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u não soube o que falar, nem o que pensar!
As atitudes do Rodrigo me deixavam extremamente confusos! Uma hora ele fazia uma coisa, no momento seguinte ele fazia outra totalmente diferente... Será que ele queria me deixar louco?!
- Essas lentes são lindas, mas você não precisa delas, Digow. Você já é lindo por si só.
- Obrigado – ele abriu um sorriso. – Mas ficou bom? Estou parecendo um príncipe de verdade?
- Você não está parecendo, você é um príncipe de verdade.
- Quem me dera, Caio!
- É verdade. Você é mesmo, pena que não seja pra mim.
- Talvez não seja do jeito que você deseja, mas eu sou seu e você sabe disso.
- Meu irmão – suspirei.
- Exato.
- Sabia que você me confunde? Sabia que às vezes as suas atitudes me fazem pensar que você gosta de mim de outra forma?
Ele ficou calado.
- Estou falando sério – notei que ele estava incrédulo. – Muitas vezes eu cheguei a pensar que você estava a fim de mim e acabei caindo do cavalo.
- Você sabe que eu te amo, Caio.
- Não falo do amor de irmão, desse jeito eu também te amo! Falo de outro amor.
- Uhum... Mas... É complicado!
- Posso te fazer uma pergunta?
- Faz – ele falou depois de um tempo.
- Você vai ser sincero?
- Sim.
- Você por acaso já sentiu algo a mais por mim além de amor de irmãos?
Silêncio. Houve uma pausa longa.
- Não sei – ele falou baixinho.
- Vamos ser sinceros? A nossa amizade não é uma simples amizade! E isso me confunde!
- A mim também – Rodrigo fechou os olhos. – Eu gosto muito de você e já te disse que você é o único homem que eu amo nessa vida além do meu pai.
- Também te amo!
Fiquei meio sem entender direito o que estava acontecendo. Rodrigo me confundia muito. Às vezes ele parecia querer ficar comigo, às vezes não.
- Caio?
- Oi, mano?
- Eu tenho medo de você!
Eu sorri. Como ele era bobo!
- Vem cá, meu príncipe – falei baixinho e puxei o gostoso pra um abraço. – Não fica com medo de mim, eu nunca iria te fazer nenhum mal. Nunca mesmo.
- Eu sei que não – ele disse isso no meu ouvido. – Te amo, tá?
- Eu também, seu cachorro! Para de me confundir.
- Sabe de uma coisa? – Digow se afastou e olhou nos meus olhos.
- O quê?!
- Não precisamos entender nada. Deixa as coisas assim do jeito que estão. Eu te amo e ponto final. Isso pra mim é o suficiente.
- Lindo! Você é demais.
- Eu sei, obrigado!
- E modesto também.
- Ah, você está aí! – ouvi uma voz feminina se aproximar. Era a Marcela.
- Oi, amor – ele suspirou.
- Caio! – a vaca da minha cunhada se aproximou de mim. – Como você está incrível!
- Obrigado, você está linda – falei a verdade.
- Obrigada!
É claro que ela estava de princesa, e é claro que ela estava linda sim. Eu queria achar aquela garota feia, mas ela não era. Era bonita demais e era bonita mesmo. Talvez esse tenha sido um dos motivos do Rodrigo ter ficado com ela.
As atitudes do Rodrigo me deixavam extremamente confusos! Uma hora ele fazia uma coisa, no momento seguinte ele fazia outra totalmente diferente... Será que ele queria me deixar louco?!
- Essas lentes são lindas, mas você não precisa delas, Digow. Você já é lindo por si só.
- Obrigado – ele abriu um sorriso. – Mas ficou bom? Estou parecendo um príncipe de verdade?
- Você não está parecendo, você é um príncipe de verdade.
- Quem me dera, Caio!
- É verdade. Você é mesmo, pena que não seja pra mim.
- Talvez não seja do jeito que você deseja, mas eu sou seu e você sabe disso.
- Meu irmão – suspirei.
- Exato.
- Sabia que você me confunde? Sabia que às vezes as suas atitudes me fazem pensar que você gosta de mim de outra forma?
Ele ficou calado.
- Estou falando sério – notei que ele estava incrédulo. – Muitas vezes eu cheguei a pensar que você estava a fim de mim e acabei caindo do cavalo.
- Você sabe que eu te amo, Caio.
- Não falo do amor de irmão, desse jeito eu também te amo! Falo de outro amor.
