E
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ra a minha vez.
A luz do refletor me iluminou e eu me vi no telão no palco. Assim como aconteceu com o Rodrigo, meus amigos fizeram uma algazarra na plateia e os aplausos me deixaram mais nervoso ainda.
Eu levantei e a moça que orientava a nossa descida me encorajou. Eu comecei a andar até a escada e quando cheguei nela, tomei o máximo de cuidado possível para não tropeçar e nem cair.
Desci sem olhar pro chão e andei com o tronco ereto e a cabeça erguida. Tentei manter uma face serena, mas não sei se obtive sucesso na minha tentativa.
Caminhei sem olhar pros lados pelo meio dos convidados e assim que passei pelos meus amigos, os aplausos se intensificaram ainda mais. Um flash me deixou com a visão turva.
Eu subi as escadas pro palco e caminhei até o centro dele. O cara sorriu, entregou o meu diploma, eu o peguei e nesse momento senti um peso de 15 milhões de toneladas a menos nas minhas costas. Eu estava com o diploma em mãos, depois de 2 anos de luta.
Cumprimentei o velho e sorrindo, eu olhei para os meus amigos. O Bruno estava sorrindo e me aplaudia sem parar. Ele tirou uma foto minha.
- Parabéns.
- Obrigado.
Pronto. Estava feito. Eu voltei a andar e desci pela outra escada para enfim voltar ao meu lugar. Tinha dado tudo certo, tudo certo!!! No mesmo momento em que eu coloquei os meus pés no chão, o cara anunciou o nome do outro Caio e assim, a iluminação e as câmeras saíram de cima de mim.
Olhei para eles. Todos riam e a Dona Inês chorava feito uma doida. O Bruno quis sair de onde estava para vir até mim, mas eu não esperei e continuei o meu percurso. Tinha dado tudo certo!
Graças a Deus, eu tinha conseguido! Depois de 2 anos de luta, depois de 2 anos de muitas batalhas, de muitas provações, depois de 2 anos de noites mal-dormidas, de noites de estudo, de noites e noites fazendo trabalhos, enfim o meu diploma estava nas minhas mãos.
Era sim a realização de um sonho, era sim a concretização de um objetivo. E eu devia tudo isso ao Rodrigo. Tudo aquilo estava acontecendo graças ao Rodrigo, graças ao meu amigo, ao meu irmão.
Se ele não tivesse me inscrito no ProUni, eu não teria dado nunca o primeiro passo e provavelmente eu não estaria vivendo tudo aquilo. O que seria de mim sem aquele garoto, hein?
E eu passei na frente da turma dele e nós nos olhamos. Sorrindo, eu ergui o meu diploma e ele fez o mesmo gesto. Nós estávamos formados, enfim formados.
É claro que a cerimônia ia continuar. Eu voltei pro meu lugar e, muito mais leve, acompanhei a performance dos outros formandos.
- Marcela Silva!!!
Era a ex-namorada do meu melhor amigo e ela estava simplesmente linda. A maquiagem estava mais do que perfeita e o cabelo incrivelmente arrumado. O que será que o Rodrigo e a família estariam pensando naquele momento? E a Larissa? Provavelmente ela sabia que a Marcela era ex de seu namorado...
Resolvi não pensar em mais nada e continuei curtindo a minha própria felicidade. Sim, eu estava feliz. Muito feliz. Só eu e Deus sabíamos o que de fato eu tinha passado pra conseguir aquele diploma e ele era motivo de muita felicidade, mas também de muito orgulho.
Orgulho que com certeza estava sendo compartilhado por todos que me cercavam. Eles também sabiam que não havia sido fácil, mas nem sequer imaginavam tudo o que eu tive que viver para conseguir alcançar aquele dia...
Aquele era um momento de glória para mim. Nada nem ninguém seria capaz de diminuir a felicidade que eu estava sentindo, nem mesmo a falta que a minha família estava me fazendo.
Falta essa que foi sim substituída por todos os outros. Melhor do que ter uma família de sangue que a gente não pode escolher, é ter uma família que não é de sangue, mas que a gente pode escolher.
E eu sabia que todos estavam muito felizes por mim. Principalmente o Bruno e o Rodrigo, as duas pessoas que eu mais amava em todo o mundo, depois de mim mesmo, é claro.
Bruno por ser meu namorado, por ser minha alma gêmea, poderia estar até mais feliz que o Rodrigo, mas este também deveria estar. Ele e eu passamos 2 anos juntos naquela universidade e 2 anos não eram 2 dias, nem 2 meses...
Foi tudo muito difícil, tudo muito complicado... Mas tinha dado tudo certo. E eu estava muito feliz. Era tanta felicidade que eu tinha vontade de rir à toa!
Acompanhei todo o resto da cerimônia. Depois que todos os alunos pegaram seus diplomas e depois de mais algumas apresentações, discursos, felicitações e todos aqueles trâmites que são realizados em festas de formatura, enfim nós fomos liberados para a festa. E eu saí quase que correndo para encontrar com o meu melhor amigo.
- Caio! – ele me agarrou ainda nos camarotes.
- Rodrigo!
- Eu nem acredito, eu nem acredito...
- Nem eu, mano! Deu certo, deu certo!
- Estamos formados!
- Estamos formados!
Demos risada juntos e depois eu dei um beijo na bochecha dele. Que felicidade deliciosa, meu Deus...
- Vamos descer? – ele perguntou.
- Sim, vamos sim. Eu quero muito ver o Bruno.
- E eu a minha mãe!
Seguimos com os demais para o local onde iríamos ficar pelo resto da noite. Era um salão simplesmente imenso, com muitas, muitas, muitas mesas e com música extremamente animada. Nós só entramos quando todos os convidados já estavam presentes.
E fomos simplesmente ovacionados quando eles nos viram. O primeiro a me abraçar é claro que foi o meu namorado, né?
- Eu estou tão orgulhoso de você, tão orgulhoso!
- Obrigado, meu amor.
- Como você estava lindo, amor... Você está lindo! Ai, eu vou chorar...
- Não chora, seu bobo – eu dei risada.
- Que vontade de te beijar, meu...
- Aqui não pode...
- Estou tão feliz por você, tão feliz, Caio!
- Eu também estou feliz, mas estou mais feliz ainda por você estar aqui ao meu lado.
- Parabéns, parabéns, parabéns, parabéns...
- Obrigado, meu anjo. Obrigado por tudo, por estar comigo nesse momento, por fazer parte da minha vida...
- Eu é que agradeço por me deixar fazer parte desse momento e por me deixar fazer parte da sua vida. Eu nem sei o que seria de mim sem você!
- Eu é que não sei o que seria de mim sem você, Bruno. Me desculpa por ter perdido tanto tempo sem você, amor...
Sempre que rolava oportunidade eu me desculpava por todas as minhas mancadas. Mesmo que se passassem cem anos, eu continuaria me desculpando com o Bruno...
- Eu te amo! – ele beijou meu rosto.
- Eu também te amo!
- Ei, deixa um pouquinho pra mim também – Víctor cutucou meu namorado.
- Sai pra lá que ele é meu! – Bruno me abraçou com mais força ainda.
- Deixa eu abraçar meu amigo, amor – dei risada.
- Eu vou deixar, mas só porque ele pediu, hein? – o menino dos olhos azuis se afastou de mim e o Víctor me agarrou.
- Não vou falar muito não, vou me limitar a dizer: PARABÉNS!
- Se você queria me deixar surdo, você quase conseguiu.
- Que Deus te abençoe muito na sua profissão, amigo. Eu estou orgulhoso de você, sabia?
- Muito obrigado, amigo. Eu estou feliz demais por você fazer parte desse momento. Obrigado por ter vindo.
Depois dele, quem me abraçou foi Dona Elvira. Ela se prolongou nas felicitações e no abraço:
- Que orgulho desse menino, meu Deus. Que orgulho desse menino!
Nesse momento eu chorei.
- Chegou aqui tão mirradinho, com uma carinha triste, carinha de sofrimento, tão carente... E olha no que ele se tornou. Graças a Deus, meu Pai. Obrigada por abençoar a vida desse anjo... Desse anjo que não merece tanto sofrimento!
- Ah, Dona Elvira...
- Me coloco agora no lugar da cobra de sua mãe e te abençoo. Te desejo minhas felicidades, meus votos de paz, de sucesso na sua vida! Deus vai continuar te abençoando muito e nunca se esqueça que Nossa Senhora está sempre contigo, sempre! Sempre, sempre, sempre!
- Eu sei que Ela está!
- Seja muito feliz, muito feliz, meu filho. Você merece! Que todo esse sofrimento se vá de uma vez por todas e que daqui pra frente seja só felicidade. Você ainda tem muitos frutos pra colher na sua vida, esse é só o primeiro de todos que vêm pela frente. Que maravilha, que maravilha!
- Muito obrigado por ser tão boa comigo, por gostar tanto de mim!
- Eu gosto de você desde que te vi naquela tarde de agosto, Caio. Como estava triste, como estava carente, abandonado... Deus te colocou na minha vida pra preencher o espaço de um filho que eu não tive!
- E a senhora para preencher o espaço que a minha mãe deixou.
- Sempre estarei ao seu lado, meu filho! Sempre!
- Obrigado, muito obrigado. A senhora é muito especial na minha vida. Nunca se esqueça disso. Eu sempre serei grato por tudo o que a senhora fez por mim, por toda a ajuda que me deu quando precisei.
- Eu fiz de coração, você sabe disso.
- Agora eu é que falo: que Deus abençoe esse coração tão generoso que a senhora tem, Dona Elvira. Abençoada seja a senhora!
- Amém, filho. Amém. Parabéns!
- Obrigado, mãe. Muito obrigado.
Janaína quase deu um chute no traseiro da Dona Elvira. Ela me agarrou e ficou pulando comigo. Ela só fez rir, rir, rir e rir mais um pouco. Eu ri junto dela.
- Você é uma pulga? – indaguei.
- Um canguru – ela continuou rindo.
- To fincando bêbado!
Ela gritou um parabéns tão alto e demorado que acho que estou surdo até os dias de hoje!
- Obrigado, louca da minha vida, mas agora você pode parar de pular?
A chata que tanto amo simplesmente me deu uma porrada e disse:
- É assim que você me trata? Eu aqui na boa vontade, super feliz por você e você fica me pedindo pra te soltar? Nunca mais olhe na minha cara, condenado! Depois dessa eu vou até ali trocar ideia com o Bruno que ganho mais. Ah, francamente!
Janaína saiu e me deixou rindo. Depois foi o Vinícius:
- Parabéns, hein? Muita sorte na sua profissão e eu estou orgulhoso de você, molequinho.
- Obrigado, titio!
- Titio é o cacete! – Vinícius deu risada. – Lembra quando você chegou?
- Claro que eu me lembro – nos afastamos.
- Tão novinho, mas ao mesmo tempo tão determinado, tão forte. Essa sua força te trouxe até aqui. Eu sou seu fã, de verdade. Você poderia ter feito de tudo pra desistir, mas não desistiu. Você é um guerreiro.
- Deixa eu abraçar esse guerreiro também – Fabrício apareceu e me puxou pra um abraço. – Parabéns, meu querido amigo!
- Obrigado, Fabrício.
