindo?
- Com muita dor e você?
- Eu também – confessou Rodrigo. – Mas eu não vou desistir.
- Nem eu.


Nós entramos no prédio e subimos de escada até a academia. Não quisemos esperar o elevador. O estabelecimento estava mais cheio que no dia anterior.
- Boa noite – disse a moça da recepção, que na verdade também era professora.
- Boa noite – respondemos.
Percebi que o Rodrigo ficou olhando a mulher em demasia e eu tive que cutucá-lo para que continuasse andando.
- Anda logo, homem – falei baixinho.
- Ah, tô indo, tô indo.
Ele passou pela catraca e eu o segui. Quando nós estávamos na escada que dava acesso aos vestiários, eu falei:

- Você precisa disfarçar melhor seu interesse.
- Ficou tão na cara assim?
- Demais.
Percebi que ele ficou envergonhado. O Fabrício tinha razão: o Rodrigo era mesmo um pouco tímido.
- Vou prestar mais atenção.
- Que bom. As mulheres agradecem – eu brinquei.
- Palhaço.
Nos trocamos e descemos em seguida. O Felipe nos avistou e acenou para que a gente fosse até ele e só de pensar no que eu teria que encarar naquela noite, senti um frio enorme na minha espinha.
- Que bom que vieram – ele apertou as nossas mãos. – Como estão?
- Mortos – respondeu meu amigo.
O personal abriu um sorriso largo e lindo. Ele usava aparelho ortodôntico e os elásticos que envolviam os ferros, eram da mesma cor dos seus olhos.

- Como vocês reclamam, hein?
- O quê? Meu caro, quase não tô conseguindo me mexer – meu companheiro de quarto reclamou. – Não é, Caio?
- Se é – concordei. – Tive que tomar um relaxante muscular.
- Fez muito bem. É normal sentir os músculos doerem no começo, mas logo passa. Querem uma boa notícia?
- E existe boa notícia? – Rodrigo sorriu.
- Claro que existe! Hoje vocês não vão trabalhar os braços. Vão trabalhar as pernas.
- Ah, que bom. Meus braços agradecem – Rodrigo suspirou aliviado.
- Mas amanhã voltam pros braços de novo e assim sucessivamente.
- Pelo menos vamos poder descansar a musculatura um pouco – interagi.
- Essa é a intenção. Já alongaram?
- Não – respondemos ao mesmo tempo.
- Então alonguem e depois me procurem. Quero acompanhar vocês nos exercícios até o fim.
- Droga. Desse jeito não vai dar para burlar o treino – meu amigo brincou.
- Por isso que eu vou acompanhar, quero ter certeza que estão fazendo tudo direitinho.
Passar duas horas ao lado daquele saco de músculos não foi nada fácil. Entre um exercício e outro, eu sempre analisava aquela obra prima e tinha que me segurar para não ficar excitado.
- 3 – disse Felipe –, 2 e 1. Acabou!
Soltei todo o meu ar pela boca e em seguida tomei um gole de água na minha garrafinha. Meu corpo estava completamente ensopado de suor.
- Finalizamos – o professor anunciou. – Estão liberados.
- Finalmente – Rodrigo encostou na parede e girou o pescoço para relaxar a tensão.
- Amanhã quero os dois aqui, hein?
- Estaremos firmes e fortes – tentei demonstrar minha coragem.
- Assim é que eu gosto. Até amanhã!!!
Nos despedimos do Felipe e subimos pro vestiário. Como eu ia dali pro trabalho, eu era obrigado a tomar um banho, o que não acontecia com o Rodrigo.
- Você quer que eu te espere?
- Nem precisa, mano. É melhor você ir pra casa que já está ficando tarde.
- Mas é perigoso você ir sozinho até a empresa.
- Que nada. Essa hora a rua é cheia de gente.
- Tem certeza?
- Absoluta.
- Então tá. Se você diz...
- A gente se vê amanhã.
- Beleza. Só nos veremos na academia, né?
- Não. Acho que quando eu chegar da escola você ainda vai estar em casa.
- Ah, é mesmo. Pode crer.
Nos despedimos e eu rumei até as duchas. Era o único que estava no vestiário, mas antes mesmo de terminar o meu banho, mais alguém ligou um dos chuveiros.

