domingo, 22 de março de 2015

Capítulo 48

R
odrigo e eu ficamos nos olhando por um longo período de tempo, onde a única coisa que reinou foi o silêncio.
- Eu não sei se eu te bato, ou se eu te mato. O que você prefere?
- Nem um, nem outro. Eu quero que você entenda e apoie a minha decisão!
- Podemos conversar em um lugar mais reservado? Eu não quero que ninguém se meta no que eu vou te dizer.

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Confesso que fiquei um pouco amedrontado, mas resolvi atender o pedido do Rodrigo e nós fomos até a laje da nossa casa e lá ele foi logo me falando:
- Eu queria saber o que te motiva a voltar com esse idiota, Caio!
- Ele não é um idiota! – eu fui logo defendendo a minha cara metade. – E eu o amo, já te falei isso umas quinhentas vezes!!!
- Burro. É isso que você é, um burro!
- Para de me xingar, hein? Eu to aqui numa boa te falando que voltei com ele e eu quero muito que você respeite essa decisão.

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- Não estou de acordo com isso, mas o problema é todo seu. Eu lavo as minhas mãos, como já te disse antes. Você sofreu, chorou, quase se matou por causa desse panaca e agora simplesmente volta com ele? Você é muito burro, Caio.
- Pode até ser que eu seja, Rodrigo, mas a gente não manda no nosso coração. Eu gosto do Bruno e tenho certeza que ele também gosta de mim. Eu não posso simplesmente ignorar esse sentimento imenso que existe dentro do meu peito, sabe?
- Pois é exatamente isso que você deveria fazer.
- Eu tentei, eu tentei por mais de um ano, mas não é fácil. Eu amo o Bruno com toda a minha alma e não consigo ficar longe dele, entende?
- Não, não entendo.
- Se você não entende é porque você nunca amou alguém de verdade. Sinto muito, mas essa é que é a verdade!
- Você está insinuando que eu nunca amei ninguém Caio?
- Estou sim, Rodrigo! Sabe por que? Porque quando a gente ama alguém de verdade, a gente supera os defeitos, a gente supera as adversidades, a gente supera qualquer coisa que tenha acontecido no passado! O Bruno errou? Sim, ele errou, mas eu também errei. Eu errei tanto ou talvez até mais do que ele, Digão. E quem nunca errou nessa vida que atire a primeira pedra.
- Não gosto desse cara, não gosto!
- Mas eu gosto e é isso que tem que importar.
- Burro!
- Não fala assim, criatura... Eu já te falei que não dá pra mandar no coração, porra.
Ele bufou e desviou os olhos.




- Cadê esse menino?
- Ali embaixo, no carro. Por quê?
- Quero trocar umas duas ou três palavrinhas com ele.
- O que você vai falar com ele?
- Isso não é da sua conta. O assunto agora é entre eu e o seu namoradinho que você tanto ama.
- Amo sim, amo muito. Eu não sei se vou deixar você falar com ele não.
- Ah, não? Por que não?
- Porque eu tenho medo de você fazer alguma coisa contra ele.
- Eu bem deveria dar uma surra nele, mas não vou fazer isso em consideração à você. Mesmo você sendo muito burro, eu não vou fazer nada contra ele não.
- Promete?
- Prometo, prometo. Eu só vou trocar ideia mesmo. Nada mais que isso.
- O que você vai falar pra ele, Rodrigo???
- Já falei que o assunto é entre ele e eu, Caio. Vou descer e vou falar com ele, me espera aqui em cima.
Ai, Deus... Eu fiquei com medo mesmo dele agredir o meu namorado e é claro que eu fiquei olhando pra rua só pra ver o que ia acontecer.

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Em questão de segundos ele chegou na rua e bateu no vidro do carro do Bruno.
- Abre aí. Eu quero falar com você – ouvi a voz autoritária do Rodrigo um pouco baixa demais.
Ai que raiva... Eu tentei ouvir, mas não consegui. De dentro do carro não saía absolutamente nada. Eu fiquei olhando, olhando, olhando e nada acontecia.
Fui ficando cada vez mais nervoso e não pensei duas vezes na hora de descer pra ver o que estava acontecendo.
Cheguei na porta da minha casa e observei que eles só estavam mesmo conversando, mas novamente não ouvi nada porque os vidros estavam fechados.
O que eles falavam? O que estaria acontecendo ali dentro? O Bruno estava tranquilo, mas pelos olhos dele eu consegui ver um quê de tensão.

Rodrigo saiu depois de uns 20 minutos e direcionou os olhos pra mim.
- O que faz aí? Ouvindo a nossa conversa?
- Bem que eu tentei, mas não ouvi nada...
- Vamos subir. Agora a palavrinha vai ser com você.
Lancei um olhar pro Bruno e ele acenou. Eu pedi pra ele esperar um pouquinho, subi e continuei conversando com o Rodrigo, novamente na laje.

