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O
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s lindos olhos azuis do garoto que eu tanto amava estavam
irritados e inchados.
Sem mais nem menos eu senti a mão dele cair sobre a minha e fiquei sem reação. O que eu deveria fazer, meu Deus?
- Acredita em mim – ele secou as lágrimas. – É tudo verdade.
- Tudo bem, Bruno. Eu acredito em você.
- Jura? – a voz dele parecia um silvo de um pássaro recém-nascido.
- Eu não posso te julgar e não tenho porquê desconfiar do que você está me falando...
- Então você me perdoa? – ele foi se alegrando aos poucos.
- Um padre que eu conheço me disse recentemente que “pedoar é divino”... Por mais que eu esteja magoado com as suas atitudes, guardar rancor não vai me levar a lugar nenhum. Eu te desculpo.
- Você é demais – ele não se conteve e me abraçou.
O impacto do abraço do Bruno foi tão forte que não consegui me segurar e caí de costas na areia da praia.
- Desculpa – ele tentou se ajeitar e nossos lábios ficaram a centímetros de distância.
Eu abri a boca para falar alguma coisa, mas não consegui dizer nada. Naquele momento eu esqueci onde estava e fiquei entregue ao sentimento. O amor que eu sentia pelo Bruno...
Meus olhos voaram para a boca dele e eu senti seu hálito tocar o meu rosto. Eu queria aquele beijo, mas eu sabia que ele era proibido. O meu perdão não significava que eu ia aceitar namorar com ele de novo.
Mas foi inevitável. Quando me dei conta, nossos lábios já estavam unidos em um beijo silencioso. Se eu não tivesse empurrado o corpo dele para trás, não sei por quanto tempo teria ficado naquela situação.
- Não – eu sentei e balancei a minha cabeça. – Isso não pode acontecer.
- Por que não? – ele estava sério, mas ainda triste.
- Porque eu não quero voltar com você. Eu não quero e não posso voltar com você.
- Por favor, Caio... Me dá uma segunda oportunidade...
- Eu te perdoei. Te perdoo do fundo do meu coração, não vou mais ficar tocando nesse assunto e vou passar uma borracha em tudo o que aconteceu, mas voltar não.
Ele ficou calado e eu comecei a tirar a areia do meu cabelo, que demorou a ficar limpo novamente.
- Tudo bem – Bruno falou. – Eu vou respeitar sua decisão.
- Obrigado. É melhor assim, acredite.
- Mesm te amando como nunca amei ninguém, eu vou respeitar a sua decisão.
- Eu também te amo, mas os meus princípios estão falando mais alto neste momento.
- Tudo bem. Tudo bem. Só de você me perdoar eu já fico muito aliviado, de verdade.
- Perdoo, mas é só o que posso fazer.
- Tudo bem. Eu vou saber esperar o momento certo para te reconquistar...
- Não teria esperanças se fosse você.
- É como diz aquele velho ditado: a esperança é a última que morre!
- Eu insisto que não tenha esperanças. A minha decisão é definitiva.
- Vamos dar tempo ao tempo?
- O tempo é o melhor remédio para as dores do coração.
- É verdade. Podemos pelo menos ser amigos?
- Podemos – eu concordei. – É muito difícil ficar longe de você.
- É difícil pra mim também, Caio. Esses foram os piores dias da minha vida.
- Não tanto quanto os meus, pode ter certeza.
O mar estava ficando agitado e eu olhei no relógio do meu celular. Já passava da meia noite.
- Minha nossa, eu preciso ir... Que tarde!
Bruno também olhou a hora e concordou com o que eu disse.
- Está tarde mesmo, mas eu acho que agiora não tem mais matrô...
- Eu vou de ônibus...
- Posso te pedir uma coisa? – ele ainda estava sério, mas eu não sabia se estava triste ou feliz.
- Pode.
- Vamos ficar aqui até o amanhecer?
- O quê? Está louco?
- Por favor? Me dá esse presente?
- Mas é perigoso...
- Não é não... A praia está cheia de gente...
- Não sei...
- Por favor... Eu te peço, me dá esse presente! Vamos ver o amanhecer juntos...
Eu nunca havia visto o amanhecer na praia.
- Não sei, não – eu estava com um pouco de medo.
- Confia em mim, nada vai te acontecer.
- Como você pode ter tanta certeza assim?
- Porque nós não estamos sozinhos. Deus está aqui com a gente.
Por que ele estava dizendo aquelas coisas?
- Fica? – ele segurou na minha mão novamente.
Suspirei e não consegui resistir ao pedido.
- Tudo bem eu fico. Vou aproveitar a minha folga.
- Ah, é verdade. Você trabalha de madrugada agora, né?
- Sim.
- E como é?
- É chato porque a hora demora a passar, mas é bacana porque a equipe é muito legal.
- Hum... A gente não vai mais se ver na empresa...
- Pois é. Esse foi um dos motivos que me fizeram aceitar a proposta.
- Você não queria mais me ver?
- Não. Eu só aceitei o seu convite para você parar de insistir – confessei. – Eu não queria te ver nunca mais.
Ele fez uma carinha de cachorro sem dono e voltou a fitar o oceano.
- Te entendo – Bruno suspirou.
- Mas tudo bem. O que passou, passou. Deixa lá atrás e vamos seguir em frente.
- Nós vamos construir uma linda amizade, eu te prometo.
- Tomara.
- Prometo que sim. Eu gosto muito de você. Eu te amo...
- Eu também. Preferia que não amasse tanto assim, mas não mando em meu coração.
- Ninguém manda no coração, Caio.
- Infelizmente.
- Você tem falado com o Leonardo?
- Não. Deus me livre. Ele sim eu nunca mais quero falar...
- Eu também não. Por causa dele a gente se separou. Se não fosse por ele, nada disso teria acontecido e nós estaríamos felizes.
- Sem querer ser chato, mas a culpa também é sua. Não jogue a responsabilidade só nas costas do Leonardo porque você sabe que você também é culpado.
Eu nem sei porquê eu estava falando com ele ainda. Talvez eu estivesse sendo um completo burro e idiota, mas o meu coração mandava eu fazer aquilo.
- Vamos deixar esse idiota pra lá – ele comentou.
- É melhor.
Por mais que tivéssemos feito as pazes, o clima entre nós não era mais o mesmo. Eu tinha perdoado o que ele tinha feito, mas não conseguia esquecer. Ia ser muito difícil passar uma borracha no passado ainda mais quando ele estava tão perto da minha vida.
Sem mais nem menos eu senti a mão dele cair sobre a minha e fiquei sem reação. O que eu deveria fazer, meu Deus?
- Acredita em mim – ele secou as lágrimas. – É tudo verdade.
- Tudo bem, Bruno. Eu acredito em você.
- Jura? – a voz dele parecia um silvo de um pássaro recém-nascido.
- Eu não posso te julgar e não tenho porquê desconfiar do que você está me falando...
- Então você me perdoa? – ele foi se alegrando aos poucos.
- Um padre que eu conheço me disse recentemente que “pedoar é divino”... Por mais que eu esteja magoado com as suas atitudes, guardar rancor não vai me levar a lugar nenhum. Eu te desculpo.
- Você é demais – ele não se conteve e me abraçou.
O impacto do abraço do Bruno foi tão forte que não consegui me segurar e caí de costas na areia da praia.
- Desculpa – ele tentou se ajeitar e nossos lábios ficaram a centímetros de distância.