- Com muita dor e você?
- Eu também – confessou Rodrigo. – Mas eu não vou desistir.
- Nem eu.
Nós entramos no prédio e subimos de escada até a academia. Não quisemos esperar o elevador. O estabelecimento estava mais cheio que no dia anterior.
- Boa noite – disse a moça da recepção, que na verdade também era professora.
- Boa noite – respondemos.
Percebi que o Rodrigo ficou olhando a mulher em demasia e eu tive que cutucá-lo para que continuasse andando.
- Anda logo, homem – falei baixinho.
- Ah, tô indo, tô indo.
Ele passou pela catraca e eu o segui. Quando nós estávamos na escada que dava acesso aos vestiários, eu falei:
- Você precisa disfarçar melhor seu interesse.
- Ficou tão na cara assim?
- Demais.
Percebi que ele ficou envergonhado. O Fabrício tinha razão: o Rodrigo era mesmo um pouco tímido.
- Vou prestar mais atenção.
- Que bom. As mulheres agradecem – eu brinquei.
- Palhaço.
Nos trocamos e descemos em seguida. O Felipe nos avistou e acenou para que a gente fosse até ele e só de pensar no que eu teria que encarar naquela noite, senti um frio enorme na minha espinha.
- Que bom que vieram – ele apertou as nossas mãos. – Como estão?
- Mortos – respondeu meu amigo.
O personal abriu um sorriso largo e lindo. Ele usava aparelho ortodôntico e os elásticos que envolviam os ferros, eram da mesma cor dos seus olhos.
- Como vocês reclamam, hein?
- O quê? Meu caro, quase não tô conseguindo me mexer – meu companheiro de quarto reclamou. – Não é, Caio?
- Se é – concordei. – Tive que tomar um relaxante muscular.
- Fez muito bem. É normal sentir os músculos doerem no começo, mas logo passa. Querem uma boa notícia?
- E existe boa notícia? – Rodrigo sorriu.
- Claro que existe! Hoje vocês não vão trabalhar os braços. Vão trabalhar as pernas.
- Ah, que bom. Meus braços agradecem – Rodrigo suspirou aliviado.
- Mas amanhã voltam pros braços de novo e assim sucessivamente.
- Pelo menos vamos poder descansar a musculatura um pouco – interagi.
- Essa é a intenção. Já alongaram?
- Não – respondemos ao mesmo tempo.
- Então alonguem e depois me procurem. Quero acompanhar vocês nos exercícios até o fim.
- Droga. Desse jeito não vai dar para burlar o treino – meu amigo brincou.
- Por isso que eu vou acompanhar, quero ter certeza que estão fazendo tudo direitinho.
Passar duas horas ao lado daquele saco de músculos não foi nada fácil. Entre um exercício e outro, eu sempre analisava aquela obra prima e tinha que me segurar para não ficar excitado.
- 3 – disse Felipe –, 2 e 1. Acabou!
Soltei todo o meu ar pela boca e em seguida tomei um gole de água na minha garrafinha. Meu corpo estava completamente ensopado de suor.
- Finalizamos – o professor anunciou. – Estão liberados.
- Finalmente – Rodrigo encostou na parede e girou o pescoço para relaxar a tensão.
- Amanhã quero os dois aqui, hein?
- Estaremos firmes e fortes – tentei demonstrar minha coragem.
- Assim é que eu gosto. Até amanhã!!!
Nos despedimos do Felipe e subimos pro vestiário. Como eu ia dali pro trabalho, eu era obrigado a tomar um banho, o que não acontecia com o Rodrigo.
- Você quer que eu te espere?
- Nem precisa, mano. É melhor você ir pra casa que já está ficando tarde.
- Mas é perigoso você ir sozinho até a empresa.
- Que nada. Essa hora a rua é cheia de gente.
- Tem certeza?
- Absoluta.
- Então tá. Se você diz...
- A gente se vê amanhã.
- Beleza. Só nos veremos na academia, né?
- Não. Acho que quando eu chegar da escola você ainda vai estar em casa.
- Ah, é mesmo. Pode crer.
Nos despedimos e eu rumei até as duchas. Era o único que estava no vestiário, mas antes mesmo de terminar o meu banho, mais alguém ligou um dos chuveiros.
Eu ainda não estava acostumado a descer fora do meu antigo andar e
quase ia apertando o botão errado, mas consegui me lembrar a tempo que tinha
mudado de departamento.
Quando entrei na central, me senti um pouco desolado. Estava muito silêncio e quase que vazio, se não fosse por um homem de meia idade sentado na mesa da supervisão.
- Olá – pigarreei. – Você é o Breno?
- Sim. Quem é você? – o homem não era lá muito bonito.
- Eu sou o Caio...
- Ah, Caio. É você!!!
Ele levantou e eu pude olhar seu corpo com mais precisão. Definitivamente, Breno passava longe dos padrões de beleza masculina.
- Como vai? – ele abriu um sorriso e apertou a minha mão.
- Bem e você?
- Muito bem, obrigado. Seja bem-vindo, viu?
- Obrigado.
- Senta aí, vamos bater um papo...
O que ele tinha de simpático, tinha de mal-arrumado. Breno era barbudo, usava óculos e tinha os cabelos com aspecto oleoso.
Ele trajava uma camisa social listrada e uma gravata que não combinava com nada que ele estava usando. Pensei comigo que ele precisava urgentemente de um “personal stiles”.
O resto da equipe entrou e ele foi recepcioná-los, deixando-me plantado em sua mesa e sem saber o que fazer.
Em seguida, Breno me explicou detalhadamente o funcionamento do produto e como eram os procedimentos. Não havia muita diferença de onde eu estava anteriormente. Eu estava confiante.
- Venha comigo, eu vou apresentá-lo pra equipe – pediu o supervisor.
Aquela era a hora chata. Nunca gostei de ser apresentado em público. Nós andamos até o meio do corredor e o homem pediu a atenção de todos os funcionários.
Eu senti vários pares de olhos em cima de mim e fiquei um pouco constrangido, mas tudo piorou quando ele começou a apresentação:
- Pessoal, esse é o Caio. À partir de hoje ele faz parte da nossa equipe e veio para somar esforços para o sucesso de nosso produto. Deem as boas-vindas ao garoto!!!
Eles me saudaram e eu quis sair correndo de tanta vergonha.
- Como não há tempo para treinamento, vou deixá-lo hoje e amanhã em escuta com vocês só para ele aprender os procedimentos. Deixa eu escolher uma vítima, vem comigo, Caio.
Eu segui o senhorzinho até ele parar atrás de uma moça de cabelos ruivos.
- Aline, vou deixá-lo sob sua responsabilidade, tudo bem?
- Pode contar comigo. Tudo bem, Caio?
- Bem, obrigado.
Ela era bem bonita. O que mais se destacava em sua beleza, com toda certeza eram os cabelos vermelhos.
- Pode sentar, eu já trago o carrapato – Breno trouxe uma cadeira. Ele não me parecia ser chato.
- Obrigado, Breno.
- Por nada.
- Pode se aproximar, eu não mordo – disse a ruiva, com um sorriso simpático nos lábios.
Puxei a cadeira e encostei a cabeça na base da PA. Eu estava começando a ficar com sono.
- Pode apostar que o que mais você vai fazer aqui é cochilar. Quase não cai ligação.
- É mesmo? Isso muito me agrada!!!
- Quando tem pico de ligações, a gente atende no máximo 12.
- Que arraso! – comecei a gostar das informações que ela estava me passando.
- Nem sei porquê temos que trabalhar de madrugada, mas tudo bem.
- Manda quem pode, obedece quem tem juízo – profetizei.
- É. Deixa eu te apresentar a equipe.
Ela disse o nome de todos que estavam no corredor. Percebi que a equipe era quase totalitária de mulheres, exceto por um rapaz que estava sentado atrás de mim. E eu, é claro.
- Esse é o Giovanni, aquela é a Letícia e ela é a Bianca. Bia para os íntimos.
- Um dia eu decoro o nome de todo mundo.
- Ah, decora sim.
Ela pegou uma mecha do cabelo e ficou fazendo um cacho com os dedos.
- Aqui está o carrapato. Manda ver aí, Aline – pediu meu novo chefe.
- Se cair ligação eu mando ver – ela respondeu.
- Olhem o nível de serviço, hein? Nada de travar o sistema...
- Já conhece esse sistema?
- Já. É o mesmo que eu usava.
- Você veio de onde?
Eu disse o nome do produto.
- Ah, bacana. Já trabalhei lá também.
- Trabalha aqui faz tempo?
- 2 anos. E você?
- Alguns meses. Sou menor aprendiz.
- Ah, eu já desconfiava. Você aparenta ser bem novinho. Qual a sua idade?
- 17 – respondi.
- Parece menos.
- Que bom – dei risada.
Quando caiu a primeira ligação, eu tentei prestar o máximo de atenção possível, todavia, fiquei com um monte de dúvidas.
- Caio, consegui uma apostila pra você – Breno apareceu atrás de mim de repente.
- Ah, muito obrigado. Vai ser bem útil.
- Qualquer dúvida que você tiver, pode perguntar aos seus colegas. Eles são bem receptivos.
- Tudo bem. Obrigado.
Quando a Aline terminou de falar com o cliente, eu perguntei tudo o que eu queria saber e ela me explicou tudo direitinho.
- Entendeu?
- Mais ou menos – confessei.
- Quando tiver qualquer dúvida pode perguntar.
- Pode deixar.
- Acorda Giovanni. Já está dormindo?
- Quem me dera.
- Quem está dormindo aí? – Breno perguntou de sua mesa. – Olha a advertência, hein?
- Ninguém, super – Aline respondeu. – É brincadeira.
- Acho bom.
- Ele fala isso, mas é gente boa. Nunca advertiu ninguém por dormir na PA.
- Imagino que não possa, né?
- Poder não pode, mas a gente dá um jeito. Ninguém é de ferro, não é mesmo?
- Verdade.
Desde que eu entrei na empresa, aquele foi o primeiro dia em que a hora demorou muito a passar. Eu olhava no computador de 2 em 2 minutos e nada dos números mudarem de casa.
- A hora sempre demora a passar? – indaguei.
- Sempre. Logo você acostuma.
- Vamos pra pausa, Robertinha? – uma menina que estava lá na ponta perguntou.
Robertinha? Quem era Robertinha?
- Quer ir pra pausa agora, Caio?
O relógio marcava 3 da manhã.
- Por mim tanto faz.
- Vamos, amiga – Aline respondeu.
- Posso te fazer uma pergunta?
- Claro – Aline respondeu.
- Por que ela te chamou de Robertinha?
- Ah... É por causa do meu cabelo que é igual ao da Roberta da novela “Rebelde”. Você gosta?
- Ah, é verdade – abri um sorriso. – Eu até assistia, mas desde que mudei pro Rio não assisti mais e deixei de acompanhar.
- Sou fã número um. Apaixonada. Louca. Doida. Obcecada. Faria qualquer coisa por eles...
Aquela época, o grupo de quem Aline era fã estava no auge e era a maior febre entre os adolescentes. Mal sabia eu que por causa dela, eu ia acabar voltando a assistir a novelinha teen.

Quando o relógio marcou 6 horas da manhã, eu entreguei o carrapato ao meu novo supervisor, coloquei a cadeira no lugar e me despedi dos meus novos colegas de trabalho. Parecia que eu estava naquela empresa há vários dias, ao invés de algumas horas.
- Obrigado por tudo, Aline – agradeci.
- De nada, Caio. Até amanhã. Bom dia.
- Bom dia, até amanhã...

Tive que sair quase que correndo até a estação de metrô para não chegar atrasado na escola, mas no fim das contas, deu tudo certo. Cheguei faltando 15 minutos para o início da 1ª aula.

- Bom dia, Caio – disse uma menina da minha sala, que nunca havia falado comigo.
- Bom dia – respondi, estranhando a atitude da garota.
Será que ela estava interessada em alguma coisa? Acredito que tenha sido só um bom dia mesmo, porque durante o resto do dia ela não me dirigiu mais a palavra. Coisa estranha!!!
- E aí, como foi o seu primeiro dia no horário da madrugada? – Rogério perguntou.
- Cansativo. Estou morrendo de sono.
- Mas também agora você vai poder dormir o resto da tarde, né?
- Sim – sorri. – Só vou acordar às 20.
- Que beleza, hein?
- Merecidamente.
- Modéstia 0, né?
- Sempre – brinquei. – Até amanhã, cara.
Apertamos as mãos.
- Até amanhã. Bom sono.
- Valeu.
- E vamos marcar um futebol pro final de semana, hein?
- Pode deixar, a gente marca sim.
Arrastei as minhas pernas até a república e quando cheguei, levei um susto com o volume em que o rádio estava ligado.


- Caraca, querem ficar surdos? – falei comigo mesmo e abaixei o volume.
- Quem abaixou? – o Rodrigo se zangou.
- Querem ficar surdos, é?
- Estraga prazeres, estava muito bom.
- Estava. Quer ouvir, ouve baixo. Eu preciso dormir.
- Já vi que não vai dar certo esse seu novo horário aí...
- Vai sim. Não seja chato e me entenda.
- Sem graça – ele se emburrou.
- Cadê o Vini?
- Não está em casa. O que você quer com ele?
- Nada. Só perguntei por perguntar.
- Hum. Como foi seu primeiro dia?
- Chato. Não estou atendendo e confundi todos os procedimentos. É muita coisa...
- Cai muita ligação?
- Com a menina que eu fiquei de escuta caíram 7.
- Só? – ele arregalou os olhos.
- Aham – sorri.
- Que inveja de você!
Dei risada.
- Me amarrei nessas poucas ligações.
- E a equipe? E o supervisor?
- A equipe é legal e o supervisor parece ser gente boa, mas o coitado se veste muito mal.
- Já ficou de olho nele, né? – ele brincou.
- Deus me livre. Ele é muito feio.
- Preconceituoso.
- Não é isso, é que não rola. Ele é um senhorzinho já. Enfim...
Rodrigo deu risada.
- Vou tomar um banho. Tem almoço?
- Eu fiz uma gororoba aí. Até que não ficou ruim.
- Deus me ajude.
Além de cansado, eu estava faminto. Depois do banho, coloquei um pouco da comida que o Rodrigo fez e comecei a degustá-la. Estava tolerável.
- Um pouco sem sal, mas tá bom – parabenizei.
- Estou aprendendo. Dá um desconto, vai?
- Parabéns, parabéns. Não está ruim.
Acho que ele ficou satisfeito. Depois do almoço, esperei meu estômago fazer a digestão e depois me deitei. O sono me abraçou em questão de segundos.