- Eu sei que é chover no molhado, mas eu também estou orgulhoso de você, viu? Realmente você teve tudo pra desistir, mas seguiu em frente. Você é um guerreiro mesmo!
- Obrigado, meninos. Eu devo muito do meu sucesso à vocês. Gosto de vocês como dois irmãos, nunca esqueçam disso.
- Você sempre será meu irmãozinho mais novo, pivete – Vinícius deu um tapinha no meu rosto.
- Também te considero parte da minha família, você sabe, né? – Fabrício coçou a nuca.
- Obrigado, papai. Vocês são muito importantes pra mim, de verdade. Obrigado por estarem aqui!
Os outros também me cumprimentaram, me parabenizaram, até que chegou a hora da Dona Inês. Ela estava com os olhos muito inchados e vermelhos. A maquiagem já estava toda borrada e ela já estava um pouco descabelada.
- Parabéns, meu filho!
- Obrigado, Dona Inês.
- Saiba que eu estou muito feliz por você e pelo Rodrigo terem se formado no mesmo dia, viu? Eu faço muito gosto da amizade de vocês e quero que ela perdure pra sempre, porque você já é como se fosse nosso filho e eu falo isso de todo o coração!
- Nem sei como te agradecer, de verdade. Eu amo demais o seu filho, ele está mesmo no lugar do meu irmão e é claro que a nossa amizade vai perdurar pra sempre, pelo menos no que depender de mim. O Rodrigo é um anjo de Deus na minha vida, pode acreditar. Se não fosse por ele, eu não estaria aqui agora e a senhora sabe muito bem disso.
- Se não fosse por você ele também não estaria aqui agora e é por isso que eu te amo tanto, por você ter salvo a vida dele como salvou naquela época. Mesmo que se passem mil anos, eu nunca conseguirei agradecer o suficiente por tudo o que você fez pelo Rodrigo, Caio.
- Faço das suas palavras as minhas. Nem daqui a 10 vidas eu conseguirei agradecer tudo o que ele fez por mim. E o que a senhora faz também. Todo o apoio, todo o incentivo, as palavras doces, as broncas quando necessário... Obrigado por tudo!
- Conte comigo, com meu marido, com o Rodrigo e com toda a nossa família para sempre, Caio. Nós nunca te esqueceremos, viu?
- Eu também nunca os esquecerei.
- Parabéns, querido. Você estava lindo.
- Muito obrigado. A senhora está linda nesse modelito preto.
Demos risada e enfim eu pude me sentar, ao lado do outro formando. Tudo saiu melhor do que eu pensava. As pessoas, a cerimônia em si e tudo mais foi realmente muito bonito e perfeito. Eu não poderia estar mais feliz do que estava.
E no meio da noite a Marcela apareceu perto da gente. Ela pediu para falar com a Dona Inês e eu acabei ouvindo a conversa das duas.
- Eu sinto muito, viu? – a mulher falou.
- Obrigada, Dona Inês. Eu sinto muito também e espero que não tenha ficado magoada comigo por eu ter terminado o namoro com ele.
- No começo eu fiquei sim, mas depois daquele dia que nós conversamos por telefone eu entendi os seus motivos e concordei com você. Realmente vocês não iriam vingar.
- Pois é. Já passou. Ele já está em outra, eu também e assim a gente segue as nossas vidas. Será que eu poderia falar com ele?
- Acho que sim. Filho? Vem cá! Boa sorte na sua vida, querida.
- Obrigada, Dona Inês. Muito obrigada.
- Oi? – ele chegou.
- Posso falar com você rapidinho?
- Claro, Marcela.
Eles se afastaram e eu ouvi a Larissa bufar de raiva. É, ela sabia quem era a Marcela. O Rodrigo voltou rapidamente pra mesa e não falou sobre o que eles conversaram.
A luz do refletor me iluminou e eu me vi no telão no palco. Assim como aconteceu com o Rodrigo, meus amigos fizeram uma algazarra na plateia e os aplausos me deixaram mais nervoso ainda.
Eu levantei e a moça que orientava a nossa descida me encorajou. Eu comecei a andar até a escada e quando cheguei nela, tomei o máximo de cuidado possível para não tropeçar e nem cair.
Desci sem olhar pro chão e andei com o tronco ereto e a cabeça erguida. Tentei manter uma face serena, mas não sei se obtive sucesso na minha tentativa.
Caminhei sem olhar pros lados pelo meio dos convidados e assim que passei pelos meus amigos, os aplausos se intensificaram ainda mais. Um flash me deixou com a visão turva.
Eu subi as escadas pro palco e caminhei até o centro dele. O cara sorriu, entregou o meu diploma, eu o peguei e nesse momento senti um peso de 15 milhões de toneladas a menos nas minhas costas. Eu estava com o diploma em mãos, depois de 2 anos de luta.
Cumprimentei o velho e sorrindo, eu olhei para os meus amigos. O Bruno estava sorrindo e me aplaudia sem parar. Ele tirou uma foto minha.
- Parabéns.
- Obrigado.
Pronto. Estava feito. Eu voltei a andar e desci pela outra escada para enfim voltar ao meu lugar. Tinha dado tudo certo, tudo certo!!! No mesmo momento em que eu coloquei os meus pés no chão, o cara anunciou o nome do outro Caio e assim, a iluminação e as câmeras saíram de cima de mim.
Olhei para eles. Todos riam e a Dona Inês chorava feito uma doida. O Bruno quis sair de onde estava para vir até mim, mas eu não esperei e continuei o meu percurso. Tinha dado tudo certo!
Graças a Deus, eu tinha conseguido! Depois de 2 anos de luta, depois de 2 anos de muitas batalhas, de muitas provações, depois de 2 anos de noites mal-dormidas, de noites de estudo, de noites e noites fazendo trabalhos, enfim o meu diploma estava nas minhas mãos.
Era sim a realização de um sonho, era sim a concretização de um objetivo. E eu devia tudo isso ao Rodrigo. Tudo aquilo estava acontecendo graças ao Rodrigo, graças ao meu amigo, ao meu irmão.
Se ele não tivesse me inscrito no ProUni, eu não teria dado nunca o primeiro passo e provavelmente eu não estaria vivendo tudo aquilo. O que seria de mim sem aquele garoto, hein?
E eu passei na frente da turma dele e nós nos olhamos. Sorrindo, eu ergui o meu diploma e ele fez o mesmo gesto. Nós estávamos formados, enfim formados.
É claro que a cerimônia ia continuar. Eu voltei pro meu lugar e, muito mais leve, acompanhei a performance dos outros formandos.
- Marcela Silva!!!
Era a ex-namorada do meu melhor amigo e ela estava simplesmente linda. A maquiagem estava mais do que perfeita e o cabelo incrivelmente arrumado. O que será que o Rodrigo e a família estariam pensando naquele momento? E a Larissa? Provavelmente ela sabia que a Marcela era ex de seu namorado...
Resolvi não pensar em mais nada e continuei curtindo a minha própria felicidade. Sim, eu estava feliz. Muito feliz. Só eu e Deus sabíamos o que de fato eu tinha passado pra conseguir aquele diploma e ele era motivo de muita felicidade, mas também de muito orgulho.
Orgulho que com certeza estava sendo compartilhado por todos que me cercavam. Eles também sabiam que não havia sido fácil, mas nem sequer imaginavam tudo o que eu tive que viver para conseguir alcançar aquele dia...
Aquele era um momento de glória para mim. Nada nem ninguém seria capaz de diminuir a felicidade que eu estava sentindo, nem mesmo a falta que a minha família estava me fazendo.
Falta essa que foi sim substituída por todos os outros. Melhor do que ter uma família de sangue que a gente não pode escolher, é ter uma família que não é de sangue, mas que a gente pode escolher.
E eu sabia que todos estavam muito felizes por mim. Principalmente o Bruno e o Rodrigo, as duas pessoas que eu mais amava em todo o mundo, depois de mim mesmo, é claro.
Bruno por ser meu namorado, por ser minha alma gêmea, poderia estar até mais feliz que o Rodrigo, mas este também deveria estar. Ele e eu passamos 2 anos juntos naquela universidade e 2 anos não eram 2 dias, nem 2 meses...
Foi tudo muito difícil, tudo muito complicado... Mas tinha dado tudo certo. E eu estava muito feliz. Era tanta felicidade que eu tinha vontade de rir à toa!
Acompanhei todo o resto da cerimônia. Depois que todos os alunos pegaram seus diplomas e depois de mais algumas apresentações, discursos, felicitações e todos aqueles trâmites que são realizados em festas de formatura, enfim nós fomos liberados para a festa. E eu saí quase que correndo para encontrar com o meu melhor amigo.
- Caio! – ele me agarrou ainda nos camarotes.
- Rodrigo!
- Eu nem acredito, eu nem acredito...
- Nem eu, mano! Deu certo, deu certo!
- Estamos formados!
- Estamos formados!
Demos risada juntos e depois eu dei um beijo na bochecha dele. Que felicidade deliciosa, meu Deus...
- Vamos descer? – ele perguntou.
- Sim, vamos sim. Eu quero muito ver o Bruno.
- E eu a minha mãe!
Seguimos com os demais para o local onde iríamos ficar pelo resto da noite. Era um salão simplesmente imenso, com muitas, muitas, muitas mesas e com música extremamente animada. Nós só entramos quando todos os convidados já estavam presentes.
E fomos simplesmente ovacionados quando eles nos viram. O primeiro a me abraçar é claro que foi o meu namorado, né?
- Eu estou tão orgulhoso de você, tão orgulhoso!
- Obrigado, meu amor.
- Como você estava lindo, amor... Você está lindo! Ai, eu vou chorar...
- Não chora, seu bobo – eu dei risada.
- Que vontade de te beijar, meu...
- Aqui não pode...
- Estou tão feliz por você, tão feliz, Caio!
- Eu também estou feliz, mas estou mais feliz ainda por você estar aqui ao meu lado.
- Parabéns, parabéns, parabéns, parabéns...
- Obrigado, meu anjo. Obrigado por tudo, por estar comigo nesse momento, por fazer parte da minha vida...
- Eu é que agradeço por me deixar fazer parte desse momento e por me deixar fazer parte da sua vida. Eu nem sei o que seria de mim sem você!
- Eu é que não sei o que seria de mim sem você, Bruno. Me desculpa por ter perdido tanto tempo sem você, amor...
Sempre que rolava oportunidade eu me desculpava por todas as minhas mancadas. Mesmo que se passassem cem anos, eu continuaria me desculpando com o Bruno...
- Eu te amo! – ele beijou meu rosto.
- Eu também te amo!
- Ei, deixa um pouquinho pra mim também – Víctor cutucou meu namorado.
- Sai pra lá que ele é meu! – Bruno me abraçou com mais força ainda.
- Deixa eu abraçar meu amigo, amor – dei risada.
- Eu vou deixar, mas só porque ele pediu, hein? – o menino dos olhos azuis se afastou de mim e o Víctor me agarrou.
- Não vou falar muito não, vou me limitar a dizer: PARABÉNS!
- Se você queria me deixar surdo, você quase conseguiu.
- Que Deus te abençoe muito na sua profissão, amigo. Eu estou orgulhoso de você, sabia?
- Muito obrigado, amigo. Eu estou feliz demais por você fazer parte desse momento. Obrigado por ter vindo.
