E
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u fiquei assistindo a reação da Janaína de camarote.

Primeiro ela ficou surpresa, depois pareceu ficar irritada e por fim começou a me questionar o que era aquele presente.
- Ué, é um pedaço das praias do Ceará que eu trouxe pra você, amiga!
- Areia, Caio? Você teve a capacidade de me trazer areia? É isso mesmo, assistente de palco?

- É! Olha como eu gosto de você, Jana! Lembrei de você enquanto estava na praia e resolvi te presentear com um pedaço dela, ora. Não gostou?
- Claro, Caio... Claro que eu gostei, amigo...
Ainda bem que a gente estava fora da filial, no horário de almoço, senão ela teria me espancado dentro da loja mesmo.
- Seu cachorro, seu safado, seu ordinário para que eu vou querer essa porcaria? – ela ia falando e ia dando tapas no meu corpo. – Onde é que já se viu eu receber isso de presente?
- Mas Jana, essa é uma prova que eu me lembrei de você! – eu já estava chorando de rir da cara de raiva que ela estava fazendo.
- Pois seria melhor nem ter lembrado seu filho da mãe! Cadê o meu presente?
- É esse!
- Cadê o meu presente, Caio Monteiro?
- Está aí na sua mão, é a areia da Praia de Iracema!
- Iracema que eu saiba é minha madrinha, fedelho. Pode passar o meu presente pra cá!
- Mas é esse, Jana!
- Anda, deixa de besteira e passa meu presente – ela abriu a mão e fez um bico de raiva imenso.
- Mas é esse, Janaína – eu gargalhei.
- Ah, é? É esse? Então olha o que eu faço com seu presente, seu filho de uma égua...
Ela me virou, puxou a minha calça e jogou a areia dentro da minha cueca. Eu tentei me soltar, mas ela mostrou-se mais forte do que eu imaginava e o meu riso me fez ficar mais fraco, por isso eu não consegui me desvencilhar das garras daquela mulher.
- Pronto. Está aí o seu presente. Faça bom proveito. Francamente, eu mereço uma coisa dessas. A pessoa vai pro Ceará e tem a capacidade de me trazer areia. Vê se eu posso com uma coisa dessa. Eu devo ter xingado a minha mãe em algum momento da minha vida, só pode.
Sequei as lágrimas. Ela deu um verdadeiro show de raiva, dessa vez não foi de brincadeira. Mas ao mesmo tempo que ela brigava comigo, ela era engraçada. As caras e bocas que ela fazia eram impagáveis. Eu adorava a minha amiga!
- Cachorra! Eu vou ter que ir ao banheiro tirar essa areia agora.
- Pois eu acho é pouco! Quem me dera ela entrasse na sua alma e não saísse nunca mais. viado maldito. Um dia você me paga por essa.
- Eu te amo, sabia? – abracei a minha amiga.
- Deveria fazer um vodu pra você, moleque insolente. Da próxima vez que me desrespeitar desse jeito eu vou quebrar todos os seus dentes em uma bofetada só.
- Calma, era só uma brincadeira – eu sequei mais uma lágrima.
- Brincadeira, é? Pois então me dá o meu presente agora!
Eu tirei um chaveiro do bolso e coloquei na mão dela.
- Um chaveiro? UM CHAVEIRO IGUAL AO QUE TODOS GANHARAM?
- É! O chaveiro e a areia.
- Caio, querido por acaso você tem piercing em algum lugar do corpo?
- Não – eu estranhei essa pergunta. – Por quê?!
- Porque se você tivesse, eu iria pendurar esse chaveiro no seu piercing, mas não tem problema não. Eu faço o furo agora. Vem aqui, cachorro...
Ela simulou que ia furar a minha orelha com a ponta do chaveiro e eu fiquei rindo feito um palhaço. A Janaína me divertia em todos os sentidos com aquele jeito explosivo dela.
- Se não gostou me dá de volta que eu dou pra outra pessoa!
- Não. É meu. Já que você só teve a capacidade de comprar isso pra mim. Vai te catar, hein Caio? Pensei que eu merecesse alguma coisinha melhor. Seu mão de vaca!
- Mas esse é exclusivo, sua anta. Não viu ainda que está gravado o seu nome?
- Está? Cadê?
- Se você virasse o chaveiro você veria!
- AAAAAAAAAAAI, AMIGO – ela pulou no meio do shopping e me abraçpu. – Que liiiiiiiiiindo!!!
- Viu? Sua quenga mal-amada, você fica me espancando, me batendo, me agredindo, me ofendendo, me chamando de um monte de coisa, me ameaçando de morte, colocando o meu nome na boca so sapo...
- Menos...
- Fazendo um vodu pra mim, preparando a minha morte, preparando uma cadeira elétrica pra mim...
- Menos, Caio! Bem menos, meu querido...
- E eu no fim das contas lembrei de você! Mas deixa, deixa estar. Eu vou anotar tudo isso na minha listinha negra. Isso é preconceito, é preconceito só porque eu virei negro!
- Cala a boca, inferno. Fala mais do que a velha do leite!
- E ainda por cima a minha cueca está cheia de areia. E a culpa é sua. Deveria fazer você lavar!
- Deus me livre e guarde nessa hora. Eu não coloco a minha mão aí por nada!
- Cachorra!
- Seu trouxa.
- Sua perua.
- Seu peste.
- Você que é.
- É você! Mas obrigada pelo mimo. Eu adorei que você tenha gravado o meu nome.
- Só o seu tem o seu nome. O seu, o meu e o do Bruh.
- Que honra, que honra. Mas não poderia ser diferente. Eu sei que você me ama.
- Pois eu deveria é entrar com um processo na vara da infância e da juventude por maus tratos. Eu vou ficar cheio de hematomas e a culpa é toda sua!
- Eu acho é pouco. Eu acho é muito pouco perante a raiva que você me fez passar!
- Deveria ter aceito a minha areia. Era de Fortaleza e seria uma bela recordação.
- Só se fosse pra eu juntar pra construir a minha casa, né? Onde eu ia colocar essa porcaria dessa areia?
- Em cima do rack ou da geladeira, assim você lembraria de mim todos os dias. Mal-agradecida!
- Quem manda você zoar com a minha cara? Eu lá tenho cara de pedreiro pra receber areia de presente? Me poupe.
- Vou pro banheiro tirar a cueca, cacete. Que droga, nem to conseguindo andar direito.
Dessa vez foi a hora dela dar risada. Eu fiquei perecendo um pato, andando com as pernas abertas e duras. Ela ia me pagar bem caro por aquilo ou eu não me chamaria Caio Monteiro.

