sexta-feira, 27 de março de 2015

Capítulo 59²

I
móvel. Foi assim que o Bruno ficou, o que era completamente compreensível.
Eu no lugar dele teria ficado da mesma forma. Eu ri, larguei o notebook num canto e fui correndo ao encontro do meu futuro arquiteto.

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- Parabéns, anjo! – eu agarrei o menino no colo. – Você passou, você passou!!!
- Isso é... Sério, Caio?
- Claro que é sério, Bruno! Você acha que eu ia brincar com uma coisa dessas? É sério sim, amor da minha vida... Você passou na UFRJ!!!
- Ai meu Deus...
- Vem aqui ver o seu nome, vem? Meu futuro arquiteto!!!
Eu levei o garotão até o note e lá ele mesmo pôde comprovar que o que eu estava falando era verdade.
- Eu não acredito – ele abriu um sorriso imenso. – EU PASSEI?
- PASSOU!
- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH!!!
Bruno começou a pular no meio do apartamento e eu fiquei dando risada. Como ele estava feliz, meu Deus! Ele merecia aquela felicidade.
- Eu passei! Eu passei! Ah, meu Deus... Eu passei, Caio, eu passei!!!
- Parabéns, amor – eu fui até ele novamente e dessa vez nós nos abraçamos com muita força. – Você merece isso!
- Ai eu nem acredito, Caio! Eu nem acredito que deu certo...
- Claro que deu certo, amor! Você lutou muito por isso e conseguiu. Parabéns, você é demais!
Ele chorou. E chorou como um bebê que sentia fome. Durante todo esse choro, eu não parei de falar com ele um segundo sequer e tampouco o larguei.
- Eu estou tão orgulhoso de você, Bruno... Tão orgulhoso...
- Ai, Caio... Eu estou tão feliz, amor...
- Eu também estou feliz por você, meu lindo! Muito feliz mesmo, muito orgulhoso por você ter passado!

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E eu estava mesmo. Pra lá de orgulhoso. Ele batalhou tanto para passar na prova da Federal do Rio que o mínimo que ele merecia era esse prêmio. E eu sabia que ele queria muito estudar naquela faculdade, então isso me deixou mais feliz ainda.
- Me dá um beijo? – a voz dele saiu em um sussurro.
Um beijo? Ele merecia milhões de milhares de centenas de dezenas de beijos naquele dia. Como eu estava feliz por ele, meu Deus!
- Parabéns... Parabéns... Parabéns...
Eu fui falando e dando beijos nos lábios dele. O menino teve dificuldade para se acalmar.
- Eu não acredito que eu passei!
Acho que eu ouvi essa frase umas mil vezes naquele dia de final de janeiro. Eu no lugar dele também não acreditaria. A gente luta muito para conseguir uma coisa e quando consegue, nem consegue acreditar que conseguiu.
- Meu futuro arquiteto – eu beijei o nariz dele e fiquei encarando aqueles olhos azuis brilhantes.
- Meu gestor de recursos humanos!
Nos beijamos e eu me entreguei pra ele. Eu queria comemorar aquela notícia e não podia ser de outra forma, a não ser com a demonstração da minha felicidade por ele ter conseguido ingressar na faculdade e do amor que eu sentia por ele.
- O que é isso, hein? – ele perguntou, na hora que eu voltei pro quarto.
- É o vinho que a gente tinha guardado para um momento especial. Esse é um momento especial e merece um brinde