Eu abri a boca para falar alguma coisa, mas não consegui dizer nada. Naquele momento eu esqueci onde estava e fiquei entregue ao sentimento. O amor que eu sentia pelo Bruno...
Meus olhos voaram para a boca dele e eu senti seu hálito tocar o meu rosto. Eu queria aquele beijo, mas eu sabia que ele era proibido. O meu perdão não significava que eu ia aceitar namorar com ele de novo.
Mas foi inevitável. Quando me dei conta, nossos lábios já estavam unidos em um beijo silencioso. Se eu não tivesse empurrado o corpo dele para trás, não sei por quanto tempo teria ficado naquela situação.
- Não – eu sentei e balancei a minha cabeça. – Isso não pode acontecer.
- Por que não? – ele estava sério, mas ainda triste.
- Porque eu não quero voltar com você. Eu não quero e não posso voltar com você.
- Por favor, Caio... Me dá uma segunda oportunidade...
- Eu te perdoei. Te perdoo do fundo do meu coração, não vou mais ficar tocando nesse assunto e vou passar uma borracha em tudo o que aconteceu, mas voltar não.
Ele ficou calado e eu comecei a tirar a areia do meu cabelo, que demorou a ficar limpo novamente.
- Tudo bem – Bruno falou. – Eu vou respeitar sua decisão.
- Obrigado. É melhor assim, acredite.
- Mesm te amando como nunca amei ninguém, eu vou respeitar a sua decisão.
- Eu também te amo, mas os meus princípios estão falando mais alto neste momento.
- Tudo bem. Tudo bem. Só de você me perdoar eu já fico muito aliviado, de verdade.
- Perdoo, mas é só o que posso fazer.
- Tudo bem. Eu vou saber esperar o momento certo para te reconquistar...
- Não teria esperanças se fosse você.
- É como diz aquele velho ditado: a esperança é a última que morre!
- Eu insisto que não tenha esperanças. A minha decisão é definitiva.
- Vamos dar tempo ao tempo?
- O tempo é o melhor remédio para as dores do coração.
- É verdade. Podemos pelo menos ser amigos?
- Podemos – eu concordei. – É muito difícil ficar longe de você.
- É difícil pra mim também, Caio. Esses foram os piores dias da minha vida.
- Não tanto quanto os meus, pode ter certeza.
O mar estava ficando agitado e eu olhei no relógio do meu celular. Já passava da meia noite.
- Minha nossa, eu preciso ir... Que tarde!
Bruno também olhou a hora e concordou com o que eu disse.
- Está tarde mesmo, mas eu acho que agiora não tem mais matrô...
- Eu vou de ônibus...
- Posso te pedir uma coisa? – ele ainda estava sério, mas eu não sabia se estava triste ou feliz.
- Pode.
- Vamos ficar aqui até o amanhecer?
- O quê? Está louco?
- Por favor? Me dá esse presente?
- Mas é perigoso...
- Não é não... A praia está cheia de gente...
- Não sei...
- Por favor... Eu te peço, me dá esse presente! Vamos ver o amanhecer juntos...
Eu nunca havia visto o amanhecer na praia.
- Não sei, não – eu estava com um pouco de medo.
- Confia em mim, nada vai te acontecer.
- Como você pode ter tanta certeza assim?
- Porque nós não estamos sozinhos. Deus está aqui com a gente.
Por que ele estava dizendo aquelas coisas?
- Fica? – ele segurou na minha mão novamente.
Suspirei e não consegui resistir ao pedido.
- Tudo bem eu fico. Vou aproveitar a minha folga.
- Ah, é verdade. Você trabalha de madrugada agora, né?
- Sim.
- E como é?
- É chato porque a hora demora a passar, mas é bacana porque a equipe é muito legal.
- Hum... A gente não vai mais se ver na empresa...
- Pois é. Esse foi um dos motivos que me fizeram aceitar a proposta.
- Você não queria mais me ver?
- Não. Eu só aceitei o seu convite para você parar de insistir – confessei. – Eu não queria te ver nunca mais.
Ele fez uma carinha de cachorro sem dono e voltou a fitar o oceano.
- Te entendo – Bruno suspirou.
- Mas tudo bem. O que passou, passou. Deixa lá atrás e vamos seguir em frente.
- Nós vamos construir uma linda amizade, eu te prometo.
- Tomara.
- Prometo que sim. Eu gosto muito de você. Eu te amo...
- Eu também. Preferia que não amasse tanto assim, mas não mando em meu coração.
- Ninguém manda no coração, Caio.
- Infelizmente.
- Você tem falado com o Leonardo?
- Não. Deus me livre. Ele sim eu nunca mais quero falar...
- Eu também não. Por causa dele a gente se separou. Se não fosse por ele, nada disso teria acontecido e nós estaríamos felizes.
- Sem querer ser chato, mas a culpa também é sua. Não jogue a responsabilidade só nas costas do Leonardo porque você sabe que você também é culpado.
Eu nem sei porquê eu estava falando com ele ainda. Talvez eu estivesse sendo um completo burro e idiota, mas o meu coração mandava eu fazer aquilo.
- Vamos deixar esse idiota pra lá – ele comentou.
- É melhor.
Por mais que tivéssemos feito as pazes, o clima entre nós não era mais o mesmo. Eu tinha perdoado o que ele tinha feito, mas não conseguia esquecer. Ia ser muito difícil passar uma borracha no passado ainda mais quando ele estava tão perto da minha vida.
A maior parte da madrugada, nós ficamos em silêncio. Por volta das
4 da manhã, eu comecei a sentir muito frio e o meu corpo estremeceu.
- Está com frio? – ele perguntou.
- Estou.
Bruno se aproximou um pouco de mim e nossos corpos se tocaram.
- Deixa eu te esquentar?
Engoli em seco.
- Melhor não – dei um pulo para a direita.
- Não seja infantil, vai?
Ele se aproximou de novo e juntou os nossos corpos. Eu cedi e ele aproveitou e me abraçou.
- Sinto tanta falta dos seus abraços...
- Bruno, não insiste?
- Só estou comentando!
Ele deitou a cabeça no meu ombro. Eu estava com tanto sono que fechei os olhos e comecei a sonhar, mesmo não estando adormecido.
Quando eu abri os olhos, o céu estava deixando de ser negro e estava ficando cada vez mais claro. O dia estava amanhecendo.
- Bruno?
Ele estava dormindo com a cabeça no meu ombro. Eu senti uma vontade inenarrável de dar um beijo naquele rostinho lindo.
- Bruno? Acorda!
- Hã?
Ele se mexeu a abriu os olhos vagarosamente. Foi a cena mais linda que já tinha visto em toda a minha vida. O rosto dele estava perfeito.
- O dia está amanhecendo.
Ele ergueu a coluna e bocejou. Seus olhos ainda estavam vermelhos, porém menos inchados.
- Nem vi a hora passar...
- Eu também não – falei.
O sono foi aumentando pouco a pouco, na mesma medida em que o dia clareava. Pouco tempo depois, o sol começou a aparecer no céu. Aquele amanhecer vai ficar guardado na minha memória pro resto da vida.
- Lindo não é? – a voz dele estava grogue.
- Demais – concordei.
- Tão lindo quanto você.
Não soube o que responder. Eu não podia ceder, eu definitivamente não podia ceder...
- É como se fosse o amanhecer de nossas vidas – ele falou.
- Oi?