Primeiro ela ficou surpresa, depois pareceu ficar irritada e por fim começou a me questionar o que era aquele presente.
- Ué, é um pedaço das praias do Ceará que eu trouxe pra você, amiga!
- Areia, Caio? Você teve a capacidade de me trazer areia? É isso mesmo, assistente de palco?
- É! Olha como eu gosto de você, Jana! Lembrei de você enquanto estava na praia e resolvi te presentear com um pedaço dela, ora. Não gostou?
- Claro, Caio... Claro que eu gostei, amigo...
Ainda bem que a gente estava fora da filial, no horário de almoço, senão ela teria me espancado dentro da loja mesmo.
- Seu cachorro, seu safado, seu ordinário para que eu vou querer essa porcaria? – ela ia falando e ia dando tapas no meu corpo. – Onde é que já se viu eu receber isso de presente?
- Mas Jana, essa é uma prova que eu me lembrei de você! – eu já estava chorando de rir da cara de raiva que ela estava fazendo.
- Pois seria melhor nem ter lembrado seu filho da mãe! Cadê o meu presente?
- É esse!
- Cadê o meu presente, Caio Monteiro?
- Está aí na sua mão, é a areia da Praia de Iracema!
- Iracema que eu saiba é minha madrinha, fedelho. Pode passar o meu presente pra cá!
- Mas é esse, Jana!
- Anda, deixa de besteira e passa meu presente – ela abriu a mão e fez um bico de raiva imenso.
- Mas é esse, Janaína – eu gargalhei.
- Ah, é? É esse? Então olha o que eu faço com seu presente, seu filho de uma égua...
Ela me virou, puxou a minha calça e jogou a areia dentro da minha cueca. Eu tentei me soltar, mas ela mostrou-se mais forte do que eu imaginava e o meu riso me fez ficar mais fraco, por isso eu não consegui me desvencilhar das garras daquela mulher.
- Pronto. Está aí o seu presente. Faça bom proveito. Francamente, eu mereço uma coisa dessas. A pessoa vai pro Ceará e tem a capacidade de me trazer areia. Vê se eu posso com uma coisa dessa. Eu devo ter xingado a minha mãe em algum momento da minha vida, só pode.
Sequei as lágrimas. Ela deu um verdadeiro show de raiva, dessa vez não foi de brincadeira. Mas ao mesmo tempo que ela brigava comigo, ela era engraçada. As caras e bocas que ela fazia eram impagáveis. Eu adorava a minha amiga!
- Cachorra! Eu vou ter que ir ao banheiro tirar essa areia agora.
- Pois eu acho é pouco! Quem me dera ela entrasse na sua alma e não saísse nunca mais. viado maldito. Um dia você me paga por essa.
- Eu te amo, sabia? – abracei a minha amiga.
- Deveria fazer um vodu pra você, moleque insolente. Da próxima vez que me desrespeitar desse jeito eu vou quebrar todos os seus dentes em uma bofetada só.
- Calma, era só uma brincadeira – eu sequei mais uma lágrima.
- Brincadeira, é? Pois então me dá o meu presente agora!
Eu tirei um chaveiro do bolso e coloquei na mão dela.
- Um chaveiro? UM CHAVEIRO IGUAL AO QUE TODOS GANHARAM?
- É! O chaveiro e a areia.
- Caio, querido por acaso você tem piercing em algum lugar do corpo?
- Não – eu estranhei essa pergunta. – Por quê?!
- Porque se você tivesse, eu iria pendurar esse chaveiro no seu piercing, mas não tem problema não. Eu faço o furo agora. Vem aqui, cachorro...
Ela simulou que ia furar a minha orelha com a ponta do chaveiro e eu fiquei rindo feito um palhaço. A Janaína me divertia em todos os sentidos com aquele jeito explosivo dela.
- Se não gostou me dá de volta que eu dou pra outra pessoa!
- Não. É meu. Já que você só teve a capacidade de comprar isso pra mim. Vai te catar, hein Caio? Pensei que eu merecesse alguma coisinha melhor. Seu mão de vaca!
- Mas esse é exclusivo, sua anta. Não viu ainda que está gravado o seu nome?
- Está? Cadê?
- Se você virasse o chaveiro você veria!
- AAAAAAAAAAAI, AMIGO – ela pulou no meio do shopping e me abraçpu. – Que liiiiiiiiiindo!!!
- Viu? Sua quenga mal-amada, você fica me espancando, me batendo, me agredindo, me ofendendo, me chamando de um monte de coisa, me ameaçando de morte, colocando o meu nome na boca so sapo...
- Menos...
- Fazendo um vodu pra mim, preparando a minha morte, preparando uma cadeira elétrica pra mim...
- Menos, Caio! Bem menos, meu querido...
- E eu no fim das contas lembrei de você! Mas deixa, deixa estar. Eu vou anotar tudo isso na minha listinha negra. Isso é preconceito, é preconceito só porque eu virei negro!
- Cala a boca, inferno. Fala mais do que a velha do leite!
- E ainda por cima a minha cueca está cheia de areia. E a culpa é sua. Deveria fazer você lavar!
- Deus me livre e guarde nessa hora. Eu não coloco a minha mão aí por nada!
- Cachorra!
- Seu trouxa.
- Sua perua.
- Seu peste.
- Você que é.
- É você! Mas obrigada pelo mimo. Eu adorei que você tenha gravado o meu nome.
- Só o seu tem o seu nome. O seu, o meu e o do Bruh.
- Que honra, que honra. Mas não poderia ser diferente. Eu sei que você me ama.
- Pois eu deveria é entrar com um processo na vara da infância e da juventude por maus tratos. Eu vou ficar cheio de hematomas e a culpa é toda sua!
- Eu acho é pouco. Eu acho é muito pouco perante a raiva que você me fez passar!
- Deveria ter aceito a minha areia. Era de Fortaleza e seria uma bela recordação.
- Só se fosse pra eu juntar pra construir a minha casa, né? Onde eu ia colocar essa porcaria dessa areia?
- Em cima do rack ou da geladeira, assim você lembraria de mim todos os dias. Mal-agradecida!
- Quem manda você zoar com a minha cara? Eu lá tenho cara de pedreiro pra receber areia de presente? Me poupe.
- Vou pro banheiro tirar a cueca, cacete. Que droga, nem to conseguindo andar direito.
Dessa vez foi a hora dela dar risada. Eu fiquei perecendo um pato, andando com as pernas abertas e duras. Ela ia me pagar bem caro por aquilo ou eu não me chamaria Caio Monteiro.
- Duda! – eu abracei a minha chefe. – Que saudades.
- Quem é você e o que fez com o Caio?
- Eu sou o Caio, em uma versão à lá Pelé!!!
- Menino... Passou carvão na cara?
- Ai que horror – dei risada. – Me senti uma gota de petróleo agora.
- Caraca! Quem diria que você fosse ficar negro, Caio.
- Exagerada. Eu só estou bronzeado.
- Ficou linda essa cor em você. Como foi sua viagem, amor?
- Maravilhosamente bem. Como está tudo por aqui?
- Bem, bem.
- E esse neném lindo?
- Está crescendo e me deixando gorda, mas está bem.
- É menina mesmo? Não houve mais nenhuma alteração?
- É menina sim. Mas nós mudamos o nome agora.
- E qual será dessa vez?
- Daniela. Agora é em definitivo. Não mudaremos mais.
- É um bonito nome, mas eu preferia Manoela.
- Manoela é nome de velha. Daniela é nome de jovem, né filha?
- Mas uma hora ela vai ficar velha, Duda!
- Mas ainda vai demorar uns 80 anos pra isso. Enquanto isso ela ainda será a minha menininha.
- Mas olha só... – a voz do Jonas surgiu atrás de mim. – Meu funcionário voltou...
- E aí, chefinho? Tudo na paz?
- Sim senhor e o senhor? Voltou renovado?
- Certeza que sim.
- E essa cor aí? Bronzeamento artificial?
- 100% natural, meu filho. Eu lá tenho dinheiro para bronzeamento artificial?
- Já vendeu quanto hoje?
- Não cheguei aos 5 mil ainda.
- Ainda não? Pois então acelera que eu quero que você coloque o estoque dessa loja lá pra baixo!
- Meu Deus, deixa eu respirar!
- Respirar? Já teve mais de 30 dias pra isso, agora é mãos à obra! Ande, venda, venda, venda e venda!
- O que ele tem? – perguntei para a Eduarda.
- Reflexo de uma reunião que acabamos de ter. Não liga não.
- Só Deus na minha vida, Senhor!
- Quem é você e o que fez com o Caio?
- Eu sou o Caio, em uma versão à lá Pelé!!!
- Menino... Passou carvão na cara?
- Ai que horror – dei risada. – Me senti uma gota de petróleo agora.
- Caraca! Quem diria que você fosse ficar negro, Caio.
- Exagerada. Eu só estou bronzeado.
- Ficou linda essa cor em você. Como foi sua viagem, amor?
- Maravilhosamente bem. Como está tudo por aqui?
- Bem, bem.
- E esse neném lindo?
- Está crescendo e me deixando gorda, mas está bem.
- É menina mesmo? Não houve mais nenhuma alteração?
- É menina sim. Mas nós mudamos o nome agora.
- E qual será dessa vez?
- Daniela. Agora é em definitivo. Não mudaremos mais.
- É um bonito nome, mas eu preferia Manoela.
- Manoela é nome de velha. Daniela é nome de jovem, né filha?
- Mas uma hora ela vai ficar velha, Duda!
- Mas ainda vai demorar uns 80 anos pra isso. Enquanto isso ela ainda será a minha menininha.
- Mas olha só... – a voz do Jonas surgiu atrás de mim. – Meu funcionário voltou...
- E aí, chefinho? Tudo na paz?
- Sim senhor e o senhor? Voltou renovado?
- Certeza que sim.
- E essa cor aí? Bronzeamento artificial?
- 100% natural, meu filho. Eu lá tenho dinheiro para bronzeamento artificial?
- Já vendeu quanto hoje?
- Não cheguei aos 5 mil ainda.
- Ainda não? Pois então acelera que eu quero que você coloque o estoque dessa loja lá pra baixo!
- Meu Deus, deixa eu respirar!
- Respirar? Já teve mais de 30 dias pra isso, agora é mãos à obra! Ande, venda, venda, venda e venda!
- O que ele tem? – perguntei para a Eduarda.
- Reflexo de uma reunião que acabamos de ter. Não liga não.
- Só Deus na minha vida, Senhor!
NO FINAL DE SEMANA...
- Eu te amo, eu te amo, eu te amo, eu te amo, eu te amo, eu te
amo, eu te amo, eu te amo – ele falou, comigo em seus braços.
- Eu também te amo, meu príncipe – dei risada.
- Me beija?
Bruno sempre pedia beijo com uma voz tão dengosa... Eu ficava todo apaixonado por aquela voz deliciosa. E sempre atendia àqueles pedidos.

- Saudades – ele me abraçou e ainda falou com a voz dengosa.
- Eu também estava, príncipe. Você está bem?
- Muito melhor agora. E você?
- Digo o mesmo. O que nós faremos neste final de semana? Já que ele é o último da sua liberdade?
- É verdade, hein? À partir da semana que vem as aulas começam e aí você já viu, né?
- Pois é! Quais os planos?
- Alguns. Amanhã eu quero que você me ajude a comprar meu material da faculdade, pode ser?
- Lógico, amor.
- Daí de noite a gente pode ir pra uma balada qualquer, o que acha?
- Por mim perfeito. E domingo?
- Domingo a gente almoça fora e depois eu queria ir na plateia do Faustão. O que você acha?
- Na plateia do Faustão? – estranhei.
- É sim. Eu queria ir. Você vai comigo?
- Ah, claro que eu vou, amor. Nunca pensei em fazer isso, mas tudo bem.
- Vai ser legal. Eu já fui algumas vezes. É bacana.
- Tem que pagar?
- Não, não – ele riu. – É de graça.
- Então se é de graça eu topo!

Rolou mais um beijo, mas este foi mais intenso, mais provocativo e acabou na cama. Naquela madrugada de sábado, nós literalmentematamos a nossa saudade e tiramos o atraso de uma semana de separação. Foi tudo incrível e delicioso, como sempre.
Já na manhã daquele sábado, 6 de fevereiro, Bruno e eu fomos até o centro da cidade para comprarmos os materiais dele. Só de pensar que eu estava livre daquilo, me senti aliviado.
- É tão bom não ter que comprar nada esse ano – comentei.
- Posso imaginar.
- O que você vai querer? Caderno ou fichário?
- Ah, eu estava pensando em comprar uma pasta. É mais a minha cara. Me ajuda?
- Uhum.
Compramos tudo o que precisamos. O Bruh gastou mais ou menos o que eu gastei nos anos anteriores. A conta não ficou muito barata.
- Caio? Bruno? O que fazem aqui? – era o Rodrigo.

- Rodrigo? – eu estranhei. – Que coincidência!
- Pois é! Não esperava vocês aqui. Tudo bem, Bruno?
- Bem, Rodrigo e você?
- Bem, obrigado. Comprando seus materiais?
- Pois é. Acabei de comprar. Você também vai comprar os seus?
- Isso. Minha pós começa nessa semana.
- Legal. Quem me dera eu estivesse na pós já.
- Ih, relaxa que passa rápido. O Caio sabe disso. Nos conhecemos quando eu nem na faculdade estava e agora já estou na pós-graduação. E assim a vida segue.
- Verdade.
- Bom ver vocês. Eu vou nessa que a minha namorada está me esperando.
- Juízo – eu sibilei quando o abracei.
- Você também, seu cachorro. Eu estou morto de ciúmes de você com esse garoto.
- Faço das suas palavras as minhas.
- Tchau, Bruno.
- Tchau, Digão.
Suspirei. Foi bom ver o Rodrigo no final de semana. E muita coincidência também.
-Posso saber que abraço foi esse?
- Um abraço de irmãos, só isso – o tranquilizei. – Não precisa ficar com ciúmes.
Mas ele ficou e ficou durante todo o dia. No comecinho da noite o meu namorado e eu arrumamos as coisas dele da faculdade e depois disso, eu resolvi fazer o bolo de prestígio que ele tanto gostava. Ele merecia aquele mimo.
- Quer me engordar, não quer?
- Claro que não – eu ri. – É só para a gente ter o que comer no café amanhã.
- A geladeira está cheia.
- Eu sei, Bruno, mas é só algo diferente, oras. Se não quiser eu como sozinho.
- Grosso!
- Ingrato!
Ele ficou sentado na mesa, me olhando. Eu trabalhei em silêncio e caprichei ao máximo para o bolo do meu namorado ficar perfeito.
- Gostou?
- Claro, amor – ele me fitou. – É claro que eu gostei, mas você não tinha que ter se preocupado. Você trabalhou muito nesse bolo.
- Para de ser bobo, anjo. Eu fiz porque quis, ué. Não tem nada demais nisso.
- Mas era a sua folga, você não precisava ter feito tudo isso.
- Para de reclamar, tá legal? Eu fiz de coração.
- Por isso que eu te amo tanto.
Eu nem bem tinha voltado pra loja e já tinha conseguido um final de semana de folga. O Tácio inventou uma campanha motivacional para os vendedores, onde os que mais vendessem durante a semana ficariam de folga no sábado e no domingo. E eu ganhei.
- Seus amigos ainda estão com raiva de você?
- Creio que sim. A culpa não é minha, né?
- Claro que não, anjo. Você só fez a sua parte.
- E quantas horas de banco você ainda tem?
- Algumas. Acho que não vou conseguir mais muitos dias de folga não.
- Por causa da facul, né?
- Uhum, mas não tem problema.
- É pro seu bem, né? E que horas nós vamos pra Globo amanhã?
- Umas 15 horas mais ou menos.
- Só vamos nós dois?
- E o Vítor. Tem problema?
- Claro que não.
- Pensei que você pudesse chamar seus amigos também, o que acha?
- Ah, legal. Você não se importa?
- Claro que não!
- Então mais tarde eu ligo pra eles. Obrigado por pensar neles.
- Dá mais um pedaço de bolo? – ele fez cara de pidão.
- Quantos você quiser, meu gostosão!