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- Escuta bem o que eu vou te dizer – ele segurou no meu pulso direito. – Eu não concordo com esse namoro, não mesmo. Deus sabe que o que eu estou falando é verdade. Eu acho que o Bruno já te causou danos demais, MAS, se é isso que você quer, eu não vou me meter. A vida é sua, você faz com ela o que bem entender. Você é de maior, é vacinado, é independente e sabe muito bem o que faz. PORÉM, se em algum momento qualquer ele fizer alguma coisa contra você... De duas uma: ou morre você, ou morre ele. E talvez morram os dois, porque eu não vou admitir que ele faça nada, NADA de errado com você, entendeu?
- Entendi... – eu fiquei todo bobo.
- E tem mais: se ele te fizer sofrer, eu quero que você me conte pra eu te dar um soco e quebrar todos os seus dentes. Vai ser burro assim na casa do caralho, Caio! Mas beleza... É o que você quer? Paciência. Só espero que não aconteça nada de errado dessa vez.
- Não vai acontecer.
- Seu burro! Você é muito, muito burro.
- Eu só sou um homem apaixonado, Rodrigo.
- Homem? Até poderia ser, se você fizesse as escolhas certas, seu pivete. Pivete. É isso o que você é. Burro!
- Não sou pivete – reclamei. – E não sou burro também. Eu estou fazendo a escolha certa, entendeu?
- Se você diz... O meu recado já foi dado.
- Me dá um abraço? – fiz bico.
- Só vou dar porque sinto sua falta, mas não que você mereça. Seu idiota – ele me abraçou.

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- Você que é. Vai ver que ele mudou muito.
- É o mínimo, né? É o mínimo que ele pode fazer.
Isso era verdade.
- Eu amo o Bruno, Digow. Entende isso.
- Isso não entra na minha cabeça, mas beleza. Vem, vamos pro quarto.
- Não... Eu só vim pegar umas roupas... Eu vou pro apartamento dele...
- Como assim? Você já ficou fora ontem e vai ficar hoje de novo?
- Sim... A gente precisa matar a saudade... Foram quase 3 anos de separação...
- Quer dizer que agora eu vou ser obrigado a conviver sem a sua presença nessa casa?
- Bom, quando você namorava a Marcela, você também ficava vários dias fora e eu não falava nada...
Bingo. Essa foi a frase perfeita para ele ficar calado.
- Sabe o que me deixa triste de verdade nessa história, Caio?
- O que foi, Digow? – eu suspirei.
- Que você não vai ser mais o mesmo comigo.
- JAMAIS! Eu nunca vou mudar com você, mano! Nunca!
- Se você mudar comigo por causa desse idiota, Caio... Eu nunca mais vou olhar na sua cara, entendeu?
- Eu nunca vou mudar com você, palhaço. A nossa amizade prevalecerá acima de tudo.
- Assim eu espero. Assim eu espero...
- Bobo. Acha mesmo que eu vou mudar com você? Jamais!!!
Isso era uma grande verdade. Eu podia separar muito bem a amizade com o Rodrigo e o namoro com o Bruno.
Eu os amava demais, mas cada um de uma forma diferente. Em um determinado momento da minha vida, eu até cheguei a pensar que o Rodrigo poderia sim ocupar o lugar do Bruno, mas somente naquele momento eu tive certeza que isso nunca seria possível.
Todavia não seria possível não por minha parte, mas sim pela parte do Rods. Ele não se entregava completamente quando nós estávamos juntos e isso era determinante pro nosso envolvimento não se consolidar de vez.
Se dependesse unicamente de mim, a nossa amizade já tinha evoluído pra um namoro há anos, porque ele era um fofo, um príncipe e tudo mais, mas ele não queria. Então...

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Se eu e o Rodrigo chegássemos a namorar, seria um namoro incrível, mas não seria um namoro completo pra ele. Eu tinha mais do que certeza que eu não chegaria a despertar no Rodrigo o que as mulheres despertavam e talvez ele não conseguisse viver plenamente ao meu lado.
Com o Digão, era só uma grande amizade. Uma fraternidade por assim dizer. Ele era meu melhor amigo, meu irmão e meu cúmplice e nunca seria nada além disso. Infelizmente.
As nossas brincadeirinhas foram muito boas, mas não passaria daquilo. Ele até tentou, mas não conseguiu e foi melhor assim. Definitivamente, Deus sabe de todas as coisas e por isso não aconteceu nada além de uma pegação com o Rodrigo.
Dessa forma, a nossa amizade continuaria intacta por todo o sempre e consecultivamente, eu poderia viver em paz com a minha consciência e com meu namorado.
Fui pro quarto, cumprimentei Vinícius e Fabrício e expliquei que finalmente havia voltado com o Bruno.

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- Finalmente – Vinícius me parabenizou. – Eu estou muito feliz por você, de verdade.
- Obrigado – eu o abracei. – Obrigado por sempre me aconselhar a fazer isso, Vini!
Fabrício também me parabenizou e enfim eu pude separar algumas roupas para voltar pro apê do Bruno. Peguei pouca coisa, só para ficar um ou dois dias por lá. Eu não queria sair da república, pelo menos não naquele momento.

