quinta-feira, 12 de março de 2015

Capítulo 31 ²

C
aí sentado no vaso sanitário. Aquela frase ficou ecoando na minha cabeça. Eu não podia acreditar no que os meus ouvidos escutaram!

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Não, não podia ser verdade!!! Será que tudo aquilo realmente havia acontecido? Será que não era uma ilusão? Uma peça que o meu coração estava me pregando?
O Bruno e o Vítor estavam falando de mim! De mim! E pelo que parecia, tudo o que o Bruno falou pra mim era verdade!!!
Incrédulo. Era assim que eu me sentia. Era assim que eu estava. Meu coração batia acelerado, minhas pernas não respondiam e eu estava suando frio.
Nenhum dos dois sabia que eu estava ali naquele banheiro! E se eles não sabiam, então tudo o que o Bruno falou pra mim era verdade!
Ele realmente foi chantageado, coagido a sair do país pelo irmão mais velho e eu não estava acreditando nele!


Como eu era idiota! Como eu fui burro! Como eu fui ingênuo e até maldoso por não acreditar no que o meu ex-namorado tinha me contado!
Era verdade, meu Deus! Ele não estava mentindo! Como eu não pude perceber aquilo antes, como?!
Mas... E se fosse mentira?
Como seria mentira se ele estava falando com o Vítor sem saber que eu estava dentro daquela cabine?
Simples: eles poderiam ter me visto no shopping e fizeram todo aquele diálogo de propósito!
Será?! Será que era isso?! Será que na verdade tudo não passava de um truque?
Claro! Claro que era um truque! Como eu poderia cair naquela ladainha? O Bruno sempre fora mentiroso e não seria naquele momento que ele falaria a verdade!
Não, eu não podia acreditar que fosse uma farsa, que ele tivesse montado aquele diálogo só para eu acreditar que tudo aquilo era verdade!

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E por que eu não podia acreditar que aquela conversa foi forjada?! Claro que foi forjada! Com toda certeza do mundo o Bruno e o Vítor haviam me visto passeando pelo shopping, me seguiram e fizeram toda aquela ceninha pra me enganar, pra eu pensar que o falecido estava sendo sincero.
E se não fosse farsa? E se fosse verdade? Se ele estivesse falando o que realmente aconteceu desde o início?
Eu não tinha provas disso. Não tinha como saber se era verdade, ou se era mentira.
De fato, eu não tinha provas e infelizmente não tinha como saber o que era certo e o que era errado, mas como eu poderia descobrir se era farsa ou não?
O jeito seria esperar! O jeito seria dar tempo ao tempo e continuar cozinhando o Bruno em banho-maria até descobrir se ele estava sendo sincero comigo ou não!
Eu queria prova maior que aquela? Ele NÃO sabia que eu estava ali, meu Deus do céu!
SIM, ele sabia SIM! Qual que era a minha dificuldade em perceber a verdade? Qual era a minha dificuldade em perceber que havia alguma coisa por trás daquela conversinha fiada entre os melhores amigos?!
A mesma dificuldade que eu tinha para perceber que não havia conversa fiada coisíssima nenhuma e que eu estava perdendo o grande amor de minha vida por causa da minha teimosia!
Teimoso? Eu? Eu não era teimoso! Eu era esperto, isso sim. Eu percebi que tinha coisa errada naquela história e isso iria me salvar de um sofrimento maior no futuro!
Confuso era a palavra que me resumia naquele momento. Eu não sabia para onde ir, o que pensar, o que fazer e o que eu estava fazendo ali, sentado naquele vaso sanitário com as duas mãos na minha cabeça.
Talvez eu não fosse teimoso, mas sim louco. Eu dava ouvidos para duas vozes que brigavam dentro da minha cabeça. Eu só podia estar ficando maluco, definitivamente maluco!
Eu tinha é que ir pra minha casa! Os livros estavam à minha espera e eu não podia mais perder tempo com aquele assunto, não podia mesmo!
Foi assim que a minha razão venceu o meu coração naquele começo de noite de domingo. Era mentira. Era farsa. O Bruno e o Vítor me viram, me seguiram e falaram tudo aquilo pra me deixar confuso. Todavia, eles não iam conseguir o objetivo deles.
Eu não ia pensar mais naquela história. Ia focar nos estudos, nos meus amigos e no meu trabalho e deixaria tudo o que tivesse ligação com o falecido no passado. Era isso que eu ia fazer!
Eu não era idiota pra acreditar naquela historinha de chantagem e coação! Ainda existia muita coisa que não tinha sido explicada e muita coisa não se encaixava. Como aquilo poderia ser verdade?
E aquela história esquisita que o outro irmão do Bruno acabara com a vida dele? Sobre esse assunto ele não falava, não é? É por isso que eu achava o Bruno um falso, mentiroso e trapaceiro! Ele só falava aquilo que achava conveniente, mas abri o jogo todo de uma vez ele não fazia.
Então era isso. Eu não pensaria mais naquele assunto e não se falava mais nisso. Minha razão passou uma borracha em tudo, eu levantei, abri a porta e saí andando, ainda com as pernas um pouco molengas.