Depois dele, quem me abraçou foi Dona Elvira. Ela se prolongou nas felicitações e no abraço:
- Que orgulho desse menino, meu Deus. Que orgulho desse menino!
Nesse momento eu chorei.
- Chegou aqui tão mirradinho, com uma carinha triste, carinha de sofrimento, tão carente... E olha no que ele se tornou. Graças a Deus, meu Pai. Obrigada por abençoar a vida desse anjo... Desse anjo que não merece tanto sofrimento!
- Ah, Dona Elvira...
- Me coloco agora no lugar da cobra de sua mãe e te abençoo. Te desejo minhas felicidades, meus votos de paz, de sucesso na sua vida! Deus vai continuar te abençoando muito e nunca se esqueça que Nossa Senhora está sempre contigo, sempre! Sempre, sempre, sempre!
- Eu sei que Ela está!
- Seja muito feliz, muito feliz, meu filho. Você merece! Que todo esse sofrimento se vá de uma vez por todas e que daqui pra frente seja só felicidade. Você ainda tem muitos frutos pra colher na sua vida, esse é só o primeiro de todos que vêm pela frente. Que maravilha, que maravilha!
- Muito obrigado por ser tão boa comigo, por gostar tanto de mim!
- Eu gosto de você desde que te vi naquela tarde de agosto, Caio. Como estava triste, como estava carente, abandonado... Deus te colocou na minha vida pra preencher o espaço de um filho que eu não tive!
- E a senhora para preencher o espaço que a minha mãe deixou.
- Sempre estarei ao seu lado, meu filho! Sempre!
- Obrigado, muito obrigado. A senhora é muito especial na minha vida. Nunca se esqueça disso. Eu sempre serei grato por tudo o que a senhora fez por mim, por toda a ajuda que me deu quando precisei.
- Eu fiz de coração, você sabe disso.
- Agora eu é que falo: que Deus abençoe esse coração tão generoso que a senhora tem, Dona Elvira. Abençoada seja a senhora!
- Amém, filho. Amém. Parabéns!
- Obrigado, mãe. Muito obrigado.
Janaína quase deu um chute no traseiro da Dona Elvira. Ela me agarrou e ficou pulando comigo. Ela só fez rir, rir, rir e rir mais um pouco. Eu ri junto dela.
- Você é uma pulga? – indaguei.
- Um canguru – ela continuou rindo.
- To fincando bêbado!
Ela gritou um parabéns tão alto e demorado que acho que estou surdo até os dias de hoje!
- Obrigado, louca da minha vida, mas agora você pode parar de pular?
A chata que tanto amo simplesmente me deu uma porrada e disse:
- É assim que você me trata? Eu aqui na boa vontade, super feliz por você e você fica me pedindo pra te soltar? Nunca mais olhe na minha cara, condenado! Depois dessa eu vou até ali trocar ideia com o Bruno que ganho mais. Ah, francamente!
Janaína saiu e me deixou rindo. Depois foi o Vinícius:
- Parabéns, hein? Muita sorte na sua profissão e eu estou orgulhoso de você, molequinho.
- Obrigado, titio!
- Titio é o cacete! – Vinícius deu risada. – Lembra quando você chegou?
- Claro que eu me lembro – nos afastamos.
- Tão novinho, mas ao mesmo tempo tão determinado, tão forte. Essa sua força te trouxe até aqui. Eu sou seu fã, de verdade. Você poderia ter feito de tudo pra desistir, mas não desistiu. Você é um guerreiro.
- Deixa eu abraçar esse guerreiro também – Fabrício apareceu e me puxou pra um abraço. – Parabéns, meu querido amigo!
- Obrigado, Fabrício.
- Eu sei que é chover no molhado, mas eu também estou orgulhoso de você, viu? Realmente você teve tudo pra desistir, mas seguiu em frente. Você é um guerreiro mesmo!
- Obrigado, meninos. Eu devo muito do meu sucesso à vocês. Gosto de vocês como dois irmãos, nunca esqueçam disso.
- Você sempre será meu irmãozinho mais novo, pivete – Vinícius deu um tapinha no meu rosto.
- Também te considero parte da minha família, você sabe, né? – Fabrício coçou a nuca.
- Obrigado, papai. Vocês são muito importantes pra mim, de verdade. Obrigado por estarem aqui!
Os outros também me cumprimentaram, me parabenizaram, até que chegou a hora da Dona Inês. Ela estava com os olhos muito inchados e vermelhos. A maquiagem já estava toda borrada e ela já estava um pouco descabelada.
- Parabéns, meu filho!
- Obrigado, Dona Inês.
- Saiba que eu estou muito feliz por você e pelo Rodrigo terem se formado no mesmo dia, viu? Eu faço muito gosto da amizade de vocês e quero que ela perdure pra sempre, porque você já é como se fosse nosso filho e eu falo isso de todo o coração!
- Nem sei como te agradecer, de verdade. Eu amo demais o seu filho, ele está mesmo no lugar do meu irmão e é claro que a nossa amizade vai perdurar pra sempre, pelo menos no que depender de mim. O Rodrigo é um anjo de Deus na minha vida, pode acreditar. Se não fosse por ele, eu não estaria aqui agora e a senhora sabe muito bem disso.
- Se não fosse por você ele também não estaria aqui agora e é por isso que eu te amo tanto, por você ter salvo a vida dele como salvou naquela época. Mesmo que se passem mil anos, eu nunca conseguirei agradecer o suficiente por tudo o que você fez pelo Rodrigo, Caio.
- Faço das suas palavras as minhas. Nem daqui a 10 vidas eu conseguirei agradecer tudo o que ele fez por mim. E o que a senhora faz também. Todo o apoio, todo o incentivo, as palavras doces, as broncas quando necessário... Obrigado por tudo!
- Conte comigo, com meu marido, com o Rodrigo e com toda a nossa família para sempre, Caio. Nós nunca te esqueceremos, viu?
- Eu também nunca os esquecerei.
- Parabéns, querido. Você estava lindo.
- Muito obrigado. A senhora está linda nesse modelito preto.
Demos risada e enfim eu pude me sentar, ao lado do outro formando. Tudo saiu melhor do que eu pensava. As pessoas, a cerimônia em si e tudo mais foi realmente muito bonito e perfeito. Eu não poderia estar mais feliz do que estava.
E no meio da noite a Marcela apareceu perto da gente. Ela pediu para falar com a Dona Inês e eu acabei ouvindo a conversa das duas.
- Eu sinto muito, viu? – a mulher falou.
- Obrigada, Dona Inês. Eu sinto muito também e espero que não tenha ficado magoada comigo por eu ter terminado o namoro com ele.
- No começo eu fiquei sim, mas depois daquele dia que nós conversamos por telefone eu entendi os seus motivos e concordei com você. Realmente vocês não iriam vingar.
- Pois é. Já passou. Ele já está em outra, eu também e assim a gente segue as nossas vidas. Será que eu poderia falar com ele?
- Acho que sim. Filho? Vem cá! Boa sorte na sua vida, querida.
- Obrigada, Dona Inês. Muito obrigada.
- Oi? – ele chegou.
- Posso falar com você rapidinho?
- Claro, Marcela.
Eles se afastaram e eu ouvi a Larissa bufar de raiva. É, ela sabia quem era a Marcela. O Rodrigo voltou rapidamente pra mesa e não falou sobre o que eles conversaram.
Foi uma puta festa de arromba. Comemos
muito, bebemos muito, dançamos muito e rimos muito. A mais divertida de todas é
claro que foi a Janaína, que se esbaldou na pista até não querer mais.
- Isso daqui é muito divertido – ela gargalhou. – Requebra esse quadril, bicha quaquá!
- Bicha quaquá não – fiquei ofendido. – Não avacalha!
A noitada acabou só depois das 5 horas da manhã. Quando eu não aguentei mais ficar naquele lugar, pedi para ir embora e a Dona Elvira acabou concordando comigo.
- Vamos mesmo que já está bem tarde.
- Nós vamos levá-la, não se preocupe – prometeu Bruno.
- Obrigada, querido.
- Víctor, nós já estamos indo – falei.
- Ah, beleza. Deixa eu só ir ao banheiro rapidinho?
- Claro.
Me despedi de todos, mas principalmente dos pais do Rodrigo. Eles iam viajar naquele dia mesmo.
- Espero vê-los em breve – falei.
- Nós também. Você está nos devendo uma visita, hein? – lembrou-me o patriarca.
- Eu prometo que vou quando possível, nem que seja em um final de semana prolongado ou quando eu pegar umas folguinhas na loja.
- Vá sim, nós estamos aguardando – a matriarca completou. – Meus parabéns novamente.
- Obrigado, muito obrigado.
- Todos aqui? – perguntou Bruno.
- Uhum – eu respondi.
- Então vamos embora!
- Caio? – Víctor me chamou.
- Hum? – eu murmurei, já com os olhos fechados.
- Você já tirou a carta?
- Já falei que não.
- Ah, é!
- Lesado.
Dona Elvira deu risada. Mesmo sendo idosa, a velhota estava toda animada e não aparentava estar com sono.
Ela foi a primeira que nós deixamos em casa. Quando chegamos na casa da amiga dela, eu desci do carro e fiquei mais de 20 minutos conversando com a mesma.
- Prometo que vou visitá-la assim que possível – falei.
- Pois eu vou cobrar. Agora que fiz aquele tal de e-mail vai ficar mais fácil da gente se comunicar.
- A senhora verá que sim. Me ligue sempre que possível, está bem?
- Digo a mesma coisa. E juízo nessa cabecinha. Não é porque você está formado que você vai deixar de estudar, hein?
- Não, não. Eu faço inglês e se der tudo certo no ano que vem faço a minha pós-graduação.
- Isso mesmo. Não esqueça de mim!
- Jamais! Boa viagem de volta e obrigado por ter vindo, Dona Elvira.
- Imagina que eu ia perder essa formatura. Estou muito orgulhosa de você, filho.
- Obrigado, Dona Elvira. Boa viagem.
- Obrigada! Fique com Deus. Tchau, meninos. Foi um prazer conhecê-los. Estou esperando você na minha casa, hein Bruno?
- Tudo bem, Dona Elvira. Combinarei com o Caio e nós iremos sim, pode deixar. Prazer conhecer a senhora.
- Prazer foi todo meu. Bom dia!
Depois deixamos os meninos, mas não me despedi deles porque eles ainda não iam viajar. Ainda ia demorar alguns dias.
- Amanhã depois que eu sair do trabalho eu encontro vocês aqui, beleza?
- Combinado – falou Víctor. – Bom dia, gestor de recursos humanos.
- Bom dia – eu dei risada.
- Cadê o seu diploma?
- Aqui – eu tirei de dentro da manga da minha beca.
- Vai colocar onde?
- Não sei ainda. Em um escritório quando eu tiver um, um dia.
- Homem de negócios – ele deu risada.
- Agora eu sou. Nem acredito que me formei, amor.
- Pois acredite: você se formou – Bruno reduziu a velocidade e entrou em um posto de gasolina.
- Vai completar? – perguntei.
- Isso.
- Deixa que eu pago, tá?
- Não precisa...
- Precisa sim! E não se fala mais nisso.