Quando entrei na central, me senti um pouco desolado. Estava muito silêncio e quase que vazio, se não fosse por um homem de meia idade sentado na mesa da supervisão.
- Olá – pigarreei. – Você é o Breno?
- Sim. Quem é você? – o homem não era lá muito bonito.
- Eu sou o Caio...
- Ah, Caio. É você!!!
Ele levantou e eu pude olhar seu corpo com mais precisão. Definitivamente, Breno passava longe dos padrões de beleza masculina.
- Como vai? – ele abriu um sorriso e apertou a minha mão.
- Bem e você?
- Muito bem, obrigado. Seja bem-vindo, viu?
- Obrigado.
- Senta aí, vamos bater um papo...
O que ele tinha de simpático, tinha de mal-arrumado. Breno era barbudo, usava óculos e tinha os cabelos com aspecto oleoso.
Ele trajava uma camisa social listrada e uma gravata que não combinava com nada que ele estava usando. Pensei comigo que ele precisava urgentemente de um “personal stiles”.
O resto da equipe entrou e ele foi recepcioná-los, deixando-me plantado em sua mesa e sem saber o que fazer.
Em seguida, Breno me explicou detalhadamente o funcionamento do produto e como eram os procedimentos. Não havia muita diferença de onde eu estava anteriormente. Eu estava confiante.
- Venha comigo, eu vou apresentá-lo pra equipe – pediu o supervisor.
Aquela era a hora chata. Nunca gostei de ser apresentado em público. Nós andamos até o meio do corredor e o homem pediu a atenção de todos os funcionários.
Eu senti vários pares de olhos em cima de mim e fiquei um pouco constrangido, mas tudo piorou quando ele começou a apresentação:
- Pessoal, esse é o Caio. À partir de hoje ele faz parte da nossa equipe e veio para somar esforços para o sucesso de nosso produto. Deem as boas-vindas ao garoto!!!
Eles me saudaram e eu quis sair correndo de tanta vergonha.
- Como não há tempo para treinamento, vou deixá-lo hoje e amanhã em escuta com vocês só para ele aprender os procedimentos. Deixa eu escolher uma vítima, vem comigo, Caio.
Eu segui o senhorzinho até ele parar atrás de uma moça de cabelos ruivos.
- Aline, vou deixá-lo sob sua responsabilidade, tudo bem?
- Pode contar comigo. Tudo bem, Caio?
- Bem, obrigado.
Ela era bem bonita. O que mais se destacava em sua beleza, com toda certeza eram os cabelos vermelhos.
- Pode sentar, eu já trago o carrapato – Breno trouxe uma cadeira. Ele não me parecia ser chato.
- Obrigado, Breno.
- Por nada.
- Pode se aproximar, eu não mordo – disse a ruiva, com um sorriso simpático nos lábios.
Puxei a cadeira e encostei a cabeça na base da PA. Eu estava começando a ficar com sono.
- Pode apostar que o que mais você vai fazer aqui é cochilar. Quase não cai ligação.
- É mesmo? Isso muito me agrada!!!
- Quando tem pico de ligações, a gente atende no máximo 12.
- Que arraso! – comecei a gostar das informações que ela estava me passando.
- Nem sei porquê temos que trabalhar de madrugada, mas tudo bem.
- Manda quem pode, obedece quem tem juízo – profetizei.
- É. Deixa eu te apresentar a equipe.
Ela disse o nome de todos que estavam no corredor. Percebi que a equipe era quase totalitária de mulheres, exceto por um rapaz que estava sentado atrás de mim. E eu, é claro.
- Esse é o Giovanni, aquela é a Letícia e ela é a Bianca. Bia para os íntimos.
- Um dia eu decoro o nome de todo mundo.
- Ah, decora sim.
Ela pegou uma mecha do cabelo e ficou fazendo um cacho com os dedos.
- Aqui está o carrapato. Manda ver aí, Aline – pediu meu novo chefe.
- Se cair ligação eu mando ver – ela respondeu.
- Olhem o nível de serviço, hein? Nada de travar o sistema...
- Já conhece esse sistema?
- Já. É o mesmo que eu usava.
- Você veio de onde?
Eu disse o nome do produto.
- Ah, bacana. Já trabalhei lá também.
- Trabalha aqui faz tempo?
- 2 anos. E você?
- Alguns meses. Sou menor aprendiz.
- Ah, eu já desconfiava. Você aparenta ser bem novinho. Qual a sua idade?
- 17 – respondi.
- Parece menos.
- Que bom – dei risada.
Quando caiu a primeira ligação, eu tentei prestar o máximo de atenção possível, todavia, fiquei com um monte de dúvidas.
- Caio, consegui uma apostila pra você – Breno apareceu atrás de mim de repente.
- Ah, muito obrigado. Vai ser bem útil.
- Qualquer dúvida que você tiver, pode perguntar aos seus colegas. Eles são bem receptivos.
- Tudo bem. Obrigado.
Quando a Aline terminou de falar com o cliente, eu perguntei tudo o que eu queria saber e ela me explicou tudo direitinho.
- Entendeu?
- Mais ou menos – confessei.
- Quando tiver qualquer dúvida pode perguntar.
- Pode deixar.
- Acorda Giovanni. Já está dormindo?
- Quem me dera.
- Quem está dormindo aí? – Breno perguntou de sua mesa. – Olha a advertência, hein?
- Ninguém, super – Aline respondeu. – É brincadeira.
- Acho bom.
- Ele fala isso, mas é gente boa. Nunca advertiu ninguém por dormir na PA.
- Imagino que não possa, né?
- Poder não pode, mas a gente dá um jeito. Ninguém é de ferro, não é mesmo?
- Verdade.
Desde que eu entrei na empresa, aquele foi o primeiro dia em que a hora demorou muito a passar. Eu olhava no computador de 2 em 2 minutos e nada dos números mudarem de casa.
- A hora sempre demora a passar? – indaguei.
- Sempre. Logo você acostuma.
- Vamos pra pausa, Robertinha? – uma menina que estava lá na ponta perguntou.
Robertinha? Quem era Robertinha?
- Quer ir pra pausa agora, Caio?
O relógio marcava 3 da manhã.
- Por mim tanto faz.
- Vamos, amiga – Aline respondeu.
- Posso te fazer uma pergunta?
- Claro – Aline respondeu.
- Por que ela te chamou de Robertinha?
- Ah... É por causa do meu cabelo que é igual ao da Roberta da novela “Rebelde”. Você gosta?
- Ah, é verdade – abri um sorriso. – Eu até assistia, mas desde que mudei pro Rio não assisti mais e deixei de acompanhar.
- Sou fã número um. Apaixonada. Louca. Doida. Obcecada. Faria qualquer coisa por eles...
Aquela época, o grupo de quem Aline era fã estava no auge e era a maior febre entre os adolescentes. Mal sabia eu que por causa dela, eu ia acabar voltando a assistir a novelinha teen.