- É como se fosse o amanhecer de nossas vidas. Como se Deus estivesse nos dando uma nova oportunidade de viver, uma nova oportunidade de fazer o sol brilhar em nossas vidas...
Por que ele estava dizendo aquilo? O que ele queria insinuar?
Quando o sol nasceu por completo, eu decidi que era hora de voltar pra casa. Eu precisava dormir e descansar.
- Eu preciso ir – falei.
- Eu também...
A gente ficou sentado mais um pouco. O mar estava azul-marinho e cada vez mais bravo.
- O mar está tão bravo – ele comentou.
- É verdade.
- Acho que ele está bravo com você porque você não me deu uma segunda oportunidade.
Discarado! Eu nem abri a boca para comentar.
- Me deixa te mostrar que eu posso te fazer feliz, Caio?
- Por favor, não fala mais nisso...
- Eu sinto que você ainda gosta de mim e sei que você quer ficar comigo...
- Não quero – menti. – Por favor, não fala mais nisso. Não estraga esse amanhecer lindo, por favor!
É claro que eu queria ficar com ele, mas eu tinha que mostrar raça e não ia aceitar aquela traição. Por mais que ele insistisse que não tinha sido sua culpa, na minha opinião ele tinha direito a um grande pedaço daquele bolo.
- Desculpa – ele falou. – Não quero estragar seu dia.
- Não é isso, não seja dramático. Eu só quero que você me entenda. É o seu momento de entender agora.
- Eu te entendo sim, Caio. Se fosse comigo eu faria a mesma coisa.
- Então não insiste. Se quer ser meu amigo, saiba me respeitar em primeiro lugar.
Ele não falou mais nada. Depois de uns minutinhos a gente levantou. Os meus joelhos doeram quando eu fiquei de pé.
Bruno e eu caminhamos lentamente até a calçada e tivemos um pouco de dificuldade para tirar a areia de nossa roupa. Eu ainda estava sentindo frio.
- Será que o metrô já voltou a funcionar? – quis saber.
- Que horas são?
- 6:30 – respondi.
- Acho que ele volta às 7.
- Ah, é o tempo de andar até a estação.
- Eu te acompanho!
- Não precisa...
- É caminho!
Não me opus. Nós andamos bem devagar não sei se por sono ou de propósito. Não falamos nada até ele chegar na portaria do condomínio onde morava.
- Bem, eu fico aqui.
Nos olhamos. Como eu queria cair nos braços do meu garotinho...
- E eu continuo.
- Quer que eu te acompanhe?
- Não. Não precisa. Vai dormir que você está precisando.
- Preciso mesmo. Meus olhos estão ardendo muito.
- Eles estão bem vermelhos...
- É por causa do choro.
- Tem certeza? – desconfiei.
- Desconfiando de mim? Tenho certeza sim.
- Se você diz – dei de ombros.
- Até parece que você não me viu chorar a noite inteira.
Ele tinha razão.
- Você tem razão. Desculpe.
- Tem certeza que não quer que eu vá com você até a estação?
- Absoluta. Eu vou nessa, Bruno.
- Posso te pedir só mais uma coisa?
- Pode – não resisti.
- Me dá um abraço?
Meu coração disparou. Eu não sei se aquele era um pedido justo.
- Por favor? – ele fez novamente uma carinha de cachorro sem dono e eu me compadeci.
Nossos corpos se encontraram e o nosso calor se misturou. Ele me apertou tão forte que eu me senti sufocado, mas ao mesmo tempo confortado. Eu também precisava daquele abraço.
- Obrigado por ser tão bom comigo – a voz dele estava falhando. – Você é o melhor ser humano que eu conheço.
- Não exagera...
- É verdade. Você não me julga, você me aceita do jeito que eu sou, com meus defeitos, com minhas fraquezas, meus problemas... Você é incrível!
Fiquei completamente sem graça.
- Obrigado, obrigado, obrigado – ele falava. – Eu te amo muito. Muito mesmo!
- Eu também – sussurrei baixinho. – Eu também te amo muito!
- Eu nunca vou esquecer esse dia. Nunca!
- Espero que fique tudo bem na sua casa.
- Eu também espero.
Ele fez carinho na minha nuca e eu senti uma vontade enorme de colocar as lágrimas pra fora. Como era bom poder estar com ele de novo, mesmo sendo apenas como amigos.
- Obrigado... – ele sussurrou.
- Não há nada que agradecer. Se cuida.
- Você também. Eu posso te ligar?
Suspirei. Era o que eu mais queria...
- Pode – aceitei.
- Eu te ligo assim que puder, as coisas aqui em casa não estão fáceis.
- Se precisar de alguma coisa, pode contar comigo.
Eu era muito idiota. Depois de tudo o que ele tinha feito, cedi ao pedido de perdão e ainda estava oferecendo minha ajuda.
- Obrigado, Caio. Muito obrigado.
Nos separamos e ficamos nos olhando por muito tempo. Parecia que nossos olhos conversavam em silêncio.
- Bom, até a próxima – abaixei a cabeça e me virei para começar a andar.
- Caio? – ele me chamou quando eu estava chegando na esquina.
- Oi? – eu me virei.
- Nâo esquece que eu te amo...
Suspirei, abaixei a minha cabeça e segui o meu caminho.
“Não esquece que eu te amo...”
Aquela frase ficou ecoando na minha cabeça até a hora em que cheguei em casa.
Era uma maneira muito esquisita de amar. Eu não sabia se ele estava falando a verdade.
- Está com frio? – ele perguntou.
- Estou.
Bruno se aproximou um pouco de mim e nossos corpos se tocaram.
- Deixa eu te esquentar?
Engoli em seco.
- Melhor não – dei um pulo para a direita.
- Não seja infantil, vai?
Ele se aproximou de novo e juntou os nossos corpos. Eu cedi e ele aproveitou e me abraçou.
- Sinto tanta falta dos seus abraços...
- Bruno, não insiste?
- Só estou comentando!
Ele deitou a cabeça no meu ombro. Eu estava com tanto sono que fechei os olhos e comecei a sonhar, mesmo não estando adormecido.
Quando eu abri os olhos, o céu estava deixando de ser negro e estava ficando cada vez mais claro. O dia estava amanhecendo.
- Bruno?
Ele estava dormindo com a cabeça no meu ombro. Eu senti uma vontade inenarrável de dar um beijo naquele rostinho lindo.
- Bruno? Acorda!
- Hã?
Ele se mexeu a abriu os olhos vagarosamente. Foi a cena mais linda que já tinha visto em toda a minha vida. O rosto dele estava perfeito.
- O dia está amanhecendo.
Ele ergueu a coluna e bocejou. Seus olhos ainda estavam vermelhos, porém menos inchados.
- Nem vi a hora passar...
- Eu também não – falei.
O sono foi aumentando pouco a pouco, na mesma medida em que o dia clareava. Pouco tempo depois, o sol começou a aparecer no céu. Aquele amanhecer vai ficar guardado na minha memória pro resto da vida.
- Lindo não é? – a voz dele estava grogue.
- Demais – concordei.
- Tão lindo quanto você.
Não soube o que responder. Eu não podia ceder, eu definitivamente não podia ceder...
- É como se fosse o amanhecer de nossas vidas – ele falou.
- Oi?
- É como se fosse o amanhecer de nossas vidas. Como se Deus estivesse nos dando uma nova oportunidade de viver, uma nova oportunidade de fazer o sol brilhar em nossas vidas...
Por que ele estava dizendo aquilo? O que ele queria insinuar?