Bruno pediu para o frentista completar o tanque e eu paguei a conta. O menino tinha andado todos aqueles dias pra cima e pra baixo pra buscar um, levar o outro e eu não ia deixar ele pagar tudo sozinho, né? Seria covardia da minha parte.
- Obrigado, amor.
- Por nada, meu lindo – bocejei.
- Está cansadinho, né?
- Muito. Eu dancei demais.
- Dançou mesmo. E vem cá, quando as fotos e a gravação ficam prontas?
- Deram 60 dias.
- Vai comprar?
- Depende de quanto for. Você tirou boas fotos, não tirou?
- Uhum,
- Então acho que não. Pra mim as suas fotos já estão válidas.
- Vai colocar na internet?
- Não.
- Não?
- Não! Não quero que meu irmão veja.
- Por que não?
- Sei lá! Algo me diz para eu não postar.
- Sendo assim, não poste então.
Quando chegamos no apê, a primeira coisa que fiz foi tirar aquela roupa horrorosa e depois tomar um banho. Ele entrou no banheiro, foi até onde eu estava e começou a me beijar ali mesmo.
- Meu gestor de RH!
- Meu arquiteto.
Na manhã daquele domingo, as coisas aconteceram em um ritmo lento, mas repleto de emoção. Bruno e eu fizemos amor no banheiro, na sala e no quarto. Foi uma manhã perfeita, incrível e de extrema felicidade. Eu nunca seria – nem serei – capaz de esquecer todo aquele dia do mês de março de 2.010.
- Isso daqui é muito divertido – ela gargalhou. – Requebra esse quadril, bicha quaquá!
- Bicha quaquá não – fiquei ofendido. – Não avacalha!
A noitada acabou só depois das 5 horas da manhã. Quando eu não aguentei mais ficar naquele lugar, pedi para ir embora e a Dona Elvira acabou concordando comigo.
- Vamos mesmo que já está bem tarde.
- Nós vamos levá-la, não se preocupe – prometeu Bruno.
- Obrigada, querido.
- Víctor, nós já estamos indo – falei.
- Ah, beleza. Deixa eu só ir ao banheiro rapidinho?
- Claro.
Me despedi de todos, mas principalmente dos pais do Rodrigo. Eles iam viajar naquele dia mesmo.
- Espero vê-los em breve – falei.
- Nós também. Você está nos devendo uma visita, hein? – lembrou-me o patriarca.
- Eu prometo que vou quando possível, nem que seja em um final de semana prolongado ou quando eu pegar umas folguinhas na loja.
- Vá sim, nós estamos aguardando – a matriarca completou. – Meus parabéns novamente.
- Obrigado, muito obrigado.
- Todos aqui? – perguntou Bruno.
- Uhum – eu respondi.
- Então vamos embora!
- Caio? – Víctor me chamou.
- Hum? – eu murmurei, já com os olhos fechados.
- Você já tirou a carta?
- Já falei que não.
- Ah, é!
- Lesado.
Dona Elvira deu risada. Mesmo sendo idosa, a velhota estava toda animada e não aparentava estar com sono.
Ela foi a primeira que nós deixamos em casa. Quando chegamos na casa da amiga dela, eu desci do carro e fiquei mais de 20 minutos conversando com a mesma.
- Prometo que vou visitá-la assim que possível – falei.
- Pois eu vou cobrar. Agora que fiz aquele tal de e-mail vai ficar mais fácil da gente se comunicar.
- A senhora verá que sim. Me ligue sempre que possível, está bem?
- Digo a mesma coisa. E juízo nessa cabecinha. Não é porque você está formado que você vai deixar de estudar, hein?
- Não, não. Eu faço inglês e se der tudo certo no ano que vem faço a minha pós-graduação.
- Isso mesmo. Não esqueça de mim!
- Jamais! Boa viagem de volta e obrigado por ter vindo, Dona Elvira.
- Imagina que eu ia perder essa formatura. Estou muito orgulhosa de você, filho.
- Obrigado, Dona Elvira. Boa viagem.
- Obrigada! Fique com Deus. Tchau, meninos. Foi um prazer conhecê-los. Estou esperando você na minha casa, hein Bruno?
- Tudo bem, Dona Elvira. Combinarei com o Caio e nós iremos sim, pode deixar. Prazer conhecer a senhora.
- Prazer foi todo meu. Bom dia!
Depois deixamos os meninos, mas não me despedi deles porque eles ainda não iam viajar. Ainda ia demorar alguns dias.
- Amanhã depois que eu sair do trabalho eu encontro vocês aqui, beleza?
- Combinado – falou Víctor. – Bom dia, gestor de recursos humanos.
- Bom dia – eu dei risada.
- Cadê o seu diploma?
- Aqui – eu tirei de dentro da manga da minha beca.
- Vai colocar onde?
- Não sei ainda. Em um escritório quando eu tiver um, um dia.
- Homem de negócios – ele deu risada.
- Agora eu sou. Nem acredito que me formei, amor.
- Pois acredite: você se formou – Bruno reduziu a velocidade e entrou em um posto de gasolina.
- Vai completar? – perguntei.
- Isso.
- Deixa que eu pago, tá?
- Não precisa...
- Precisa sim! E não se fala mais nisso.
Bruno pediu para o frentista completar o tanque e eu paguei a conta. O menino tinha andado todos aqueles dias pra cima e pra baixo pra buscar um, levar o outro e eu não ia deixar ele pagar tudo sozinho, né? Seria covardia da minha parte.
- Obrigado, amor.
- Por nada, meu lindo – bocejei.
- Está cansadinho, né?
- Muito. Eu dancei demais.
- Dançou mesmo. E vem cá, quando as fotos e a gravação ficam prontas?
- Deram 60 dias.
- Vai comprar?
- Depende de quanto for. Você tirou boas fotos, não tirou?
- Uhum,
- Então acho que não. Pra mim as suas fotos já estão válidas.
- Vai colocar na internet?
- Não.
- Não?
- Não! Não quero que meu irmão veja.
- Por que não?
- Sei lá! Algo me diz para eu não postar.
- Sendo assim, não poste então.
Quando chegamos no apê, a primeira coisa que fiz foi tirar aquela roupa horrorosa e depois tomar um banho. Ele entrou no banheiro, foi até onde eu estava e começou a me beijar ali mesmo.
- Meu gestor de RH!
- Meu arquiteto.
Na manhã daquele domingo, as coisas aconteceram em um ritmo lento, mas repleto de emoção. Bruno e eu fizemos amor no banheiro, na sala e no quarto. Foi uma manhã perfeita, incrível e de extrema felicidade. Eu nunca seria – nem serei – capaz de esquecer todo aquele dia do mês de março de 2.010.
Cheguei na loja e fui logo dando
satisfação para os meus gerentes de como havia sido a minha formatura.
- Você ficou lindo, hein? – Eduarda me elogiou. – Parabéns.
- Obrigado, chefa.
- É parabéns. Venceu mais esse obstáculo – Jonas apertou a minha mão.
- Obrigado, chefe.
- Agora aguenta esse menino, agora aguenta – Janaína riu, me abraçou e me beijou.
- Palhaça!
- Já estava com saudades de você aqui na loja.
- Eu também estava. Isso daqui sem a Alexia fica tão esquisito, não fica?
- Pois é! – Janaína concordou comigo.
- E vocês têm notícia dela? – perguntou Eduarda.
- Não – eu respondi.
- Falei com ela hoje cedo e disse que está tudo bem. Ela está indo ao médico todos os dias para acompanhar os últimos dias de gravidez.
- E quando você sai, hein chefa? – indaguei.
- Hoje é meu último dia. Já estou sentindo algumas contrações. A Dani está querendo conhecer o mundo, né filha?
A barriga da Eduarda estava imensa. Ela realmente estava no fim da gestação e precisava se afastar o quanto antes. Eu só queria saber o que seria da loja sem ela.
Já no final do expediente, a grávida foi se despedir de mim e eu fiquei triste, afinal só iria vê-la dali 5 meses, mas ela merecia aquele descanso.
- Curte bastante a sua neném, viu?
- Pode deixar. Quando eu vier trazer algum documento da minha licença eu a trago pra você conhecê-la.
- Traz sim, eu vou adorar. E boa sorte na hora do parto.
- Obrigada, Caio. Boa sorte aqui, viu?
- Obrigado! Beijo, Duda.
- Beijo, querido. Fica com Deus.
- Amém. Você também.
Aquela segunda-feira foi bem movimentada no quesito clientes e no quesito novidades. Ainda naquele dia, pouco depois da saída da Eduarda, o Kléber foi falar comigo e anunciou que acabara de pedir demissão.
- Por que você fez isso? – estranhei.
- É que saiu o meu estágio. Eu já vou me formar na faculdade agora no meio do ano e preciso estagiar. Por isso eu estou saindo.
- Ah, entendi. Que pena!
- A gente se vê em casa, tchau.
- Até mais então e boa sorte.
Foi uma novidade atrás da outra. Pouco depois da saída do Kléber, o Jonas reuniu toda a sua equipe e disse que ainda naquela semana começaria o processo seletivo para escolha do novo gerente da filial e disse que todos os interessados poderiam se inscrever na vaga.
- Para se inscrever é só mandar um currículo por e-mail para mim com cópia para o Tácio. Nós selecionaremos todos os que desejam a vaga e à partir daí o RH fará os trâmites com processo interno. Entendido?
- Quanto é o salário? – um dos vendedores indagou.
- Isso só será passado pelo pessoal do RH, não posso informar.
- E aí, vai se inscrever? – perguntou Janaína.
- Não e você?
- Também não. Eu estou tranquila com relação a isso. Deixa eu aqui na linha branca que ganho mais.
- É isso aí!
- Você ficou lindo, hein? – Eduarda me elogiou. – Parabéns.
- Obrigado, chefa.
- É parabéns. Venceu mais esse obstáculo – Jonas apertou a minha mão.
- Obrigado, chefe.
- Agora aguenta esse menino, agora aguenta – Janaína riu, me abraçou e me beijou.
- Palhaça!
- Já estava com saudades de você aqui na loja.
- Eu também estava. Isso daqui sem a Alexia fica tão esquisito, não fica?
- Pois é! – Janaína concordou comigo.
- E vocês têm notícia dela? – perguntou Eduarda.
- Não – eu respondi.
- Falei com ela hoje cedo e disse que está tudo bem. Ela está indo ao médico todos os dias para acompanhar os últimos dias de gravidez.
- E quando você sai, hein chefa? – indaguei.
- Hoje é meu último dia. Já estou sentindo algumas contrações. A Dani está querendo conhecer o mundo, né filha?
A barriga da Eduarda estava imensa. Ela realmente estava no fim da gestação e precisava se afastar o quanto antes. Eu só queria saber o que seria da loja sem ela.
Já no final do expediente, a grávida foi se despedir de mim e eu fiquei triste, afinal só iria vê-la dali 5 meses, mas ela merecia aquele descanso.
- Curte bastante a sua neném, viu?
- Pode deixar. Quando eu vier trazer algum documento da minha licença eu a trago pra você conhecê-la.
- Traz sim, eu vou adorar. E boa sorte na hora do parto.
- Obrigada, Caio. Boa sorte aqui, viu?
- Obrigado! Beijo, Duda.