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- Só você mesmo, amor – meu namorado sorriu e sentou na cama. Ele ainda estava pelado.
- Vem brindar comigo, vem?
- Assim?
- Sim senhor. Assim mesmo. Quer forma melhor de brindar?
- Safadinho...
- Um brinde ao seu sucesso na federal, amor... – propus.
- Um brinde à nós dois, anjo. Ao nosso futuro daqui pra frente!
Nós batemos as taças de vinho e bebemos um gole só.
- Parabéns. Você merece isso e muito mais.
- Como será que vai ser a minha vida daqui pra frente, hein?
- Só posso te dizer uma coisa: ela vai ser corrida. Eu sei bem o que é estudar numa faculdade. Não fiz federal como você vai fazer, mas deduzo que a sua vida será tão ou mais corrida que a minha.
- Que Deus me ajude.
- E Ele vai te ajudar sim. Eu sei que você vai dar conta, eu acredito em você.
- Obrigado por sempre confiar em mim, Caio. Eu não sei o que seria de mim sem você, juro mesmo.
- Eu não sei o que seria de mim sem você, Bruno – eu corrigi meu namorado e em seguida nós nos beijamos.
- Meu Caio!
- Meu Bruno!
Nem preciso falar que rolou de novo, mas dessa vez ele se entregou pra mim. Fizemos com tanto carinho e lentidão que eu quase não consegui parar mais.
- Meu gostoso – ele agarrou nos meus cabelos com força.
Soltei um gemidinho e mordi os lábios do meu namorado.
- Meu arquiteto mais lindo de todo o mundo!
- Posso te pedir um favor?
- Quantos você quiser.
- Vamos no Vítor?
- No Vítor?
- Queria contar a novidade pra ele. Faz tempo que eu não vejo meu amigo.
- Claro. Podemos ir sim, amor.
- É por isso que eu te amo muito, Caio.
- Eu é que te amo, meu cheiroso!
- Vamos tomar um banho? – ele acariciou meu rosto.
- Só se você me der um beijo.
É claro que ele deu e depois do beijo nós fomos pro banho. Banho terminado, nos trocamos, ele pegou a chave do carro e nós descemos até o estacionamento.
Assim que entrou no carro, meu namorado ligou o rádio e colocou o CD da Britney. Ele queria comemorar.



- Você e esse CD da Britney, hein? Não sei como não fura de tanto que você ouve.
- Eu a amo, bebê. Não seja ciumento.
- Eu não tenho mais ciúmes dessa lambisgoia. Sou mais eu.
O Bruno socou o meu braço e bufou de raiva por eu ter xingado a cantora que ele tanto gostava, mas eu xinguei de propósito mesmo, eu adorava tirá-lo do sério.
- Da próxima vez que você xingar a minha mulher eu peço o divórcio de você, hein?
- Pede, é? Essa eu pago pra ver – mordi o lábio dele e coloquei a minha mão no meio de suas pernas.
- Pensando bem, eu não peço não, mas não xinga mais a minha mulher, por favor.
- Sua mulher... Até parece!
Eu entendia o sentimento que o Bruno tinha pela Britney. Era algo surreal, mas que existia. Eu não recriminava esse sentimento e não brigava com ele por causa disso. Tudo não passava de brincadeira.
Assim que nós chegamos na rua do Vítor, eu lembrei do Murilo. Foi impossível não juntar uma coisa à outra. Será que ele estava bem?

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- Toca a campainha aí, amor – ele pediu.
Eu toquei a campainha e quem saiu para abrir o portão foi o próprio Vítor, que usava apenas um shorts folgado.
- Bruno? Caio? Que milagre é esse?
- Vítor!!! Quanto tempo, magrelo...
- Oi, amiga – o menino deu um beijo no rosto do meu namorado. – Que saudades. Você está bem? Que olhos vermelhos são esses, Bitch?
- Não me chama mais de amiga, nem de Bitch, por favor. Eu já te disse que não gosto mais disso.
- Verdade. Eu já tinha esquecido que você virou um chato depois que voltou de Madrid. E aí, Caio? Tranquilo?
- Uhum – eu me limitei a apertar a mão do amigo do meu namorado.
- Entrem aí, gente. Eu estou sozinho.
- Cadê seus pais? – Bruno quis saber.
- Eles viajaram pra Minas. Voltam só no outro final de semana.
- E você está sozinho aqui?
- Sim, sim. Muito bom ter a casa só pra mim.
- E por que não foi com eles?
- Por causa do trabalho, Bruno. E esses olhos vermelhos? Não me diga que é conjuntivite? Me passa?
- Não, não é. Eu tenho uma novidade, amigo!
- Está grávida? – o Vítor mostrou sua afeminação e colocou a mão na boca.
- Claro que não, idiota. Me respeita! – Bruno deu um soco no amigo. Eu revirei os olhos.
- E o que é então? – o branquelo riu.
- Eu passei na UFRJ!!!
- Mentira? – mais uma vez o Vítor mostrou-se afeminado.
- Verdade. Não é, amor?
- Verdade sim, Vítor – confirmei.
- Ai que tudo, amigo! Meus parabéns então...
Eles se abraçaram e eu fiquei um pouco enciumado. Não gostava que o Bruno ficasse muito tempo abraçado com outros homens.
- Qual curso? Arquitetura, né?
- Lógico. Sempre quis esse curso, você sabe disso.
- Eu sei! Ai que orgulho do meu amigo!
- Obrigado, Vítor. Eu estou tão feliz, sabe?
- Imagino. Não é pra menos. Eu também ficaria se fosse você. Vai ser puxado, hein?
- Vai sim. Eu sei que vou ficar sem vida social por 4 anos, mas é por uma boa causa.
- Verdade. E você, Caio? Quais as novas?
- Nenhuma, Vítor.
- E a faculdade?
- Já acabei, lembra?
- Ah, é verdade. Esqueci que seu curso era só de 2 anos. Já se formou?
- Março – respondi.