Depois de comer, conversar, namorar e namorar mais um pouco, Bruno e eu tomamos banho, nos arrumamos e saímos para a balada. Resolvemos ir em Copa mesmo, pelo menos era mais barato.
- Tudo bem, Vítor? – perguntei.
- Bem, Caio e você?
- Bem também, obrigado.

Nos divertimos bastante. Bruno e eu dançamos, bebemos e ficamos a maior parte da noite nos beijando. Era bom sair da rotina de vez em quando.
Já o Vítor, se esbaldou mais ainda. Ele foi mais além e ficou no dark room até a balada terminar. O garoto saiu de lá com uma bela chupada no pescoço.
- Ficou com quantos, hein safadinho? – meu namorado indagou.
- Acho que com uns 10 e você?
- Com uns 800, idiota. Todos eles se chamavam Caio.
Eu ri e saí pra rua. Estava frio. Bruno foi em seguida e me abraçou por trás.
- Te amo, viu meu amor?
- Eu te amo também, anjo. Vamos?
- Sim. Se importa se eu levar o Vítor em casa?
- Imagina, claro que não.
- Vem, veado. Vou te levar em casa.
- Ai, obrigada. É por isso que eu te amo!
- Como é? – franzi a testa.
- Calma, Caio. Como amigo, viu? Como amigo – ele até recuou.
- Acho bom!
Bruno deu risada e me puxou pelo braço. O carro dele estava estacionado naquela rua mesmo, porém bem longe da danceteria.
- Poderia ter estacionado mais perto. A gente andou por quase 4 horas! – o amigo do Bruno reclamou.
- Não andamos nem 10 minutos, palhaço. Como você é besta!
Eu fui o primeiro a entrar no carro e já fui logo deitando a cabeça pra cochilar. Eu estava sonolento e queria descansar. Nem vi quando o Vítor desceu na casa dele. Só acordei quando o Bruno estacionou na sua vaga da garagem do condomínio.
- Amor? Amor? Acorda, menino – ele fez carinho no meu rosto.
- Que foi, amor?
- Você dormiu. A gente já chegou no apê. Vamos descer, lindo!
- Já chegamos? Eu dormi muito?
- Coitadinho, você está cansado. É compreensível. Vem, eu vou fazer uma massagem pra você dormir bem gostoso.
Massagem? Era tudo o que eu queria. Saí do carro, deixei a porta, fui até o elevador e contei os segundos para chegar na cama. Quando isso aconteceu, tirei a roupa, fiquei só de cueca, deitei de bruços e esperei ele começar o que havia prometido.

- Já está assim? – ele riu.
- Cadê a minha massagem?
- Quer massagem? – percebi que ele havia subido na cama.
- Uhum.
- Então eu te faço uma massagem, amor.
Bruno sentou no meu quadril, inclinou o corpo sobre o meu e começou a massagear as minhas costas.
- Está bom assim?
- Maravilhoso, amor – eu respondi, já com meus olhos fechados.
- Relaxa, anjo. Relaxa bastante.
Eu relaxei tanto que dormi. Nem sei se ele continuou a massagem por muito mais tempo, só sei que acordei com o quarto todo escuro e com ele dormindo ao meu lado.
Virei, me espreguicei e olhei pro rostinho daquele homem perfeito. Como ele era lindo dormindo. Eu não fiz mais nada. Tive que ficar admirando aquele rostinho inocente descansando. Essa foi a melhor visão que eu poderia ter naquele dia.
O semblante do Bruno estava tão calmo, tão tranquilo! Eu me senti todo feliz por estar presenciando aquela cena. Não era a primeira vez que aquilo acontecia e, mais uma vez, eu me peguei admirando o rosto do meu namorado.
Uma mecha de cabelo estava literalmente no meio de sua testa. Eu a tirei e acariciei a pele do rosto do meu namorado, mas ele não acordou.

Os lábios do Bruno estavam meio entreabertos e ele respirava tranquilamente pelo nariz, mas eu estava sentindo o cheiro de menta que vinha de sua boca. Tanto eu, quanto ele sempre nos preocupávamos muito com esse detalhe. Não dormíamos sem escovar os dentes nunca. Nunca mesmo.
Com cuidado, eu levantei da cama, calcei meus chinelos e me dirigi ao banheiro. Eu estava com vontade de fazer xixi e precisava tomar um banho, pra depois acordá-lo com um belo café da manhã.
Uma vez com meu banho tomado, eu fui até a cozinha e preparei um super café da manhã para o meu príncipe. Coloquei pães, vários pedaços do bolo que eu tinha feito na noite anterior, iogurte, suco natural de laranja, bolachas, queijo e frutas. O Bruno nunca descuidava da alimentação e o café da manhã pra ele era a principal refeição, por isso ele sempre caprichava no prato.
Porém, já era tarde. O certo seria nós dois almoçarmos, mas tudo bem. Já que estava feito, eu iria levar o café pro Bruno.
Entrei no quarto, coloquei a bandeja no meu criado mudo, abri um pouco a cortina, deitei ao lado dele e fiquei admirando a sua beleza por mais alguns minutos.
- Como é lindo, meu Deus... – falei baixinho.
Muito lindo. Incrivelmente lindo. Pelo menos pra mim ele era e sempre seria lindo. Os traços do Bruno eram praticamente perfeitos. Ele tinha a pele impecavelmente sedosa e esta estava realmente bem bronzeada. O cabelo estava escuro, era liso, mas não tão liso quanto o meu e a boca era bem delicada e vermelhinha. Pra mim, era um verdadeiro príncipe encantado. O meu príncipe encantado.
Eu suspirei e mais uma vez me peguei pensando no tempo que perdi longe do meu namorado, longe da minha cara metade. Por que eu tive que ser tão intransigente com o Bruno?
Eu não sei quanto tempo fiquei olhando pro rosto do meu príncipe, mas deveria ter passado muito tempo, porque ele acordou por conta própria, sem eu chamá-lo.

E ver aqueles olhinhos azuis abrindo aos pouquinhos pra mim foi a melhor coisa que poderia existir na vida. Ele abriu as pálpebras devagar, piscou duas ou três vezes e só depois olhou pra mim. Nos olhamos por um tempinho, depois eu sorri e disse:
- Bom dia, meu bebê!
- Bom dia, amor – a vozinha dele estava grogue de sono. – Acordou faz tempo?
- Um pouquinho. Dormiu bem?
- Muito bem e você?
- Bem também. Obrigado pela mensagem.
- Você gostou?
- Claro que sim. Me dá um beijo?
Ele sorriu, colocou a mão direita no meu rosto e me beijou com muita suavidade. Realmente, o hálito dele ainda estava fresco. Será que ele tinha dormido há pouco tempo?
- Como é bom acordar com você ao meu lado – ele continuou acariciando o meu rosto.
- Eu que o diga! Estava aqui admirando o seu lindo rostinho. Tão lindo...