Quando o sol nasceu por completo, eu decidi que era hora de voltar pra casa. Eu precisava dormir e descansar.
- Eu preciso ir – falei.
- Eu também...
A gente ficou sentado mais um pouco. O mar estava azul-marinho e cada vez mais bravo.
- O mar está tão bravo – ele comentou.
- É verdade.
- Acho que ele está bravo com você porque você não me deu uma segunda oportunidade.
Discarado! Eu nem abri a boca para comentar.
- Me deixa te mostrar que eu posso te fazer feliz, Caio?
- Por favor, não fala mais nisso...
- Eu sinto que você ainda gosta de mim e sei que você quer ficar comigo...
- Não quero – menti. – Por favor, não fala mais nisso. Não estraga esse amanhecer lindo, por favor!
É claro que eu queria ficar com ele, mas eu tinha que mostrar raça e não ia aceitar aquela traição. Por mais que ele insistisse que não tinha sido sua culpa, na minha opinião ele tinha direito a um grande pedaço daquele bolo.
- Desculpa – ele falou. – Não quero estragar seu dia.
- Não é isso, não seja dramático. Eu só quero que você me entenda. É o seu momento de entender agora.
- Eu te entendo sim, Caio. Se fosse comigo eu faria a mesma coisa.
- Então não insiste. Se quer ser meu amigo, saiba me respeitar em primeiro lugar.
Ele não falou mais nada. Depois de uns minutinhos a gente levantou. Os meus joelhos doeram quando eu fiquei de pé.
Bruno e eu caminhamos lentamente até a calçada e tivemos um pouco de dificuldade para tirar a areia de nossa roupa. Eu ainda estava sentindo frio.
- Será que o metrô já voltou a funcionar? – quis saber.
- Que horas são?
- 6:30 – respondi.
- Acho que ele volta às 7.
- Ah, é o tempo de andar até a estação.
- Eu te acompanho!
- Não precisa...
- É caminho!
Não me opus. Nós andamos bem devagar não sei se por sono ou de propósito. Não falamos nada até ele chegar na portaria do condomínio onde morava.
- Bem, eu fico aqui.
Nos olhamos. Como eu queria cair nos braços do meu garotinho...
- E eu continuo.
- Quer que eu te acompanhe?
- Não. Não precisa. Vai dormir que você está precisando.
- Preciso mesmo. Meus olhos estão ardendo muito.
- Eles estão bem vermelhos...
- É por causa do choro.
- Tem certeza? – desconfiei.
- Desconfiando de mim? Tenho certeza sim.
- Se você diz – dei de ombros.
- Até parece que você não me viu chorar a noite inteira.
Ele tinha razão.
- Você tem razão. Desculpe.
- Tem certeza que não quer que eu vá com você até a estação?
- Absoluta. Eu vou nessa, Bruno.
- Posso te pedir só mais uma coisa?
- Pode – não resisti.
- Me dá um abraço?
Meu coração disparou. Eu não sei se aquele era um pedido justo.
- Por favor? – ele fez novamente uma carinha de cachorro sem dono e eu me compadeci.
Nossos corpos se encontraram e o nosso calor se misturou. Ele me apertou tão forte que eu me senti sufocado, mas ao mesmo tempo confortado. Eu também precisava daquele abraço.
- Obrigado por ser tão bom comigo – a voz dele estava falhando. – Você é o melhor ser humano que eu conheço.
- Não exagera...
- É verdade. Você não me julga, você me aceita do jeito que eu sou, com meus defeitos, com minhas fraquezas, meus problemas... Você é incrível!
Fiquei completamente sem graça.
- Obrigado, obrigado, obrigado – ele falava. – Eu te amo muito. Muito mesmo!
- Eu também – sussurrei baixinho. – Eu também te amo muito!
- Eu nunca vou esquecer esse dia. Nunca!
- Espero que fique tudo bem na sua casa.
- Eu também espero.
Ele fez carinho na minha nuca e eu senti uma vontade enorme de colocar as lágrimas pra fora. Como era bom poder estar com ele de novo, mesmo sendo apenas como amigos.
- Obrigado... – ele sussurrou.
- Não há nada que agradecer. Se cuida.
- Você também. Eu posso te ligar?
Suspirei. Era o que eu mais queria...
- Pode – aceitei.
- Eu te ligo assim que puder, as coisas aqui em casa não estão fáceis.
- Se precisar de alguma coisa, pode contar comigo.
Eu era muito idiota. Depois de tudo o que ele tinha feito, cedi ao pedido de perdão e ainda estava oferecendo minha ajuda.
- Obrigado, Caio. Muito obrigado.
Nos separamos e ficamos nos olhando por muito tempo. Parecia que nossos olhos conversavam em silêncio.
- Bom, até a próxima – abaixei a cabeça e me virei para começar a andar.
- Caio? – ele me chamou quando eu estava chegando na esquina.
- Oi? – eu me virei.
- Nâo esquece que eu te amo...
Suspirei, abaixei a minha cabeça e segui o meu caminho.
“Não esquece que eu te amo...”
Aquela frase ficou ecoando na minha cabeça até a hora em que cheguei em casa.
Era uma maneira muito esquisita de amar. Eu não sabia se ele estava falando a verdade.
Antes de ir me deitar, eu tive que dar um jeito na minha roupa.
O bolso da minha bermuda estava tão cheio de areia que a água dentro do tanque ficou amarela. Fiquei torcendo que o cano não ficasse entupido.
Antes de terminar a minha tarefa, ouvi passos se aproximando e quando me virei para ver quem era, levei um susto ao ver que Willian estava totalmente pelado.
O rapaz abriu a porta do banheiro e entrou, sem fechá-la ao passar. De onde eu estava, tive uma visão privilegiada: pude acompanhar tudo o que ele estava fazendo dentro daquelas quatro paredes.
Will levantou a tampa do vaso e começou a urinar. Como ele estava de costas, pude analisar as nádegas do rapaz sem que ele percebesse a minha averiguação.
A bunda era grande, branca e peluda. Parecia ser dura como o resto do corpo do jovem.
Mas foi quando ele se virou que eu me surpreendi: o pênis do Willian estava meia boma e com a cabeça totalmente exposta.
O membro parecia ser grande e grosso e o escroto parecia ser pesado e ele tinha pelos negros e expessos por todos os lados.
Tive que analisar tudo muito rapidamente e disfarçar para que ele não percebesse o meu interesse, mas me preocupei sem necessidade.
Will sequer me dirigiu uma palavra. Quando passou pela porta, ele nem olhou na minha cara e passou direto para a cozinha.
Eu senti uma fisgada muito forte debaixo da minha cueca. Ele foi o primeiro garoto da casa que vi totalmente pelado.
O bolso da minha bermuda estava tão cheio de areia que a água dentro do tanque ficou amarela. Fiquei torcendo que o cano não ficasse entupido.
Antes de terminar a minha tarefa, ouvi passos se aproximando e quando me virei para ver quem era, levei um susto ao ver que Willian estava totalmente pelado.
O rapaz abriu a porta do banheiro e entrou, sem fechá-la ao passar. De onde eu estava, tive uma visão privilegiada: pude acompanhar tudo o que ele estava fazendo dentro daquelas quatro paredes.
Will levantou a tampa do vaso e começou a urinar. Como ele estava de costas, pude analisar as nádegas do rapaz sem que ele percebesse a minha averiguação.