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- Pertinho. Agora, como foi a viagem de vocês? Eu vi as fotos na internet e fiquei morrendo de inveja!
- Foi incrível – ele me olhou sorrindo e com os olhinhos brilhando.
- Pelo visto vocês dois ficaram torrando no sol, né? Que bronzeado lindo, parabéns.
- Valeu – ele respondeu. – Gastamos uns 20 potinhos de protetor, né amor?
- Sim, sim. Valeu muito a pena.
Modéstia à parte, a minha cor estava perfeita e a do Bruno não ficava atrás. Nós conseguimos um dourado intenso na nossa cútis e isso se deu pelo fato da nossa proteção na hora da irradiação solar.
- 20 potinhos? Pra que tanto exagero?
- Não é exagero, criança – Bruno suspirou. – O sol estava muito forte e a gente passava protetor de 1 em 1 hora religiosamente. Por isso conseguimos essa cor sem manchas e nem descascamos.
- Muito me admira, o Caio sendo branquelo do jeito que é no mínimo ele tinha que ficar vermelho.
Ele não estava totalmente errado. Se eu não tivesse passado tanto protetor, teria ficado mais vermelho que sangue. Ainda bem que eu me protegi.
- O Bruno é tão branquelo quanto eu, Vítor.
- Mas ele é mais moreninho que você, sua lesma...
- Lesma é você, veado – retruquei.
- Vai deixar seu namorado me ofender desse jeito, Bruh? – Vítor fingiu estar ofendido.
- Deixo sim, você é que tem que respeitá-lo, não ele à você! – Bruno brincou.
Ficamos brincando e jogando conversa fora por um tempinho. Aos poucos eu estava começando a gostar do Vítor.
Na verdade, quando o assunto era o amigo do meu namorado, eu era meio de lua. Ou eu gostava dele, ou eu odiava. Às vezes eu gostava, às vezes não... Eu não entendia muito bem o que sentia por aquele garoto.
- Vamos? – ele me olhou.
- Uhum.
- Já? Tão cedo assim?
- Queremos jantar ainda, amigo.
- Jantem aqui comigo!
- À sós, Vítor – falei.
- Droga. Odeio ficar de escanteio!
- Um outro dia a gente janta aqui com você. E você não está ficando de escanteio, quer parar de ser dramático?
- Eu não sou dramático, Bruno!
- É sim. Você poderia escrever uma novela mexicana, se daria muito bem nisso.
- Idiota! Mas é sério, fiquem mais um pouco...
- Não, amigo. De verdade, a gente vai sair um pouco.
- Quando é que eu vou arrumar um namorado, hein?
- Quando você parar de ser bicha má – Bruno respondeu e levantou do sofá.
- Eu não sou má!
- É má sim – Bruno esticou o braço na minha direção.
Eu segurei na mão dele, levantei do sofá e entrelacei os meus dedos aos dele.
- Vamos?
- Sim – respondi, sem tirar os olhos dele.
- Vocês estão felizes? – Vítor indagou.
- Muito – essa foi a nossa resposta.
- Que bom. Eu faço votos que fiquem cada vez mais, de coração.
- Obrigado, amigo.
- Valeu, Vítor – eu também suspirei.
Bruno e eu saímos da casa do garoto e nos dirigimos até a rua. Vítor nos seguiu de perto e a gente ficou trocando ideia por mais alguns minutos na calçada.
- Ih... Olha quem vem aqui, gente...
Eu virei pra trás e dei de cara com o Murilo. Ele parecia bravo e estava maior. Fazia tempo que eu não o via.
- E aí, Caio? E aí, Bruno? E aí, Vítor?
- Oi, Murilo – eu fui o único a responder.
- Que casalzinho mais ridículo, hein?
Fiquei surpreso ao ouvir isso. Eu jurava que ele tinha ido até onde nós estávamos para conversar numa boa.
- Como é? – meu namorado ficou sério.
- Isso mesmo que você ouviu, priminho. Vocês são muito ridículos, na boa. Principalmente você, Caio. Você vivia falando horrores do Bruno pra mim e olha só, está aí de mãos dadas com ele. Que coisa mais tosca!