- Você que é lindo. Estou com fome, vamos levantar?
- Não!
- Não?
- Senta, amor. Eu já fiz o seu café!
- Você não existe. Não precisava, anjo!
- Precisava sim. É sempre você que faz, hoje era minha vez.
- Bobinho. Nossa, quanta coisa!
- Tem que se alimentar direitinho.
- Vai ter que me ajudar, eu não como tudo isso sozinho não.
- Me dá um pão, vai.
- Abre a boca então.
Ele colocou o pão na minha boca e eu não acreditei nisso. Como ele era fofo!
- Te amo! – falei com a boca cheia.
- Eu também te amo.
- Eu também te amo, meu príncipe – dei risada.
- Me beija?
Bruno sempre pedia beijo com uma voz tão dengosa... Eu ficava todo apaixonado por aquela voz deliciosa. E sempre atendia àqueles pedidos.
- Saudades – ele me abraçou e ainda falou com a voz dengosa.
- Eu também estava, príncipe. Você está bem?
- Muito melhor agora. E você?
- Digo o mesmo. O que nós faremos neste final de semana? Já que ele é o último da sua liberdade?
- É verdade, hein? À partir da semana que vem as aulas começam e aí você já viu, né?
- Pois é! Quais os planos?
- Alguns. Amanhã eu quero que você me ajude a comprar meu material da faculdade, pode ser?
- Lógico, amor.
- Daí de noite a gente pode ir pra uma balada qualquer, o que acha?
- Por mim perfeito. E domingo?
- Domingo a gente almoça fora e depois eu queria ir na plateia do Faustão. O que você acha?
- Na plateia do Faustão? – estranhei.
- É sim. Eu queria ir. Você vai comigo?
- Ah, claro que eu vou, amor. Nunca pensei em fazer isso, mas tudo bem.
- Vai ser legal. Eu já fui algumas vezes. É bacana.
- Tem que pagar?
- Não, não – ele riu. – É de graça.
- Então se é de graça eu topo!
Rolou mais um beijo, mas este foi mais intenso, mais provocativo e acabou na cama. Naquela madrugada de sábado, nós literalmentematamos a nossa saudade e tiramos o atraso de uma semana de separação. Foi tudo incrível e delicioso, como sempre.
Já na manhã daquele sábado, 6 de fevereiro, Bruno e eu fomos até o centro da cidade para comprarmos os materiais dele. Só de pensar que eu estava livre daquilo, me senti aliviado.
- É tão bom não ter que comprar nada esse ano – comentei.
- Posso imaginar.
- O que você vai querer? Caderno ou fichário?
- Ah, eu estava pensando em comprar uma pasta. É mais a minha cara. Me ajuda?
- Uhum.
Compramos tudo o que precisamos. O Bruh gastou mais ou menos o que eu gastei nos anos anteriores. A conta não ficou muito barata.
- Caio? Bruno? O que fazem aqui? – era o Rodrigo.
- Rodrigo? – eu estranhei. – Que coincidência!
- Pois é! Não esperava vocês aqui. Tudo bem, Bruno?
- Bem, Rodrigo e você?
- Bem, obrigado. Comprando seus materiais?
- Pois é. Acabei de comprar. Você também vai comprar os seus?
- Isso. Minha pós começa nessa semana.
- Legal. Quem me dera eu estivesse na pós já.
- Ih, relaxa que passa rápido. O Caio sabe disso. Nos conhecemos quando eu nem na faculdade estava e agora já estou na pós-graduação. E assim a vida segue.
- Verdade.
- Bom ver vocês. Eu vou nessa que a minha namorada está me esperando.
- Juízo – eu sibilei quando o abracei.
- Você também, seu cachorro. Eu estou morto de ciúmes de você com esse garoto.
- Faço das suas palavras as minhas.
- Tchau, Bruno.
- Tchau, Digão.
Suspirei. Foi bom ver o Rodrigo no final de semana. E muita coincidência também.
-Posso saber que abraço foi esse?
- Um abraço de irmãos, só isso – o tranquilizei. – Não precisa ficar com ciúmes.
Mas ele ficou e ficou durante todo o dia. No comecinho da noite o meu namorado e eu arrumamos as coisas dele da faculdade e depois disso, eu resolvi fazer o bolo de prestígio que ele tanto gostava. Ele merecia aquele mimo.
- Quer me engordar, não quer?
- Claro que não – eu ri. – É só para a gente ter o que comer no café amanhã.
- A geladeira está cheia.
- Eu sei, Bruno, mas é só algo diferente, oras. Se não quiser eu como sozinho.
- Grosso!
- Ingrato!
Ele ficou sentado na mesa, me olhando. Eu trabalhei em silêncio e caprichei ao máximo para o bolo do meu namorado ficar perfeito.
- Gostou?
- Claro, amor – ele me fitou. – É claro que eu gostei, mas você não tinha que ter se preocupado. Você trabalhou muito nesse bolo.
- Para de ser bobo, anjo. Eu fiz porque quis, ué. Não tem nada demais nisso.
- Mas era a sua folga, você não precisava ter feito tudo isso.
- Para de reclamar, tá legal? Eu fiz de coração.
- Por isso que eu te amo tanto.
Eu nem bem tinha voltado pra loja e já tinha conseguido um final de semana de folga. O Tácio inventou uma campanha motivacional para os vendedores, onde os que mais vendessem durante a semana ficariam de folga no sábado e no domingo. E eu ganhei.
- Seus amigos ainda estão com raiva de você?
- Creio que sim. A culpa não é minha, né?
- Claro que não, anjo. Você só fez a sua parte.
- E quantas horas de banco você ainda tem?
- Algumas. Acho que não vou conseguir mais muitos dias de folga não.
- Por causa da facul, né?
- Uhum, mas não tem problema.
- É pro seu bem, né? E que horas nós vamos pra Globo amanhã?
- Umas 15 horas mais ou menos.
- Só vamos nós dois?
- E o Vítor. Tem problema?
- Claro que não.
- Pensei que você pudesse chamar seus amigos também, o que acha?
- Ah, legal. Você não se importa?
- Claro que não!
- Então mais tarde eu ligo pra eles. Obrigado por pensar neles.
- Dá mais um pedaço de bolo? – ele fez cara de pidão.
- Quantos você quiser, meu gostosão!
Depois de comer, conversar, namorar e namorar mais um pouco, Bruno e eu tomamos banho, nos arrumamos e saímos para a balada. Resolvemos ir em Copa mesmo, pelo menos era mais barato.
- Tudo bem, Vítor? – perguntei.
- Bem, Caio e você?
- Bem também, obrigado.
Nos divertimos bastante. Bruno e eu dançamos, bebemos e ficamos a maior parte da noite nos beijando. Era bom sair da rotina de vez em quando.
Já o Vítor, se esbaldou mais ainda. Ele foi mais além e ficou no dark room até a balada terminar. O garoto saiu de lá com uma bela chupada no pescoço.
- Ficou com quantos, hein safadinho? – meu namorado indagou.
- Acho que com uns 10 e você?
- Com uns 800, idiota. Todos eles se chamavam Caio.
Eu ri e saí pra rua. Estava frio. Bruno foi em seguida e me abraçou por trás.
- Te amo, viu meu amor?
- Eu te amo também, anjo. Vamos?
- Sim. Se importa se eu levar o Vítor em casa?
- Imagina, claro que não.
- Vem, veado. Vou te levar em casa.
- Ai, obrigada. É por isso que eu te amo!
- Como é? – franzi a testa.
- Calma, Caio. Como amigo, viu? Como amigo – ele até recuou.
- Acho bom!
Bruno deu risada e me puxou pelo braço. O carro dele estava estacionado naquela rua mesmo, porém bem longe da danceteria.
- Poderia ter estacionado mais perto. A gente andou por quase 4 horas! – o amigo do Bruno reclamou.
- Não andamos nem 10 minutos, palhaço. Como você é besta!
Eu fui o primeiro a entrar no carro e já fui logo deitando a cabeça pra cochilar. Eu estava sonolento e queria descansar. Nem vi quando o Vítor desceu na casa dele. Só acordei quando o Bruno estacionou na sua vaga da garagem do condomínio.
- Amor? Amor? Acorda, menino – ele fez carinho no meu rosto.
- Que foi, amor?
- Você dormiu. A gente já chegou no apê. Vamos descer, lindo!
- Já chegamos? Eu dormi muito?
- Coitadinho, você está cansado. É compreensível. Vem, eu vou fazer uma massagem pra você dormir bem gostoso.
Massagem? Era tudo o que eu queria. Saí do carro, deixei a porta, fui até o elevador e contei os segundos para chegar na cama. Quando isso aconteceu, tirei a roupa, fiquei só de cueca, deitei de bruços e esperei ele começar o que havia prometido.
- Já está assim? – ele riu.
- Cadê a minha massagem?
- Quer massagem? – percebi que ele havia subido na cama.
- Uhum.
- Então eu te faço uma massagem, amor.
Bruno sentou no meu quadril, inclinou o corpo sobre o meu e começou a massagear as minhas costas.
- Está bom assim?
- Maravilhoso, amor – eu respondi, já com meus olhos fechados.
- Relaxa, anjo. Relaxa bastante.
Eu relaxei tanto que dormi. Nem sei se ele continuou a massagem por muito mais tempo, só sei que acordei com o quarto todo escuro e com ele dormindo ao meu lado.
Virei, me espreguicei e olhei pro rostinho daquele homem perfeito. Como ele era lindo dormindo. Eu não fiz mais nada. Tive que ficar admirando aquele rostinho inocente descansando. Essa foi a melhor visão que eu poderia ter naquele dia.
O semblante do Bruno estava tão calmo, tão tranquilo! Eu me senti todo feliz por estar presenciando aquela cena. Não era a primeira vez que aquilo acontecia e, mais uma vez, eu me peguei admirando o rosto do meu namorado.
Uma mecha de cabelo estava literalmente no meio de sua testa. Eu a tirei e acariciei a pele do rosto do meu namorado, mas ele não acordou.
Os lábios do Bruno estavam meio entreabertos e ele respirava tranquilamente pelo nariz, mas eu estava sentindo o cheiro de menta que vinha de sua boca. Tanto eu, quanto ele sempre nos preocupávamos muito com esse detalhe. Não dormíamos sem escovar os dentes nunca. Nunca mesmo.
Com cuidado, eu levantei da cama, calcei meus chinelos e me dirigi ao banheiro. Eu estava com vontade de fazer xixi e precisava tomar um banho, pra depois acordá-lo com um belo café da manhã.
Uma vez com meu banho tomado, eu fui até a cozinha e preparei um super café da manhã para o meu príncipe. Coloquei pães, vários pedaços do bolo que eu tinha feito na noite anterior, iogurte, suco natural de laranja, bolachas, queijo e frutas. O Bruno nunca descuidava da alimentação e o café da manhã pra ele era a principal refeição, por isso ele sempre caprichava no prato.
Porém, já era tarde. O certo seria nós dois almoçarmos, mas tudo bem. Já que estava feito, eu iria levar o café pro Bruno.
Entrei no quarto, coloquei a bandeja no meu criado mudo, abri um pouco a cortina, deitei ao lado dele e fiquei admirando a sua beleza por mais alguns minutos.
- Como é lindo, meu Deus... – falei baixinho.
Muito lindo. Incrivelmente lindo. Pelo menos pra mim ele era e sempre seria lindo. Os traços do Bruno eram praticamente perfeitos. Ele tinha a pele impecavelmente sedosa e esta estava realmente bem bronzeada. O cabelo estava escuro, era liso, mas não tão liso quanto o meu e a boca era bem delicada e vermelhinha. Pra mim, era um verdadeiro príncipe encantado. O meu príncipe encantado.
Eu suspirei e mais uma vez me peguei pensando no tempo que perdi longe do meu namorado, longe da minha cara metade. Por que eu tive que ser tão intransigente com o Bruno?
Eu não sei quanto tempo fiquei olhando pro rosto do meu príncipe, mas deveria ter passado muito tempo, porque ele acordou por conta própria, sem eu chamá-lo.
E ver aqueles olhinhos azuis abrindo aos pouquinhos pra mim foi a melhor coisa que poderia existir na vida. Ele abriu as pálpebras devagar, piscou duas ou três vezes e só depois olhou pra mim. Nos olhamos por um tempinho, depois eu sorri e disse:
- Bom dia, meu bebê!
- Bom dia, amor – a vozinha dele estava grogue de sono. – Acordou faz tempo?
- Um pouquinho. Dormiu bem?
- Muito bem e você?
- Bem também. Obrigado pela mensagem.
- Você gostou?
- Claro que sim. Me dá um beijo?
Ele sorriu, colocou a mão direita no meu rosto e me beijou com muita suavidade. Realmente, o hálito dele ainda estava fresco. Será que ele tinha dormido há pouco tempo?
- Como é bom acordar com você ao meu lado – ele continuou acariciando o meu rosto.
- Eu que o diga! Estava aqui admirando o seu lindo rostinho. Tão lindo...
- Você que é lindo. Estou com fome, vamos levantar?
- Não!
- Não?
- Senta, amor. Eu já fiz o seu café!
- Você não existe. Não precisava, anjo!
- Precisava sim. É sempre você que faz, hoje era minha vez.
- Bobinho. Nossa, quanta coisa!
- Tem que se alimentar direitinho.
- Vai ter que me ajudar, eu não como tudo isso sozinho não.
- Me dá um pão, vai.
- Abre a boca então.
Ele colocou o pão na minha boca e eu não acreditei nisso. Como ele era fofo!
- Te amo! – falei com a boca cheia.
- Eu também te amo.
Bruno, Vítor, Rodrigo, Larissa, Fabrício, uma peguete dele e eu
estávamos na plateia do “Domingão do Faustão”, esperando a atração começar. Nós
ficamos praticamente na última fileira e eu estava tendo uma visão panorâmica
de todo o palco. Eu só queria saber quem iria participar do programa.
- Que estúdio grande, né? – comentou Fabrício.
- Pois é. Globo é Globo.