- Beijo, querido. Fica com Deus.
- Amém. Você também.
Aquela segunda-feira foi bem movimentada no quesito clientes e no quesito novidades. Ainda naquele dia, pouco depois da saída da Eduarda, o Kléber foi falar comigo e anunciou que acabara de pedir demissão.
- Por que você fez isso? – estranhei.
- É que saiu o meu estágio. Eu já vou me formar na faculdade agora no meio do ano e preciso estagiar. Por isso eu estou saindo.
- Ah, entendi. Que pena!
- A gente se vê em casa, tchau.
- Até mais então e boa sorte.
Foi uma novidade atrás da outra. Pouco depois da saída do Kléber, o Jonas reuniu toda a sua equipe e disse que ainda naquela semana começaria o processo seletivo para escolha do novo gerente da filial e disse que todos os interessados poderiam se inscrever na vaga.
- Para se inscrever é só mandar um currículo por e-mail para mim com cópia para o Tácio. Nós selecionaremos todos os que desejam a vaga e à partir daí o RH fará os trâmites com processo interno. Entendido?
- Quanto é o salário? – um dos vendedores indagou.
- Isso só será passado pelo pessoal do RH, não posso informar.
- E aí, vai se inscrever? – perguntou Janaína.
- Não e você?
- Também não. Eu estou tranquila com relação a isso. Deixa eu aqui na linha branca que ganho mais.
- É isso aí!
- Não vai comigo por qual motivo? –
perguntou o meu gerente.
- Porque eu vou encontrar com uns amigos lá em Copacabana.
- Ah, entendi. Então bom divertimento.
- Obrigado, patrão.
Encontrei com o Víctor quando já estava perto da meia noite. Ele queria porque queria ir a praia e eu acabei topando, mesmo sabendo que não teria ninguém por lá naquele horário.
- Vamos sentar aqui pra ver o mar – propôs o namorado do meu amigo.
- Daqui a pouco eu tenho que ir embora – falei. – Já está tarde!
- Para de ser chato, Caio. Eu fico 10 mil anos sem te ver e agora você quer ir?
- Já passa da meia noite, você percebeu?
- Relaxa. Ainda está cedo.
Mas nós conversamos tanto que eu perdi a noção da hora e com isso, perdi também o último ônibus para a minha casa. Eu fiquei louco sem saber o que fazer.
- Vou ter que ir de táxi e a culpa é sua – bati no braço do meu amigo.
- Chato!
- Só venho te ver agora se for de manhã, antes do trabalho.
- Chato!
- Que dia vocês vão mesmo?
- No domingo.
- Ah, ainda vai ter tempo pra gente se curtir mais um pouco. Enfim, deixa eu ir. Até a próxima, se cuidem.
- Você também!
Pedi parada pro táxi e entrei. Solicitei que o moço me levasse até o Realengo e para a minha sorte, ele estava indo justamente pro meu bairro.
- Deixa por R$ 10,00 – falou o motorista. – Eu já ia embora mesmo. Sua corrida veio de brinde hoje.
Era a segunda vez que isso acontecia comigo. Eu estava adorando aquela história de sempre encontrar motoristas que moravam no meu bairro.
- Poxa, muito obrigado! Boa noite.
- Boa noite.
O Rodrigo estava me esperando na sala. Quando cheguei, ele foi me abraçar e não escondeu a felicidade que ainda estava sentindo:
- Eu estou tão feliz!
- Eu também – confessei. – A sua ficha já caiu?
- Está caindo aos poucos e a sua?
- A minha também. Nem dá pra acreditar direito.
- É! Foi tão bom...
- Foi maravilhoso!
Nosso papo não demorou muito mais tempo. Eu precisava urgentemente de um banho e da minha cama. Infelizmente a cama era de solteiro e o Bruno não estava ao meu lado, mas era o que tinha para aquela noite.
Já no final de semana, meu namorado, meus amigos
e eu nos reunimos, uma vez que o Víctor e o Rian já iam embora no dia seguinte.- Porque eu vou encontrar com uns amigos lá em Copacabana.
- Ah, entendi. Então bom divertimento.
- Obrigado, patrão.
Encontrei com o Víctor quando já estava perto da meia noite. Ele queria porque queria ir a praia e eu acabei topando, mesmo sabendo que não teria ninguém por lá naquele horário.
- Vamos sentar aqui pra ver o mar – propôs o namorado do meu amigo.
- Daqui a pouco eu tenho que ir embora – falei. – Já está tarde!
- Para de ser chato, Caio. Eu fico 10 mil anos sem te ver e agora você quer ir?
- Já passa da meia noite, você percebeu?
- Relaxa. Ainda está cedo.
Mas nós conversamos tanto que eu perdi a noção da hora e com isso, perdi também o último ônibus para a minha casa. Eu fiquei louco sem saber o que fazer.
- Vou ter que ir de táxi e a culpa é sua – bati no braço do meu amigo.
- Chato!
- Só venho te ver agora se for de manhã, antes do trabalho.
- Chato!
- Que dia vocês vão mesmo?
- No domingo.
- Ah, ainda vai ter tempo pra gente se curtir mais um pouco. Enfim, deixa eu ir. Até a próxima, se cuidem.
- Você também!
Pedi parada pro táxi e entrei. Solicitei que o moço me levasse até o Realengo e para a minha sorte, ele estava indo justamente pro meu bairro.
- Deixa por R$ 10,00 – falou o motorista. – Eu já ia embora mesmo. Sua corrida veio de brinde hoje.
Era a segunda vez que isso acontecia comigo. Eu estava adorando aquela história de sempre encontrar motoristas que moravam no meu bairro.
- Poxa, muito obrigado! Boa noite.
- Boa noite.
O Rodrigo estava me esperando na sala. Quando cheguei, ele foi me abraçar e não escondeu a felicidade que ainda estava sentindo:
- Eu estou tão feliz!
- Eu também – confessei. – A sua ficha já caiu?
- Está caindo aos poucos e a sua?
- A minha também. Nem dá pra acreditar direito.
- É! Foi tão bom...
- Foi maravilhoso!
Nosso papo não demorou muito mais tempo. Eu precisava urgentemente de um banho e da minha cama. Infelizmente a cama era de solteiro e o Bruno não estava ao meu lado, mas era o que tinha para aquela noite.
- Recuperado da emoção da formatura? – perguntou Víctor.
- Totalmente. Foi muito bom.
- E você estava pra lá de lindo – meu namorado me abraçou e beijou meu rosto.
- Vocês dois são tão bonitinhos juntos – Rian deu risada.
- Obrigado – eu fiquei todo sem graça.
- É que a gente se ama muito, né? – ele beijou de novo o meu rosto.
- Muito, muito, muito!
- Vamos pra onde? – sondou Víctor.
- Eu queria subir a Pedra da Gávea – falei. – Da outra vez que tentei fazer isso eu não consegui.
Depois de uns 5 minutos de discussão sobre o assunto, todos toparam. Eu cheguei a convidar os meus amigos da república, mas nenhum quis ir com a gente.
- Vou sair com a Larissa – explicou Rodrigo.
- Use camisinha.
Victor me olhou com cara de curioso. O Bruno não estava por perto, por isso eu pude falar sem restrições com meu postiço paranaense/carioca.
- Eu vou usar – ele deu risada.
- Então tá bom. Beijo, fica com Deus.
- Outro. Juízo, hein?
- Sempre.
- Por que você pediu pra ele usar camisinha? Você é a mãe dele por acaso?
- Não. Víctor. Mas sou o irmão de consideração então me dou ao direito de falar o que eu quiser com ele. Entende?
- Você gosta mais dele do que de mim, né?
- Não, seu ciumento – dei um soco no tórax do garoto. – Eu gosto dos dois da mesma forma. Se você fosse hétero, eu também falaria a mesma coisa.
- Falaria, é?
- Uhum. O Rodrigo já teve a infelicidade de perder um filho. Ele engravidou uma ex-namorada e ela perdeu o bebê. Eu não quero que ele passe pelo mesmo sofrimento novamente.
- Ah, entendi. Isso é tenso.
- Estou pronto – meu namorado apareceu, com a roupa totalmente modificada.
- Meu gatinho... – suspirei.
- Deixem pra namorar depois, eu quero sair – Rian pulou do sofá.
- É, deixem pra namorar depois – concordou meu amigo. – Vamos sair que amanhã nós temos que ir embora. Eu quero aproveitar ao máximo o meu último dia.
- Vocês precisam vir mais vezes – falei.
- Com o trabalho fica difícil, amigo. Eu tive que brigar por vários dias com meu pai pra ele me liberar uma semana.
- Hum. E vem cá, quando o senhor vai fazer faculdade?
- Ano que vem eu acho. Eu ainda não decidi o que vou fazer, mas provavelmente vai ser Administração.
- Clichê – falei.
- Pelo menos eu vou seguir a profissão do meu pai. Esse é o sonho dele, sabe?
- Posso imaginar.
Nós não saímos de carro. A nossa intenção era ficar na Pedra da Gávea até o amanhecer, para acompanharmos o pôr e o nascer do sol.
Naquele dia deu tudo certo, mas passando por aquele trajeto, foi impossível não pensar na Marcela e no Rodrigo. Se a gravidez tivesse ido adiante, o neném estaria nascendo por aquela época, juntamente com o da Alexia e a da Duda.
- Pensando? – a voz do Bruno entrou na minha mente.
- É. Se a gravidez da ex do Rodrigo tivesse vingado, o bebê estaria nascendo por esses dias.
- Melhor não pensar nisso.
- Você tem razão. Como faz pra subir nessa pedra?
- Eu te ajudo, meu amor.
Meu coração vibrou de felicidade. Como era bom estar ao lado dele. Como era bom ter o amor, o carinho daquele homem maravilhoso.
- Trouxeram câmera? – perguntei.
- Claro – respondeu Víctor.
Foi difícil chegar no topo, mas quando isso aconteceu eu me senti realizado. A vista que nós estávamos tendo era simplesmente maravilhosa.
- Essa é a minha cidade – meu namorado suspirou.
- Ela é linda demais!
- Muito linda – concordou Víctor.
- É um paraíso! – exclamou Rian.
Havia mais algumas pessoas lá com a gente, mas não muitas. Pelo jeito seria bem tranquilo ficar ali naquela noite. Será que ia dar pra fazer alguma coisa?
O pôr do sol foi simplesmente maravilhoso. A medida que o sol foi caindo, o céu foi ficando meio alaranjado e o contraste dessa cor com o mar azul deixou a paisagem lindíssima.
- Vamos tirar uma foto? – ele perguntou.
- Uhum.
Viramos de costas pra poder pegar o céu, mas não pegamos o mar. Eu abracei meu príncipe, nós sorrimos e ele bateu a selfie. Ficou boa.
- Tira uma do mar agora – falei.
Víctor e Rian também estavam nas fotos. Só depois de muito tempo nós quatro nos reunimos para tirarmos uma fotografia juntos.
- Será que a gente aguenta ficar aqui até amanhã de manhã? – meu amigo suspirou e sentou no chão.
- Fácil – respondi. – Não seja molenga.
- Alguém quer uma bala? – meu namorado perguntou.
- Eu quero – falei.
- Então vem pegar – ele colocou a bala na boca.