A bunda era grande, branca e peluda. Parecia ser dura como o resto do corpo do jovem.
Mas foi quando ele se virou que eu me surpreendi: o pênis do Willian estava meia boma e com a cabeça totalmente exposta.
O membro parecia ser grande e grosso e o escroto parecia ser pesado e ele tinha pelos negros e expessos por todos os lados.
Tive que analisar tudo muito rapidamente e disfarçar para que ele não percebesse o meu interesse, mas me preocupei sem necessidade.
Will sequer me dirigiu uma palavra. Quando passou pela porta, ele nem olhou na minha cara e passou direto para a cozinha.
Eu senti uma fisgada muito forte debaixo da minha cueca. Ele foi o primeiro garoto da casa que vi totalmente pelado.
Fazia meses que eu não dormia tanto e tão bem como naquele
domingo.
Quando abri meus olhos, percebi que a noite já tinha caído e me perguntei que horas seriam. Eu estava me sentindo até cansado de ficar naquela cama.
- Acordou, Bela Adormecida? – Rodrigo brincou.
- Acordei, Cinderela. Que horas são?
- 20 horas.
- Já? – fiquei até envergonhado. Eu estava dormindo há mais de 12 horas seguidas e não tinha me levantado nem pra ir ao banheiro.
- Já. Nunca vi ninguém dormir tanto como você.
- Eu precisava.
- Eu sei. Descansou?
- Muito. Estou me sentindo bem melhor.
- Que bom. Eu fico feliz. Eu nem vi que horas você chegou esta noite...
- Eu cheguei hoje de manhã.
- Ué, você não estava de folga?
- Sim. Eu estou de folga. É que eu fiquei na praia até o amanhecer.
- Caraca! Pelo jeito vocês voltaram então?
- Não – eu balancei a cabeça. – Não voltamos.
- O que tanto conversaram então?
- Ele me explicou o que aconteceu, eu perdoei e nós viramos amigos.
- E o que ele disse?
Eu contei tudo nos mínimos detalhes. Ele não acreditou muito na versão do Bruno.
- Não sei se isso é verdade não – ele comentou.
- Por quê?
- Sei lá, ele não me passa confiança.
- Ah, Rodrigo! Ele chorou tanto...
- Quem te garante que ele não esteja mentindo?
- E quem garante que ele não está falando a verdade?
- Eu ficaria esperto se fosse você. Aí tem coisa.
- Será?
- Você está apaixonado, Caio. Quando a gente está apaixonado, normalmente não enxergamos maldade na pessoa.
Ele me deixou preocupado. Será que o Bruno estava me enganando?
- Agora eu fiquei em dúvida.
- Eu não quero te colocar contra ele, eu só quero abrir os seus olhos. quem te enganou uma vez, pode enganar duas, três, quatro...
- Mas eu senti tanta firmeza na voz dele... Ele me pareceu muito sincero.
- - Não quero estragar a sua felicidade, cara. Eu só estou dando a minha opinião, mas você tem que seguir o seu coração.
- Eu disse que perdoei, mas deixei bem claro que a gente não vai voltar.
- E é isso mesmo que você quer?
- Claro que é. Eu não sou capaz de voltar com ele... Ele me machucou muito e o reflexo daquela traição está na minha vida até hoje.
- Ainda está muito recente – Rodrigo opinou. – Dê tempo ao tempo, mas se eu fosse você, ficaria com os olhos bem abertos.
O que ele estava dizendo fazia sentido. Tudo tinha acontecido tão repentinamente que eu não tive nem oportunidade de pensar em tudo o que ele havia me contado.
- Mudando de assunto – eu suspirei. – Me faz um favor?
- Qual?
- Pode trazer a minha toalha lá do varal?
- E por que você não vai pegar?
- É que eu estou pelado – fiquei com vergonha.
- Eu sei. E daí?
- Tem um probleminha...
- Você fez xixi na cama? – ele se espantou.
- Claro que não, idiota. É que eu estou excitado...
Meu amigo deu risada e compreensivamente me ajudou. Quando ele voltou com a toalha, eu me enrolei e fui direto pro banheiro. Estava com muita vontade de fazer xixi.
Depois do banho, fui até a cozinha e me deparei com uma panela de estrogonofe de frango, um dos meus pratos preferidos.
Como eu estava há mais de 24 horas sem colocar nada na boca, acabei repetindo a janta, que estava muito boa.
- Oi, Caio – Ricardo apareceu repentinamente.
- E aí, Ricardo? Tudo bem? Quanto tempo!
- Pois é. Nem parece que a gente mora na mesma casa.
- Verdade, é que nossos horários são completamente diferentes.
- Uhum. E eu também estou vivendo mais na casa da Júlia do que aqui.
- É mesmo? – daquilo eu não sabia.
- Sim. Estou pensando em morar com ela.
- Nossa, já?
- Sei que é um pouco cedo, mas nós nos amamos e eu me dou muito bem com a família dela. Acho que não tem mais motivos pra adiar.
- Ah, legal...
- Estou pesando os prós e os contras ainda.
- Entendo.
- E você como está?
- Bem. Um pouco cansado, mas bem.
- E o trabalho na madrugada?
- Bem legal. A única parte ruim é o horário que demora a passar.
- Eu imagino...
- Mas é suportável. Dá até pra dar uns cochilos.
- Bacana. Bom, eu vou lá pra casa dela. Até uma próxima.
- Até...
Antes dele sair da cozinha, o Willian chegou. Meus olhos desceram automaticamente para a bermuda dele.
- Vai dormir na Júlia? – o cozinheiro da casa perguntou.
- Sim.
- Oba... Quarto só meu hoje!
- Vê lá o que vai fazer com meu computador, hein? Se encontrar as teclas grudadas eu quebro a sua cara – o gênio da informática brincou.
Eu não entendi o que ele quis dizer.
- Pode deixar que eu não vou gozar no seu teclado – Willian entrou na brincadeira.
Eu dei risada e os garotos se despediram. Com o passar dos dias, eu estava percebendo que todos tinham o seu lado “safado” naquela casa.
- E aí, sumido – ele bagunçou meu cabelo. – Como você está?
- Bem. Foi você que fez esse estrogonofe?
- Foi. Gostou?
- Sensacional. Até repeti. Muito bom mesmo.
Ele sentou na minha frente.
- Que bom que gostou.
- Muito.
- Obrigado pelo elogio.
- Você cozinha muito bem.
- Eu tento sobreviver, só isso.
- E sobrevive muito bem.
- E aí, ainda está recebendo aquelas ligações?
- Não. Parou um pouco.
- Cansaram...
- Acho que sim. Deixa eu te perguntar, você não me viu hoje pela manhã?
- Hoje pela manhã? Aonde?
- Aqui em casa... Você foi ao banheiro e eu estava na lavanderia...
- Ah, não. Não te vi não. É que quando eu acordo assim pra ir no banheiro, eu nem presto atenção em nada. Fico meio sonâmbulo.
- Ah, entendi.
- Desculpa não ter falado com você.
- Não, sem problemas. Eu percebi que você não me viu.
- Quando eu fico com sono isso acontece mesmo.
- Ah...
A imagem do pau dele não saía da minha cabeça. O próximo passo seria vê-lo excitado!
- Vai trabalhar essa madrugada?
- Vou. Já folguei hoje.
- Folgou? Descansou?
- Muito. Acordei só agora.
- Percebe-se. Seus olhos estão inchados.
- Estava precisando.