Quando o relógio marcou 6 horas da manhã, eu entreguei o carrapato ao meu novo supervisor, coloquei a cadeira no lugar e me despedi dos meus novos colegas de trabalho. Parecia que eu estava naquela empresa há vários dias, ao invés de algumas horas.
- Obrigado por tudo, Aline – agradeci.
- De nada, Caio. Até amanhã. Bom dia.
- Bom dia, até amanhã...
Tive que sair quase que correndo até a estação de metrô para não chegar atrasado na escola, mas no fim das contas, deu tudo certo. Cheguei faltando 15 minutos para o início da 1ª aula.
- Bom dia, Caio – disse uma menina da minha sala, que nunca havia falado comigo.
- Bom dia – respondi, estranhando a atitude da garota.
Será que ela estava interessada em alguma coisa? Acredito que tenha sido só um bom dia mesmo, porque durante o resto do dia ela não me dirigiu mais a palavra. Coisa estranha!!!
- E aí, como foi o seu primeiro dia no horário da madrugada? – Rogério perguntou.
- Cansativo. Estou morrendo de sono.
- Mas também agora você vai poder dormir o resto da tarde, né?
- Sim – sorri. – Só vou acordar às 20.
- Que beleza, hein?
- Merecidamente.
- Modéstia 0, né?
- Sempre – brinquei. – Até amanhã, cara.
Apertamos as mãos.
- Até amanhã. Bom sono.
- Valeu.
- E vamos marcar um futebol pro final de semana, hein?
- Pode deixar, a gente marca sim.
Arrastei as minhas pernas até a república e quando cheguei, levei um susto com o volume em que o rádio estava ligado.
- Caraca, querem ficar surdos? – falei comigo mesmo e abaixei o volume.
- Quem abaixou? – o Rodrigo se zangou.
- Querem ficar surdos, é?
- Estraga prazeres, estava muito bom.
- Estava. Quer ouvir, ouve baixo. Eu preciso dormir.
- Já vi que não vai dar certo esse seu novo horário aí...
- Vai sim. Não seja chato e me entenda.
- Sem graça – ele se emburrou.
- Cadê o Vini?
- Não está em casa. O que você quer com ele?
- Nada. Só perguntei por perguntar.
- Hum. Como foi seu primeiro dia?
- Chato. Não estou atendendo e confundi todos os procedimentos. É muita coisa...
- Cai muita ligação?
- Com a menina que eu fiquei de escuta caíram 7.
- Só? – ele arregalou os olhos.
- Aham – sorri.
- Que inveja de você!
Dei risada.
- Me amarrei nessas poucas ligações.
- E a equipe? E o supervisor?
- A equipe é legal e o supervisor parece ser gente boa, mas o coitado se veste muito mal.
- Já ficou de olho nele, né? – ele brincou.
- Deus me livre. Ele é muito feio.
- Preconceituoso.
- Não é isso, é que não rola. Ele é um senhorzinho já. Enfim...
Rodrigo deu risada.
- Vou tomar um banho. Tem almoço?
- Eu fiz uma gororoba aí. Até que não ficou ruim.
- Deus me ajude.
Além de cansado, eu estava faminto. Depois do banho, coloquei um pouco da comida que o Rodrigo fez e comecei a degustá-la. Estava tolerável.
- Um pouco sem sal, mas tá bom – parabenizei.
- Estou aprendendo. Dá um desconto, vai?
- Parabéns, parabéns. Não está ruim.
Acho que ele ficou satisfeito. Depois do almoço, esperei meu estômago fazer a digestão e depois me deitei. O sono me abraçou em questão de segundos.
Dormi direto até às 19:45. Estava me sentindo renovado, porém
quando me levantei, dei um grito de dor. Parecia que eu tinha sido atropelado,
tamanha as dores nas minhas pernas.
Com dificuldade, arrastei as minhas pernas até o banheiro e tomei outro banho. Como estava sozinho, não me importei em pegar roupas e trancar a porta.
Vinícius já tinha ido pra faculdade. A casa era unicamente minha e eu podia fazer o que quisesse, mas não tinha muito tempo para aprontar nada.
Coloquei uma roupa limpa, arrumei a minha mochila e me dirigi até a academia. Não queria deixar o Rodrigo me esperando, mas ao contrário do que acontecera no período da manhã, naquele momento eu me atrasei um pouco.
- Você está atrasado – ele me lembrou.
- Eu sei. Desculpa, amanhã eu saio mais cedo.
- Tá doendo as suas pernas?
- Demais... Parece até que eu fui atropelado.
- As minhas também doem, mas o que mais me incomda é a virilha. Tá doendo demais.
- É a minha também. É justamente o que incomoda.
- Tenso, tenso, tenso. Não vejo a hora de acostumar com essa academia, viu?
- Somos dois. E as novidades lá na empresa?
- Preciso te contar uma coisa: o Leonardo está falando mal de você pra todo mundo.
- O que ele está falando dessa vez? – já comecei a me irritar.
- Disse que você traiu o Bruno e que ele te pegou na cama com outro. É mole?
O sangue subiu pra minha cabeça.
- Eu preciso dar uma surra nesse desgraçado!!!
- Você não vai chegar a lugar nenhum fazendo isso. É melhor você esquecer tudo o que está acontecendo.
- Você fala isso porque não é com você.
- E o que você pretende fazer então?
- Não sei, mas eu preciso fazer alguma coisa. Eu queria acabar com a raça dele... Me ajuda a pensar em alguma coisa?
- Tô fora!!! Não quero me meter nessa briga nem que me paguem...
- Muito obrigado, amigo da onça.
- Disponha.
Rodrigo e eu nos trocamos e procuramos o personal, que estava mais gato que nunca com uma baby look branca. Durante todo o treino, eu fiquei pensando no que o Rodrigo tinha falado. Eu precisava colocar um ponto final nas brincadeirinhas idiotas do Leonardo, antes que sobrasse pra mim.
Com dificuldade, arrastei as minhas pernas até o banheiro e tomei outro banho. Como estava sozinho, não me importei em pegar roupas e trancar a porta.
Vinícius já tinha ido pra faculdade. A casa era unicamente minha e eu podia fazer o que quisesse, mas não tinha muito tempo para aprontar nada.
Coloquei uma roupa limpa, arrumei a minha mochila e me dirigi até a academia. Não queria deixar o Rodrigo me esperando, mas ao contrário do que acontecera no período da manhã, naquele momento eu me atrasei um pouco.
- Você está atrasado – ele me lembrou.
- Eu sei. Desculpa, amanhã eu saio mais cedo.
- Tá doendo as suas pernas?
- Demais... Parece até que eu fui atropelado.
- As minhas também doem, mas o que mais me incomda é a virilha. Tá doendo demais.
- É a minha também. É justamente o que incomoda.
- Tenso, tenso, tenso. Não vejo a hora de acostumar com essa academia, viu?
- Somos dois. E as novidades lá na empresa?
- Preciso te contar uma coisa: o Leonardo está falando mal de você pra todo mundo.
- O que ele está falando dessa vez? – já comecei a me irritar.
- Disse que você traiu o Bruno e que ele te pegou na cama com outro. É mole?
O sangue subiu pra minha cabeça.
- Eu preciso dar uma surra nesse desgraçado!!!
- Você não vai chegar a lugar nenhum fazendo isso. É melhor você esquecer tudo o que está acontecendo.
- Você fala isso porque não é com você.
- E o que você pretende fazer então?
- Não sei, mas eu preciso fazer alguma coisa. Eu queria acabar com a raça dele... Me ajuda a pensar em alguma coisa?
- Tô fora!!! Não quero me meter nessa briga nem que me paguem...
- Muito obrigado, amigo da onça.
- Disponha.
Rodrigo e eu nos trocamos e procuramos o personal, que estava mais gato que nunca com uma baby look branca. Durante todo o treino, eu fiquei pensando no que o Rodrigo tinha falado. Eu precisava colocar um ponto final nas brincadeirinhas idiotas do Leonardo, antes que sobrasse pra mim.
No dia seguinte...
- Sua PA vai ser essa – Breno me mostrou onde eu ia sentar. Fiquei
ao lado do Giovanni e perto da Aline, o que me deixou contente.
- Que bom, vai ficar pertinho de mim – ela sorriu.
- É. Vou pedir sua ajuda, posso?
- Claro.
Enquanto não caía ligações, eu estudei os procedimentos na apostila que o Breno tinha me fornecido e aos poucos, eu comecei a entender melhor o funcionamento daquele produto.
Por volta das 4:00, meu cérebro deu um clique. Como eu não tinha pensado naquilo antes?
Claro! O melhor jeito de me vingar do Léo, era contando aos pais dele que ele era gay, mas como eu ia fazer aquilo?
Eu precisava de provas. Eu tinha que dar um jeito de tirar uma foto comprometedora daquele garoto e entregar pros pais dele. Só não sabia como ia fazer aquilo.
- Pensa, Caio... Pensa, Caio...
- Falando sozinho, garoto? – Giovanni se espantou.
- Ah, liga não. É mania.
- Dizem que só os loucos falam sozinhos – ele comentou.
- Ainda não cheguei ao estágio máximo de loucura. Não se preocupe, sua vida não corre perigo.
- Estou aliviado – ele encostou no alambrado de ferro e fechou os olhos.
Como eu ia conseguir a prova da homossexualidade do Leonardo? Por mais que eu pensasse em alguma coisa, nada me ocorria. Acabei ficando com dor de cabeça de tanto refletir sobre o assunto.
- Bom dia, equipe – disse Breno. – Até amanhã, fiquem com Deus e obrigado pelo dia de hoje.
- Tchau, super – as meninas iam saindo e se despedindo.
- E aí, Caio? Como foi seu 1º dia na linha?
- Confuso, mas por sorte só caíram 5 ligações.
- É normalmente é nessa faixa mesmo. Logo você acostuma.
- Sim. A Aline me ajudou bastante.
- Ela é um amor. Bom dia, até mais tarde.
- Até, Breno. Bom dia.

Não sei se foi proposital ou pura coincidência, o fato é que assim que coloquei meus pés fora da empresa, meu celular começou a tocar.
- Número desconhecido? – estranhei. – Alô?
Esperei a pessoa responder, mas isso não aconteceu. A única coisa que eu conseguia ouvir era uma respiração e depois de alguns segundos, um longo suspiro.
- Alô? – repeti.
Nada de resposta. Quem seria?
- Alô? – insisti pela terceira e última vez, mas novamente não tive resposta.
Desliguei. Aquilo não era hora de passar trote para os outros. Fiquei irritado.
A vantagem de se trabalhar de madrugada, era pegar o metrô completamente vazio pela manhã. Isso acontecia porque eu ia sentido bairro, o mesmo não ocorria com quem estava indo sentido centro.
Cheguei na escola em cima da hora. O professor tinha acabado de entrar na sala.

- Bom dia – disse o homem, com cara de poucos amigos.
- E aí, mano? – cumprimentei o Rogério.
- Beleza, fera? – ele me olhou. Os olhos dele estavam mais claros ou era impressão minha?
- Bem e você?
- Bem.
- Vamos jogar uma bolinha domingo? – tomei a iniciativa e fiz o convite.
- Demorou. Que horas?
- De tarde. Lá pelas 4, 5 horas.
- Fechado. Passa lá em casa que a gente vai junto.
- Belezinha.
Ele virou e começou a prestar atenção na chamada. Meus olhos foram surpreendidos por um pano vermelho que estava saindo do cós da calça jeans do Rogério. Meu pau ficou duro na hora.
- Levanta a calça – sussurrei em seu ouvido.
- Não. Eu gosto assim – ele respondeu.
Mordi meu lábio. Então ele mostrava a cueca propositalmente?
Toda a minha atenção foi dispersada graças ao Rogério. É claro que ele não sabia que eu curtia a fruta, mas se ele continuasse deixando aquela cueca à mostra todos os dias, eu ia ser obrigado a mudar de lugar.
- Algum problema, Caio? – ele perguntou, depois do intervalo.
- Não, por quê?
- Parece inquieto.
- Ah, é o calor.
- Que calor? Nem tá fazendo sol hoje!
- E só por que não está fazendo sol eu não posso sentir calor?
- Pode, né?
- Então...
A professora de Educação Física entrou na sala e começou a chamada imediatamente. Ela parecia um sargento de tão brava que era.
Nós descemos até a quadra e começamos a jogar queimada. Um dos meus jogos favoritos, exceto quando eu era a vítima da bolada.