- Ah, sem graça! – fiz bico.
- Vem buscar, vem?
- Agora não dá, né?
Nós não estávamos sozinhos. Havia alguns casais hétero por perto e eu não sabia como eles reagiriam se eu beijasse o Bruno.
Só que mais tarde o beijo foi possível. Após algumas horas, todos eles desceram e nós quatro enfim ficamos sozinhos.
- Agora eu posso pegar a bala – virei o rosto dele pra mim.
- Mas agora ela já acabou.
- É? Eu nem ligo!
Nos beijamos e os meninos riram, mas depois de segundos eu ouvi o barulho dos beijos deles.
- Eu te amo! – falei.
- Eu é que te amo!
Mais uma vez discutimos a esse respeito, até o Víctor ficar estressado:
- Ai que coisa mais chata – ele bufou. – Vocês se amam e pronto!
- Não se mete? Que coisa!
- Não dá vontade de pular? – Rian conversou com o namorado.
- Claro que dá. Vai lá, eu te dou todo o apoio moral, uhul!
Foi a minha vez de rir. Como o Víctor era medroso!
- Bruno e eu vamos pular de paraquedas e vamos voar de asa delta, tá a fim?
- Deus me “potreja” na hora do meio dia! – ele exclamou e caiu deitado. – É ruim, hein?
- Medroso – gargalhei.
- Pode me chamar do que quiser, mas eu não faria essas coisas por nada. Talvez só por muito dinheiro.
- Aí a figura muda, né?
- Certeza. AI!
- Que foi, gato? – Rian deitou ao lado do namorado.
- Me morderam aqui no pescoço!
Deveria ser alguma formiga. Eu nem liguei pra crise do meu amigo e voltei a beijar o meu namorado. Nós nos beijamos por muito, muito tempo.
- Fiquei excitado – ele falou no meu ouvido.
- Ficou, é? – coloquei a mão no colo dele e apertei. – Delícia! – fiquei com a boca cheia d’água.
- Será que dá?
- Não! Não teria coragem.
- E se a gente se afastar um pouco?
Engoli em seco. Seria bom, mas eu estava receoso...
- Mais tarde a gente vê, tá?
- Uhum.
- O que tanto cochicham aí? – Víctor me cutucou.
- E é da sua conta, bicha curiosa?
- Me respeita, hein bicha maldita?
- Olha a briga! – Bruno riu.
- Ele que é curioso, amor.
- Sou mesmo!
- E ainda reconhece! Que audácia!
- Vamos deitar um pouco? – perguntou Bruno.
- E as formigas? – indaguei.
Ele abriu a mochila e tirou duas toalhas de banho pra gente forrar no chão. Meu namorado pensou em tudo!
- E eu morrendo com as “picaduras” das formigas? – Víctor chocou-se.
- Com a picadura, amigo? – dei risada.
- É! Picadura mesmo, doeu viu?
- Não aguenta uma picadura, Víctor? – Bruno também riu.
- Depende da picadura, Bruno. Se for uma pica dura mesmo eu aguento, mas uma picadura de insetos não! Diz que tem toalha pra gente também, diz?
- Claro que tem – ele jogou os panos em cima dos dois.
- Te amo, garoto!
- Como é que é, meu filho? – bati no braço dele com força.
- Eu amo seu namorado, sério. Ele pensou em mim e no meu sofrimento. Deus te abençoe, Bruno.
Meu namorado só ria, ria e ria. O Víctor estava um palhaço naquela noite de sábado.
- Agora é só esperar o dia amanhecer – Rian abraçou o namorado.
- Falta pouquinhas horas. Só umas 10 – Víctor bufou.
- Para de ser reclamão? Se não quiser esperar vai embora – falei.
- Me expulsando de um lugar público, Caio?
- Quem manda ser reclamão?
Não discutimos mais. Ele beijou o namorado, eu beijei o meu e nós ficamos lá, sem fazer nada e sem falar mais nada. A noite passaria devagar mesmo.
- Olha as estrelas – ele falou.
- Estou olhando – respondi.
- Eu fiz um pedido.
- Que pedido?
- Que a gente não se separe nunca mais!
Fiquei sério e olhei pro céu. Isso me lembrou a nossa viagem pra Fortaleza. Eu também tinha feito um pedido para as estrelas.
- A gente não vai mais se separar – entrelacei meus dedos aos dele. – Nunca mais.
- Nunca mais!
Começou a esfriar e eu puxei meu príncipe para um abraço um pouco mais apertado. Ele deitou a cabeça no meu peito e eu fiquei olhando pro céu, contemplando a lua e as estrelas sem ter nenhuma preocupação.
- Nós vamos passar frio nessa madrugada – falou Víctor.
- Pois é.
- Tem um cobertor aí, Bruno? – meu amigo questionou.
- Não – meu príncipe respondeu.
- Me lasquei todinho.
- Aqui faz tanto calor que eu vou gostar de sentir frio como sentia em Sampa.
- Pois eu fujo do frio e quando chego aqui me encontro com ele.
- Para de ser reclamão!
Víctor e Rian começaram a se beijar e eu fiquei com vontade de fazer o mesmo. Por isso, puxei a cabeça do Bruno e dei um selinho em seus lábios.
- Quer?
- Óbvio – murmurei.
Ele foi mais além do que os meninos e subiu no meu corpo. Eu coloquei a minha mão em seus cabelos e a outra deslizei por suas costas, até chegar na cintura.
- Não vão transar aqui do nosso lado não, né? – Víctor me cutucou. Continuei beijando meu namorado. – Ei? Falei com você!
- Vontade não me falta – confessei.
- Ui... – ouvi a voz do Rian.
- Me dá uma bala? – pedi.
- Espera aí – ele saiu, deitou ao meu lado e foi a minha vez de subir em seu corpo. Eu nem me importei com a presença dos meninos ao meu lado.
- Vem pegar – Bruno colocou a bala na boca.
- É isso mesmo que eu queria!
Brincamos com a bala até ela acabar e não paramos mais com os beijos. O mesmo aconteceu com os outros dois.
- Desce um pouco, amor? – ele pediu.
Coitadinho. Eu já estava em cima dele há horas, ele precisava descansar. Caí na toalha e ele pulou por cima, pra gente continuar com os amassos.
Senti que a minha cueca já estava ficando molhada, tamanha era a minha lubrificação. Será que daria pra rolar pelo menos um oral?
Bruno ficou pressionando o quadril contra o meu corpo e eu pude sentir a sua excitação. Isso só aumentou ainda mais a minha vontade de ficar mais à vontade com meu namorado.
- Para, amor – era o Víctor.
O que será que eles estavam fazendo? Eu preferi não olhar, mas desconfiei que era algo além dos vários beijos que eles já haviam trocado.
Deixei as coisas rolarem naturalmente. Se tivesse que acontecer, iria acontecer. Mas se fosse pra rolar na frente dos meus amigos, eu com certeza iria ficar todo travado.
- A gente já volta – Víctor anunciou e depois levantou.
- Onde vocês vão?
- Já voltamos, já voltamos.
- Deixa – ele mordeu meus lábios.
Foi a nossa oportunidade. Assim que eles saíram de perto, Bruno voltou a me tocar e aí sim colocou meu negócio pra fora e começou a chupar.
- Hum... – gemi baixinho.
Eu peguei a toalha que estava ao meu lado e ergui ao lado do meu corpo, para que ninguém visse o que o Bruno estava fazendo.
Estava muito escuro, mas eu preferi não arriscar. Vai que os meninos estivessem olhando... Eu morreria de vergonha!
Eu estava tão excitado, com tanto tesão que não demorei muito pra gozar. Bruno engoliu tudo e depois me beijou. Foi um beijo salgado.
- Eu te amo – ele falou.
- Eu é que te amo. Deixa eu fazer o mesmo?
- Tem certeza?
- Lógico!
Invertemos os papeis. Assim como eu fiz, ele também fez e ergueu a toalha ao redor do seu corpo. Chupei meu namorado sem parar, até sentir o leitinho dele na minha boca. Também engoli tudo e depois fui beijá-lo. Só sossegamos depois do prazer.
- Até a bala acabar – ele falou.
Trocamos a bala de boca várias e várias vezes e foi muito saboroso aquele beijo com gosto de “Halls” de morango. Era refrescante a ao mesmo tempo serviu para limpar as nossas bocas.
- Voltamos – Víctor sentou ao meu lado. – Me dá uma bala, Bruno?
- Pega aí – ele passou o pacotinho pro meu amigo.
- Valeu!
- O que foram fazer, hein safadinhos? – brinquei.
- Sexo – respondeu Rian.
- Precisava falar? – Víctor ficou bravo.
- Como se a gente não soubesse – Bruno deu risada.
- Também fizeram, né?
- Uhum – respondi. – Foi bom pra você, amor?
- Foi maravilhoso e pra você?
- Pra mim foi mais que maravilhoso, foi perfeito.
- Quanta rasgação de seda. Vocês estão juntos há quanto tempo?
- Vai fazer 8 meses daqui uns dias.
- E ainda estão nessa melação toda? Logo isso acaba!
- Não vai acabar nunca, né Bruh?
- Nunca! A gente não vai deixar o namoro cair na rotina.
- Aposto que é a primeira vez que fazem sexo num local público – deduziu Rian.
- Aí é que você se engana – eu sorri e deitei no peito do Bruno.
- Já fizeram? E onde foi?
- Numa praia lá do Ceará. Bom demais!
- Você nem parece aquele adolescente tímido que não quis ficar comigo, Caio.
- Eu cresci, Víctor. Não tenho mais 16, 17 anos e não sou mais aquele idiotinha que foi expulso de casa.
- Percebi!
Os tempos eram outros. Eu não era mais tímido e era determinado. Havia um verdadeiro abismo entre o Caio que tinha 21 anos para o Caio dos 16.
Não falamos mais nada. O casal ao meu lado acabou pegando no sono e o mesmo aconteceu com o Bruno. Eu fui o único que ficou acordado, olhando para as estrelas do céu.
Eu não poderia querer felicidade maior que aquela. Talvez até pudesse existir, se eu tivesse o apoio e o amor da minha família, mas isso naquele momento era praticamente insignificante.
E tornou-se insignificante pela distância e pelo tempo que havia passado. O amor da minha família foi facilmente substituído pelo amor do Bruno e daqueles que me cercavam, então para que eu ficaria sofrendo por algo que eu não ia ter?
Era nisso que eu tinha que pensar. A vida foi feita para ser vivida em sua plenitude e se eu não tinha o amor dos meus pais e do meu irmão, eu tinha de várias outras pessoas que me aceitavam do jeito que eu era.
Eu já praticava esses pensamentos há um tempo, mas eu ia praticar ainda mais à partir daquele momento. Deixei Cauã, Edson e Fátima de lado. O meu presente e futuro tinha nome, sobrenome e um par de olhos azuis incrivelmente lindos. Era com ele que eu ia me preocupar.
Víctor e Rian começaram a se beijar e eu fiquei com vontade de fazer o mesmo. Por isso, puxei a cabeça do Bruno e dei um selinho em seus lábios.
- Quer?
- Óbvio – murmurei.
Ele foi mais além do que os meninos e subiu no meu corpo. Eu coloquei a minha mão em seus cabelos e a outra deslizei por suas costas, até chegar na cintura.