- Imagino. Bom eu só vim pegar uma cerveja. Tenho um monte de coisa da faculdade pra fazer...
- Já?
- Já sim, parceiro. Último ano é foda. Tenho TCC pra entregar.
- Ah, sim. Boa sorte.
- Vou precisar.
Quando abri meus olhos, percebi que a noite já tinha caído e me perguntei que horas seriam. Eu estava me sentindo até cansado de ficar naquela cama.
- Acordou, Bela Adormecida? – Rodrigo brincou.
- Acordei, Cinderela. Que horas são?
- 20 horas.
- Já? – fiquei até envergonhado. Eu estava dormindo há mais de 12 horas seguidas e não tinha me levantado nem pra ir ao banheiro.
- Já. Nunca vi ninguém dormir tanto como você.
- Eu precisava.
- Eu sei. Descansou?
- Muito. Estou me sentindo bem melhor.
- Que bom. Eu fico feliz. Eu nem vi que horas você chegou esta noite...
- Eu cheguei hoje de manhã.
- Ué, você não estava de folga?
- Sim. Eu estou de folga. É que eu fiquei na praia até o amanhecer.
- Caraca! Pelo jeito vocês voltaram então?
- Não – eu balancei a cabeça. – Não voltamos.
- O que tanto conversaram então?
- Ele me explicou o que aconteceu, eu perdoei e nós viramos amigos.
- E o que ele disse?
Eu contei tudo nos mínimos detalhes. Ele não acreditou muito na versão do Bruno.
- Não sei se isso é verdade não – ele comentou.
- Por quê?
- Sei lá, ele não me passa confiança.
- Ah, Rodrigo! Ele chorou tanto...
- Quem te garante que ele não esteja mentindo?
- E quem garante que ele não está falando a verdade?
- Eu ficaria esperto se fosse você. Aí tem coisa.
- Será?
- Você está apaixonado, Caio. Quando a gente está apaixonado, normalmente não enxergamos maldade na pessoa.
Ele me deixou preocupado. Será que o Bruno estava me enganando?
- Agora eu fiquei em dúvida.
- Eu não quero te colocar contra ele, eu só quero abrir os seus olhos. quem te enganou uma vez, pode enganar duas, três, quatro...
- Mas eu senti tanta firmeza na voz dele... Ele me pareceu muito sincero.
- - Não quero estragar a sua felicidade, cara. Eu só estou dando a minha opinião, mas você tem que seguir o seu coração.
- Eu disse que perdoei, mas deixei bem claro que a gente não vai voltar.
- E é isso mesmo que você quer?
- Claro que é. Eu não sou capaz de voltar com ele... Ele me machucou muito e o reflexo daquela traição está na minha vida até hoje.
- Ainda está muito recente – Rodrigo opinou. – Dê tempo ao tempo, mas se eu fosse você, ficaria com os olhos bem abertos.
O que ele estava dizendo fazia sentido. Tudo tinha acontecido tão repentinamente que eu não tive nem oportunidade de pensar em tudo o que ele havia me contado.
- Mudando de assunto – eu suspirei. – Me faz um favor?
- Qual?
- Pode trazer a minha toalha lá do varal?
- E por que você não vai pegar?
- É que eu estou pelado – fiquei com vergonha.
- Eu sei. E daí?
- Tem um probleminha...
- Você fez xixi na cama? – ele se espantou.
- Claro que não, idiota. É que eu estou excitado...
Meu amigo deu risada e compreensivamente me ajudou. Quando ele voltou com a toalha, eu me enrolei e fui direto pro banheiro. Estava com muita vontade de fazer xixi.
Depois do banho, fui até a cozinha e me deparei com uma panela de estrogonofe de frango, um dos meus pratos preferidos.
Como eu estava há mais de 24 horas sem colocar nada na boca, acabei repetindo a janta, que estava muito boa.
- Oi, Caio – Ricardo apareceu repentinamente.
- E aí, Ricardo? Tudo bem? Quanto tempo!
- Pois é. Nem parece que a gente mora na mesma casa.
- Verdade, é que nossos horários são completamente diferentes.
- Uhum. E eu também estou vivendo mais na casa da Júlia do que aqui.
- É mesmo? – daquilo eu não sabia.
- Sim. Estou pensando em morar com ela.
- Nossa, já?
- Sei que é um pouco cedo, mas nós nos amamos e eu me dou muito bem com a família dela. Acho que não tem mais motivos pra adiar.
- Ah, legal...
- Estou pesando os prós e os contras ainda.
- Entendo.
- E você como está?
- Bem. Um pouco cansado, mas bem.
- E o trabalho na madrugada?
- Bem legal. A única parte ruim é o horário que demora a passar.
- Eu imagino...
- Mas é suportável. Dá até pra dar uns cochilos.
- Bacana. Bom, eu vou lá pra casa dela. Até uma próxima.
- Até...
Antes dele sair da cozinha, o Willian chegou. Meus olhos desceram automaticamente para a bermuda dele.
- Vai dormir na Júlia? – o cozinheiro da casa perguntou.
- Sim.
- Oba... Quarto só meu hoje!
- Vê lá o que vai fazer com meu computador, hein? Se encontrar as teclas grudadas eu quebro a sua cara – o gênio da informática brincou.
Eu não entendi o que ele quis dizer.
- Pode deixar que eu não vou gozar no seu teclado – Willian entrou na brincadeira.
Eu dei risada e os garotos se despediram. Com o passar dos dias, eu estava percebendo que todos tinham o seu lado “safado” naquela casa.
- E aí, sumido – ele bagunçou meu cabelo. – Como você está?
- Bem. Foi você que fez esse estrogonofe?
- Foi. Gostou?
- Sensacional. Até repeti. Muito bom mesmo.
Ele sentou na minha frente.
- Que bom que gostou.
- Muito.
- Obrigado pelo elogio.
- Você cozinha muito bem.
- Eu tento sobreviver, só isso.
- E sobrevive muito bem.
- E aí, ainda está recebendo aquelas ligações?
- Não. Parou um pouco.
- Cansaram...
- Acho que sim. Deixa eu te perguntar, você não me viu hoje pela manhã?
- Hoje pela manhã? Aonde?
- Aqui em casa... Você foi ao banheiro e eu estava na lavanderia...
- Ah, não. Não te vi não. É que quando eu acordo assim pra ir no banheiro, eu nem presto atenção em nada. Fico meio sonâmbulo.
- Ah, entendi.
- Desculpa não ter falado com você.
- Não, sem problemas. Eu percebi que você não me viu.
- Quando eu fico com sono isso acontece mesmo.
- Ah...
A imagem do pau dele não saía da minha cabeça. O próximo passo seria vê-lo excitado!
- Vai trabalhar essa madrugada?
- Vou. Já folguei hoje.
- Folgou? Descansou?
- Muito. Acordei só agora.
- Percebe-se. Seus olhos estão inchados.
- Estava precisando.
- Imagino. Bom eu só vim pegar uma cerveja. Tenho um monte de coisa da faculdade pra fazer...
- Já?
- Já sim, parceiro. Último ano é foda. Tenho TCC pra entregar.
- Ah, sim. Boa sorte.
- Vou precisar.
- Bom dia, Caio – Breno me cumprimentou.
- Bom dia, Breno.
- Descansou?
- Muito. Estou pronto para os próximos 15 dias.
- Isso aí... Gosto assim!
Assim que eu me loguei, comecei a pensar em tudo o que o Rodrigo havia me dito.