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Essa era boa... Coação! Onde é que já se viu inventar uma história como aquelas só pra tentar voltar comigo... Como se eu quisesse voltar com ele!
Lavei o rosto, respirei fundo, sequei a minha pele com o auxílio de alguns papéis toalha e enfim saí daquele sanitário. Será que eu encontraria com os desgraçados no shopping?
Pelo sim e pelo não, resolvi seguir direto para a saída do estabelecimento comercial. Eu não podia me dar ao luxo de trombar com o falecido. Se isso acontecesse, no mínimo ele ficaria com aquelas frescuras dele e não pararia de pedir para conversar comigo um segundo sequer.
Por sorte, não os encontrei e isso me deixou aliviado. Só quando eu coloquei os pés na calçada eu me perguntei o que aqueles dois estariam fazendo naquele shopping. Será que tinham ido fazer compras como eu?


Me senti aliviado quando cheguei em casa. Ela estava quentinha e aconchegante e eu ia ficar na minha cama pelo resto do domingo. Pelo menos era esse o plano.
Quando eu me aproximei do quarto, ouvi um barulho esquisito e isso me fez parar na metade do caminho. Era um gemido. Um gemido feminino.
- Ai – a mulher gemeu de novo.


Que diabos estava acontecendo naquele quarto? Quem era a piranha que estava gemendo?
Eu deixei as minhas sacolas no sofá, me aproximei muito sutilmente e coloquei a orelha na porta. Quem quer que fosse, seria pego no flagra naquele momento!
- Hum... – ouvi a puta gemer de novo.
- Quem é essa vadia? – me perguntei baixinho.
E onde estavam os garotos daquela casa? Quem quer que estivesse ali, estava desrespeitando uma regra da república!
Nesse momento eu não pensei em mais nada. O Bruno, que já não estava mais tomando conta da minha mente, ficou de vez em segundo plano e eu só consegui pensar em quem estaria dentro do meu quarto fazendo aquela safadeza!
Será que era o Vini? Me lembrei da vez que o peguei na cama com uma colega de faculdade... Será que era ele de novo?
Resolvi procurar alguém na casa. Fui no quarto ao lado, mas ele estava vazio. Se não tinha ninguém no quarto dos meninos, era porque a casa estava mesmo vazia. Exceto pelo casal que estava nos meus aposentos.
Voltei pra porta e mais uma vez fiquei ouvindo o que estava acontecendo. Outro gemido, este um pouco mais forte.
Colei a orelha na porta e fiquei ouvindo os ruídos com mais atenção. Eu precisava saber quem estava transando no meu quarto...
- Ai – ela gemeu pela quinta ou sexta vez.
Será que a porta estava aberta?
Pra mim era inacreditável que aquilo estivesse acontecendo... O Vinícius sempre foi muito claro com relação a isso: era proibido levar mulher na república justamente pra isso não acontecer. Quem quer que fosse não poderia fazer aquilo!
Será que era o Fabrício?
Que eu soubesse, ele não estava namorando, mas isso não impedia que ele levasse uma ficante lá em casa, não é?
Não que fosse certo, mas ele poderia levar.
Ou será que se tratava de algum cara do outro quarto?!
Não, isso não. Eles não seriam capazes de transar com uma garota no quarto que não fosse deles, na cama que não fosse deles.
O que impediria? Talvez fosse proposital. Talvez algum deles quisesse quebrar a regra e quisesse transar no quarto que não fosse deles. O que impediria?
Será que era o Éverton com a namorada desconhecida?
Talvez... De todos ali da república, ele era o mais rebelde de todos. Era bem a cara dele fazer aquilo quando a gente não estivesse presente.
E se fosse o Maicon com a namorada que também era desconhecida?
Não, não! O Maicon não! Ele não seria capaz de fazê-lo. Seria?
Ou quem sabe o Miguel?
Miguel curtia a mesma fruta que eu, é verdade, porém ele também deixou bem claro que não dispensava uma mulher de vez em quando.
Poderia sim ser o futuro pediatra, por que não?
Kléber foi descartado imediatamente. De todos, ele era o único que eu tinha certeza que não faria aquilo na minha casa, muito menos com uma mulher!
Ele e o Rodrigo, obviamente. Eu também descartei o meu irmão. Eu colocava a minha Mao no fogo por ele!
Não, não! Definitivamente, não era o Digow. Ele não seria capaz de fazer aquilo com a Marcela na nossa casa! Não, não era ele!
Então, só poderiam ser: Vinícius, Fabrício, Maicon, Éverton ou Miguel. Qual dos 5 estaria no bembom naqueles aposentos? Eu estava louco pra saber quem era!
- Ai, amor... – a menina gemeu novamente
Amor? Então eles deveriam ser namorados... Não consegui identificar a voz da mulher porque ela estava falando um pouco baixo demais. Será que era a Bruna?
Com muita suavidade eu coloquei a mão na maçaneta da porta e tentei forçá-la e para a minha surpresa – ou decepção –, ela abriu uma fresta.
Fiquei parado por um segundo. Não consegui ver nada porque a porta não estava aberta o suficiente, mas o áudio melhorou bastante e nesse momento eu ouvi:
- Chupa!
RODRIGO? Meus olhos ficaram arregalados e o meu estômago virou um freezer. Era o Rodrigo que estava transando?
Sim, era ele! Era a voz do Digão. Era impossível não reconhecer aquela voz tão suave que ele tinha...
FILHO DA PUTA!
Eu abri uma fresta maior na porta e quase caí duro pra trás quando eu vi o Rodrigo completamente pelado ao lado da minha cama. Sim, era ele. E a Marcela. Os dois estavam transando e estavam transando na minha própria cama...

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Um comentário:

nevertonnitoly@gmail.com disse...

Em relação ao Bruno vou dispensa comentários mas ao Rodrigo cara que decepcionante vio e ainda na sua cama velho to passadoooooooooo 😜