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- Verdade, eu falava mesmo horrores dele pra você, mas não falo mais. E tem mais, ridículo aqui é você que veio nos importunar, sendo que a gente nem tinha falado com você.
- Como você é tosco, Caio!
- Tosco é você, pivete – Bruno ficou irritado. – Fica na tua, vai cuidar da tua vida e deixa o Caio em paz!
- Calma, primo. Eu não quero nada com ele não, fica tranquilo. Eu já provei dessa fruta e não gostei...
- Oi? – foi a minha vez de ficar irritado. – Não gostou? Ah, faz favor garoto! Se não tivesse gostado, não teria dado pra mim. Assume logo que você é viado e seja feliz, meu bem!
- Não sou que nem vocês não, Caio!
- Tem razão – eu continuei. – Você é bem pior do que a gente. Pelo menos nós assumimos do que gostamos, já você...
- Gente os vizinhos estão olhando – alertou o amigo do meu namorado.
- Foda-se os vizinhos – eu fiquei irritado mesmo. – Por mim o bairro todo fica sabendo que esse moleque aí é gay. Sim, ele é gay!!! Fica se escondendo atrás de uma namoradinha, mas é de macho que ele gosta.
Murilo ficou pra lá de vermelho e tentou me agredir, mas o Bruno não deixou.
- Vai pra sua casa e deixa o Caio em paz, seu nojento! – meu namorado empurrou o primo pra rua.
- Bando de trouxas!
- Estou mentindo por acaso? Eu não teria falado nada se você tivesse ficado na sua. Vai pro teu canto, vai atrás da sua namorada, se é que ela te suportou, né?
- Ela é mil vezes melhor que você, garoto – ele arrumou a camiseta.
- E o Bruno é um zilhão de vezes melhor que você. Pelo menos ele sabe fazer as coisas direito, já você, né...
- ARGH! FILHO DA PUTA!
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- Pivete mal-amado. Me deixa em paz e nunca mais aparece na minha frente. Eu não quero saber de você, entendeu? Por mim a gente poderia até ser amigos e levar numa boa, mas já vi que você não serve nem pra ser meu amigo então vaza!
- Eu vou mesmo porque não quero perder meu tempo com você. Seja muito infeliz, viu Caio?
- Pois se você deseja o meu mal, eu te desejo o bem. Seja muito feliz, Murilo. Com quem quer que for. Com homem, com mulher ou com os dois. Só me deixa em paz, beleza? Boa noite!
- Vem, Caio – Bruno me puxou. – Vamos embora daqui.
- Vamos, Bruno. Eu já perdi tempo demais com esse garoto.
Murilo saiu murmurando alguma coisa incompreensível. Bruno entrou no lado do motorista, eu entrei no lado do carona e o Vítor apareceu no meu lado do carro.
- Querem uma água com açúcar?
- Não, valeu – eu respondi. – Já passou a raiva.
- Ele é bem idiota, não?
- Totalmente, Vìtor. Totalmente.
- Posso te fazer uma pergunta. Caio? – ele estava me encarando.
- O que é?
- Você só ficou com ele pra atingir o Bruno, não foi?
- Não. Eu não fiz isso unicamente pra atingir o Bruno, eu gostava dele no começo.
- Sério mesmo?
- Ah, mais ou menos. Eu não cheguei a amar esse garoto não, mas eu gostei dele.
- Ele tem pau pequeno, não tem? – o Vítor sorriu.
Bruno caiu na gargalhada.
- Tem sim – eu fiquei sem graça.
- Como você sabe, amigo?
- Esqueceu que eu já peguei esse daí no passado?
- Ah, é mesmo! Eu nem me lembrava.
- Pois é, já tracei seu primo algumas vezes. Ele é gostosinho, mas não tem tamanho não minha gente! Só que ele faz gostoso.
- Isso é uma grande verdade, mas deixa isso pra lá. Eu não quero nem lembrar que ele existe. Dos meus ex, ele só perde pro Carlos mesmo. Vamos, amor?
- Vamos sim, bebê. Amigo, eu te espero no meu apê qualquer dia desses, hein?
- Pode deixar que eu passo lá sim. Posso dormir lá no final de semana?
- Final de semana eu durmo lá, garoto – fui eu que respondi. – Escolhe outro dia qualquer e espero que não durma na cama dele, hein?
- E eu vou dormir aonde?
- No sofá da sala. Na cama do Bruno você não fica. Só eu posso ficar lá.
- Egoísta!
- Quando o assunto é Bruno Silva – Bruno simplesmente gritou “DUARTE” –, eu sou egoísta mesmo. Não divido ele com ninguém, muito menos com você.
- Por que me odeia tanto, hein Caio?
- Eu não te odeio, Vítor. Eu só estou cuidando do que é meu – fui e dei um beijo no meu namorado.
- Ô, que lindinho o ciúmes dele...
- Não é? – Bruno ficou derretido. – Eu amo demais esse garoto, amigo!
- Eu sei, eu sei. Não esqueci as noites que você passou chorando por ele não. Brincadeiras à parte, cuida bem do meu amigo, Caio. Ele não merece sofrer mais por você.
- Eu cuido muito bem dele sim, Vítor. Pode ter certeza disso. Vamos, gatinho? Já estou faminto.
- Vamos, amor. A gente combina um dia pra você ir pra minha casa, Vítinho.
- Beleza. Parabéns de novo pela facul.
- Valeu! Se cuida.
- Vocês também. Beijos e boa noite.
- Boa noite – Bruno e eu respondemos ao mesmo tempo.
Saímos de Ipanema e fomos pra Copacabana. Não andamos nem 10 minutos com o carro e já tivemos que parar em uma pizzaria da região.
- Hoje eu quero comer pizza – ele falou.
- Ai, Deus... Felipe vai ter um ataque do coração quando ver o tanto que eu engordei nessas férias...
- Você não engordou nada e mesmo que tenha engordado, rapidamente você recupera.
Liguei o botão “foda-se” e mandei a minha dieta pro espaço mais uma vez. Naquela noite eu comi metade de uma pizza de milho e um pedaço enorme de bolo de prestígio.

