quarta-feira, 18 de março de 2015

Capítulo 40²


Ouvir aquela palavra, “morto”, me fez entir um iceberg rasgar a minha garganta e parar no meu estômago.

Resultado de imagem para iceberg

- O quê?! – minha voz quase não saiu.
- O bebê está morto. Ele não tem batimentos cardíacos...
- Ai – eu gelei por dentro e por fora. – Sério? Nossa... Que triste...
- Aí a Marcela disse que ele morreu por praga minha... Ela disse que o nosso filho morreu porque eu não queria que ele nascesse... E por isso ela terminou comigo, Caio...
- VAGABUNDA, VADIA, PIRANHA, PROSTITUTA, EU MATO AQUELA RETARDADA!
- Me abraça, Caio... Me abraça, por favor... Eu preciso tanto de um ombro amigo agora...

Resultado de imagem para abraço entre homens

Agarrei o Rodrigo com força e deitei a cabeça dele no meu ombro.
- Não me solta nunca mais? – ele chorou.


- Não, Digow. Eu não te solto nunca mais... Eu vou cuidar de você pra sempre, tá bom?
- Promete? Me ajuda, eu não to aguentando essa dor no peito, cara...
- Calma, mano. Fica calmo... Vai dar tudo certo...
- Eu não queria que meu bebê tivesse morrido, Caio... Eu não queria...
- Eu sei, mano. Eu sei disso, não precisa chorar mais...
- Minha Marcela terminou comigo... Minha Marcela...
- Calma, Rodrigo! Eu estou aqui...
- Meu filho... Eu quero o meu filho, Caio...
Suspirei. Aquilo estava grave demais pro meu gosto. E eu nem sabia o que falar numa hora daquelas.
- O meu filho... O meu filho... Minha namorada... Minha namorada...
- Chora, Digow... Pode chorar. Chorar é a única coisa que vai te fazer bem hoje, mano...
- Eu não quero ficar sem a Marcela, eu não quero!
- Fica calmo, tá bom? – beijei a cabeça dele. – Ela vai voltar atrás, você vai ver.
- Me ajuda? Me ajuda, pelo amor de Deus... Me ajuda a voltar com ela, eu te peço!
- Caaaalma – acariciei a nuca do menino. Como ele estava sofrendo...
- Eu não queria que meu filho morresse, eu não queria! Você acredita em mim, mano?
- Lógico que acredito, Digão... Mas fica calmo. Eu prometo que vou tentar te ajudar com a sua namorada, eu prometo!
A culpa não era do Rodrigo. O bebê não tinha morrido pelo pedido de aborto que o Rodrigo fez a namorada na hora do medo e do nervosismo... Uma coisa não tinha nada a ver com a outra e não tinha nenhuma correlação.


A Marcela estava sendo injusta. Por mais que eu tivesse ciúmes dela, eu não queria que ela terminasse com o meu amigo, não por um motivo daqueles.
Ou será que o que ela disse tinha um fundo de verdade? E se a criança não vingou justamente pela energia negativa do pensamento do meu amigo? Teria sido esse um sinal de Deus? A morte da criança teria sido um castigo Divino por conta do pedido de aborto que o Rodrigo fez na hora em que estava sentindo medo e nervoso???

Resultado de imagem para daniel rocha triste

Eu queria ajudar o Rods da melhor forma possível.
Então, eu fiquei consolando o garoto, dando apoio até ele pegar no sono, o que demorou muito a acontecer.
Claro que eu fiquei arrasado com a notícia da perca do bebê, mas por outro lado eu fiquei pensando: talvez isso fosse um sinal de Deus. Talvez tivesse sido melhor assim...
Se aquela gravidez tivesse vingado, o Rodrigo teria que se virar para sustentar o filho. Tudo bem que ele ia se formar naquele ano, mas quem consegue um emprego na área de formação logo após o término da faculdade? Sem experiência no mercado, só com conhecimento técnico?
Só o Vinícius mesmo. E ele só conseguiu virar residente graças ao professor que o indicou ao hospital. Simples e fácil assim. Se fosse por conta própria, eu teria as minhas dúvidas se ele teria conseguido o emprego.
Voltando a pensar no Rodrigo, se o filho nascesse, seria uma hiper responsabilidade. E se mais pra frente aquele namoro com a Marcela chegasse ao fim?
E se ele quisesse voltar para o Paraná e ela quisesse ficar no Rio? Como eles iam fazer? O bebê seria dividido pela metade para cada um ficar com uma parte?
É claro que não!!! Se o aborto aconteceu, era pelo desejo de Deus e ninguém, nem eu, nem a Marcela e tampouco o Rodrigo podíamos julgar aquela situação.
Dolorosa ela era, mas se aconteceu era melhor encarar de frente e continuar vivendo da melhor forma possível.
Mais cedo ou mais tarde, muito provavelmente mais tarde, ambos iam acostumar com aquela perda. O tempo seria o remédio para a dor que o casal estava sentindo. E talvez, um pouco mais pra frente, a Marcela poderia voltar com o Rodrigo.
Às vezes era só a dor do momento. Provavelmente ela agiu sem pensar, colocou a carroça na frente dos bois e tomou uma decisão impensada.
O jeito era deixar o tempo passar e era isso que eu ia colocar na cabeça do Rodrigo com o passar dos dias. Naquele momento, a única coisa que eu ia fazer era apoiá-lo, consolá-lo e ajudá-lo da melhor forma possível.