- Não vão transar aqui do nosso lado não, né? – Víctor me cutucou. Continuei beijando meu namorado. – Ei? Falei com você!
- Vontade não me falta – confessei.
- Ui... – ouvi a voz do Rian.
- Me dá uma bala? – pedi.
- Espera aí – ele saiu, deitou ao meu lado e foi a minha vez de subir em seu corpo. Eu nem me importei com a presença dos meninos ao meu lado.
- Vem pegar – Bruno colocou a bala na boca.
- É isso mesmo que eu queria!
Brincamos com a bala até ela acabar e não paramos mais com os beijos. O mesmo aconteceu com os outros dois.
- Desce um pouco, amor? – ele pediu.
Coitadinho. Eu já estava em cima dele há horas, ele precisava descansar. Caí na toalha e ele pulou por cima, pra gente continuar com os amassos.
Senti que a minha cueca já estava ficando molhada, tamanha era a minha lubrificação. Será que daria pra rolar pelo menos um oral?
Bruno ficou pressionando o quadril contra o meu corpo e eu pude sentir a sua excitação. Isso só aumentou ainda mais a minha vontade de ficar mais à vontade com meu namorado.
- Para, amor – era o Víctor.
O que será que eles estavam fazendo? Eu preferi não olhar, mas desconfiei que era algo além dos vários beijos que eles já haviam trocado.
Deixei as coisas rolarem naturalmente. Se tivesse que acontecer, iria acontecer. Mas se fosse pra rolar na frente dos meus amigos, eu com certeza iria ficar todo travado.
- A gente já volta – Víctor anunciou e depois levantou.
- Onde vocês vão?
- Já voltamos, já voltamos.
- Deixa – ele mordeu meus lábios.
Foi a nossa oportunidade. Assim que eles saíram de perto, Bruno voltou a me tocar e aí sim colocou meu negócio pra fora e começou a chupar.
- Hum... – gemi baixinho.
Eu peguei a toalha que estava ao meu lado e ergui ao lado do meu corpo, para que ninguém visse o que o Bruno estava fazendo.
Estava muito escuro, mas eu preferi não arriscar. Vai que os meninos estivessem olhando... Eu morreria de vergonha!
Eu estava tão excitado, com tanto tesão que não demorei muito pra gozar. Bruno engoliu tudo e depois me beijou. Foi um beijo salgado.
- Eu te amo – ele falou.
- Eu é que te amo. Deixa eu fazer o mesmo?
- Tem certeza?
- Lógico!
Invertemos os papeis. Assim como eu fiz, ele também fez e ergueu a toalha ao redor do seu corpo. Chupei meu namorado sem parar, até sentir o leitinho dele na minha boca. Também engoli tudo e depois fui beijá-lo. Só sossegamos depois do prazer.
- Até a bala acabar – ele falou.
Trocamos a bala de boca várias e várias vezes e foi muito saboroso aquele beijo com gosto de “Halls” de morango. Era refrescante a ao mesmo tempo serviu para limpar as nossas bocas.
- Voltamos – Víctor sentou ao meu lado. – Me dá uma bala, Bruno?
- Pega aí – ele passou o pacotinho pro meu amigo.
- Valeu!
- O que foram fazer, hein safadinhos? – brinquei.
- Sexo – respondeu Rian.
- Precisava falar? – Víctor ficou bravo.
- Como se a gente não soubesse – Bruno deu risada.
- Também fizeram, né?
- Uhum – respondi. – Foi bom pra você, amor?
- Foi maravilhoso e pra você?
- Pra mim foi mais que maravilhoso, foi perfeito.
- Quanta rasgação de seda. Vocês estão juntos há quanto tempo?
- Vai fazer 8 meses daqui uns dias.
- E ainda estão nessa melação toda? Logo isso acaba!
- Não vai acabar nunca, né Bruh?
- Nunca! A gente não vai deixar o namoro cair na rotina.
- Aposto que é a primeira vez que fazem sexo num local público – deduziu Rian.
- Aí é que você se engana – eu sorri e deitei no peito do Bruno.
- Já fizeram? E onde foi?
- Numa praia lá do Ceará. Bom demais!
- Você nem parece aquele adolescente tímido que não quis ficar comigo, Caio.
- Eu cresci, Víctor. Não tenho mais 16, 17 anos e não sou mais aquele idiotinha que foi expulso de casa.
- Percebi!
Os tempos eram outros. Eu não era mais tímido e era determinado. Havia um verdadeiro abismo entre o Caio que tinha 21 anos para o Caio dos 16.
Não falamos mais nada. O casal ao meu lado acabou pegando no sono e o mesmo aconteceu com o Bruno. Eu fui o único que ficou acordado, olhando para as estrelas do céu.
Eu não poderia querer felicidade maior que aquela. Talvez até pudesse existir, se eu tivesse o apoio e o amor da minha família, mas isso naquele momento era praticamente insignificante.
E tornou-se insignificante pela distância e pelo tempo que havia passado. O amor da minha família foi facilmente substituído pelo amor do Bruno e daqueles que me cercavam, então para que eu ficaria sofrendo por algo que eu não ia ter?
Era nisso que eu tinha que pensar. A vida foi feita para ser vivida em sua plenitude e se eu não tinha o amor dos meus pais e do meu irmão, eu tinha de várias outras pessoas que me aceitavam do jeito que eu era.
Eu já praticava esses pensamentos há um tempo, mas eu ia praticar ainda mais à partir daquele momento. Deixei Cauã, Edson e Fátima de lado. O meu presente e futuro tinha nome, sobrenome e um par de olhos azuis incrivelmente lindos. Era com ele que eu ia me preocupar.
Quando eu abri meus olhos, senti uma
dor insuportável em todo o meu corpo, mas principalmente no pescoço. Olhei pro
horizonte e percebi que este já estava mais claro que o resto do céu. Estava
amanhecendo.
- Amor? – acariciei o rostinho de anjo daquele príncipe, que ainda dormia profundamente. – Acorda, amor...
- Hum? – ele choramingou, bem baixinho e depois de muito eu chamá-lo.
- Já vai amanhecer, príncipe!
Bruno se mexeu e abriu os olhinhos. Eu amava ver o meu namorado acordando, porque ele ficava ainda mais lindo nesses momentos tão comuns no nosso dia-a-dia.
- Cadê a câmera? – ele coçou os olhos.
Entreguei a câmera pro meu fotógrafo amador particular e acordei os meninos. Eles não estavam dormindo juntos. Eu estranhei esse fato.
- Já acordei, já acordei – Víctor tirou a minha mão de cima de seu ombro.
Sentei e me espreguicei. Mexi e remexi o meu pescoço com muita suavidade e aos poucos a dor foi embora. Só ficou a dor das costas, mas ela também ia passar.
- Nossa, que lindo – Bruno preparou a câmera e bateu uma foto quando o sol começou a sair no horizonte.
- Preferi o pôr do sol – falei.
O céu não estava alaranjado. Aos poucos ele deixava de ser negro e ficava azul. Não foi tão bonito quanto eu imaginei.
- Juntem-se – pediu o garoto dos olhos azuis. – Vou tirar uma foto de vocês.
Me uni ao casal e ele bateu a foto. Depois nós trocamos os pares e por fim tiramos uma de nós quatro juntos, mas não ficou muito legal.
- Você cortou metade da minha cabeça – falou Víctor.
- Quem manda você ter um cabeção?
- Caio, você vai ficar viúvo, amigo!
- Coloque um dedo em cima dele e sinta-se morto, Víctor.
- Você viu? – Víctor puxou a manga da camiseta do namorado. – Estou sendo ameaçado, faz alguma coisa!
- Eu mesmo não! Quem mandou você ameaçar o Bruno? Agora aguenta!
- Você não vai ficar viúvo, Caio! Quem vai ficar sou eu!
Ele deu tapas e mais tapas no namorado, mas é claro que tudo não passou de brincadeira.
Nós só saímos da Pedra da Gávea quando o dia estava totalmente amanhecido. Apesar das péssimas condições lá em cima, apesar do chão duro, apesar do frio e do sereno, eu tive uma boa noite de sono. Não ia mais dormir quando chegasse no apartamento.
- O que farão agora? – perguntou meu namorado.
- Nós vamos tomar café, tomar banho e depois vamos ficar na praia e vocês?
- Podemos fazer o mesmo eu acho – falei. – O que acha, amor?
- Uma ótima ideia. Podemos jogar uma bolinha na praia, o que acham?
Era isso que a gente ia fazer. Bruno e eu fomos pro apartamento e Víctor e Rian pro hotel. Combinamos que iríamos nos encontrar às 9 horas na Praia da Barra. Eles ainda não tinham ido para aquelas bandas da zona oeste.
- Prefiro Copacabana – meu amigo confessou.
- Você e a torcida do Corinthians. Por falar nisso, como anda meu time?
- Você é corinthiano? – perguntou Rian.
- Sou! Por que? Algum problema? Se tiver fala logo que a gente resolve agora!
- Claro que não. Eu também sou! Agora eu gosto de você ainda mais, Caio.
- Víctor, pode casar eu libero. Se ele é corinthiano eu libero.
- Bem palhaço você, hein?
Rian me contou a quantas andava o nosso time naquela época, enquanto o Bruno e o Víctor prepararam a rede pra gente jogar vôlei.
- Nós vamos ganhar – provoquei.
- Essa eu pago pra ver – Víctor me olhou com ar desafiador.
- Amor? – acariciei o rostinho de anjo daquele príncipe, que ainda dormia profundamente. – Acorda, amor...
- Hum? – ele choramingou, bem baixinho e depois de muito eu chamá-lo.
- Já vai amanhecer, príncipe!
Bruno se mexeu e abriu os olhinhos. Eu amava ver o meu namorado acordando, porque ele ficava ainda mais lindo nesses momentos tão comuns no nosso dia-a-dia.
- Cadê a câmera? – ele coçou os olhos.
Entreguei a câmera pro meu fotógrafo amador particular e acordei os meninos. Eles não estavam dormindo juntos. Eu estranhei esse fato.
- Já acordei, já acordei – Víctor tirou a minha mão de cima de seu ombro.
Sentei e me espreguicei. Mexi e remexi o meu pescoço com muita suavidade e aos poucos a dor foi embora. Só ficou a dor das costas, mas ela também ia passar.
- Nossa, que lindo – Bruno preparou a câmera e bateu uma foto quando o sol começou a sair no horizonte.
- Preferi o pôr do sol – falei.
O céu não estava alaranjado. Aos poucos ele deixava de ser negro e ficava azul. Não foi tão bonito quanto eu imaginei.
- Juntem-se – pediu o garoto dos olhos azuis. – Vou tirar uma foto de vocês.
Me uni ao casal e ele bateu a foto. Depois nós trocamos os pares e por fim tiramos uma de nós quatro juntos, mas não ficou muito legal.
- Você cortou metade da minha cabeça – falou Víctor.
- Quem manda você ter um cabeção?
- Caio, você vai ficar viúvo, amigo!
- Coloque um dedo em cima dele e sinta-se morto, Víctor.
- Você viu? – Víctor puxou a manga da camiseta do namorado. – Estou sendo ameaçado, faz alguma coisa!
