domingo, 8 de março de 2015

Capítulo 19

T

erminar? Por que ele queria terminar comigo? Será que eu tinha feito algo de errado?
- Terminar? Por que você quer terminar? – achei aquilo esquisito demais.
- Quero sim.
- Mas por que? Eu fiz algo de errado? Fiz algo que você não gostou?
- Não, Caio – o menino fechou os olhos e sorriu. – Você é ótimo.
- E então? Qual o motivo desse término tão inesperado?
- Sabe o que é? – ele deu uma risadinha. – Eu não gosto de você!
- Oi? – fiquei abismado.
Vendo a minha cara de espanto o Murilo começou a dar risada sem parar.
- Como é que é, Murilo? Você pode repetir?
- Eu não gosto de você! Eu te amo, bobão.
- Hãããã? Não estou entendendo nada!
- É brincadeira, palhaço! Você acha mesmo que eu ia terminar com você de uma hora pra outra?
- Não vai? – eu fiquei confuso.
- Lógico que não. Eu só falei isso pra ver a sua reação e adorei a cara de espanto que você fez.
Fechei meus olhos. Não consegui acreditar no que eu estava ouvindo.
- Você está me achando com cara de idiota?
- Lógico que não – ele ainda ria. – Foi só uma brincadeirinha pra descontrair o ambiente, moleque.
- Brincadeirinha de muito mau gosto!
- Desculpa, eu não queria te irritar.
- Tudo bem – eu suspirei e fechei meus olhos. – Você não me irritou.
Às vezes eu precisava de paciência pra aguentar as brincadeiras do Murilo.
- Vem cá, vem? – ele me chamou com o dedo e fez cara de safado.
- Pra quê?
- Pra isso – o menino andou até onde eu estava e começou a beijar os meus lábios.
Mais uma vez o nosso beijo foi apaixonado. Em pouco tempo o Murilo já estava deitado por cima de mim e não tardou para a imagem do Bruno invadir a minha cabeça.
Engoli toda a saliva da minha boca e senti o meu coração disparar de uma hora pra outra. Aquele não era o momento mais propício pra lembrar do meu ex...
Mas foi completamente inevitável. Eu não consegui frear meus pensamentos e pensei muito no Bruno. Pensei tanto no moleque que eu tinha até a sensação que era ele que estava em cima de mim e não o Murilo.
Meu novinho predileto tirou as nossas camisetas e voltou a me beijar. Era impressão minha ou era ele que estava tomansdo as rédeas da situação?
Não, não era impressão. Ele estava mesmo no comando da coisa e rapidinho o boy me deixou pelado.
- Você é uma delícia, hein? – ele me olhou de cima à baixo.
- Valeu – fiquei meio sem graça.
O ninfeto me beijou e enquanto fazia isso segurou o meu dote. Ele acariciou tudo o que pode e sem mais nem menos desceu a boca pelo meu corpo e em seguida começou a me chupar.
Achei aquilo muito esquisito, mas ao mesmo tempo muito bom. Pelo menos ele tinha tomado iniciativa e isso era sinal que ele estava amadurecendo na nossa relação.
Uma relação é uma via de mão dupla, onde ambos os parceiros devem ceder de vez em quando. E até então o Murilo nunca tinha cedido. Era a vez dele fazer as coisas dali pra frente.
- Ui – comecei a sentir prazer quando ele colocou tudo na boca.
Era percepitível a dificuldade do cara em fazer sexo oral. Provavelmente aquela estivesse sendo a primeira vez que ele estava fazendo aquilo, porque ele não fez muito bem.
Vez ou outra ele mordeu o meu negócio com força demais e em um determinado momento eu tive que mandar ele parar porque acabei sentindo dor.
- Vai com calma – eu tentei não demonstrar impaciência.
- Eu te machuquei?
- Não, não é isso. Você só precisa tomar um pouco de cuidado com seus dentes...
- Ah, desculpa!
- Não tem problema – eu sorri e acariciei os cabelos do bofe mirim. – Continua, vai?
- Me ensina como faz?
- Com muito prazer.
Murilo ficou vermelho e voltou a me chupar, mas daquela vez ele foi muito mais cuidadoso.
- Isso – eu dei sinal verde e abri as minhas pernas.
Aos pouquinhos eu fui relaxando totalmente e deixei ele fazer as coisas por si só. Murilo não me machucou mais e aparentemente pareceu entender o que eu quis dizer com “cuidado nos dentes”.
O adolescente deveria estar gostando do experimento, porque ficou um tempão me chupando. Chupou tanto que eu cheguei a sentir o orgasmo se aproximando, mas ele parou antes disso acontecer.
- Agora é a sua vez... – Murilinho estava muito vermelho.
- Deixa comigo – eu ri.
Fiz o que ele me pediu e repeti tudo o que o menino tinha feito comigo. Comecei a chupar de uma vez só e isso já fez o moleque pirar todinho.
- Ai que delícia...
Não era difícil colocar tudo na boca porque o pau do Murilo ainda não era totalmente desenvolvido. Desde que o conhecera e desde que iniciamos a nossa relação, eu não percebi nenhuma evolução no quesito aumento de dote. Parecia que tudo estava no mesmo tamanho.
Mas eu também não podia esperar milagres, uma vez que nós estávamos namorando há pouquíssimo tempo. Porém, independente de tamanho, eu gostava de proporcionar prazer ao meu parceiro. Era meu papel e eu ia fazer isso da melhor forma possível.
- ARGH – ele deu um soco no colchão e prensou a minha cabeça pra baixo.
Não deixei o safadinho gozar na minha boca. Tirei antes disso acontecer, mas mesmo assim levei um jato no queixo. Pelo menos não foi na boca...
- Delícia, velho...
- Gostou?
- Puta que pariu... – Murilo arfou. – Lógico que sim!
Nós nos abraçamos e trocamos um beijo rápido. Em seguida, eu me arrumei e deitei na cama dele. O Bruno não saía da minha mente um segundo sequer.
- Vou pegar uma água. Você quer?
- Não, valeu – falei.
O que será que ele estaria fazendo naquele momento? Será que estava no apartamento? Na casa do Vítor? Na casa da ex-avó?
- Bruno... – me virei e fechei meus olhos.
Eu senti o cheiro dele invadindo o meu nariz e fui capaz de ouvir a voz dele na minha mente. Por que eu estava pensando tanto naquele desgraçado?
Eu não tinha que pensar nele, eu não tinha! O Bruno acabara com a minha vida no passado, eu não tinha o direito de pensar nele em nenhum momento, muito menos enquanto estava com o Murilo.
Mas era impossível. Era impossível segurar os meus pensamentos. O Bruno tinha o poder de controlar a minha mente e isso era fato!
- Voltei – o novinho entrou no quarto.
Ele deitou ao meu lado, da mesma forma que o Rodrigo fazia e me abraçou com muito carinho.
- Pensando?
- Uhum – murmurei.
- Gostou do que eu fiz?
- Claro!
- Que bom...
Rolou um beijo, mas não foi um beijo tão bom como eu pensei que seria.
- Quer jogar vídeo-game?
- Nâo, Bru... – eu parei de chofre. Eu não acredito que eu ia falar o nome do Bruno!
- Não o quê?! – Murilo me olhou com ar de espanto. – Você ia me chamar de Bruno, Caio? É isso que você ia fazer?!

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