- Caio, será que a Marcela ainda trabalha aqui? – Rodrigo perguntou.
- Sei lá, Digow. Isso é hora pra pensar em ex?
- Eu estou aqui, viu Rodrigo? – Larissa pareceu ofendida.
- Me perdoa, Lari. Não foi por mal.
Ele não falou mais nada. Quando o Faustão entrou no palco, eu levei um susto. Ele era muito mais acabado do que eu poderia imaginar.
- Meu Deus, como ele tá acabado!
- Tá só o coió – falou Bruno.
Dei risada. Eu também pensava dessa forma. Ele estava ficando velho, mas uma hora isso ia acontecer, não é?
Naquele domingo, a única coisa que me chamou a atenção no programa foi a participação do Luan Santana. Eu gostava das músicas dele.
- O que achou dele, Bruh?
- Magricela demais. Se ele tivesse o corpo um pouco mais definido ficaria mais legal. E você?
- Concordo contigo, mas ele canta muito bem. Vamos num show?
- Claro! A gente precisa sair mais, principelmente agora que vão começar as minhas aulas.
- Então eu vou ver na internet, quando tiver um show dele por aqui a gente vai.
- Demorou, mas o que eu queria mesmo é ir no Jorge e Mateus de novo.
- Ah, nem me fala!!! Eu quero muito voltar num show daqueles dois. Foi bom demais o do ano passado.
- É foi sim!
E só foi isso que me chamou a atenção naquele programa: o Luan Santana. De resto, nada me interessou. Eu realmente fiquei com vontade de ir num show do garoto.
- Ele canta bem – comentou Rodrigo.
- É.
- E é mais novo que você, acredita?
- É? É mais novo que eu?
- Acho que ele deve ter uns 18, 19 anos por aí.
- Gente! É é podre de rico...
- Podre de rico. É mole?
- Vamos montar uma dupla sertaneja, Bruno?
- Vamos sim, Caio. Você canta e eu peço desculpas.
Dei um monte de tapa no meu namorado. Que audácia era aquela dele insinuar que eu não cantava bem?
- Sem graça!
- É brincadeirinha, Caio...
- Deixa você! Vai, me leva pra casa.
- Rodrigo e Fabrício também?
- Eu não – falou o engenheiro químico. – Não vou dormir em casa hoje.
- E você? – me virei pro Rods.
- Hã... Deixa quieto, eu vou levar a Lari em casa.
- Eu levo ela também – meu namorado se dispôs. – Fica tranquila. Onde você mora?
- Na Barra.
- Ah, tranquilo. Eu passo lá primeiro e depois levo vocês. Pode ser?
- Imagina, não precisa se incomodar.
- Incômodo algum. Já está decidido e não se fala mais nisso.
Meu namorado era um verdadeiro gentleman. Ele deixou a Larissa na porta de casa, esperou o Rodrigo se despedir da namorada para poder nos levar pra república e não reclamou um segundo sequer.
- Que demora do Rodrigo voltar – eu bufei.
- Deixa eles se despedirem, amor.
- Mas você está cansado, precisa dormir!
- Eu estou bem.
- O que será que eles estão fazendo, hein? Um filho?
- Pode ser – ele deu risada.
Só de pensar nessa possibilidade eu me senti péssimo. Se o Rodrigo estivesse transando com a namorada, eu o mataria atropelado.
- Sai do celular, Vitinho! – Bruno olhou para trás.
- Esse joguinho que eu achei aqui me viciou, Bruh!
- Ai, Deus...
- Que demora foi essa? – questionei.
- Estava falando com minha sogra, Caio.
- E ela é legal?
- Um amor de gente. Um dia que te apresento.
- Posso ir?
- Por favor, Bruno.
Pegamos trânsito e no meio da viagem começou a chover. E não foi uma chuva calma não.

- Acho que vai alagar – deduzi.
- Vira essa boca pra lá! Meu seguro não cobre enchente.
- Eu acho melhor você pegar outra via, porque essa daqui normalmente alaga mesmo – concordou Rodrigo.
- Vou entrar na outra avenida lá na frente, pelo menos lá é mais tranquilo. Qualquer coisa a gente entra em um shopping que tem aqui perto.
- Que nada, não vou pagar estacionamento por causa de chuva não. A gente vai é pra minha casa!
Por sorte, não aconteceu nada demais, além da chuva forte. Bruno conseguiu chegar na república sem maiores transtornos, mas Rodrigo e eu tivemos que esperar a chuva passar para poder sair do automóvel. Ele deixou o Vítor em Ipanema primeiro.
- Espera, Rodrigo! – exclamei. – Você vai se molhar todo, está chovendo muito forte.
- Não aguento mais ficar aqui. A minha bunda já está ficando quadrada.
- Relaxa, não é só a sua.
- Querem ouvir música? – perguntou o motorista.
- Pode ser – falei. – Pelo menos a hora passa mais rápido.
Cerca de meia hora depois, a chuva afinou e o Digão pôde enfim nos deixar a sós.
- Valeu pela carona, cunhado.
- Disponha. Até a próxima.
- Idem.
- Enfim sós – eu suspirei.
- Enfim sós.
Nos beijamos. Ainda bem que o vidro do carro estava embaçado, pelo menos assim ninguém ia nos ver.
- Amor?
- Hum? – olhei pra ele.
- Eu quero fazer uma coisa.
- Que coisa?
Bruno abriu o zíper da minha calça.
- Aqui? – engoli em seco.
- Uhum. Você não quer?
- Claro que eu quero, mas e se alguém nos pegar?
- A rua está deserta, amor.
- Então espera aí, rapidinho...
- O que você vai fazer?
- Fechar a porta da minha casa.
Saí, fechei a porta e voltei pro carro rapidinho. Mesmo assim eu me molhei.
- Pronto. Já fechei a porta.
- Não, não! Vai pro fundo que é melhor...
Atendi ao pedido dele e fui pro banco de trás. Ele pulou pra lá, subiu no meu colo e começou a me beijar. Só sendo loucos mesmo...
- Bruno! – reclamei quando ele arrancou minha camiseta com força.
- Aproveita enquanto dá.
Ele tinha razão. Uma vez na faculdade, eu não sabia quanto tempo a gente iria ficar junto aos finais de semana...
Por isso eu aproveitei mesmo e deixei as coisas rolarem naturalmente. Em pouco tempo eu já estava nu e ele já estava me chupando como um alucinado.
- Ui... – gemi.
Não rolou nada além de sexo oral. Eu gozei na boca dele, ele na minha e depois só rolaram beijos e mais beijos.
- Estou sem ar – falei. – Abre um pouco esse vidro...
- Pra gente ser vistos? Não senhor...
- Acho que preciso de respiração boca à boca...
Ele sorriu e me beijou como nunca. Foi um beijo mega longo e mega caliente, que acabou nos deixando acesos novamente.
- Sinto muito, agora você vai ter que me dar prazer de novo – ele falou.
- Vou, é?
- Vai sim senhor...
- Então abre essas pernas, filho da puta!
Caí de boca e não parei de chupar até sentir o leitinho do Bruno na minha garganta. Ele gemeu com vontade. Foi muito bom!
- Agora eu vou embora – falei.
- Vai?
- Vou.
- Só vai quando eu deixar – Bruno segurou no meu cabelo e puxou a minha cabeça para trás. Eu estava sentado no colo dele.
- Mas você precisa ir!
- Eu só vou se eu quiser!
- E é assim?
- É assim sim!
Perdi a noção da hora. Só sei que ficamos naquele carro por muito tempo, muito tempo mesmo. Eu só consegui sair do automóvel quando não existia mais forças para ficarmos acordados.
- Dirige com cuidado, tá? – eu pedi.
- Pode deixar. Dorme bem, tá bom?
- Uhum. Boa aula amanhã!
- Obrigado. Espero que eu não passe pelo trote.
- Se passar, dependendo do que for não aceite.
- Sim, sim. Fica tranquilo. Assim que as aulas acabarem eu te ligo.
- Vou ficar esperando ansiosamente. Boa noite, amor.
- Boa noite, meu bebê.
- Só mais um beijo...
Eu beijei meu namorado e passei a bala que estava na minha boca pra boca dele. Isso pode até parecer nojento, mas eu sempre fazia isso, desde que pegava mulheres.
- Boa noite – ele falou.
- Boa noite, meu futuro arquiteto!!!
- Posso saber que demora foi essa? – Rodrigo estava deitado na cama, apenas de cueca e com as pernas ligeiramente abertas.
- Estava namorando, oras.
- Por 2 horas?
- 2 horas?
- Sabe que horas são?
- Não!
- Já é quase meia noite. Você ficou mais de 2 horas lá com o Bruno.
- E daí? Eu nem ligo!
- O que estavam fazendo?
- Quer que eu desenhe?
- Grosso!
- Curioso!
- Chato!
- Você que é. Quer fechar essas pernas?
- Algum problema?
- Todos!
- Quem manda você ficar olhando?
- Quem manda você deixar à mostra?
- Vou falar pro Bruno, hein?
- Pode deixar que eu mesmo falo. Eu não tenho segredos para com meu namorado.
- Seu ridículo.
- Seu provocador!
- Quem está provocando aqui?
- Você!
- Quer dar uma olhadinha?
- Agora você quer mostrar? Agora é tarde e atrasado. Agora eu não quero mais.
- Tem certeza?
- Absoluta.
- Certeza mesmo? – ele colocou a mão no meio das pernas.
- Absoluta, já não disse?
- Você não sabe o que ia perder.
- Sei sim, esqueceu que eu já vi?
Ele ficou calado. Eu tirei a minha roupa também, fiquei só de cueca como ele e fui até a minha cama.
- E você?
- O que tem eu? – ele me fitou.
- Quer olhar?
- Ah, não valeu. Não gosto dessas coisas não.
- Tem certeza?
- Absoluta.
- Certeza mesmo?
- Uhum!
- Que pena. Você não sabe o que ia perder.
- E nem quero saber – Rodrigo deu risada.
Se eu estivesse solteiro, se ele estivesse solteiro e se eu não fosse apaixonado pelo Bruno, com certeza eu daria um jeito de converter o Rodrigo para o meu mundo. Será que daria certo?
- Você e essa sua incerteza – provoquei.
- Que incerteza, Caio?
- Sua bissexualidade mal-resolvida!
- De novo esse assunto?
- De novo sim! Sei muito bem que você é bissexual e você sabe disso tanto quanto eu.
- Já falei que eu gosto é de boceta, sacou?
- Gosta? Gosta mesmo? Então por que queria me mostrar esse negócio aí?
- Era zoeira, Caio!
- Sei. Olha só, não confundamos mais as coisas. Amizade e só amizade, nada além de amizade.
- Concordo contigo.
- Na época que era pra você fazer isso você não fez, filho da puta!
- Eu nunca conseguiria manter uma relação com você, Caio. A gente só confundiu as coisas, tá legal?
- Aham!
Pior que era verdade mesmo. Houve uma puta confusão de sentimentos em ambas as partes. Eu me pus a pensar. Se tivesse rolado com o Digow, provavelmente eu seria infeliz naquele momento.
É, infeliz. Essa foi a conclusão que eu cheguei. Em nenhum momento ele deixaria de curtir mulheres e provavelmente eu mergulharia em uma relação pela metade.
Eu tinha certeza que se rolasse com o Rods, ele não se entregaria para mim por completo. Portanto, era melhor tê-lo como melhor amigo/irmão do que tê-lo como namorado e ele ser meu apenas pela metade.
Antes uma amizade solidificada do que um namoro mole como gelatina.