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Depois de pegar as minhas coisas, eu me despedi dos meus amigos e voltei para o carro. Ele estava me esperando com uma carinha preocupada e ao mesmo tempo entediada.
- Você demorou muito – ele fez um bico lindo.
- Ô, bebê – eu abracei meu príncipe. – Desculpa, eu estava falando com os meninos...
- Rodrigo não te bateu não, né?
- Não. Ele te bateu? EU MATO ELE!
- Não... Não, nós só conversamos.
- O que vocês conversaram?
- Ele pediu para eu não te contar, mas eu te conto porque eu não tenho segredos pra você. Ele disse que não gosta de mim, mas que se você gosta e está feliz ao meu lado, vai respeitar a nossa relação. E disse que é pra eu me cuidar, que se eu fizer qualquer coisa contra você, ele me mata. Disse que está de olho e que se você sofrer, ele me mata também.
- Que bonitinho – eu abri um sorriso.
- Você ainda diz que ele é bonitinho? Ele quer tirar a minha vida e você vai concordar?
- Não, seu bobo. Bonitinho o jeito que ele está me protegendo, sabe?
- Eu tenho ciúmes dele, hein?
Isso porque ele nem sequer sonhava que eu já tinha dado uns pegas no Rodrigo. Imagina se ele soubesse...
- O Rodrigo é apenas meu irmão e eu acho bom você acostumar com isso, porque eu gosto muito dele, viu?
- Gosta, é? Fica com ele então! – ele ficou bravinho.
- Não. Eu disse que eu gosto, não disse que eu amo.
- Hum. Ele que não se meta demais na nossa vida, senão eu quebro o nariz dele.
- Palhaço – dei risada. – Ele só está preocupado comigo, só isso. Ele me ajudou muito quando você foi embora e você sabe disso. Nesse momento a nossa amizade ficou muito forte, a gente se ama de verdade!
- CAIO MONTEIRO!
- É verdade, Bruno! Mas é um amor de irmãos, só isso! Você sabe disso, amor!
- Sei sim, amor. Eu só estou brincando. Eu entendo os motivos dele. Ele está agindo certo com você. Só está defendendo o amigo dele.
- Irmão – eu o corrigi.
Ainda bem que ele entendeu.
- Trouxe muita roupa, né? Não quero ficar vindo nesses cafundós do Judas todos os dias não.
- Não fala assim do meu bairro – brinquei. – Não, não trouxe. Eu só trouxe para mais dois dias. Não posso abandonar a república ainda, amor.
- Por que não?
- Porque eu gosto dos meus amigos também. E eu ainda quero ficar mais um tempinho com eles.
- Uhum, eu entendo. É melhor a gente deixar a relação evoluir um pouco e depois a gente pensa em você mudar pro meu apê. O que acha?
- Acho perfeito, seu lindo – fui e dei um beijo na bochecha dele. – Te amo!
- Eu te amo mais, muito mais. E você é muito lindo, muito lindo!
- Você que é, meu príncipe.

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Bruno dirigiu sem muitos transtornos até o Recreio. Ele dirigia tão bem que eu tinha dúvidas se ele já não sabia fazer isso antes de tirar a carta de motorista.
Nós chegamos no apartamento quando faltava poucos minutos para a meia noite. Assim que entramos, ele foi logo me puxando para um beijo e em fração de segundos, nós já estávamos completamente sem roupa.
- Vem... – eu o puxei pela cintura e nós começamos a andar, ainda aos beijos.
Eu precisava de um banho urgente. Estava fazendo muito calor no Rio de Janeiro e eu estava suado e fedorento. Não dava pra namorar daquele jeito, não é?
Joguei o Bruno debaixo do chuveiro e liguei a ducha. Enquanto a água caía, eu voltei a beijá-lo, mas como estava sentindo muito calor, mudei a temperatura do chuveiro para a água esfriar e isso fez com que meu namorado desse um pulo no meio do banheiro.
- Que frio... – ele tremeu.
- Oh... Vem que eu te esquento, vem..

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Nos abraçamos, nos beijamos e eu peguei no pau dele, que já estava mais que duro.
O beijo durou tempo suficiente para a gente sentir muita vontade de ir pros finalmentes, por isso, nos ensaboamos o mais rápido possível para não pedermos tempo com nada.
Bruno me jogou na cama e andou por cima de mim. Ele mordeu a minha orelha, abriu a gaveta do criado mudo e pegou as camisinhas e o gel lubrificante. Estava quase na hora da gente renovar o estoque de preservativos.
- Eu te amo, Caio...
- Eu te amo, Bruno...
Nòs já estavamos nos tornando repetitivos nas declarações de amor. Contudo, eu tinha a impressão que só pararíamos com o “eu te amo”, quando sentíssemos que todos os 3 anos que ficamos separados estivessem recuperados. Será que ia demorar?
Comecei sendo passivo. O Bruno encapou o pênis e me entupiu de lubrificante. Entrou com uma certa facilidade e logo de cara eu já comecei a sentir prazer.
- Ui... – uma onda de calor invadiu todo o meu corpo. – Que delícia...
- Safadinho – ele beijou o meu queixo e mordeu o meu lábio. – Eu te amo!
- Eu te amo também, meu anjo.

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As coisas foram acontecendo com uma certa naturalidade. Ele penetrou com lentidão e curtiu o momento como nunca. Eu gemi várias vezes seguidas, porque estava sentindo muito prazer e ele não conseguiu segurar muito tempo e acabou gozando ainda com a camisinha.
- UUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUH...
Era tão bom estar com o Bruno, que eu não via as horas passarem. Na hora que iniciei a penetração, o relógio de pulso dele apitou informando que chegara à 1 hora da madrugada.