- Uhum... Mas... É complicado!
- Posso te fazer uma pergunta?
- Faz – ele falou depois de um tempo.
- Você vai ser sincero?
- Sim.
- Você por acaso já sentiu algo a mais por mim além de amor de irmãos?
Silêncio. Houve uma pausa longa.
- Não sei – ele falou baixinho.
- Vamos ser sinceros? A nossa amizade não é uma simples amizade! E isso me confunde!
- A mim também – Rodrigo fechou os olhos. – Eu gosto muito de você e já te disse que você é o único homem que eu amo nessa vida além do meu pai.
- Também te amo!
Fiquei meio sem entender direito o que estava acontecendo. Rodrigo me confundia muito. Às vezes ele parecia querer ficar comigo, às vezes não.
- Caio?
- Oi, mano?
- Eu tenho medo de você!
Eu sorri. Como ele era bobo!
- Vem cá, meu príncipe – falei baixinho e puxei o gostoso pra um abraço. – Não fica com medo de mim, eu nunca iria te fazer nenhum mal. Nunca mesmo.
- Eu sei que não – ele disse isso no meu ouvido. – Te amo, tá?
- Eu também, seu cachorro! Para de me confundir.
- Sabe de uma coisa? – Digow se afastou e olhou nos meus olhos.
- O quê?!
- Não precisamos entender nada. Deixa as coisas assim do jeito que estão. Eu te amo e ponto final. Isso pra mim é o suficiente.
- Lindo! Você é demais.
- Eu sei, obrigado!
- E modesto também.
- Ah, você está aí! – ouvi uma voz feminina se aproximar. Era a Marcela.
- Oi, amor – ele suspirou.
- Caio! – a vaca da minha cunhada se aproximou de mim. – Como você está incrível!
- Obrigado, você está linda – falei a verdade.
- Obrigada!
É claro que ela estava de princesa, e é claro que ela estava linda sim. Eu queria achar aquela garota feia, mas ela não era. Era bonita demais e era bonita mesmo. Talvez esse tenha sido um dos motivos do Rodrigo ter ficado com ela.
A festa transcorreu sem maiores transtornos. Eu me diverti muito ao lado das
minhas amigas e aproveitei cada instante pra tirar todo o estresse do dia-a-dia
que estava vivendo.
- Que cara é essa, Janaína? – indaguei.
- Estou fazendo o meu ofício.
- Que ofício? – estranhei.
- Qual é o ofício de uma freira, Caio? Estou rezando, oras!
- Ai, como você é doida, cara!
- Vem, reza aqui comigo – ela segurou na minha mão.
- Oi?! Tá bêbada?
- Segura na Mão de Deus – ela começou a cantar no meio do salão. – Segura na Mão de Deus. Pois ela, ela te sustentará...
- Sangue de Jesus tem poder – eu comecei a rir.
- Não temas, segue adiante – ela prosseguiu. – E não olhes para trás...
- Quer parar? – comecei a gargalhar.
- Segura na Mão de Deus e VAI – ela me empurrou.
- Tá maluca? – eu reclamei.
- Ué... Só estou reproduzindo o que a música diz, amigo! – a negra saiu andando e me deixou plantado no chão, com a maior cara de idiota. Ela só podia ser louca!
- Que cara é essa, Janaína? – indaguei.
- Estou fazendo o meu ofício.
- Que ofício? – estranhei.
- Qual é o ofício de uma freira, Caio? Estou rezando, oras!
- Ai, como você é doida, cara!
- Vem, reza aqui comigo – ela segurou na minha mão.
- Oi?! Tá bêbada?
- Segura na Mão de Deus – ela começou a cantar no meio do salão. – Segura na Mão de Deus. Pois ela, ela te sustentará...
- Sangue de Jesus tem poder – eu comecei a rir.
- Não temas, segue adiante – ela prosseguiu. – E não olhes para trás...
- Quer parar? – comecei a gargalhar.
- Segura na Mão de Deus e VAI – ela me empurrou.
- Tá maluca? – eu reclamei.
- Ué... Só estou reproduzindo o que a música diz, amigo! – a negra saiu andando e me deixou plantado no chão, com a maior cara de idiota. Ela só podia ser louca!
Acordei depois das 14 horas do sábado. A festa à fantasia da amiga da Jana
foi tão boa, mas tão boa que eu bebi além da conta e isso foi suficiente para
me deixar caído na cama até altas horas daquele 1º de novembro de 2.008.