Fizemos times mistos, mas a diversão estava garantida quando era “guerra dos sexos”. Meninas contra meninos. Naquele dia, o meu time perdeu.
- Você tem razão – ele estava suado. – Está mesmo fazendo calor.
- Não falei?
- Se eu pudesse tirar essa camiseta...
Eu já estava bastante habituado com a cultura do Rio de Janeiro. Já estava pra lá de acostumado em ver rapazes sem camisa dentro dos ônibus, metrô e no meio da rua. Comportamento totalmente atípico da cidade de São Paulo.
- Vontade de tomar um banho de mangueira – ouvi uma menina comentar com uma amiga.
- Vamos pra praia? – a outra perguntou.
- Vamos, mas primeiro eu preciso ir em casa pegar meu biquíni.
- Já imaginou essa delicinha de biquíni? – Rogério sibilou entre os dentes.
- Já – menti.
- Que delícia que deve ser...
- Verdade.
Delícia seria vê-lo de sunga. Aquilo que seria delicioso. Eu não sei qual é a graça de ver as mulheres de biquíni.
A última aula foi livre e devido a este acontecimento, tive a oportunidade de chegar em casa mais cedo.
- Já chegou? – Rodrigo e eu nos encontramos no portão.
- A última aula foi vaga e eu saí mais cedo.
- Ah, entendi.
- Que cara é essa?
Ele parecia estressado.
- Um trabalho monstro na faculdade. Preciso entregar segunda já. Acho que hoje eu nem vou dormir.
- Que dó – fiquei comovido. – Que pena, sinto muito.
- Paciência. Ossos do ofício. E tá só começando.
- Verdade.
- Posso usar o notebook à noite?
- Deve. Fica à vontade, cara.
- Valeu. Você é um amigão.
Ele passou o braço pelo meu ombro e me abraçou. O perfume do Rodrigo invadiu minhas narinas e eu suspirei. Ele era muito cheiroso.
Quando coloquei a cabeça no travesseiro e fechei os olhos para dormir, meu celular começou a tocar. Novamente se tratava de um número desconhecido.
- Alô? – atendi.
Silêncio absoluto.
- Alô? – repeti, já sem paciência.
Mais uma vez ouvi um suspiro longo e profundo. Quem seria?
- Alô? Ah, vai pro inferno!!!
Desliguei o celular por completo. Não queria ser incomodado durante o meu sono, que transcorreu sem maiores transtornos.
- Que bom, vai ficar pertinho de mim – ela sorriu.
- É. Vou pedir sua ajuda, posso?
- Claro.
Enquanto não caía ligações, eu estudei os procedimentos na apostila que o Breno tinha me fornecido e aos poucos, eu comecei a entender melhor o funcionamento daquele produto.
Por volta das 4:00, meu cérebro deu um clique. Como eu não tinha pensado naquilo antes?
Claro! O melhor jeito de me vingar do Léo, era contando aos pais dele que ele era gay, mas como eu ia fazer aquilo?
Eu precisava de provas. Eu tinha que dar um jeito de tirar uma foto comprometedora daquele garoto e entregar pros pais dele. Só não sabia como ia fazer aquilo.
- Pensa, Caio... Pensa, Caio...
- Falando sozinho, garoto? – Giovanni se espantou.
- Ah, liga não. É mania.
- Dizem que só os loucos falam sozinhos – ele comentou.
- Ainda não cheguei ao estágio máximo de loucura. Não se preocupe, sua vida não corre perigo.
- Estou aliviado – ele encostou no alambrado de ferro e fechou os olhos.
Como eu ia conseguir a prova da homossexualidade do Leonardo? Por mais que eu pensasse em alguma coisa, nada me ocorria. Acabei ficando com dor de cabeça de tanto refletir sobre o assunto.
- Bom dia, equipe – disse Breno. – Até amanhã, fiquem com Deus e obrigado pelo dia de hoje.
- Tchau, super – as meninas iam saindo e se despedindo.
- E aí, Caio? Como foi seu 1º dia na linha?
- Confuso, mas por sorte só caíram 5 ligações.
- É normalmente é nessa faixa mesmo. Logo você acostuma.
- Sim. A Aline me ajudou bastante.
- Ela é um amor. Bom dia, até mais tarde.
- Até, Breno. Bom dia.
Não sei se foi proposital ou pura coincidência, o fato é que assim que coloquei meus pés fora da empresa, meu celular começou a tocar.
- Número desconhecido? – estranhei. – Alô?
Esperei a pessoa responder, mas isso não aconteceu. A única coisa que eu conseguia ouvir era uma respiração e depois de alguns segundos, um longo suspiro.
- Alô? – repeti.
Nada de resposta. Quem seria?
- Alô? – insisti pela terceira e última vez, mas novamente não tive resposta.
Desliguei. Aquilo não era hora de passar trote para os outros. Fiquei irritado.
A vantagem de se trabalhar de madrugada, era pegar o metrô completamente vazio pela manhã. Isso acontecia porque eu ia sentido bairro, o mesmo não ocorria com quem estava indo sentido centro.
Cheguei na escola em cima da hora. O professor tinha acabado de entrar na sala.
- Bom dia – disse o homem, com cara de poucos amigos.
- E aí, mano? – cumprimentei o Rogério.
- Beleza, fera? – ele me olhou. Os olhos dele estavam mais claros ou era impressão minha?
- Bem e você?
- Bem.
- Vamos jogar uma bolinha domingo? – tomei a iniciativa e fiz o convite.
- Demorou. Que horas?
- De tarde. Lá pelas 4, 5 horas.
- Fechado. Passa lá em casa que a gente vai junto.
- Belezinha.
Ele virou e começou a prestar atenção na chamada. Meus olhos foram surpreendidos por um pano vermelho que estava saindo do cós da calça jeans do Rogério. Meu pau ficou duro na hora.
- Levanta a calça – sussurrei em seu ouvido.
- Não. Eu gosto assim – ele respondeu.
Mordi meu lábio. Então ele mostrava a cueca propositalmente?
Toda a minha atenção foi dispersada graças ao Rogério. É claro que ele não sabia que eu curtia a fruta, mas se ele continuasse deixando aquela cueca à mostra todos os dias, eu ia ser obrigado a mudar de lugar.
- Algum problema, Caio? – ele perguntou, depois do intervalo.
- Não, por quê?
- Parece inquieto.
- Ah, é o calor.
- Que calor? Nem tá fazendo sol hoje!
- E só por que não está fazendo sol eu não posso sentir calor?
- Pode, né?
- Então...
A professora de Educação Física entrou na sala e começou a chamada imediatamente. Ela parecia um sargento de tão brava que era.
Nós descemos até a quadra e começamos a jogar queimada. Um dos meus jogos favoritos, exceto quando eu era a vítima da bolada.
Fizemos times mistos, mas a diversão estava garantida quando era “guerra dos sexos”. Meninas contra meninos. Naquele dia, o meu time perdeu.
- Você tem razão – ele estava suado. – Está mesmo fazendo calor.
- Não falei?
- Se eu pudesse tirar essa camiseta...
Eu já estava bastante habituado com a cultura do Rio de Janeiro. Já estava pra lá de acostumado em ver rapazes sem camisa dentro dos ônibus, metrô e no meio da rua. Comportamento totalmente atípico da cidade de São Paulo.
- Vontade de tomar um banho de mangueira – ouvi uma menina comentar com uma amiga.
- Vamos pra praia? – a outra perguntou.
- Vamos, mas primeiro eu preciso ir em casa pegar meu biquíni.
- Já imaginou essa delicinha de biquíni? – Rogério sibilou entre os dentes.
- Já – menti.
- Que delícia que deve ser...
- Verdade.
Delícia seria vê-lo de sunga. Aquilo que seria delicioso. Eu não sei qual é a graça de ver as mulheres de biquíni.
A última aula foi livre e devido a este acontecimento, tive a oportunidade de chegar em casa mais cedo.
- Já chegou? – Rodrigo e eu nos encontramos no portão.
- A última aula foi vaga e eu saí mais cedo.
- Ah, entendi.
- Que cara é essa?
Ele parecia estressado.
- Um trabalho monstro na faculdade. Preciso entregar segunda já. Acho que hoje eu nem vou dormir.
- Que dó – fiquei comovido. – Que pena, sinto muito.
- Paciência. Ossos do ofício. E tá só começando.
- Verdade.
- Posso usar o notebook à noite?
- Deve. Fica à vontade, cara.
- Valeu. Você é um amigão.
Ele passou o braço pelo meu ombro e me abraçou. O perfume do Rodrigo invadiu minhas narinas e eu suspirei. Ele era muito cheiroso.
Quando coloquei a cabeça no travesseiro e fechei os olhos para dormir, meu celular começou a tocar. Novamente se tratava de um número desconhecido.
- Alô? – atendi.
Silêncio absoluto.
- Alô? – repeti, já sem paciência.
Mais uma vez ouvi um suspiro longo e profundo. Quem seria?
- Alô? Ah, vai pro inferno!!!
Desliguei o celular por completo. Não queria ser incomodado durante o meu sono, que transcorreu sem maiores transtornos.
Quando eu saí do mercadinho da Dona Elvira, fui direto pra casa do
Rogério. Estava me sentindo muito cansado, mas como tinha prometido que ia
jogar bola com ele, não quis faltar com a minha palavra.