Eu também fui o mais carinhoso possível e enquanto penetrei, não parei de beijar as costas dele um segundo sequer. O menino gemeu feito um louco e isso só me deixava mais e mais excitado.
Gozei, mas quase não saiu esperma e bastou gozar para o meu pau ficar doendo. Eu acho que ainda era reflexo da outra noite, mas não me dei por satisfeito. Eu queria mais e ele também.
Mas da outra vez só rolou sexo oral, o que foi suficiente para a gente chegar ao ápice. Eu chupei primeiro e ele chupou em seguida e assim, nós finalizamos a nossa segunda noite de amor.
Antes de dormir, nós tomamos outro banho e depois limpamos o quarto. O apartamento do Bruno era minúsculo, mas devido as nossas festinhas, ele precisava ser limpado com urgência e isso nos daria certo trabalho.
Quase não falamos naquela noite. A gente se beijou muito, muito mesmo e só paramos de fazer isso quando o sono nos venceu.
Dormir abraçadinho com o meu amor era bom demais. Eu me sentia extremamente protegido e extremamente feliz e era isso o que importava.
Ficar ao lado do Bruno, não me dava apenas uma noite tranquila de sono, como também me fazia ter os mais lindos sonhos que eu poderia imaginar. E é claro que como sempre, ele era protagonista de todos os sonhos e isso não poderia ser diferente.
Acordar na manhã seguinte com um “bom dia, meu amor” foi simplesmente alucinante e delicioso. Abri meus olhos e ver o Bruno me encarando com aqueles olhinhos azuis, me deixou tão feliz que valeu a pena despertar mais cedo que o normal.

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- Bom dia, meu amor... Bom dia, príncipe... Bom dia, anjo... Bom dia, bebê... – ele ia falando e ia beijando o meu rosto, meus lábios e meu pescoço.
- Nada melhor que acordar com você do meu lado, sabia? – eu ainda estava meio grogue de sono, mas já estava bem lúcido.
- Eu que o diga. Ainda acho que estou vivendo um sonho...
- Já disse que se isso for um sonho, eu não quero acordar nunca mais.
- Nem eu.
Nos beijamos e eu já ia puxar o Bruno pra gente se divertir, mas vi uma bandeja em cima do criado mudo e a minha fome acabou falando mais alto.
- Café da manhã na cama de novo? – eu passei meu dedo indicador nos lábios do meu namorado.
- Claro! Quero mimar o meu namorado.
- Desse jeito você vai me deixar mal-acostumado, hein? – sentei e beijei o Bruno.
- Faço tudo por você, Caio. Nunca esqueça disso.
- Que lindo – a gente se abraçou. – Eu te amo!
- Eu te amo muito mais.
Comemos. Foi praticamente o mesmo cardápio do dia anterior, só que daquela vez o suco era de maracujá e não de acerola. Será que ele queria me deixar sonso pelo resto do dia?
- É o terceiro dia que eu não vou pra academia e a culpa é sua, sabia?
- Minha? – ele riu. – Minha culpa?
- Claro que é... Era pra mim acordar bem mais cedo pra ir malhar, mas quem disse que eu consigo?
- É só você parar de fazer academia, ué – ele colocou um pedacinho de pão na minha boca.
- Se eu fizer isso ou eu viro o Seu Madruga ou eu viro o Faustão e não quero que nenhuma das duas coisas aconteça.
- Você é lindo de qualquer jeito, anjo. Gordo, magro, bombado, não bombado...
- Mas eu me conheço, Bruno. Se eu parar, nunca mais volto. Portanto, amanhã mesmo eu vou voltar. O Felipe deve estar uma fera comigo.
- Não me diga que ainda é o mesmo Felipe?
- Uhum. Eu mudei de academia e encontrei com ele por acaso. Eu treino com ele há um tempão já.
- Quem sabe eu faço com você um dia desses?
- Vou adorar.
Paramos o café e nos beijamos por um tempo, mas não houve chance para sexo naquela manhã. Mais uma vez nós estávamos atrasados e infelizmente não pudemos curtir como queríamos, mas a noite logo chegaria e aí sim a coisa ia funcionar do jeito certo.
Tomei banho separado, porque o Bruno quis dar um jeito no apartamento. Ele precisava levar o lixo pra fora e precisava passar pano no chão. Desde a nossa volta, o apartamento virou uma zona e eu não queria ser responsável por isso; portanto, colaborei no que pude.
Na hora que ele foi tomar banho, eu arrumei a cama e coloquei a nossa roupa para lavar. Lavei a louça do café da manhã, dei uma ajeitada na sala e enfim o apartamento ficou pronto.
- Obrigado por me ajudar – ele me abraçou –, mas não precisava. Eu não quero que você fique se matando com serviço de casa não.
- Não custa ajudar, amor. Você faz um pouco, eu faço um pouco e assim a gente se ajuda.
- Você é lindo demais!
- Você que é lindo demais, seu lindo.
A gente deu risada. Mais um beijo aconteceu e depois disso nós enfim saímos para nossos trabalhos.
- Se comporta, tá? – eu falei na hora da despedida.
- Sempre me comporto. Você sabe que eu não fiquei com ninguém nesse tempo que nós ficamos separados, eu já te disse isso.
- E eu não me conformo. Você é incrível, amor – o beijei.
- Sou apaixonado, é diferente.
Eu passei a me sentir culpado nesse sentindo. Enquanto eu quase que literalmente fiz a festa, ele ficou praticamente no celibato e não ficou com ninguém por mais de 2 anos. A reação do Bruno foi admirável e só me fez ficar um zilhão de vezes mais apaixonado por ele, se é que aquilo era possível.
- Eu te amo, eu te amo muitão – falei.
- Eu te amo também, meu nego. Bom trabalho, bom dia...
- Pra ti também, branquelo lindo. Beijo.
- Outro, te amo.
- Eu também!
Saí e suspirei quando ele não estava mais ao meu lado. Mais uma longa tarde sem o Bruno, mas eu tinha certeza que o tempo passaria voando naquele dia.