- Eu mesmo não! Quem mandou você ameaçar o Bruno? Agora aguenta!
- Você não vai ficar viúvo, Caio! Quem vai ficar sou eu!
Ele deu tapas e mais tapas no namorado, mas é claro que tudo não passou de brincadeira.
Nós só saímos da Pedra da Gávea quando o dia estava totalmente amanhecido. Apesar das péssimas condições lá em cima, apesar do chão duro, apesar do frio e do sereno, eu tive uma boa noite de sono. Não ia mais dormir quando chegasse no apartamento.
- O que farão agora? – perguntou meu namorado.
- Nós vamos tomar café, tomar banho e depois vamos ficar na praia e vocês?
- Podemos fazer o mesmo eu acho – falei. – O que acha, amor?
- Uma ótima ideia. Podemos jogar uma bolinha na praia, o que acham?
Era isso que a gente ia fazer. Bruno e eu fomos pro apartamento e Víctor e Rian pro hotel. Combinamos que iríamos nos encontrar às 9 horas na Praia da Barra. Eles ainda não tinham ido para aquelas bandas da zona oeste.
- Prefiro Copacabana – meu amigo confessou.
- Você e a torcida do Corinthians. Por falar nisso, como anda meu time?
- Você é corinthiano? – perguntou Rian.
- Sou! Por que? Algum problema? Se tiver fala logo que a gente resolve agora!
- Claro que não. Eu também sou! Agora eu gosto de você ainda mais, Caio.
- Víctor, pode casar eu libero. Se ele é corinthiano eu libero.
- Bem palhaço você, hein?
Rian me contou a quantas andava o nosso time naquela época, enquanto o Bruno e o Víctor prepararam a rede pra gente jogar vôlei.
- Nós vamos ganhar – provoquei.
- Essa eu pago pra ver – Víctor me olhou com ar desafiador.
- Não falei que a gente ia ganhar? –
abracei meu namorado.
- Não sabia que você jogava tão bem assim.
- Eu me viro. Você que joga bem.
- Você manda bem no saque, amor.
- Sempre gostei de vôlei.
- Eu também.
- Exijo uma revanche – Rian segurou na rede.
- Pois então vamos. Aposto que vocês vão perder de novo.
Ficamos jogando durante toda a manhã. Fizemos casal contra casal, depois invertemos os times e assim sucessivamente. Não sei dizer quem ganhou ou quem perdeu mais.
- Venham almoçar no meu apartamento, poxa.
- Não, Bruno... Não queremos incomodar...
- Não vão incomodar em nada – coloquei um ponto final no assunto. – Vocês vêm e ponto.
Eles foram e eu fiquei responsável pela comida. Fiz o meu tão conhecido macarrão com carne moída e todos aprovaram o meu rango.
- Não precisam puxar saco – dei risada.
- Então tá bom. Sendo assim eu falo a verdade: ficou horrível – Víctor brincou.
- Ficou tão horrível que você repetiu, né?
- Precisa jogar na cara não, meu.
- O que acha de fazer um bolo pra gente, hein? – Bruno me olhou.
- Está me achando com cara de Tia Anastácia, amor?
- Na verdade não. Você é branquelo demais pra ser a Tia Anastácia – ele sorriu.
Eu fiz o bolo. E os meninos só saíram de lá quando realmente não puderam mais retardar a volta pro hotel.
- A gente precisa ir mesmo – falou Rian.
- Está cedo – falei.
- Que nada. Se a gente não for, a gente perde o horário do voo.
- Eu levo vocês – Bruno se propôs.
Foi a maior discussão. Meu namorado queria levar, mas eles não queriam aceitar. Bruno acabou vencendo a briga.
- Não custa nada e de qualquer jeito eu ia levar o Caio pra casa... Não custa nada mesmo.
- Sendo assim – Víctor deu de ombros.
Enquanto eles conversavam, eu tomei meu banho, juntei as minhas coisas e me preparei pra voltar pra casa. No fim das contas tudo deu certo.
- É rapidinho. Uns 20 minutinhos só...
- Eu espero, fica tranquilo – Bruno sorriu.
- Tem nada da faculdade pra fazer não, amor?
- Não, Caio. Eu já antecipei tudo durante a semana.
- Ah, que bom. Quando você vai ter provas?
- Não sei ainda, mas acho que é agora em abril.
- Ah, sim.
Nós esperamos o casal por mais ou menos 20 minutos mesmo. Eles voltaram com as mochilas e o Bruno seguiu pro aeroporto.
- Já que você fez essa gentileza, deixa a gente pelo menos pagar a gasolina? – perguntou Rian.
- Não precisa! – Bruno negou-se a receber.
Mas essa foi a vez do casal vencer a briga. Eles insistiram tanto que o Bruno acabou topando. No fim das contas, tudo ficou equilibrado.
- Boa viagem de volta – eu abracei meu amigo. – E muito, muito obrigado por ter vindo.
- Por nada, amigo. Eu adorei ficar essa semana aqui com você, viu?
- Eu também! Se cuida, juízo, manda lembranças pros seus pais e pros nossos amigos e fala que um dia eu volto, se Deus quiser.
- Pode deixar. Se cuida você também e cuida bem desse príncipe que você tem, viu? Ele é muito fofo!
- Não é? – me derreti todinho.
- Sim. Você tirou a sorte grande. Cuida dele.
- Cuida do seu também. Ele é muito engraçadinho.
- Vou cuidar. Demorei muito pra encontrar um bofe como ele.
- Juízo, tá? Volta mais vezes, por favor.
- Farei o possível, eu prometo. A gente vai se falando pelo computador, tá?
- Uhum. Beijo, amigo. Fica com Deus!
- Amém, gatão. Você também.
- Prazer em te conhecer, garoto. Cuida bem do meu amigo, viu?
- Vou cuidar, Caio! Pode deixar – Rian me prometeu.
- Volte sempre que quiser.
- Obrigado pela receptividade. Foi um prazer te conhecer.
- Digo o mesmo. Boa viagem pra vocês.
- Obrigado!
- Não sabia que você jogava tão bem assim.
- Eu me viro. Você que joga bem.
- Você manda bem no saque, amor.
- Sempre gostei de vôlei.
- Eu também.
- Exijo uma revanche – Rian segurou na rede.
- Pois então vamos. Aposto que vocês vão perder de novo.
Ficamos jogando durante toda a manhã. Fizemos casal contra casal, depois invertemos os times e assim sucessivamente. Não sei dizer quem ganhou ou quem perdeu mais.
- Venham almoçar no meu apartamento, poxa.
- Não, Bruno... Não queremos incomodar...
- Não vão incomodar em nada – coloquei um ponto final no assunto. – Vocês vêm e ponto.
Eles foram e eu fiquei responsável pela comida. Fiz o meu tão conhecido macarrão com carne moída e todos aprovaram o meu rango.
- Não precisam puxar saco – dei risada.
- Então tá bom. Sendo assim eu falo a verdade: ficou horrível – Víctor brincou.
- Ficou tão horrível que você repetiu, né?
- Precisa jogar na cara não, meu.
- O que acha de fazer um bolo pra gente, hein? – Bruno me olhou.
- Está me achando com cara de Tia Anastácia, amor?
- Na verdade não. Você é branquelo demais pra ser a Tia Anastácia – ele sorriu.
Eu fiz o bolo. E os meninos só saíram de lá quando realmente não puderam mais retardar a volta pro hotel.
- A gente precisa ir mesmo – falou Rian.
- Está cedo – falei.
- Que nada. Se a gente não for, a gente perde o horário do voo.
- Eu levo vocês – Bruno se propôs.
Foi a maior discussão. Meu namorado queria levar, mas eles não queriam aceitar. Bruno acabou vencendo a briga.
- Não custa nada e de qualquer jeito eu ia levar o Caio pra casa... Não custa nada mesmo.
- Sendo assim – Víctor deu de ombros.
Enquanto eles conversavam, eu tomei meu banho, juntei as minhas coisas e me preparei pra voltar pra casa. No fim das contas tudo deu certo.
- É rapidinho. Uns 20 minutinhos só...
- Eu espero, fica tranquilo – Bruno sorriu.
- Tem nada da faculdade pra fazer não, amor?
- Não, Caio. Eu já antecipei tudo durante a semana.
- Ah, que bom. Quando você vai ter provas?
- Não sei ainda, mas acho que é agora em abril.
- Ah, sim.
Nós esperamos o casal por mais ou menos 20 minutos mesmo. Eles voltaram com as mochilas e o Bruno seguiu pro aeroporto.
- Já que você fez essa gentileza, deixa a gente pelo menos pagar a gasolina? – perguntou Rian.
- Não precisa! – Bruno negou-se a receber.
Mas essa foi a vez do casal vencer a briga. Eles insistiram tanto que o Bruno acabou topando. No fim das contas, tudo ficou equilibrado.
- Boa viagem de volta – eu abracei meu amigo. – E muito, muito obrigado por ter vindo.
- Por nada, amigo. Eu adorei ficar essa semana aqui com você, viu?
- Eu também! Se cuida, juízo, manda lembranças pros seus pais e pros nossos amigos e fala que um dia eu volto, se Deus quiser.
- Pode deixar. Se cuida você também e cuida bem desse príncipe que você tem, viu? Ele é muito fofo!
- Não é? – me derreti todinho.
- Sim. Você tirou a sorte grande. Cuida dele.
- Cuida do seu também. Ele é muito engraçadinho.
- Vou cuidar. Demorei muito pra encontrar um bofe como ele.
- Juízo, tá? Volta mais vezes, por favor.
- Farei o possível, eu prometo. A gente vai se falando pelo computador, tá?
- Uhum. Beijo, amigo. Fica com Deus!
- Amém, gatão. Você também.
- Prazer em te conhecer, garoto. Cuida bem do meu amigo, viu?
- Vou cuidar, Caio! Pode deixar – Rian me prometeu.
- Volte sempre que quiser.
- Obrigado pela receptividade. Foi um prazer te conhecer.
- Digo o mesmo. Boa viagem pra vocês.
- Obrigado!
NO DIA SEGUINTE...
- Obrigado pela carona, Jonas!
- De nada, Caio. Bom descanso.
- Pra ti também.
Só fiz colocar a mochila no chão e meu celular começou a tocar. Eu peguei o aparelho, olhei o identificador e me decepcionei quando percebi que não era o Bruno.
- Jana? – atendi.
- Amor?
- O que foi, princesa?
- Tenho uma novidade pra te contar!
- Que é? Ganhou na loteria?
- Nada disso. É algo muito melhor que isso.
Melhor que ganhar na loteria? O que seria?
- O que é então?
- A Alexia acabou de ganhar neném!!!
- De nada, Caio. Bom descanso.
- Pra ti também.
Só fiz colocar a mochila no chão e meu celular começou a tocar. Eu peguei o aparelho, olhei o identificador e me decepcionei quando percebi que não era o Bruno.
- Jana? – atendi.
- Amor?
- O que foi, princesa?
- Tenho uma novidade pra te contar!
- Que é? Ganhou na loteria?
- Nada disso. É algo muito melhor que isso.
Melhor que ganhar na loteria? O que seria?
- O que é então?
- A Alexia acabou de ganhar neném!!!

























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