- Chegou cedo – ele me recepcionou no portão.
- Quis aproveitar o ensejo. Se eu voltasse pra casa depois não ia ter coragem de vir.
- Entra aí...
- Licença.
A casa dele era simples, mas muito arrumada. A sala tinha um conjunto de estofados impecavelmente branco e as paredes eram repletas de quadros de paisagens, um mais bonito que o outro.
- Que quadros lindos...
- Minha mãe que faz.
- Sério? – me espantei.
- Sim.
- Nossa, muito lindos.
- Vem, vou apresentar vocês.
Ele me guiou até a cozinha. A mãe do Rogério era muito jovem. Parecia até sua irmã, ao invés de sua mãe.
- Mãe, meu amigo Caio.
- Olá – ela abriu um sorriso e me beijou duas vezes no rosto. – Prazer em conhecê-lo.
- O prazer é meu Dona...
- Dóris. Pode me chamar de Dóris.
- Com todo respeito, Rogério, ela parece ser sua irmã ao invés da sua mãe.
Meu amigo deu risada e pediu que eu sentasse na mesa.
- Muito obrigada. Já me conquistou – Dóris era muito simpática.
- Quando eu nasci, minha mãe tinha 14 anos, né mãe?
- É. Esse mocinho aí foi um descuido de minha parte.
- Ela me chama de acidente – ele fechou a cara.
- O melhor acidente da minha vida.
- Acho bom. Queria te apresentar meu pai, mas ele está viajando à trabalho.
- Tudo bem.
- Meu marido é capitão do exército, Caio. Às vezes ele viaja muito e nós ficamos aqui, sozinhos e desamparados – disse a mulher.
Eu fiquei pensando e cheguei a conclusão que os pais de meus amigos viviam viajando. Era assim com o Víctor, com o Léo e com o Rogério. Seria coincidência?
Só de pensar nos caras do exército fardados a minha boca encheu de água.
- Vou preparar o almoço – disse Dória. – Vocês devem estar famintos...
- Por mim não se preocupe – interferi. Não queria dar trabalho.
Mas acabei almoçando. A mãe do Rogério fez uma macarronada ao molho branco “de lamber os beiços”. Senti até vontade de repetir.

- Vamos jogar um pouco de vídeo-game – ele me convidou. – Não é bom sair para jogar bola depois do almoço.
Fomos até o quarto do garoto. Naquele momento, descobri que ele era torcedor fanático do Flamengo.
- Sou Flamengo até a morte – ele me confessou. – Qual seu time?
- Corinthians – respondi.
- Ah, é. Esqueci que você é dos confins do mundo.
- Para de falar mal da minha cidade, hein? Um dia ainda te levo lá.
- Pra quê? Para eu morrer de frio? Deus me livre.
- Quem vê pensa que lá neva, né?
- Não troco o meu Rio de Janeiro por nada – ele contou.
Eu sabia que ele estava brincando, mas no fundo ele tinha lá suas razões. Entre São Paulo e Rio de Janeiro, eu preferia a Cidade Maravilhosa.
Ficamos jogando até umas 4 da tarde e depois saímos para exercitar o corpo. O sol não estava mais tão forte como antes e nós pudemos aproveitar o resto da tarde sem maiores problemas. Só cheguei em casa depois das 19.

- Chegou cedo – ele me recepcionou no portão.
- Quis aproveitar o ensejo. Se eu voltasse pra casa depois não ia ter coragem de vir.
- Entra aí...
- Licença.
A casa dele era simples, mas muito arrumada. A sala tinha um conjunto de estofados impecavelmente branco e as paredes eram repletas de quadros de paisagens, um mais bonito que o outro.
- Que quadros lindos...
- Minha mãe que faz.
- Sério? – me espantei.
- Sim.
- Nossa, muito lindos.
- Vem, vou apresentar vocês.
Ele me guiou até a cozinha. A mãe do Rogério era muito jovem. Parecia até sua irmã, ao invés de sua mãe.
- Mãe, meu amigo Caio.
- Olá – ela abriu um sorriso e me beijou duas vezes no rosto. – Prazer em conhecê-lo.
- O prazer é meu Dona...
- Dóris. Pode me chamar de Dóris.
- Com todo respeito, Rogério, ela parece ser sua irmã ao invés da sua mãe.
Meu amigo deu risada e pediu que eu sentasse na mesa.
- Muito obrigada. Já me conquistou – Dóris era muito simpática.
- Quando eu nasci, minha mãe tinha 14 anos, né mãe?
- É. Esse mocinho aí foi um descuido de minha parte.
- Ela me chama de acidente – ele fechou a cara.
- O melhor acidente da minha vida.
- Acho bom. Queria te apresentar meu pai, mas ele está viajando à trabalho.
- Tudo bem.
- Meu marido é capitão do exército, Caio. Às vezes ele viaja muito e nós ficamos aqui, sozinhos e desamparados – disse a mulher.
Eu fiquei pensando e cheguei a conclusão que os pais de meus amigos viviam viajando. Era assim com o Víctor, com o Léo e com o Rogério. Seria coincidência?
Só de pensar nos caras do exército fardados a minha boca encheu de água.
- Vou preparar o almoço – disse Dória. – Vocês devem estar famintos...
- Por mim não se preocupe – interferi. Não queria dar trabalho.
Mas acabei almoçando. A mãe do Rogério fez uma macarronada ao molho branco “de lamber os beiços”. Senti até vontade de repetir.
- Vamos jogar um pouco de vídeo-game – ele me convidou. – Não é bom sair para jogar bola depois do almoço.
Fomos até o quarto do garoto. Naquele momento, descobri que ele era torcedor fanático do Flamengo.
- Sou Flamengo até a morte – ele me confessou. – Qual seu time?
- Corinthians – respondi.
- Ah, é. Esqueci que você é dos confins do mundo.
- Para de falar mal da minha cidade, hein? Um dia ainda te levo lá.
- Pra quê? Para eu morrer de frio? Deus me livre.
- Quem vê pensa que lá neva, né?
- Não troco o meu Rio de Janeiro por nada – ele contou.
Eu sabia que ele estava brincando, mas no fundo ele tinha lá suas razões. Entre São Paulo e Rio de Janeiro, eu preferia a Cidade Maravilhosa.
Ficamos jogando até umas 4 da tarde e depois saímos para exercitar o corpo. O sol não estava mais tão forte como antes e nós pudemos aproveitar o resto da tarde sem maiores problemas. Só cheguei em casa depois das 19.
Dias depois...
As ligações sem identificação viraram constantes. Aconteciam pelo
menos duas vezes ao dia.
- Não vai atender seu celular? – Willian estranhou.
- É trote – respondi.
- Como você sabe? Virou o Rogério de Ogum?
Dei risada.
- Não. É que essas ligações são diárias. Sempre que eu atendo, a única coisa que eu ouço é um suspiro.
- Posso? – ele pegou o aparelho na mão.
- À vontade.
- Alô?
Pausa.
- Alô? Quem é?
Outra pausa.
- Desligaram – ele me contou.
- Acho que cansaram.
- Que estranho, né?
- Muito.
- Nâo desconfia de ninguém?
- Não.
- Muito esquisito. Enfim, vou pra faculdade que já estou atrasado. Só passei para pegar meu trabalho mesmo.
- Beleza. Boa aula.
- Valeu, fera. Bom trampo.
- Obrigado.
Eu tinha levantado mais cedo que o normal naquela tarde. O relógio ainda ia marcar 7 horas. Eu tinha um tempo livre e resolvi passar a vassoura na casa, ela estava um pouco bagunçada.
Comecei pelo meu quarto. Por incrível que pareça, encontrei um monte de papeis de bala e até uma latinha de cerveja embaixo da cama do Rodrigo. Que porcalhão!!!

Mas ele não foi o único. Ao adentrar outros quartos, me deparei com a mesma situação. O pior de todos foi o do Fabrício e Vinícius. Encontrei nada mais nada menos que 7 latinhas de cervejas espalhadas pelo quarto.
- Ninguém merece. Bando de pingunço – comentei comigo mesmo.
Aproveitei o ensejo da minha mini-faxina e recolhi o lixo do banheiro para colocar na rua. Depois de uma hora, saí de casa e fui ao encontro do Rodrigo na academia.

- Não vai atender seu celular? – Willian estranhou.
- É trote – respondi.
- Como você sabe? Virou o Rogério de Ogum?
Dei risada.
- Não. É que essas ligações são diárias. Sempre que eu atendo, a única coisa que eu ouço é um suspiro.
- Posso? – ele pegou o aparelho na mão.
- À vontade.
- Alô?
Pausa.
- Alô? Quem é?
Outra pausa.
- Desligaram – ele me contou.
- Acho que cansaram.
- Que estranho, né?
- Muito.
- Nâo desconfia de ninguém?
- Não.
- Muito esquisito. Enfim, vou pra faculdade que já estou atrasado. Só passei para pegar meu trabalho mesmo.
- Beleza. Boa aula.
- Valeu, fera. Bom trampo.
- Obrigado.
Eu tinha levantado mais cedo que o normal naquela tarde. O relógio ainda ia marcar 7 horas. Eu tinha um tempo livre e resolvi passar a vassoura na casa, ela estava um pouco bagunçada.
Comecei pelo meu quarto. Por incrível que pareça, encontrei um monte de papeis de bala e até uma latinha de cerveja embaixo da cama do Rodrigo. Que porcalhão!!!
Mas ele não foi o único. Ao adentrar outros quartos, me deparei com a mesma situação. O pior de todos foi o do Fabrício e Vinícius. Encontrei nada mais nada menos que 7 latinhas de cervejas espalhadas pelo quarto.
- Ninguém merece. Bando de pingunço – comentei comigo mesmo.
Aproveitei o ensejo da minha mini-faxina e recolhi o lixo do banheiro para colocar na rua. Depois de uma hora, saí de casa e fui ao encontro do Rodrigo na academia.
Só de poder sair da empresa no sábado pela manhã e não ter a
obrigação de me dirigir até a escola, me senti aliviado.
Como eu ia entrar no mercado por volta das 9 horas, tive tempo de ir em casa e descansar um pouco.
Entrei no quarto fazendo o menor barulho possível. O Rodrigo estava dormindo profundamente e nem se mexeu com a minha chegada, o que me deixou aliviado. Eu não queria acordá-lo.
Só o que eu pude fazer foi dar um cochilo rápido, porque se eu dormisse provavelmente não ia conseguir acordar no horário para ir pro meu segundo emprego.
Não houve a necessidade de me trocar. Passei uma água gelada no rosto, escovei os dentes e saí de novo. Eu passava mais tempo na rua do que em casa.