- Que estúdio grande, né? – comentou Fabrício.
- Pois é. Globo é Globo.
- Caio, será que a Marcela ainda trabalha aqui? – Rodrigo perguntou.
- Sei lá, Digow. Isso é hora pra pensar em ex?
- Eu estou aqui, viu Rodrigo? – Larissa pareceu ofendida.
- Me perdoa, Lari. Não foi por mal.
Ele não falou mais nada. Quando o Faustão entrou no palco, eu levei um susto. Ele era muito mais acabado do que eu poderia imaginar.
- Meu Deus, como ele tá acabado!
- Tá só o coió – falou Bruno.
Dei risada. Eu também pensava dessa forma. Ele estava ficando velho, mas uma hora isso ia acontecer, não é?
Naquele domingo, a única coisa que me chamou a atenção no programa foi a participação do Luan Santana. Eu gostava das músicas dele.
- O que achou dele, Bruh?
- Magricela demais. Se ele tivesse o corpo um pouco mais definido ficaria mais legal. E você?
- Concordo contigo, mas ele canta muito bem. Vamos num show?
- Claro! A gente precisa sair mais, principelmente agora que vão começar as minhas aulas.
- Então eu vou ver na internet, quando tiver um show dele por aqui a gente vai.
- Demorou, mas o que eu queria mesmo é ir no Jorge e Mateus de novo.
- Ah, nem me fala!!! Eu quero muito voltar num show daqueles dois. Foi bom demais o do ano passado.
- É foi sim!
E só foi isso que me chamou a atenção naquele programa: o Luan Santana. De resto, nada me interessou. Eu realmente fiquei com vontade de ir num show do garoto.
- Ele canta bem – comentou Rodrigo.
- É.
- E é mais novo que você, acredita?
- É? É mais novo que eu?
- Acho que ele deve ter uns 18, 19 anos por aí.
- Gente! É é podre de rico...
- Podre de rico. É mole?
- Vamos montar uma dupla sertaneja, Bruno?
- Vamos sim, Caio. Você canta e eu peço desculpas.
Dei um monte de tapa no meu namorado. Que audácia era aquela dele insinuar que eu não cantava bem?
- Sem graça!
- É brincadeirinha, Caio...
- Deixa você! Vai, me leva pra casa.
- Rodrigo e Fabrício também?
- Eu não – falou o engenheiro químico. – Não vou dormir em casa hoje.
- E você? – me virei pro Rods.
- Hã... Deixa quieto, eu vou levar a Lari em casa.
- Eu levo ela também – meu namorado se dispôs. – Fica tranquila. Onde você mora?
- Na Barra.
- Ah, tranquilo. Eu passo lá primeiro e depois levo vocês. Pode ser?
- Imagina, não precisa se incomodar.
- Incômodo algum. Já está decidido e não se fala mais nisso.
Meu namorado era um verdadeiro gentleman. Ele deixou a Larissa na porta de casa, esperou o Rodrigo se despedir da namorada para poder nos levar pra república e não reclamou um segundo sequer.
- Que demora do Rodrigo voltar – eu bufei.
- Deixa eles se despedirem, amor.
- Mas você está cansado, precisa dormir!
- Eu estou bem.
- O que será que eles estão fazendo, hein? Um filho?
- Pode ser – ele deu risada.
Só de pensar nessa possibilidade eu me senti péssimo. Se o Rodrigo estivesse transando com a namorada, eu o mataria atropelado.
- Sai do celular, Vitinho! – Bruno olhou para trás.
- Esse joguinho que eu achei aqui me viciou, Bruh!
- Ai, Deus...
- Que demora foi essa? – questionei.
- Estava falando com minha sogra, Caio.
- E ela é legal?
- Um amor de gente. Um dia que te apresento.
- Posso ir?
- Por favor, Bruno.
Pegamos trânsito e no meio da viagem começou a chover. E não foi uma chuva calma não.
- Acho que vai alagar – deduzi.
- Vira essa boca pra lá! Meu seguro não cobre enchente.
- Eu acho melhor você pegar outra via, porque essa daqui normalmente alaga mesmo – concordou Rodrigo.
- Vou entrar na outra avenida lá na frente, pelo menos lá é mais tranquilo. Qualquer coisa a gente entra em um shopping que tem aqui perto.
- Que nada, não vou pagar estacionamento por causa de chuva não. A gente vai é pra minha casa!
Por sorte, não aconteceu nada demais, além da chuva forte. Bruno conseguiu chegar na república sem maiores transtornos, mas Rodrigo e eu tivemos que esperar a chuva passar para poder sair do automóvel. Ele deixou o Vítor em Ipanema primeiro.
- Espera, Rodrigo! – exclamei. – Você vai se molhar todo, está chovendo muito forte.
- Não aguento mais ficar aqui. A minha bunda já está ficando quadrada.
- Relaxa, não é só a sua.
- Querem ouvir música? – perguntou o motorista.
- Pode ser – falei. – Pelo menos a hora passa mais rápido.
Cerca de meia hora depois, a chuva afinou e o Digão pôde enfim nos deixar a sós.
- Valeu pela carona, cunhado.
- Disponha. Até a próxima.
- Idem.
- Enfim sós – eu suspirei.
- Enfim sós.
Nos beijamos. Ainda bem que o vidro do carro estava embaçado, pelo menos assim ninguém ia nos ver.
- Amor?
- Hum? – olhei pra ele.
- Eu quero fazer uma coisa.
- Que coisa?
Bruno abriu o zíper da minha calça.
- Aqui? – engoli em seco.
- Uhum. Você não quer?
- Claro que eu quero, mas e se alguém nos pegar?
- A rua está deserta, amor.
- Então espera aí, rapidinho...
- O que você vai fazer?
- Fechar a porta da minha casa.
Saí, fechei a porta e voltei pro carro rapidinho. Mesmo assim eu me molhei.
- Pronto. Já fechei a porta.
- Não, não! Vai pro fundo que é melhor...
Atendi ao pedido dele e fui pro banco de trás. Ele pulou pra lá, subiu no meu colo e começou a me beijar. Só sendo loucos mesmo...
- Bruno! – reclamei quando ele arrancou minha camiseta com força.
- Aproveita enquanto dá.
Ele tinha razão. Uma vez na faculdade, eu não sabia quanto tempo a gente iria ficar junto aos finais de semana...
Por isso eu aproveitei mesmo e deixei as coisas rolarem naturalmente. Em pouco tempo eu já estava nu e ele já estava me chupando como um alucinado.
- Ui... – gemi.
Não rolou nada além de sexo oral. Eu gozei na boca dele, ele na minha e depois só rolaram beijos e mais beijos.
- Estou sem ar – falei. – Abre um pouco esse vidro...
- Pra gente ser vistos? Não senhor...
- Acho que preciso de respiração boca à boca...
Ele sorriu e me beijou como nunca. Foi um beijo mega longo e mega caliente, que acabou nos deixando acesos novamente.
- Sinto muito, agora você vai ter que me dar prazer de novo – ele falou.
- Vou, é?
- Vai sim senhor...
- Então abre essas pernas, filho da puta!
Caí de boca e não parei de chupar até sentir o leitinho do Bruno na minha garganta. Ele gemeu com vontade. Foi muito bom!
- Agora eu vou embora – falei.
- Vai?
- Vou.
- Só vai quando eu deixar – Bruno segurou no meu cabelo e puxou a minha cabeça para trás. Eu estava sentado no colo dele.
- Mas você precisa ir!
- Eu só vou se eu quiser!
- E é assim?
- É assim sim!
Perdi a noção da hora. Só sei que ficamos naquele carro por muito tempo, muito tempo mesmo. Eu só consegui sair do automóvel quando não existia mais forças para ficarmos acordados.
- Dirige com cuidado, tá? – eu pedi.
- Pode deixar. Dorme bem, tá bom?
- Uhum. Boa aula amanhã!
- Obrigado. Espero que eu não passe pelo trote.
- Se passar, dependendo do que for não aceite.
- Sim, sim. Fica tranquilo. Assim que as aulas acabarem eu te ligo.
- Vou ficar esperando ansiosamente. Boa noite, amor.
- Boa noite, meu bebê.
- Só mais um beijo...
Eu beijei meu namorado e passei a bala que estava na minha boca pra boca dele. Isso pode até parecer nojento, mas eu sempre fazia isso, desde que pegava mulheres.
- Boa noite – ele falou.
- Boa noite, meu futuro arquiteto!!!
- Posso saber que demora foi essa? – Rodrigo estava deitado na cama, apenas de cueca e com as pernas ligeiramente abertas.
- Estava namorando, oras.
- Por 2 horas?
- 2 horas?
- Sabe que horas são?
- Não!
- Já é quase meia noite. Você ficou mais de 2 horas lá com o Bruno.
- E daí? Eu nem ligo!
- O que estavam fazendo?
- Quer que eu desenhe?
- Grosso!
- Curioso!
- Chato!
- Você que é. Quer fechar essas pernas?
- Algum problema?
- Todos!
- Quem manda você ficar olhando?
- Quem manda você deixar à mostra?
- Vou falar pro Bruno, hein?
- Pode deixar que eu mesmo falo. Eu não tenho segredos para com meu namorado.
- Seu ridículo.
- Seu provocador!
- Quem está provocando aqui?
- Você!
- Quer dar uma olhadinha?
- Agora você quer mostrar? Agora é tarde e atrasado. Agora eu não quero mais.
- Tem certeza?
- Absoluta.
- Certeza mesmo? – ele colocou a mão no meio das pernas.
- Absoluta, já não disse?
- Você não sabe o que ia perder.
- Sei sim, esqueceu que eu já vi?
Ele ficou calado. Eu tirei a minha roupa também, fiquei só de cueca como ele e fui até a minha cama.
- E você?
- O que tem eu? – ele me fitou.
- Quer olhar?
- Ah, não valeu. Não gosto dessas coisas não.
- Tem certeza?
- Absoluta.
- Certeza mesmo?
- Uhum!
- Que pena. Você não sabe o que ia perder.
- E nem quero saber – Rodrigo deu risada.
Se eu estivesse solteiro, se ele estivesse solteiro e se eu não fosse apaixonado pelo Bruno, com certeza eu daria um jeito de converter o Rodrigo para o meu mundo. Será que daria certo?
- Você e essa sua incerteza – provoquei.
- Que incerteza, Caio?
- Sua bissexualidade mal-resolvida!
- De novo esse assunto?
- De novo sim! Sei muito bem que você é bissexual e você sabe disso tanto quanto eu.
- Já falei que eu gosto é de boceta, sacou?
- Gosta? Gosta mesmo? Então por que queria me mostrar esse negócio aí?
- Era zoeira, Caio!
- Sei. Olha só, não confundamos mais as coisas. Amizade e só amizade, nada além de amizade.
- Concordo contigo.
- Na época que era pra você fazer isso você não fez, filho da puta!
- Eu nunca conseguiria manter uma relação com você, Caio. A gente só confundiu as coisas, tá legal?
- Aham!
Pior que era verdade mesmo. Houve uma puta confusão de sentimentos em ambas as partes. Eu me pus a pensar. Se tivesse rolado com o Digow, provavelmente eu seria infeliz naquele momento.
É, infeliz. Essa foi a conclusão que eu cheguei. Em nenhum momento ele deixaria de curtir mulheres e provavelmente eu mergulharia em uma relação pela metade.
Eu tinha certeza que se rolasse com o Rods, ele não se entregaria para mim por completo. Portanto, era melhor tê-lo como melhor amigo/irmão do que tê-lo como namorado e ele ser meu apenas pela metade.
Antes uma amizade solidificada do que um namoro mole como gelatina.
- Amor? – eu atendi.
- Oi, neném!
- E aí, bebê? Como foi seu primeiro dia?
- Não tive aulas, eu fui pro trote!!!
- Ah, é? E como foi?
- Eles me pintaram de batom, tiraram a minha camiseta, amarraram os meus cadarços e fizeram eu pedir dinheiro no farol.
Dei risada.
- E quanto você arrecadou?
- R$ 0,25.
- SÓ ISSO?
- Não, é brincadeira – ele gargalhou. – Consegui uns 15 reais, mais ou menos.
- Ah, melhorou. E o que fizeram com a grana?
- Bebemos cerveja – ele riu.
- Já fez amizade?
- Acredita que já? Os caras do 2º semestre são muito legais. Eu já fiz amizade com uns três.
- Esse é meu namorado!!! Então não teve nenhuma aula?
- Não, não. Nenhuma aula. Fiquei o dia todo na rua. Eu estou aqui todo sujo de batom.
- Deixa eu limpar?
- Vem!
Pena que eu não pude ir. Seria bom demais dar um banho no Bruno, sendo de chuveiro ou de língua. Pena que aquilo não foi possível.
Já na terça, ele me ligou de novo e aí sim me contou como foi de fato o primeiro dia de aula. Bruno disse o nome dos professores, das matérias e disse que já tinha tido conteúdo. Eu não estranhei, já que era faculdade pública e provavelmente o curso seria puxado.
E assim foram passando os dias. Diariamente o Bruno me ligava pra contar como tinha sido as aulas e eu ficava cada vez mais fascinado pelo curso dele. Eu tinha mais do que certeza que ele seria um grande arquiteto.
Na semana seguinte, já era carnaval e nós resolvemos ir pra avenida de novo. Assistimos os desfiles do domingo e só saímos de lá depois da passagem da última escola, cujo nome eu não vou me lembrar.