Será mesmo que o Bruno estava mentindo pra mim? Comecei a pensar nas possibilidades.
Primeiro ele me disse que era adotado. Eu não vejo problema nenhum em uma pessoa ser adotada. Muito pelo contrário... É muito melhor a pessoa ser adotada e ter uma família e um lar do que ficar em um orfanato ou jogado em uma rua...
É claro que eu não podia julgar. Eu não estava na pele dele para entender como era aquela sensação...
O que me deixava comovido, era a atitude do pai dele. Eu entendia perfeitamente o que ele sentia naquele sentido, afinal nós tínhamos passado pela mesma situação.
Eu sabia que aquela cicatriz não ia fechar tão cedo. A minha ainda estava sangrando e toda vez que eu lembrava do que tinha passado, meu coração ficava retraído e eu me sentia vulnerável. Não existe nada que possa explicar o tamanho dessa dor e desse sofrimento...
O que me deixava preocupado era o fato dele ter se drogado. Como ele pôde ser tão inconsequente? Em um momento de crise simplesmente foi a um baile funk e usou machonha...
Era muita irresponsabilidade, mas quem era eu para dizer alguma coisa? Eu também era adolescente, embora eu tivesse certeza que jamais seria capaz de acabar com a minha vida daquele jeito, eu não tinha o direito de julgar!
A vida era dele e ele podia fazer o que quisesse... Talvez ele estivesse tão desesperado que nem se tocou do que estava fazendo...
Mas ele tinha que arcar com as consequências de seus atos. Bruno disse que tinha se drogado apenas uma vez, mas eu me lembrei perfeitamente do cheiro que senti naquela noite de domingo em que o peguei na cama com o Leonardo. Não era um cheiro comum de cigarro.
Sem contar que os olhos azuis dele estavam praticamente irreconhecíveis... Não... Eu não podia crer que ele tinha metido pra mim e que eu não tinha nem me tocado...
Como eu tinha sido precipitado! Precipitado em ter acreditado em tudo o que ele me disse e precipitado principalmente por ter perdoado...
O Rodrigo tinha razão. Eu estava apaixonado e não estava conseguindo enxergar as entrelinhas em tudo o que ele me contou. E quantas entrelinhas...
E a parte do Leonardo? Ele disse que não queria, mas eu peguei os dois no flagra! Aos beijos e ele não estava fazendo nada para afastar o Léo de perto...
O Bruno tinha dito claramente para o Leonardo parar porque a qualquer momento eu iria chegar...
Se ele não quisesse ficar com o garoto, não teria falado aquilo.
De repente a minha ficha caiu. E se eles tivessem planejado aquele reencontro? Será que tudo o que ele me disse era realmente uma mentira ou será que eu estava julgando os fatos demais?
Eu não queria pensar no assunto, mas não conseguia tirar o que o Rodrigo tinha dito da minha cabeça.
Se eu já estava em dúvida antes, depois de pesar tudo o que ele me disse na balança, fiquei ainda mais.
Se ele estivesse mentindo, qual seria o intuito daquilo tudo? Por que ele queria brincar com meus sentimentos?
E o Leonardo? Por que tinha me traído daquela forma? Será que ele tinha tanta inveja e ódio de mim que se prestou a ficar com meu namorado só para acabar com a minha vida???
Eu não sabia o que fazer... Não sabia em quem acreditar... Não sabia como deveria agir...
O fato era que eu tinha me precipitado e me precipitado muito. Quem eu era para chamar o Bruno de inconsequente? Se ele era imaturo, eu estava sendo muito mais em ter perdoado sem ter pensado no assunto. Eu tinha sido realmente um idiota!!!
- Bom dia, Breno.
- Descansou?
- Muito. Estou pronto para os próximos 15 dias.
- Isso aí... Gosto assim!
Assim que eu me loguei, comecei a pensar em tudo o que o Rodrigo havia me dito.
Será mesmo que o Bruno estava mentindo pra mim? Comecei a pensar nas possibilidades.
Primeiro ele me disse que era adotado. Eu não vejo problema nenhum em uma pessoa ser adotada. Muito pelo contrário... É muito melhor a pessoa ser adotada e ter uma família e um lar do que ficar em um orfanato ou jogado em uma rua...
É claro que eu não podia julgar. Eu não estava na pele dele para entender como era aquela sensação...
O que me deixava comovido, era a atitude do pai dele. Eu entendia perfeitamente o que ele sentia naquele sentido, afinal nós tínhamos passado pela mesma situação.
Eu sabia que aquela cicatriz não ia fechar tão cedo. A minha ainda estava sangrando e toda vez que eu lembrava do que tinha passado, meu coração ficava retraído e eu me sentia vulnerável. Não existe nada que possa explicar o tamanho dessa dor e desse sofrimento...
O que me deixava preocupado era o fato dele ter se drogado. Como ele pôde ser tão inconsequente? Em um momento de crise simplesmente foi a um baile funk e usou machonha...
Era muita irresponsabilidade, mas quem era eu para dizer alguma coisa? Eu também era adolescente, embora eu tivesse certeza que jamais seria capaz de acabar com a minha vida daquele jeito, eu não tinha o direito de julgar!
A vida era dele e ele podia fazer o que quisesse... Talvez ele estivesse tão desesperado que nem se tocou do que estava fazendo...
Mas ele tinha que arcar com as consequências de seus atos. Bruno disse que tinha se drogado apenas uma vez, mas eu me lembrei perfeitamente do cheiro que senti naquela noite de domingo em que o peguei na cama com o Leonardo. Não era um cheiro comum de cigarro.
Sem contar que os olhos azuis dele estavam praticamente irreconhecíveis... Não... Eu não podia crer que ele tinha metido pra mim e que eu não tinha nem me tocado...
Como eu tinha sido precipitado! Precipitado em ter acreditado em tudo o que ele me disse e precipitado principalmente por ter perdoado...
O Rodrigo tinha razão. Eu estava apaixonado e não estava conseguindo enxergar as entrelinhas em tudo o que ele me contou. E quantas entrelinhas...
E a parte do Leonardo? Ele disse que não queria, mas eu peguei os dois no flagra! Aos beijos e ele não estava fazendo nada para afastar o Léo de perto...
O Bruno tinha dito claramente para o Leonardo parar porque a qualquer momento eu iria chegar...
Se ele não quisesse ficar com o garoto, não teria falado aquilo.
De repente a minha ficha caiu. E se eles tivessem planejado aquele reencontro? Será que tudo o que ele me disse era realmente uma mentira ou será que eu estava julgando os fatos demais?
Eu não queria pensar no assunto, mas não conseguia tirar o que o Rodrigo tinha dito da minha cabeça.
Se eu já estava em dúvida antes, depois de pesar tudo o que ele me disse na balança, fiquei ainda mais.
Se ele estivesse mentindo, qual seria o intuito daquilo tudo? Por que ele queria brincar com meus sentimentos?
E o Leonardo? Por que tinha me traído daquela forma? Será que ele tinha tanta inveja e ódio de mim que se prestou a ficar com meu namorado só para acabar com a minha vida???
Eu não sabia o que fazer... Não sabia em quem acreditar... Não sabia como deveria agir...
O fato era que eu tinha me precipitado e me precipitado muito. Quem eu era para chamar o Bruno de inconsequente? Se ele era imaturo, eu estava sendo muito mais em ter perdoado sem ter pensado no assunto. Eu tinha sido realmente um idiota!!!