ALGUNS DIAS DEPOIS...
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- Pronto – disse a moça da secretaria. – Você já está matriculado.
- Sério? – Bruno abriu um sorriso imenso.
- Sério sim. Parabéns e seja bem-vindo à UFRJ!!!
- Muito obrigado, moça. Muito obrigado mesmo.
- Suas aulas começam na próxima semana.
- Perfeito então. Muito obrigado.
- Por nada. Tenham um bom dia.
- Bom dia!
- Meu futuro arquiteto – eu fiquei todo bobo.
- Ai nem acredito que eu me matriculei!
- Viu só? Agora é só começar a estudar e ser muito feliz na sua carreira!
- Será que vai dar tudo certo?
- Claro que vai dar tudo certo, meu príncipe! Eu confio em você e acredito no seu potencial. Não duvide de si mesmo, viu?
- Eu estou com tanto medo...
- É normal, eu também fiquei. Mas vai dar tudo certo. Eu te prometo!
Nos abraçamos na calçada da faculdade.
- Meu futuro arquiteto!
- Meu gestor de recursos humanos!
- Pode me levar pra república agora, por favor?
- Não queria, né? Mas se não tem jeito, eu levo sim. Entra!
Era o jeito mesmo. No dia seguinte eu ia voltar pra loja e ele ia voltar pro metrô ainda naquela tarde.