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- Boa tarde, boa tarde, boa tarde meus amores, como vocês estão?
- Meu Deus... O que houve com essa criatura, Jana?
- Eu to tentando descobrir desde ontem, Alexia.

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- Ai meninas – eu sorri feito um abobalhado. – Eu voltei com meu amorzinho...
- Sabia que era isso, infeliz – Janaína me puxou com uma força tão grande que quase quebrou meu ombro. – Me conta tudo que agora eu to preta passada na chapinha!!!
- Voltou com o Bruno? – Alexia não entendeu.

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- É isso mesmo – confirmei.
- Pode abrindo os detalhes que nós estamos curiosas – Janaína me abraçou.
- Você quase quebrou meu ombro, sua quenga velha do cabelo ruim!
- Quenga e do cabelo ruim eu até sou, mas velha não! Já disse que só serei velha quando achar um cabelo branco na minha periquita e eu ainda não achei.
A Alexia sempre dava risada com essas brincadeiras. Eu comecei a contar como tinha sido a nossa volta, mas só pulei a parte do sexo. Isso elas não precisavam saber, não é?
- Finalmente você caiu na real – Alexia comentou o assunto. – Pensei que não ia dar o braço à torcer nunca.
- Ah, sei lá. Acho que tudo tem a hora certa. Foi graças ao show, foi graças ao Murilo, foi graças ao vídeo... Juntou tudo mais a saudade e deu no que deu. Agora eu estou tão feliz, mas tão feliz que a minha vontade é gritar.


- Não faz isso, senão você espanta os clientes – aconselhou Janaína. – E hoje eu não vendi nem R$ 5 mil ainda. Salve a minha comissão, por favor.
- Eu não deveria é salvar nada. Quem mandou ficar o mês passado todinho como projeto de Eduarda? A culpa não é minha!
- Eu supér vou lembrar disso quando você virar projeto de Jonas agora em outubro. Quero nem saber como vai ser seu salário em novembro, baby. Boa sorte!
- Já disse que eu não vou aceitar ser gerente em outubro, não disse?
- Fale isso pro Jonas e pro Tácio, meu filho. Quero ver você dizer não.
- Amor – eu me derreti todinho quando ele atendeu. – Boa tarde!
- Meu lindão... Que saudades...
- Eu também! Como você está?
- Morrendo de saudades e você?
- Eu também, bebê...
Bruno e eu ficamos trocando ideia por um tempinho, mas logo ele teve que voltar pro trabalho. Eu fiquei triste, mas entendi que ele precisava trabalhar e resolvi não incomodar mais. Nós teríamos a noite toda pra namorar e não seríamos incomodados.
Quando voltei do meu horário de almoço, a Do Carmo saiu ao meu encontro e disse:
- Parece feliz. As minhas previsões se concretizaram, não é?
- Concretizaram sim. Aliás, você acertou tudo. Nem sei como conseguiu fazer isso.
- São os oráculos e a minha sensibilidade. Voltou com o menino lá então?
- Voltei sim, graças a Deus. E estou muito feliz.
- E vai ficar cada vez mais. Vocês são almas gêmeas. Ele foi feito pra você, você foi feito pra ele e nada vai conseguir separá-los nessa vida. Algumas pessoas acreditam que não existe amor eterno, mas existe e vocês dois terão.
- Deus te ouça, Do Carmo!
- Mas não esqueça o que eu te falei na consulta: vai haver uma separação física no futuro, mas nada que interfira no amor de vocês dois.
- Eu me lembro disso e isso me deixa preocupado...
Eu não queria me separar do Bruno nunca mais.
- Será por pouco tempo. Você receberá uma proposta de trabalho em outro Estado, vai aceitar e depois de um tempo ele vai atrás de você. Não se preocupe e confie.
- Como você pode ter tanta certeza disso?
- Eu sinto e eu vi isso nas cartas, não se lembra?
- Sabe que proposta será essa?
- Não. Pra isso eu tenho que tirar as cartas. Quer fazer uma nova consulta?
- Não, não precisa – eu balancei a cabeça e sorri. – Eu estou satisfeito com as respostas que tive. Obrigado. Você me ajudou muito.
- Eu fico grata. Se precisar é só me procurar.
- Pode deixar. Obrigado, Do Carmo.
Fui até o meu departamento e como o fluxo estava grande, atendi dois clientes ao mesmo tempo. Um senhorzinho de meia idade e uma moça muito jovem e bonita.
- Agora é só ir até o crediário com esse papel, lá eles farão o seu carnê. Sua entrega será realizada no dia 31 em horário comercial.
- E a montagem? – perguntou a moça.
- De 3 à 5 dias úteis após a entrega.
- Tudo bem, obrigada.
- Eu é que agradeço. Volte sempre!
- Obrigada.
Assim que ela saiu, a Duda sentou na minha cadeira para descansar as pernas.
- E aí, como está o Bruno?
- Bem, mas eu já estou morrendo de saudades dele.
- Começo de namoro é tão gostoso, né?
- Uhum... Espero que esse clima dure por muitos e muitos anos.
- Vai durar. É só deixar a chama da paixão queimando.
- Verdade – eu concordei.
- Ai, eu to tão cansada. Essa gravidez tem me deixado com tanto sono...
- Eu também, patroa – Alexia apareceu e se meteu.
- Os bebês de vocês vão nascer mais ou menos na mesma época, não? – perguntei.
- Uhum – Alexia murmurou. – Chefe, concede um desconto para um colaborador pra mim?
- Quem está comprando?
- A Cris do crediário.
- Como assim? E a cachorra não me falou nada? Eu vou lá puxar a orelha dela!
Elas saíram e eu fiquei lá, pensando no Bruno e acompanhando os meus pedidos. Será que ele estava bem, meu Deus?
- Senti tanto a sua falta – eu o abracei na hora da saída.
- Eu também. Vamos pro apartamento, vai? Quero matar a saudade...
Algo endureceu dentro da minha cueca.
- Só se for agora!
- Caio? Vai comigo?
- Não, Jonas. Hoje não de novo, mas amanhã eu vou, viu?
- Belezinha. Boa noite então.
O Kléber nos olhou, mas não falou nada. Por que será que ele estava agindo daquela forma?