- Bom demais – ele falou.
- Oi? – com certeza naquela noite eu tinha ficado bêbado. Eu e o Fabrício.
- Preciso mijar – falou o gostosão. – Onde eu posso mijar?
- No banheiro – Bruno deu risada.
- Cadê o banheiro?
- Vocês dois estão bêbados e eu nem pude beber nada. Que injustiça! Vem, Fabrício. O banheiro é pra lá.
Bruno nos levou aos banheiros e eu senti o maior sono. Encostei em um poste, fechei os olhos e literalmente apaguei. Nunca me vi naquela situação.
- Caio? – ele mexeu comigo. – Acorda, menino.
- Heeein?
- Acorda, anjo! Vamos pro meu apê, vamos?
- Apê?
- O que ele tem? – ouvi a voz do Digow.
- Está bêbado. E o Fabrício também. Me ajuda?
- Eu também não to legal não, hein?
- Puta que pariu, é hoje! Cadê a Jana? JANA?
Só sei que me levaram pro carro e lá eu dormi de vez. Nem vi para onde me levaram, por onde caminhamos, quais ruas percorremos... E também não me preocupei com nada.
Quando acordei, na tarde daquele mesmo dia, me senti péssimo. Parecia até que eu havia sido atropelado por um trator.
- Ai minha cabeça...
- Bom dia, senhor Caio Monteiro!
- Oi, amor! Onde eu estou?
- No meu apartamento.
- Que horas são?
- Quase horas de você ir pra loja. Por isso eu te acordei.
- Que dor de cabeça...
- Quem mandou beber litros de cerveja?
- Eu não bebi tanto assim, bebi?
- Bebeu sim senhor e eu nem pude experimentar porque estava dirigindo. Fiquei foi com inveja de vocês.
- Ai, desculpa... Acho que eu exagerei um pouco, né?
- Nada que um bom banho gelado não te ajude. Vem, eu te levo.
Tomei banho gelado e me senti melhor, mas a dor de cabeça estava insuportável. Nem com um analgésico eu me senti melhor.
- Nossa, hoje você está péssimo – comentou Alexia.
- Obrigado, eu te amo também!
- Oi, neném!
- E aí, bebê? Como foi seu primeiro dia?
- Não tive aulas, eu fui pro trote!!!
- Ah, é? E como foi?
- Eles me pintaram de batom, tiraram a minha camiseta, amarraram os meus cadarços e fizeram eu pedir dinheiro no farol.
Dei risada.
- E quanto você arrecadou?
- R$ 0,25.
- SÓ ISSO?
- Não, é brincadeira – ele gargalhou. – Consegui uns 15 reais, mais ou menos.
- Ah, melhorou. E o que fizeram com a grana?
- Bebemos cerveja – ele riu.
- Já fez amizade?
- Acredita que já? Os caras do 2º semestre são muito legais. Eu já fiz amizade com uns três.
- Esse é meu namorado!!! Então não teve nenhuma aula?
- Não, não. Nenhuma aula. Fiquei o dia todo na rua. Eu estou aqui todo sujo de batom.
- Deixa eu limpar?
- Vem!
Pena que eu não pude ir. Seria bom demais dar um banho no Bruno, sendo de chuveiro ou de língua. Pena que aquilo não foi possível.
Já na terça, ele me ligou de novo e aí sim me contou como foi de fato o primeiro dia de aula. Bruno disse o nome dos professores, das matérias e disse que já tinha tido conteúdo. Eu não estranhei, já que era faculdade pública e provavelmente o curso seria puxado.
E assim foram passando os dias. Diariamente o Bruno me ligava pra contar como tinha sido as aulas e eu ficava cada vez mais fascinado pelo curso dele. Eu tinha mais do que certeza que ele seria um grande arquiteto.
Na semana seguinte, já era carnaval e nós resolvemos ir pra avenida de novo. Assistimos os desfiles do domingo e só saímos de lá depois da passagem da última escola, cujo nome eu não vou me lembrar.
- Bom demais – ele falou.
- Oi? – com certeza naquela noite eu tinha ficado bêbado. Eu e o Fabrício.
- Preciso mijar – falou o gostosão. – Onde eu posso mijar?
- No banheiro – Bruno deu risada.
- Cadê o banheiro?
- Vocês dois estão bêbados e eu nem pude beber nada. Que injustiça! Vem, Fabrício. O banheiro é pra lá.
Bruno nos levou aos banheiros e eu senti o maior sono. Encostei em um poste, fechei os olhos e literalmente apaguei. Nunca me vi naquela situação.
- Caio? – ele mexeu comigo. – Acorda, menino.
- Heeein?
- Acorda, anjo! Vamos pro meu apê, vamos?
- Apê?
- O que ele tem? – ouvi a voz do Digow.
- Está bêbado. E o Fabrício também. Me ajuda?
- Eu também não to legal não, hein?
- Puta que pariu, é hoje! Cadê a Jana? JANA?
Só sei que me levaram pro carro e lá eu dormi de vez. Nem vi para onde me levaram, por onde caminhamos, quais ruas percorremos... E também não me preocupei com nada.
Quando acordei, na tarde daquele mesmo dia, me senti péssimo. Parecia até que eu havia sido atropelado por um trator.
- Ai minha cabeça...
- Bom dia, senhor Caio Monteiro!
- Oi, amor! Onde eu estou?
- No meu apartamento.
- Que horas são?
- Quase horas de você ir pra loja. Por isso eu te acordei.
- Que dor de cabeça...
- Quem mandou beber litros de cerveja?
- Eu não bebi tanto assim, bebi?
- Bebeu sim senhor e eu nem pude experimentar porque estava dirigindo. Fiquei foi com inveja de vocês.
- Ai, desculpa... Acho que eu exagerei um pouco, né?
- Nada que um bom banho gelado não te ajude. Vem, eu te levo.
Tomei banho gelado e me senti melhor, mas a dor de cabeça estava insuportável. Nem com um analgésico eu me senti melhor.
- Nossa, hoje você está péssimo – comentou Alexia.
- Obrigado, eu te amo também!
ALGUMAS SEMANAS DEPOIS...
Era o último sábado do mês, era o casamento da Alexia. Janaína e
eu já estávamos no cartório, acompanhados pelos padrinhos do noivo – eu não os
conhecia – e esperando pelo casal.
- Eles chegaram – falei.
- Nossa, como ela está linda!!!