- Vou sentir tanto a sua falta – ele me abraçou, quando chegamos na frente da república.
- Eu também vou sentir a sua falta, anjo.
- Promete que vai me ligar todos os dias?
- Prometo. Promete que não vai esquecer de mim?
- Prometo!
- Obrigado por tudo, viu?
- Eu é que te agradeço. Foram as melhores férias da minha vida!
- As minhas também, amor. Mal posso esperar para as próximas.
- E se prepara. As próximas serão internacionais!!!
- Internacionais?
- Uhum.
- Que história é essa, Bruno? Para onde o senhor pensa que vai me levar?
- É uma surpresa! Aguarde que você vai ver o que é.
- Ah, não! Eu vou morrer de curiosidade até janeiro do ano que vem!
- Janeiro não, julho. Eu quero férias em julho no ano que vem.
- Julho? Por que julho?
- Porque sim, seu curioso de uma figa – ele beijou meu rosto.
- Isso não é justo! Ou você fala, ou eu faço greve!
- Lá vem você com essa história de greve...
- Você escolhe!
- Eu não vou falar e eu sei que você não vai fazer greve – meu namorado colocou a mão no meio das minhas pernas.
- Seu chato! Estou de mal – fingi que ia sair do carro.
- Não vai não, vem aqui me dar um beijo...
E eu dei mesmo, mas só porque já estava sentindo saudades do meu namorado.
- Seu chato – fiz bico.
- Calma, relaxa que você vai adorar. Eu vou te levar pra Espanha, seu bobo!
- Pra Espanha? – arregalei os olhos.
- É sim! E você vai amar tudo por lá. Vai conhecer Madrid, Barcelona...
- Ai, Bruno... Mas vai ficar muito caro...
- Pois então trate de guardar dinheiro. Economize desde já. É sério!
- Sério mesmo?
- Uhum. A não ser que você não queira ir...
- Claro que eu quero, seu bobo. Eu já disse que com você eu vou até o fim do mundo!
- Quero só ver. Me dá mais um beijo, vai?
- Só mais um, senão o senhor vai se atrasar pro trabalho.
Nos beijamos rapidamente, nos despedimos e eu desci do carro para poder pegar as minhas malas.
- Quer ajuda?
- Não, anjo. Obrigado. Está tudo bem.
- Te amo, tá?
- Eu também. Obrigado por tudo.
- Eu que te agradeço! Até sexta.
- Até sexta, anjo. Boa semana pra você, bom trabalho.
- Obrigado, amor. Assim que eu chegar em casa de noite eu te ligo.
- Estarei esperando.
Mandei um beijo pro Bruno, ele retribuiu e depois disso eu enfim voltei para casa, depois de mais de um mês fora dela.
Subi as escadas lentamente por causa do peso das malas e quando cheguei na sala, fui logo encontrando o Vinícius:

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- Mas olha quem eu vejo! Não sei se é uma pulga ou um percevejo! Quanto tempo, hein?
- Tudo bem, Vini? – eu abracei meu amigo.
- Eu estou bem, mas você parece ótimo, né?
- E estou mesmo. Dá pra notar, é?
- De longe! Dá pra ver que você está muito feliz, mano. Que bom, eu fico contente.
- Obrigado!
- E o Bruno? Como está?
- Radiante. Acabou de se matricular na UFRJ!
- Ele passou? Que máximo!
- É... Ele está super feliz.
- Qual curso? Medicina?
- Nada. Arquitetura.
- Ah, pensei que ele seria meu companheiro de profissão.
- Que nada. E os meninos?
- Todos trabalhando, menos o Kléber.
- E onde ele está?
- Enfurnado no quarto, como sempre.
- Rodrigo e Fabrício estão bem?
- Bem sim. Temos uma novidade aqui na república.
- Que novidade? – eu fiquei curioso.
- Não sei se eu posso te contar – meu amigo sorriu.
- Ah, agora que você descobriu o santo, você não vai contar o milagre?
- Melhor não falar agora...
- Não, nem vem que não tem! Fala, o que é? Já estou todo curioso aqui!
- Quer mesmo saber? – ele fez suspense.
- Lógico que eu quero, criatura!!!
- Um de nós 5 vai ser papai, Caio. É isso!

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