- Vem, vamos... Eu estou com saudades...
Ele parecia apressado naquela noite. Bruno dirigiu mais rápido que o normal. Aquilo tudo era vontade de ficar comigo?
Parece que sim. Depois do banho, ele me jogou com tudo na cama e foi logo subindo em mim para a gente se amar.
- Não aguentava mais ficar longe de você...
- Nem eu – agarrei os cabelos do garoto e comecei um beijo apaixonado.
Fiz ativo duas vezes seguidas. Primeiro ele ficou de lado e depois de bruços. Mesmo depois do 1º orgasmo, eu não parei a penetração e continuei em ritmo lento, até o meu pau ficar menos sensível para aumentar a velocidade. O Bruno gozou sem nem segurar no pau.
Depois eu fui passivo e ele me pegou de barriga pra cima. Essa posição era perfeita pra gente ficar se beijando e ao mesmo tempo eu podia ver a cara de safado que ele fazia durante o sexo e isso me deixava bem mais safadinho do que eu já estava.
Ele gozou na minha cara e isso me obrigou a tomar mais um banho. Ficar com o Bruno era sempre muito intenso e me deixava pra lá de cansado, mas sempre valia a pena.
Naquela noite, ele dormiu por trás de mim e eu me senti ainda mais protegido do que eu me sentia. Definitivamente, não poderia existir nada melhor do que aquilo. Eu estava feliz demais. Feliz demais...
No dia seguinte, fui obrigado a me despedir do Bruno pra valer. Naquela noite eu ia para a minha casa e não ia dormir no apartamento dele. Eu não podia simplesmente abandonar a república de uma hora pra outra, né?
- Fica mais um pouquinho comigo... – ele choramingou.
- No final de semana eu volto, bebê. Eu prometo!
- Você vai pensar em mim?
- Todos os segundos, amor. Eu só penso em você, você sabe disso!
- Então eu deixo você ir, mas só se você me der um beijão bem gostoso!

Atendi ao pedido do meu love. Nos beijamos e em seguida eu saí para ir até a academia. O Felipe com certeza deveria estar uma fera comigo.
E estava mesmo. Ele me deu a maior bronca por eu não ter ido na academia vários dias seguidos, mas a minha felicidade era tão grande, que eu não dei a mínima e treinei como se nada tivesse acontecido.

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- Vamos, Caio? – Jonas bateu no meu ombro.
- Vamos sim, patrão.
- Vai dormir em casa hoje, Caio? – perguntou Kléber.
- Sim.
- Hum... E onde está o Bruno?
- No apartamento dele, por quê?
- Não, por nada.
Achei essa pergunta muito esquisita, mas relevei. Não vi maldade no Kléber e não deveria ser nada demais.
Mas ele estava me esperando na frente da loja. Quando eu o vi, meu pau subiu imediatamente, meu coração disparou e as minhas pernas ficaram bambas na hora.
- Anjo... – eu sorri. – O que faz aqui?
- Vim te ver. Não posso?
- Claro que pode, seu bobo... Que saudade!
- Eu também. Eu precisava te ver, só isso. Não ia conseguir ficar até sábado sem te ver.
- Que lindo... Mas sábado já está perto, seu bobo...
- Mas ainda assim é tempo demais sem te ver. Eu não ia aguentar!
- Eu também não!
A gente se abraçou e conversamos por uns minutinhos. Quando o Jonas chegou, o Bruno e eu o seguimos e só nos despedimos na hora de sair do estacionamento.
- Se comporta, tá? – pedi.
- Sempre. Você também.
- Sempre. Beijo, amor. Eu te amo muito.
- Eu te amo mais!