- Parece abatido, querido – disse Dona Elvira.
- É cansaço, Dona Elvira.
- Coitadinho. Acho que eu vou te dar umas férias.
- Não, Dona Elvira. Não faça isso, por favor.
- Por quê?
- Eu preciso desse trabalho.
- Eu sei, Caio.
- Ainda não tenho o dinheiro para pagar o meu amigo. Preciso juntar grana...
- Falta muito?
- R$ 300,00.
- Se eu tivesse condições, eu te emprestava essa quantia...
- Não se preocupe, Dona Elvira. A senhora já faz muito por mim.
- Sempre um prazer poder ajudar o próximo.
Enquanto eu limpava as prateleiras, nós íamos conversando e sem mais nem menos, fomos surpreendidos pela presença do Padre João:
- Que prazer ver o senhor, padre – Dona Elvira ficou muito feliz.
- Eu preciso fazer umas compras – ele explicou. – Tudo bem, Caio?
- Bem, Padre. E o senhor?
- Bem também. Vejo que ainda trabalha com a Elvira...
- Pois é, a Dona Elvira é um anjo de Deus.
- Que nada. É um prazer ajudar...
Ela era muito prestativa. Quanto mais o tempo passava, mais eu me sentia grato por tudo o que ela me fazia.
Como eu ia entrar no mercado por volta das 9 horas, tive tempo de ir em casa e descansar um pouco.
Entrei no quarto fazendo o menor barulho possível. O Rodrigo estava dormindo profundamente e nem se mexeu com a minha chegada, o que me deixou aliviado. Eu não queria acordá-lo.
Só o que eu pude fazer foi dar um cochilo rápido, porque se eu dormisse provavelmente não ia conseguir acordar no horário para ir pro meu segundo emprego.
Não houve a necessidade de me trocar. Passei uma água gelada no rosto, escovei os dentes e saí de novo. Eu passava mais tempo na rua do que em casa.
- Parece abatido, querido – disse Dona Elvira.
- É cansaço, Dona Elvira.
- Coitadinho. Acho que eu vou te dar umas férias.
- Não, Dona Elvira. Não faça isso, por favor.
- Por quê?
- Eu preciso desse trabalho.
- Eu sei, Caio.
- Ainda não tenho o dinheiro para pagar o meu amigo. Preciso juntar grana...
- Falta muito?
- R$ 300,00.
- Se eu tivesse condições, eu te emprestava essa quantia...
- Não se preocupe, Dona Elvira. A senhora já faz muito por mim.
- Sempre um prazer poder ajudar o próximo.
Enquanto eu limpava as prateleiras, nós íamos conversando e sem mais nem menos, fomos surpreendidos pela presença do Padre João:
- Que prazer ver o senhor, padre – Dona Elvira ficou muito feliz.
- Eu preciso fazer umas compras – ele explicou. – Tudo bem, Caio?
- Bem, Padre. E o senhor?
- Bem também. Vejo que ainda trabalha com a Elvira...
- Pois é, a Dona Elvira é um anjo de Deus.
- Que nada. É um prazer ajudar...
Ela era muito prestativa. Quanto mais o tempo passava, mais eu me sentia grato por tudo o que ela me fazia.
Naquela tarde eu resolvi não almoçar em casa. Assim que saí do
mercado, dei uma passadinha rápida no restaurante onde eu comprava meu almoço
na época que morava na hospedaria do Seu Manollo e me deliciei com um comercial
de bife com batata frita.
Foi muito bom variar o cardápio.
- Quanto é? – perguntei à moça do balcão.
- R$ 12,00.
- É vale-alimentação. Aceita, né?
- Sim.
Eu entreguei o cartão e digitei a senha na máquina da Cielo.
- Pode cancelar a 2ª via.
- Tudo bem.
Ela me entregou o cartão, eu guardei na carteira, me despedi e saí do bar.
A tarde estava nublada e eu tinha a sensação que a qualquer momento ia começar a chover.
Quando cheguei na república, fui até a lavanderia e coloquei meus tênis dentro do tanque, eles precisavam urgentemente de um banho.
Parecia que a casa estava vazia. Será que o Rodrigo estava no quarto?
Depois de tomar meu banho, caminhei até meu quarto e me surpreendi ao vê-lo vazio. Onde estaria meu colega?
Enquanto eu procurava uma roupa para vestir, ouvi um barulho esquisito no quarto do Vinícius e apurei os meus ouvidos. O que ele estaria fazendo?
Ele estava falando com alguém. Provavelmente o Rodrigo estivesse conversando com ele. Estava explicado sua ausência. Me troquei rapidamente e fui até o quarto ao lado, mas parei abruptamente quando ouvi aquela frase:
- Como você é gostosa – era a voz do Vinícius.
Meus olhos se arregalaram. Com quem ele estava falando?
- Que bocetinha deliciosa, hein? – a voz bateu nos meus ouvidos e ficou girando em volta do meu cérebro.
Era inacreditável que ele estivesse com uma mulher no quarto... Que danado! Aproveitou o momento em que a casa ficou vazia para aproveitar com uma vadia!
Por um instante não ouvi nada no interior do quarto, mas de repente o silêncio foi cortado por um gemido de mulher...
Vagabundo! O que ele estaria fazendo naquele momento?
Da mesma forma que tinha feito no dia em que o Vini tinha ido se masturbar no banheiro, encostei meu ouvido na porta e esperei alguma coisa acontecer.
Outro gemido da vagabunda, porém este mais intenso. Minha mão desceu até a maçaneta e muito lentamente a girei. Uma fresta abriu, mas eu não conseguia ver nada.
Não ousei abrir mais do que aquela minúscula fresta. Não queria que eles me vissem ali, parado e ouvindo tudo o que eles estavam fazendo.
- Gostoso – ela deu um grunhido de prazer.
Silêncio. Meu coração estava batendo forte e a minha atenção ficou redobrada. Qualquer barulho anormal eu teria que me esconder.

Fui até o quarto do Will e escancarei a porta. Qualquer coisa seria ali que eu iria me esconder.
Quando voltei, já estava com meu pau pra fora da bermuda. Ele estava duro feito uma rocha e totalmente lubrificado.
Foi a vez do Vini começar a gemer e ele fazia aquilo lindamente. Aquela voz rouca e gostosa mexia muito comigo.
Será que ele estava recebendo sexo oral? Minhas suspeitas foram confirmadas um minuto depois, quando ele disse com voz de mandão:
- Chupa tudo!
Que safado. Que cachorro. Que inveja da mulher que estava com ele.
- Chupa – ele mandou. – Coloca tudo na boca, vai?
Comecei a me masturbar. Os gemidos dele foram aumentando com o passar do tempo e ficaram cada vez mais intensos.
Não me contendo, abri um pouco mais a porta, mas mesmo assim não consegui enxergar nada lá dentro, o que me deixou frustrado.
Provavelmente naquele momento ele começou a mandar ver, porque depois de um tempo ela começou a gemer de novo.
Vinícius começou a xingar a mulher de vagabunda, vadia e de tudo que era palavrão. Ela por sua vez, pediu que ele começasse a meter.
Ouvi o barulho das peles se tocando e aquilo me levou à loucura. Se eu continuasse tocando meu sexo, ia gozar ali mesmo. Tive que me conter um pouco.
Ouvi um barulho forte de tapa e um urro da garota. Será que ele tinha batido nela?
- Mete, gostoso... Mete – ela pedia.
- Quer rola, quer? Quer rola sua vagabunda?
- Quero – ela pedia com a voz dengosa.
Ele gemia muito. Com certeza estava sentindo muito prazer. Eu daria qualquer coisa para ser uma mosquinha e acompanhar aquela cena de sexo...
Não sei quanto tempo eles passaram naquela foda, mas não foi algo rápido. Fiquei tão extasiado com os gemidos do Vini que nem me dei conta do tempo passar.
- Vou gozar – ele anunciou, completamente sem fôlego e com a voz mais grave que o natural.
Quando ele começou a gemer de prazer, não me segurei e saí correndo até o banheiro. Fazia muito tempo que eu não via tanto esperma sair do meu pau como naquela tarde.
Estava me sentindo até mais leve, contudo fiquei com a consciência pesada por não ter me segurado e acompanhado a transa do Vinícius. O que eu fiz não foi certo.
Me limpei, lavei as mãos, o rosto e pé-ante-pé, voltei pro meu quarto. Depois de 15 minutos, ouvi passos no corredor. Eles estavam indo embora.
Esperei o movimento acalmar e saí para tomar um copo de água. Meu corpo estava cansado e meus olhos pesados. Quando eu colocasse a cabeça no travesseiro, iria dormir rapidamente.
Antes de chegar na cozinha, ele entrou em casa e se espantou com a minha presença. Vinícius arregalou os olhos e abriu os lábios.
- Ca-caio? – ele gaguejou.
- Vinícius?
Ele tinha saído de cueca? Eu não estava acreditando que ele teve essa coragem.
- V-você está aí faz tempo?