Eu não bebi o suficiente pra dar vexame, mas tinha tantas bebidas gostosas, tanta comida boa, que eu me esbaldei e nem pensei nos prejuízos.
Prejuízos esses que foram uma bela dor de cabeça e uma baita de uma ressaca. Acordei zonzo, com muita sede e com muita vontade de ficar o resto do dia na cama. Eu nem sei porque bebi tanto naquela festa.
Mas o mesmo tanto que bebi foi o tanto que me diverti. A minha fantasia fez sucesso e ver a Janaína sambando, requebrando no funk com aquela fantasia de freira foi simplesmente impagável.
A Alexia foi um caso à parte. Ela fez sucesso, mas foi entre os machos de plantão. Perdi as contas de quantos caras ela pegou na noite. É claro que eu não fiquei com ninguém.
Passei o resto do sábado na cama. Depois de um bom analgésico, a minha dor de cabeça diminuiu e eu senti uma vonrade enorme de sair de novo de casa.
Foi automático: lembrei do convite que o Bruno fez. Era naquela noite que ele ia comemorar o aniversário. Será que eu deveria ir?
Começou a batalha interna. Meu coração dizendo que sim, minha razão dizendo que não.
Não sei dizer quanto tempo essa briga durou, só sei que no meio dela eu levantei, tomei banho, troquei de roupa e saí de casa.
Fiz tudo isso sem perceber direito o que estava fazendo. Quando fui me dar conta de verdade do que eu estava fazendo, eu já estava dentro de um ônibus seguindo para Copacabana.
Parecia que eu estava sob transe. Eu fiz tudo meio que sem pensar, meio que sem perceber. Eu só tive certeza da minha insanidade quando cheguei ao barzinho onde ele ia comemorar o aniversário.
- Você é louco, Caio Monteiro – falei para mim mesmo.
Parei na entrada e fiquei olhando para a mesa onde ele estava. Como estava incrivelmente lindo...
Bruno estava usando uma camiseta cor-de-rosa colada ao corpo, ele estava com os cabelos em estilo moicano e tinha a face incrivelmente serena e bonita.
Fiquei parado por um tempo, só olhando pro rosto dele e só aí a minha razão falou mais alto.
- Não – balancei a cabeça negativamente. – Eu não posso fazer isso!
Eu queria ir embora, mas as minhas pernas não me obedeciam. Ao mesmo tempo que eu queria sair correndo para a minha casa, eu também queria sair correndo para onde ele estava.
Eu queria beijá-lo novamente... Queria sentir outra vez aquele perfume embriagante... Queria sentir o toque daquelas mãos sedosas... Queria sentir o corpo dele junto ao meu...
Mas eu não podia. Aquilo era parte do passado. Eu não podia fazer nada daquilo até mesmo porque eu estava namorando de novo e estava namorando justamente o “primo” do Bruno. O Murilo não merecia ser traído...
Precisei ser notado para criar coragem para ir embora. O Bruno me encarou com aqueles olhos azuis e mais uma vez ficou com os lábios entreabertos. Quando os nossos olhos cruzaram, eu virei e saí correndo para o ponto de ônibus. Eu não deveria ter saído de casa, não deveria!
Corri o mais rápido que pude, mas ele foi atrás de mim. Por várias vezes eu ouvi o Bruno gritando o meu nome e não sei como ele conseguiu me alcançar.
Aliás, eu sei sim. Eu sei porquê ele me alcançou... Ele me alcançou porque as minhas pernas falharam. Ele me alcançou porque eu não corri tão rápido como eu queria correr. Ele me alcançou porque o meu coração deu um jeito de fazer as minhas pernas ficarem lentas...
- Ei... – o meu ex segurou na minha mão e respirou fundo. – Espea aí...
- É melhor... Eu ir embora... – falei sem olhar no rosto dele.
- Ir embora? Mas você nem chegou ainda...
- Mas eu não deveria nem ter vindo...
- Ei... – dessa vez Bruno segurou o meu queixo e ergueu o meu rosto. – Por que não para de ser bobo e vem passar o meu aniversário comigo, hein?
- Porque eu não posso! – falei.
- Pode sim. Só não pode como você veio até aqui...
- Não deveria ter vindo, não deveria ter vindo!
- Se veio é porque quer conversar comigo, não é?
- Não – menti.
- Não minta pra si mesmo, Caio! Confessa... Confessa que você quer conversar comigo... Confessa que você quer... Ficar comigo!