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- Apareceu a Margarida... – Rodrigo olhou pra mim.
- Boa noite pra você também, Digow.
- E aí, Caio? Como você tá? Como vocês estão? – perguntou Vinícius.
- Muito bem, Vini. Obrigado por perguntar. Vai sair agora?
- Uhum. Hoje eu vou residir de madrugada no hospital. Amanhã de manhã eu vou ter a minha primeira cirurgia. To tão ansioso...
- Nossa, que responsa, hein? Mas vai dar tudo certo, eu tenho certeza.
- Deus te ouça, Deus te ouça. O meu professor da faculdade só vai supervisionar, mas eu vou fazer tudo sozinho. Desde abrir o paciente até fazer os pontos. Não vejo a hora...
- CRUZES! – Rodrigo fez cara de nojo. – Como você consegue isso, hein?
- Ah, cara eu me amarro. É muito bom a gente salvar as vidas das pessoas.
- Mas deve ser nojento ver os órgãos, não é não?
- Acostuma. A gente acostuma. O câncer é no intestino. Vou ter que tirar uma parte do intestino. Meio demorado, mas acho que vou me dar bem.
Fiquei imaginando a cena. O Vini tinha mesmo vocação pra coisa. Eu não serviria pra trabalhar com isso, não mesmo.
- Eu sei que você vai conseguir. Boa sorte!
- Obrigado, Caiô! Até mais, moleques. Não sintam a minha falta, hein?
- Palhaço – Rodrigo riu. – E você? Como está?
O tom de voz dele mudou. Quando ele falou comigo, o Rodrigo ficava meio arrogante.
- Muito bem e o senhor?
- Com saudades – ele confessou. – Vem aqui? Ou não pode? O Bruno não deixa?
- Uma coisa não tem nada a ver com a outra, Rodrigo – eu joguei a mochila num canto e deitei ao lado dele.
- Saudades de você também – nos abraçamos. – Você está bem mesmo?
- Estou – ele confirmou. – Só senti a sua falta, né?
- Eu senti a sua também.
- Ele está te tratando bem? Não te maltratou? Não te bateu? Não fez nada de errado com você?
- Não – eu ri. – Está tudo ótimo entre nós dois. Se melhorar estraga.
- Acho bom. Acho bom mesmo!!!
- Eu te disse que ele mudou, não disse?
- Eu espero que tenha mudado mesmo, porque se ele te fizer mal, eu quebro as fuças dele em dois tempos!
- Vai quebrar as fuças de quem aí, garoto? – Fabrício entrou no quarto e nos viu na mesma cama.
- Do Bruno – eu expliquei. – Ele não aceita o meu namoro, sabe?
- Não aceito mesmo. Não concordo. Seu burro! Que vontade de te quebrar todinho...
Fabrício só riu, ficou nu e deitou na cama. Notei que ele havia aparado os pelos pubianos, mas não fiquei olhando muito. Eu não queria trair o Bruno nem em pensamentos.

NO FINAL DE SEMANA...
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- Que saudade – ele me recepcionou com um abraço.
- Eu também, amor... Muita saudade...
- Queria tanto te beijar agora, mas não dá, né?
- Aqui no shopping não. Eu ainda não me sinto preparado pra fazer essas coisas em público. Você sente?
- Se fosse em outros tempos sim, mas eu mudei muito depois que te conheci e hoje eu me sinto inseguro também...
Por mais que nós dois fôssemos assumidos, era melhor não correr o risco de sofrer alguma agressão por parte de um homofóbico. O jeito era segurar a vontade e beijar só no apartamento mesmo.
E eu jurava que a gente ia direto pra lá, mas não fomos. Quando eu percebi que ele estava pegando um caminho diferenciado, eu estranhei e fui logo perguntando:
- Ei, onde nós estamos indo?
- Jantar fora. Não está com fome?
Que bonitinho... Eu sorri, suspirei e disse:
- Como você é perfeito!
- Sou nada, sou cheio de defeitos, isso sim.
Não discutimos. Eu sabia que ele tinha inúmeros defeitos, mas as qualidades se sobressaíam e isso era o que importava.
- E onde nós vamos comer?
- Em um restaurante brasileiro que fica aqui perto. A comida é muito boa, você vai ver.
E ele tinha razão. O restaurante era muito bonito, muito bem organizado e estava abarrotado naquela noite de sábado, mas mesmo assim encontramos uma mesa.
Sentamos e o garçom foi logo nos atender:
- Boa noite, desejam o menu?
- Por favor – Bruno arrumou a cadeira.
Peguei o cardápio e fiquei em dúvida entre vários pratos, mas o churrasco acabou vencendo na minha preferência.