Fiquei calado. Falar a verdade ou mentir? Eu não sabia o que fazer...
- Fala, Caio... Há quanto tempo você está aí?
- Não sei – foi só o que consegui falar.
Ele engoliu em seco e parecia muito nervoso.
- Você... – ele tentou falar.
Eu resolvi falar a verdade. Não tinha motivos para mentir.
- Eu ouvi – confessei com um pouco de vergonha –, mas eu não vou te denunciar...
Ele ficou com a cabeça da cor de um tomate. Suas orelhas estavam muito vermelhas. Eu nunca o havia visto daquela forma.
- Pensei que você ia demorar pra chegar em casa – ele se justificou. – Desculpa.
- Fica tranquilo, Vini – tentei acalmá-lo. – Eu te entendo.
Eu senti uma fisgada dentro da cueca e comecei a tremer de nervosismo.
Ele parecia muito constrangido e nem ele, nem eu sabíamos o que falar e como agir.
- Prometo que não vai se repetir...
- Não tem que se explicar pra mim, mano – sorri. – Fica calmo.
- Obrigado, Caio. Você é um bom amigo.
- Já disse que te entendo. Não vou contar nada, tá bom?
O suor no corpo dele era visível de longe. Meus olhos percorreram todo o 1m85cm daquele rapaz e como de costume, se detiveram no recheio da cueca branca que ele usava. Lindo demais...
- Posso te pedir uma coisa? – a voz dele parecia cansada. Provavelmente ele estava com sono depois do que havia acontecido.
- Claro que pode – engoli toda a saliva da minha boca.
- Esse vai ser o nosso segredinho, está bem? – Vinícius deu uma piscadela discreta e abriu um sorriso lindo.
- Claro que sim. Não vou contar pra ninguém. – retribuí a piscadela e o sorriso.
Selamos o nosso acordo com um toque de mãos. Nossos olhos ficaram unidos por um segundo além do normal e, mais uma vez, uma onda elétrica percorreu todo o meu corpo, fazendo com que eu começasse a tremer da cabeça aos pés.

Foi muito bom variar o cardápio.
- Quanto é? – perguntei à moça do balcão.
- R$ 12,00.
- É vale-alimentação. Aceita, né?
- Sim.
Eu entreguei o cartão e digitei a senha na máquina da Cielo.
- Pode cancelar a 2ª via.
- Tudo bem.
Ela me entregou o cartão, eu guardei na carteira, me despedi e saí do bar.
A tarde estava nublada e eu tinha a sensação que a qualquer momento ia começar a chover.
Quando cheguei na república, fui até a lavanderia e coloquei meus tênis dentro do tanque, eles precisavam urgentemente de um banho.
Parecia que a casa estava vazia. Será que o Rodrigo estava no quarto?
Depois de tomar meu banho, caminhei até meu quarto e me surpreendi ao vê-lo vazio. Onde estaria meu colega?
Enquanto eu procurava uma roupa para vestir, ouvi um barulho esquisito no quarto do Vinícius e apurei os meus ouvidos. O que ele estaria fazendo?
Ele estava falando com alguém. Provavelmente o Rodrigo estivesse conversando com ele. Estava explicado sua ausência. Me troquei rapidamente e fui até o quarto ao lado, mas parei abruptamente quando ouvi aquela frase:
- Como você é gostosa – era a voz do Vinícius.
Meus olhos se arregalaram. Com quem ele estava falando?
- Que bocetinha deliciosa, hein? – a voz bateu nos meus ouvidos e ficou girando em volta do meu cérebro.
Era inacreditável que ele estivesse com uma mulher no quarto... Que danado! Aproveitou o momento em que a casa ficou vazia para aproveitar com uma vadia!
Por um instante não ouvi nada no interior do quarto, mas de repente o silêncio foi cortado por um gemido de mulher...
Vagabundo! O que ele estaria fazendo naquele momento?
Da mesma forma que tinha feito no dia em que o Vini tinha ido se masturbar no banheiro, encostei meu ouvido na porta e esperei alguma coisa acontecer.
Outro gemido da vagabunda, porém este mais intenso. Minha mão desceu até a maçaneta e muito lentamente a girei. Uma fresta abriu, mas eu não conseguia ver nada.
Não ousei abrir mais do que aquela minúscula fresta. Não queria que eles me vissem ali, parado e ouvindo tudo o que eles estavam fazendo.
- Gostoso – ela deu um grunhido de prazer.
Silêncio. Meu coração estava batendo forte e a minha atenção ficou redobrada. Qualquer barulho anormal eu teria que me esconder.
Fui até o quarto do Will e escancarei a porta. Qualquer coisa seria ali que eu iria me esconder.
Quando voltei, já estava com meu pau pra fora da bermuda. Ele estava duro feito uma rocha e totalmente lubrificado.
Foi a vez do Vini começar a gemer e ele fazia aquilo lindamente. Aquela voz rouca e gostosa mexia muito comigo.
Será que ele estava recebendo sexo oral? Minhas suspeitas foram confirmadas um minuto depois, quando ele disse com voz de mandão:
- Chupa tudo!
Que safado. Que cachorro. Que inveja da mulher que estava com ele.
- Chupa – ele mandou. – Coloca tudo na boca, vai?
Comecei a me masturbar. Os gemidos dele foram aumentando com o passar do tempo e ficaram cada vez mais intensos.
Não me contendo, abri um pouco mais a porta, mas mesmo assim não consegui enxergar nada lá dentro, o que me deixou frustrado.
Provavelmente naquele momento ele começou a mandar ver, porque depois de um tempo ela começou a gemer de novo.
Vinícius começou a xingar a mulher de vagabunda, vadia e de tudo que era palavrão. Ela por sua vez, pediu que ele começasse a meter.
Ouvi o barulho das peles se tocando e aquilo me levou à loucura. Se eu continuasse tocando meu sexo, ia gozar ali mesmo. Tive que me conter um pouco.
Ouvi um barulho forte de tapa e um urro da garota. Será que ele tinha batido nela?
- Mete, gostoso... Mete – ela pedia.
- Quer rola, quer? Quer rola sua vagabunda?
- Quero – ela pedia com a voz dengosa.
Ele gemia muito. Com certeza estava sentindo muito prazer. Eu daria qualquer coisa para ser uma mosquinha e acompanhar aquela cena de sexo...
Não sei quanto tempo eles passaram naquela foda, mas não foi algo rápido. Fiquei tão extasiado com os gemidos do Vini que nem me dei conta do tempo passar.
- Vou gozar – ele anunciou, completamente sem fôlego e com a voz mais grave que o natural.
Quando ele começou a gemer de prazer, não me segurei e saí correndo até o banheiro. Fazia muito tempo que eu não via tanto esperma sair do meu pau como naquela tarde.
Estava me sentindo até mais leve, contudo fiquei com a consciência pesada por não ter me segurado e acompanhado a transa do Vinícius. O que eu fiz não foi certo.
Me limpei, lavei as mãos, o rosto e pé-ante-pé, voltei pro meu quarto. Depois de 15 minutos, ouvi passos no corredor. Eles estavam indo embora.
Esperei o movimento acalmar e saí para tomar um copo de água. Meu corpo estava cansado e meus olhos pesados. Quando eu colocasse a cabeça no travesseiro, iria dormir rapidamente.
Antes de chegar na cozinha, ele entrou em casa e se espantou com a minha presença. Vinícius arregalou os olhos e abriu os lábios.
- Ca-caio? – ele gaguejou.
- Vinícius?
Ele tinha saído de cueca? Eu não estava acreditando que ele teve essa coragem.
- V-você está aí faz tempo?
Fiquei calado. Falar a verdade ou mentir? Eu não sabia o que fazer...
- Fala, Caio... Há quanto tempo você está aí?
- Não sei – foi só o que consegui falar.
Ele engoliu em seco e parecia muito nervoso.
- Você... – ele tentou falar.
Eu resolvi falar a verdade. Não tinha motivos para mentir.
- Eu ouvi – confessei com um pouco de vergonha –, mas eu não vou te denunciar...
Ele ficou com a cabeça da cor de um tomate. Suas orelhas estavam muito vermelhas. Eu nunca o havia visto daquela forma.
- Pensei que você ia demorar pra chegar em casa – ele se justificou. – Desculpa.
- Fica tranquilo, Vini – tentei acalmá-lo. – Eu te entendo.
Eu senti uma fisgada dentro da cueca e comecei a tremer de nervosismo.
Ele parecia muito constrangido e nem ele, nem eu sabíamos o que falar e como agir.
- Prometo que não vai se repetir...
- Não tem que se explicar pra mim, mano – sorri. – Fica calmo.
- Obrigado, Caio. Você é um bom amigo.
- Já disse que te entendo. Não vou contar nada, tá bom?
O suor no corpo dele era visível de longe. Meus olhos percorreram todo o 1m85cm daquele rapaz e como de costume, se detiveram no recheio da cueca branca que ele usava. Lindo demais...
- Posso te pedir uma coisa? – a voz dele parecia cansada. Provavelmente ele estava com sono depois do que havia acontecido.
- Claro que pode – engoli toda a saliva da minha boca.
- Esse vai ser o nosso segredinho, está bem? – Vinícius deu uma piscadela discreta e abriu um sorriso lindo.
- Claro que sim. Não vou contar pra ninguém. – retribuí a piscadela e o sorriso.
Selamos o nosso acordo com um toque de mãos. Nossos olhos ficaram unidos por um segundo além do normal e, mais uma vez, uma onda elétrica percorreu todo o meu corpo, fazendo com que eu começasse a tremer da cabeça aos pés.
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