Eu não bebi o suficiente pra dar vexame, mas tinha tantas bebidas gostosas, tanta comida boa, que eu me esbaldei e nem pensei nos prejuízos.
Prejuízos esses que foram uma bela dor de cabeça e uma baita de uma ressaca. Acordei zonzo, com muita sede e com muita vontade de ficar o resto do dia na cama. Eu nem sei porque bebi tanto naquela festa.
Mas o mesmo tanto que bebi foi o tanto que me diverti. A minha fantasia fez sucesso e ver a Janaína sambando, requebrando no funk com aquela fantasia de freira foi simplesmente impagável.
A Alexia foi um caso à parte. Ela fez sucesso, mas foi entre os machos de plantão. Perdi as contas de quantos caras ela pegou na noite. É claro que eu não fiquei com ninguém.
Passei o resto do sábado na cama. Depois de um bom analgésico, a minha dor de cabeça diminuiu e eu senti uma vonrade enorme de sair de novo de casa.
Foi automático: lembrei do convite que o Bruno fez. Era naquela noite que ele ia comemorar o aniversário. Será que eu deveria ir?
Começou a batalha interna. Meu coração dizendo que sim, minha razão dizendo que não.
Não sei dizer quanto tempo essa briga durou, só sei que no meio dela eu levantei, tomei banho, troquei de roupa e saí de casa.
Fiz tudo isso sem perceber direito o que estava fazendo. Quando fui me dar conta de verdade do que eu estava fazendo, eu já estava dentro de um ônibus seguindo para Copacabana.
Parecia que eu estava sob transe. Eu fiz tudo meio que sem pensar, meio que sem perceber. Eu só tive certeza da minha insanidade quando cheguei ao barzinho onde ele ia comemorar o aniversário.
- Você é louco, Caio Monteiro – falei para mim mesmo.
Parei na entrada e fiquei olhando para a mesa onde ele estava. Como estava incrivelmente lindo...
Bruno estava usando uma camiseta cor-de-rosa colada ao corpo, ele estava com os cabelos em estilo moicano e tinha a face incrivelmente serena e bonita.
Fiquei parado por um tempo, só olhando pro rosto dele e só aí a minha razão falou mais alto.
- Não – balancei a cabeça negativamente. – Eu não posso fazer isso!
Eu queria ir embora, mas as minhas pernas não me obedeciam. Ao mesmo tempo que eu queria sair correndo para a minha casa, eu também queria sair correndo para onde ele estava.
Eu queria beijá-lo novamente... Queria sentir outra vez aquele perfume embriagante... Queria sentir o toque daquelas mãos sedosas... Queria sentir o corpo dele junto ao meu...
Mas eu não podia. Aquilo era parte do passado. Eu não podia fazer nada daquilo até mesmo porque eu estava namorando de novo e estava namorando justamente o “primo” do Bruno. O Murilo não merecia ser traído...
Precisei ser notado para criar coragem para ir embora. O Bruno me encarou com aqueles olhos azuis e mais uma vez ficou com os lábios entreabertos. Quando os nossos olhos cruzaram, eu virei e saí correndo para o ponto de ônibus. Eu não deveria ter saído de casa, não deveria!
Corri o mais rápido que pude, mas ele foi atrás de mim. Por várias vezes eu ouvi o Bruno gritando o meu nome e não sei como ele conseguiu me alcançar.
Aliás, eu sei sim. Eu sei porquê ele me alcançou... Ele me alcançou porque as minhas pernas falharam. Ele me alcançou porque eu não corri tão rápido como eu queria correr. Ele me alcançou porque o meu coração deu um jeito de fazer as minhas pernas ficarem lentas...
- Ei... – o meu ex segurou na minha mão e respirou fundo. – Espea aí...
- É melhor... Eu ir embora... – falei sem olhar no rosto dele.
- Ir embora? Mas você nem chegou ainda...
- Mas eu não deveria nem ter vindo...
- Ei... – dessa vez Bruno segurou o meu queixo e ergueu o meu rosto. – Por que não para de ser bobo e vem passar o meu aniversário comigo, hein?
- Porque eu não posso! – falei.
- Pode sim. Só não pode como você veio até aqui...
- Não deveria ter vindo, não deveria ter vindo!
- Se veio é porque quer conversar comigo, não é?
- Não – menti.
- Não minta pra si mesmo, Caio! Confessa... Confessa que você quer conversar comigo... Confessa que você quer... Ficar comigo!
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