Alexia estava vestida em um vestido longo na cor vermelho que era um verdadeiro arraso. A mulher deixou os cabelos soltos, fez cachos e caprichou na maquiagem. O que mais chamava a atenção era a barriga dela, que estava pra lá de imensa.
- Você está linda! – eu abracei a minha amiga.
- Obrigada!
- Parabéns, Diego – abracei também o meu amigo.
- Obrigado, cupido.
Ele me tratava daquela forma. Eu realmente havia sido o cupido dos dois e me sentia orgulhoso desse feito. Pelo menos eles eram felizes juntos.
A cerimônia foi linda. Houve fotógrafo e filmagem e isso me deixou irritado.
- Você está lindo, para de graça – Janaína sibilou no meu ouvido.
Na hora de assinar, eu caprichei na rubrica e fiz pose para as fotos. Que coisa mais chata!
- Perante a lei dos homens, eu vos declaro casados – disse o juiz.
Nós batemos palmas e eles se beijaram. Tudo havia dado certo. Finalmente eles eram marido e mulher.
- Parabéns mais uma vez – eu abracei a Alexia.
- Obrigada, padrinho!
- Cuida bem dele, hein? Está difícil achar um bofe hetero hoje em dia – disse Janaína.
- Pode deixar, amiga – a mulher deu risada.
- Pode tirar esse aplique, queridinha – brincou Janaína.
- Não é aplique, sua bruxa. É meu cabelo mesmo!
- Mentira? E como você fez isso?
- Fazendo.
- Como ele cresceu tanto assim?
- Ele já estava grande fazia tempo, é que vivia amarrado. Você que não presta atenção em nada, Janaína!
- Me ofendi agora, hein? Me ofendi. Vou pegar o presente de volta.
- Não senhora! O presente é todinho meu!!!
Janaína e eu compramos um micro-ondas para a Alexia. Era a única coisa que faltava pro casal, que já tinha a casa toda montada. Eles ficaram realmente muito felizes.
Após a cerimônia, os recém-casados ofereceram um almoço na nova casa e é claro que eu e a minha amiga fomos filar uma boinha. Era churrasco.
- Delícia de churrasco – eu falei.
- Realmente. Tudo muito bem preparado.
- Estou de olho é naquele bolo.
- Guloso!
- Nem me importo.
Depois da comida, Jana e eu ficamos mais um pouco ao lado do casal e por volta de umas 19 horas resolvemos ir embora.
- Obrigada por tudo – disse Alexia.
- Nós é que agradecemos pelo almoço, estava delicioso.
- Obrigada, amigo.
- Vou sentir sua falta, branquela...
- Eu também vou. Cuida da Jana, tá?
- Pode deixar. Não esquece de me ligar quando o bebê nascer!
- Claro que eu ligo, Caio! Quero ver você na maternidade, hein?
- Não tenha dúvidas. Beijo, anjo. Parabéns pelo casamento.
- Beijo, padrinho. Obrigada por tudo mais uma vez.
- Por nada. Seja feliz!
Daquele dia em diante, a Alexia ia pegar licença casamento, uma semana de folgas e depois disso já ia emendar na licença maternidade. É, o neném já estava para nascer. Nem dava pra acreditar nisso.
- Eles chegaram – falei.
- Nossa, como ela está linda!!!
Alexia estava vestida em um vestido longo na cor vermelho que era um verdadeiro arraso. A mulher deixou os cabelos soltos, fez cachos e caprichou na maquiagem. O que mais chamava a atenção era a barriga dela, que estava pra lá de imensa.
- Você está linda! – eu abracei a minha amiga.
- Obrigada!
- Parabéns, Diego – abracei também o meu amigo.
- Obrigado, cupido.
Ele me tratava daquela forma. Eu realmente havia sido o cupido dos dois e me sentia orgulhoso desse feito. Pelo menos eles eram felizes juntos.
A cerimônia foi linda. Houve fotógrafo e filmagem e isso me deixou irritado.
- Você está lindo, para de graça – Janaína sibilou no meu ouvido.
Na hora de assinar, eu caprichei na rubrica e fiz pose para as fotos. Que coisa mais chata!
- Perante a lei dos homens, eu vos declaro casados – disse o juiz.
Nós batemos palmas e eles se beijaram. Tudo havia dado certo. Finalmente eles eram marido e mulher.
- Parabéns mais uma vez – eu abracei a Alexia.
- Obrigada, padrinho!
- Cuida bem dele, hein? Está difícil achar um bofe hetero hoje em dia – disse Janaína.
- Pode deixar, amiga – a mulher deu risada.
- Pode tirar esse aplique, queridinha – brincou Janaína.
- Não é aplique, sua bruxa. É meu cabelo mesmo!
- Mentira? E como você fez isso?
- Fazendo.
- Como ele cresceu tanto assim?
- Ele já estava grande fazia tempo, é que vivia amarrado. Você que não presta atenção em nada, Janaína!
- Me ofendi agora, hein? Me ofendi. Vou pegar o presente de volta.
- Não senhora! O presente é todinho meu!!!
Janaína e eu compramos um micro-ondas para a Alexia. Era a única coisa que faltava pro casal, que já tinha a casa toda montada. Eles ficaram realmente muito felizes.
Após a cerimônia, os recém-casados ofereceram um almoço na nova casa e é claro que eu e a minha amiga fomos filar uma boinha. Era churrasco.
- Delícia de churrasco – eu falei.
- Realmente. Tudo muito bem preparado.
- Estou de olho é naquele bolo.
- Guloso!
- Nem me importo.
Depois da comida, Jana e eu ficamos mais um pouco ao lado do casal e por volta de umas 19 horas resolvemos ir embora.
- Obrigada por tudo – disse Alexia.
- Nós é que agradecemos pelo almoço, estava delicioso.
- Obrigada, amigo.
- Vou sentir sua falta, branquela...
- Eu também vou. Cuida da Jana, tá?
- Pode deixar. Não esquece de me ligar quando o bebê nascer!
- Claro que eu ligo, Caio! Quero ver você na maternidade, hein?
- Não tenha dúvidas. Beijo, anjo. Parabéns pelo casamento.
- Beijo, padrinho. Obrigada por tudo mais uma vez.
- Por nada. Seja feliz!
Daquele dia em diante, a Alexia ia pegar licença casamento, uma semana de folgas e depois disso já ia emendar na licença maternidade. É, o neném já estava para nascer. Nem dava pra acreditar nisso.
Eu recebi 5 convites para a minha formatura. Era um do Bruno, um
do Víctor, um da Dona Elvira, um da Jana e um do Fabrício. Quem convidou o
Vinícius foi o Rodrigo.
A data enfim estava se aproximando e eu estava na maior expectativa. O Bruno também estava se mostrando bem ansioso, quase tanto quanto eu.
- Só mais 3 dias, amor!
- Verdade. E a sua faculdade?
- Bem, bem. Hoje entreguei aquele trabalho que te falei, só falta esperar a nota.
- Tenho certeza que será excelente.
Eu havia convidado a Dona Elvira, afinal ela havia dito que iria, mas eu estava crente que aquilo não ia acontecer.
A mulher tinha os compromissos dela em Minas e provavelmente não teria tempo para ir me ver, mas o que valia na verdade era a intenção. Só dela mostrar-se interessada em ir na minha formatura da faculdade, eu já me senti totalmente realizado.
O Bruno e o Rodrigo queriam porque queriam que eu tivesse enviado os convites para a minha família, mas eu não o fiz.
Como já havia explicitado para os dois, eu preferia não ficar na expectativa da presença deles. Era muito melhor ter a certeza que eles não iam, a ter uma incerteza do comparecimento dos meus pais e do meu irmão. E foi isso que os meninos tiveram que entender.
A única pessoa que realmente confirmou presença, foi o Víctor. Ele já tinha até mostrado a passagem de avião que tinha comprado e foi isso que me deu certeza da sua ida até o Rio de Janeiro.
E ele ia chegar ainda naquele dia. Naquela semana eu pedi folga na loja e só fiquei cuidando da minha ansiedade para a formatura. Será que ia dar tudo certo?
E foi por volta das 16 horas que a campainha da minha casa tocou. Eu estava sozinho, todos os meninos estavam trabalhando ou estudando e isso me proporcionou uma certa liberdade na minha casa.
- Será que é o Víctor? – estranhei. – Esse veado falou que ia me ligar quando chegasse no aeroporto! Será que quis fazer uma surpresa? JÁ VAI!
Coloquei a bermuda e desci as escadas, crente que era o meu melhor amigo ou o carteiro, mas não era. Quando eu abri a porta e vi aquela pessoa parada na minha frente, o meu coração foi parar na boca. Eu não pude acreditar no que estava vendo.
- Do-dona Elvira?

A data enfim estava se aproximando e eu estava na maior expectativa. O Bruno também estava se mostrando bem ansioso, quase tanto quanto eu.
- Só mais 3 dias, amor!
- Verdade. E a sua faculdade?
- Bem, bem. Hoje entreguei aquele trabalho que te falei, só falta esperar a nota.
- Tenho certeza que será excelente.
Eu havia convidado a Dona Elvira, afinal ela havia dito que iria, mas eu estava crente que aquilo não ia acontecer.
A mulher tinha os compromissos dela em Minas e provavelmente não teria tempo para ir me ver, mas o que valia na verdade era a intenção. Só dela mostrar-se interessada em ir na minha formatura da faculdade, eu já me senti totalmente realizado.
O Bruno e o Rodrigo queriam porque queriam que eu tivesse enviado os convites para a minha família, mas eu não o fiz.
Como já havia explicitado para os dois, eu preferia não ficar na expectativa da presença deles. Era muito melhor ter a certeza que eles não iam, a ter uma incerteza do comparecimento dos meus pais e do meu irmão. E foi isso que os meninos tiveram que entender.
A única pessoa que realmente confirmou presença, foi o Víctor. Ele já tinha até mostrado a passagem de avião que tinha comprado e foi isso que me deu certeza da sua ida até o Rio de Janeiro.
E ele ia chegar ainda naquele dia. Naquela semana eu pedi folga na loja e só fiquei cuidando da minha ansiedade para a formatura. Será que ia dar tudo certo?
E foi por volta das 16 horas que a campainha da minha casa tocou. Eu estava sozinho, todos os meninos estavam trabalhando ou estudando e isso me proporcionou uma certa liberdade na minha casa.
- Será que é o Víctor? – estranhei. – Esse veado falou que ia me ligar quando chegasse no aeroporto! Será que quis fazer uma surpresa? JÁ VAI!
Coloquei a bermuda e desci as escadas, crente que era o meu melhor amigo ou o carteiro, mas não era. Quando eu abri a porta e vi aquela pessoa parada na minha frente, o meu coração foi parar na boca. Eu não pude acreditar no que estava vendo.
- Do-dona Elvira?
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