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- Churrasco, por favor – eu pedi.
- E o senhor?
- A mesma coisa – Bruno me olhou.
- E para beber?
- Quer alguma coisa específica, príncipe? – ele perguntou.
- Hum... Por mim pode ser uma caipirinha tradicional.
- Boa! Eu quero uma também.
- Perfeito. Só um momento que eu já volto – o funcionário saiu e nos deixou a sós.
- Eu estou com tanta fome – ele comentou.
- Eu fiquei depois que você falou que a gente vinha jantar.
- Adorei o seu pedido, mas pensei que você iria pedir outra coisa.
- Que coisa?
- Um peixe grelhado, sei lá.
- Está amarrado no Sangue de Jesus que tem poder – bati na mesa três vezes. – Odeio peixe.
Há muito tempo eu não via o meu love se divertir tanto. Ele foi falando umas coisas pra mim e eu só fui fazendo cara feia e isso só o fazia rir cada vez mais.
- Pede uma lagosta, anjo – ele propôs.
- Cruzes!
- Ai como você é bobo – ele se divertia.
- Peixe e nada pra mim é a mesma coisa.
- Se soubesse, teria te levado em um restaurante japonês pra gente comer sushi!
- Você até poderia comer, mas eu ficaria só olhando. Ou tavez eu comeria o prato ou os negocinhos de madeira.
- Ai, seu bobo! Da próxima vez eu vou lá comer um sushi então...
- Vai. Daí quando chegar em casa eu lavo a sua boca com cloro antes de te beijar. Isso deve dar um bafo de leão. Ou melhor, de foca!
A gente ficou rindo e conversando durante todo o jantar e depois, eu pensei que a gente ia pra casa, mas me enganei de novo.
- Vem, eu quero ir até a praia... – ele me puxou pela mão.
- Pensei que a gente fosse pro seu apartamento...
- E a gente vai, mas antes eu quero ver o mar.

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Eu concordei porque eu também queria ver o mar. Quando nós chegamos perto da areia, tiramos os tênis e andamos vagarosamente até a beira do oceano. Fazia uma noite linda e cheia de estrelas, mas não havia lua. Não tinha quase ninguém na Praia da Barra. Eu achei isso estranho.
- Lindo, né? – suspirei olhando pro mar.
- È lindo sim, mas você é muito mais – ele segurou na minha mão direita e me encarou. – Caio?
- Hum? – eu virei e o encarei também.
Nós ficamos nos olhanso por um tempo. Os olhos dele estavam brilhando muito e ele parecia muito feliz.
- Obrigado por me aceitar do jeito que eu sou... – ele falou.
- Amor... Eu te amo!
- Eu também te amo...
Nos abraçamos e ficamos agarrados por um tempão.
- Caio?
- Hum?
- Eu te trouxe aqui por um motivo...
- Que motivo? – me soltei e o encarei.
- Eu queria que o mar fosse testemunha do que eu vou te falar agora...
- Fala, Bruno! – fiquei preocupado. – O que aconteceu?
- Eu te amo, Caio... Eu te amo muito e eu quero que você saiba que você foi, é e sempre será muito importante pra mim...
Eu abri os lábios pra falar alguma coisa, mas não consegui.
- Eu te amo desde o primeiro dia que te vi naquele Call Center, Caio... E eu sei que eu vou te amar pelo resto dos meus dias...
Mais uma vez tentei falar, mas não consegui. Minha garganta deu um nó.
- E é aqui, na frente desse mar lindo e debaixo desse céu estrelado que eu quero te fazer uma promessa...
Meu coração acelerou.
- Eu prometo que nunca mais, nunca mais vou te deixar sozinho... Eu prometo que vou te amar por todos os dias da minha vida... E eu prometo que eu vou ficar ao seu lado por todo o sempre, por toda a eternidade...
Meus olhos ficaram cheios de lágrimas. Uma explosão de sentimentos aconteceu dentro do meu peito.
- Eu sei que você já me perdoou, eu já te perdoei, mas mesmo assim eu te peço desculpas novamente por todo o mal que eu te causei...

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- Não fala mais nisso, por favor... – a minha voz estava embargada.
- Eu quero ser seu homem pro resto dos meus dias, Caio C. Monteiro da Silva e quero que você saiba que enquanto vida eu tiver, nunca deixarei a chama do nosso amor apagar. Você é a minha vida, você é o meu porto seguro, você é o ar que eu respiro, a água que mata a minha sede, o alimento que me sustenta... Você é meu alicerce, meu esteio e sem você eu não sei viver mais...
MEU DEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEUS, QUE COISA MAIS LINDA!!!


- Eu me comprometo – os olhos dele ficaram marejados também – a nunca mais te fazer infeliz e me comprometo a te amar cada dia mais, por toda a eternidade...
Eu chorei. Que declaração mais linda!
- E eu quero selar esse compromisso com isso – Bruno tirou uma caixinha de veludo preto do bolso da calça jeans. – E quero te pedir oficialmente em namoro...
Eu prendi a minha respiração. O menino abriu a caixinha e eu vi duas alianças de prata incrivelmente lindas e brilhantes. Eu não pude acreditar no que os meus olhos estavam vendo...
- Quer namorar comigo pra todo o sempre? – a voz dele invadiu os meus ouvidos e ecoou dentro da minha cabeça.


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