- Bom dia, cara – Rogério apertou a minha mão. – Que cara é essa?
Tá bravo?
- Estou.
- Comigo?
- Não. É claro que não. É comigo mesmo.
- Está bravo com você?
- Sim.
- Por quê?
- Por um lance aí que aconteceu. Não quero falar sobre isso.
- Beleza... Tenho algo para te contar.
- O quê? – tentei prestar atenção para não pensar no Bruno.
- Sabe a Ana Paula?
- A gatinha que se acha a mais popular da escola?
- É – Rogério sorriu. – Ela mesmo.
- O que é que tem?
- Eu fiquei com ela ontem...
- Ficou? Mandou bem. Ela é uma gata!
- Mas não é só... Eu transei com ela!
- Sério? – tentei parecer interessado. – Mandou muito bem!
- Sério... Foi lá em casa...
- Da hora, mano. Ela é muito gata.
Eu tinha que parecer o mais hetero possível. O Rogério não podia nem desconfiar que eu gostava de garotos e não sentia o menor tesão por garotas, muito menos por garotas que se acham a última bolacha do pacote.
- No intervalo eu te conto os detalhes.
- Beleza.
E quem disse que eu queria saber detalhes daquela transa? Se tinha algo que me deixava brochado era ouvir assuntos que não me interessavam.
Mas eu me surpreendi. Quando ele me contou o que ela fez, meu pau cresceu na hora e ele acabou percebendo:
- Ficou animadinho, né? – ele riu.
- Quem não fica?
- Isso porquê você não a viu nua... Que gostosa que ela é...
- Posso imaginar – falei, mas na minha mente eu estava imaginando ele pelado. Ela não.
- Quero um repeteco.
- Parte pro abraço, cara.
- É o que eu vou tentar fazer.
- Estou.
- Comigo?
- Não. É claro que não. É comigo mesmo.
- Está bravo com você?
- Sim.
- Por quê?
- Por um lance aí que aconteceu. Não quero falar sobre isso.
- Beleza... Tenho algo para te contar.
- O quê? – tentei prestar atenção para não pensar no Bruno.
- Sabe a Ana Paula?
- A gatinha que se acha a mais popular da escola?
- É – Rogério sorriu. – Ela mesmo.
- O que é que tem?
- Eu fiquei com ela ontem...
- Ficou? Mandou bem. Ela é uma gata!
- Mas não é só... Eu transei com ela!
- Sério? – tentei parecer interessado. – Mandou muito bem!
- Sério... Foi lá em casa...
- Da hora, mano. Ela é muito gata.
Eu tinha que parecer o mais hetero possível. O Rogério não podia nem desconfiar que eu gostava de garotos e não sentia o menor tesão por garotas, muito menos por garotas que se acham a última bolacha do pacote.
- No intervalo eu te conto os detalhes.
- Beleza.
E quem disse que eu queria saber detalhes daquela transa? Se tinha algo que me deixava brochado era ouvir assuntos que não me interessavam.
Mas eu me surpreendi. Quando ele me contou o que ela fez, meu pau cresceu na hora e ele acabou percebendo:
- Ficou animadinho, né? – ele riu.
- Quem não fica?
- Isso porquê você não a viu nua... Que gostosa que ela é...
- Posso imaginar – falei, mas na minha mente eu estava imaginando ele pelado. Ela não.
- Quero um repeteco.
- Parte pro abraço, cara.
- É o que eu vou tentar fazer.
Eu acordei com o barulho de um trovão. Estava chovendo muito forte
e aquilo me deixou bem irritado. Não é nada legal sair de casa debaixo de um
dilúvio...
Suspirei e fiquei olhando a chuva pela vidraça da janela. Por que o Bruno tinha mentido pra mim?
Eu estava julgando demais. Eu não sabia se ele tinha mentido e já estava tirando as minhas conclusões.
E se fosse verdade? E se ele tivesse mesmo passado por tudo aquilo?
Eu não podia tolerar drogas... De jeito nenhum. O fato era que eu tinha que ficar com os meus olhos bem abertos a tudo que dizia respeito àquele garoto.
Eu ouvi um barulho esquisito no quarto do Vinícius. Será que ele estava transando com alguém de novo?
Com a minha curiosidade completamente atiçada, eu apurei os meus ouvidos e em seguida ouvi um gemido. Sim, ele estava com alguém.
Eu me levantei rapidamente e fui até o quarto ao lado, que estava com a porta entreaberta.
Assim que ele soltou mais um gemidinho, eu me aproximei um pouco mais e pela fresta da porta consegui identificar que ele estava na frente do computador.
Vinícius não estava com uma mulher. Ele estava vendo alguma coisa na internet e se masturbando. Como o computador ficava de frente para a porta, não consegui ver muita coisa.
De repente eu não ouvi mais nada e me aproximei mais um pouco para tentar ver o que estava acontecendo dentro daquele quarto.
Quando a porta foi escancarada e eu o vi parado com a mão na maçaneta, pensei que ia ter um troço tamanho o susto que passei.
- Me espionando, Caio? – Vinícius perguntou com a fisionomia séria.
Eu comecei a tremer feito vara verde e não sabia o que responder. Meu corpo começou a suar frio e eu não senti mais as minhas pernas. Meu estômago ficou mais gelado que todos os pólos do Planeta Terra.
Ele estava novamente apenas de cueca branca e o recheio parecia deliciosamente duro...
- E-eu... – gaguejei.
- O que você está olhando? – ele colocou a mão dentro da cueca. – Quer dar uma conferida?
Suspirei e fiquei olhando a chuva pela vidraça da janela. Por que o Bruno tinha mentido pra mim?
Eu estava julgando demais. Eu não sabia se ele tinha mentido e já estava tirando as minhas conclusões.
E se fosse verdade? E se ele tivesse mesmo passado por tudo aquilo?
Eu não podia tolerar drogas... De jeito nenhum. O fato era que eu tinha que ficar com os meus olhos bem abertos a tudo que dizia respeito àquele garoto.
Eu ouvi um barulho esquisito no quarto do Vinícius. Será que ele estava transando com alguém de novo?
Com a minha curiosidade completamente atiçada, eu apurei os meus ouvidos e em seguida ouvi um gemido. Sim, ele estava com alguém.
Eu me levantei rapidamente e fui até o quarto ao lado, que estava com a porta entreaberta.
Assim que ele soltou mais um gemidinho, eu me aproximei um pouco mais e pela fresta da porta consegui identificar que ele estava na frente do computador.
Vinícius não estava com uma mulher. Ele estava vendo alguma coisa na internet e se masturbando. Como o computador ficava de frente para a porta, não consegui ver muita coisa.
De repente eu não ouvi mais nada e me aproximei mais um pouco para tentar ver o que estava acontecendo dentro daquele quarto.
Quando a porta foi escancarada e eu o vi parado com a mão na maçaneta, pensei que ia ter um troço tamanho o susto que passei.
- Me espionando, Caio? – Vinícius perguntou com a fisionomia séria.
Eu comecei a tremer feito vara verde e não sabia o que responder. Meu corpo começou a suar frio e eu não senti mais as minhas pernas. Meu estômago ficou mais gelado que todos os pólos do Planeta Terra.
Ele estava novamente apenas de cueca branca e o recheio parecia deliciosamente duro...
- E-eu... – gaguejei.
- O que você está olhando? – ele colocou a mão dentro da cueca. – Quer dar uma conferida?
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