Resultado de imagem para atrasados

Acordamos na manhã seguinte um pouco atrasados. Como já era rotineiro, o quarto era só nosso e por isso eu pude dormir com o Rodrigo, porém com os papeis invertidos. Naquela noite foi a minha vez de consolá-lo, foi a minha vez de abraçá-lo e foi a minha vez de tomar conta do meu irmão.
Ele não queria ir pra faculdade, mas eu acabei o convencendo. Ele não podia parar a vida por conta do término do namoro e por conta da perda do filho, não é?
Por mais difícil que fosse, ele teria que se acostumar. Era o que ele me dizia na época que o Bruno terminou comigo e eu só repeti o que ele cansava de me dizer:
- Força, ergue a cabeça e vamos viver – eu tentei animá-lo.
- Como eu posso viver depois de perder a Marcela e o meu filho?
- Você vai viver sim senhor!!! Agora se troca e vamos pra faculdade que nós já estamos atrasados.
Chegamos mesmo atrasados, mas não tinha problema. O importante era ele sair de casa, estudar e tentar pensar em outras coisas.

Resultado de imagem para sala de faculdade

Claro que a Marcela não compareceu naquele dia e eu achei isso completamente compreensível. Eu ainda não sabia como ela estava emocionalmente falando e também não sabia se ela já tinha perdido o bebê ou não.
Rodrigo disse que ela já estava grávida de 7 semanas. Será que em 7 semanas o bebê já tinha vida? E se não tivesse? E se o coraçãozinho nunca bateu???
O jeito era esperar pra ter notícias dela. Eu até fiquei com vontade de ligar, mas achei melhor respeitar o momento da minha amiga, ela precisava ficar sozinha.
- Tem notícias da Marcela? – perguntou Jéssica.
- Não.
- E o Rodrigo veio?
- Veio sim.
- Será que eles brigaram?
- Não sei – menti. – É melhor a gente não se meter nesse assunto!
Trombei com um Rodrigo imensamente deprimido na hora do intervalo. Nós sentamos em uma mesa no pátio e ele não fez nada, a não ser ficar olhando pro nada.

Resultado de imagem para cantina

- Você não quer mesmo o suco? – perguntei.
- Não – ele respondeu, com os olhos cheios de lágrimas.
- Ô, Digow – eu suspirei. – Não chora, por favor.
Mas ele chorou. Chorou em silêncio, mas chorou. Eu não aguentava ver o meu amigo chorando daquele jeito.
Nesse mesmo momento o celular dele começou a tocar. Era a mãe dele, mas ele não teve coragem de atender.
- Atende pra mim, por favor... – ele passou o celular.
- Eu? Mas é a sua mãe...
- Eu não vou conseguir falar com ela... Atende...
Suspirei, peguei o aparelho, apertei o botão verde e disse:
- Dona Inês?
- Oi? Quem é? Eu liguei errado?
- Não – dei risada. Como ela poderia ter ligado errado se eu disse o nome dela? – É o Caio, Dona Inês.
- Oi, Caio! Tudo bom?
- To bem e você?
- Estou bem. Rodrigo não está aí não? Por que você atendeu o celular dele?
- Está sim... É que ele não pode atender agora...
- Não pode? Ele está ocupado? Vocês estão na faculdade?
- Estamos... Espera só um segundinho, por favor.
Deixei o celular na mesa, olhei pro Rodrigo e disse:
- É melhor você falar com ela, Digão. Ela não vai entender se eu contar o que aconteceu. É você que tem que dar a notícia.
Ele pegou o celular e com as mãos trêmulas atendeu a ligação:
- Oi, mãe – a voz dele estava embargada. – Estou chorando sim.
Pausa.
- A Marcela perdeu o bebê.
Pausa.
- E ela terminou comigo, mãe...
Outra pausa. Essa maior.
- Você pode me ligar depois? Eu não estou com cabeça pra falar sobre isso agora... Fala com o Caio... Eu te amo também, mãe... Beijo!
- Dona Inês?
- O que aconteceu aí, Caio? Como ele está? Não me esconda nada, pelo amor de Deus!
Fiz um breve relato da situação e deixei a mulher a par de tudo. Ela lamentou o acontecido e mostrou-se chateada com a morte do neto.

Resultado de imagem para marcos pigossi celular

- Logo agora que eu já estava acostumada com a ideia...
- Todos nós, né Dona Inês? E eu ia ser o padrinho ainda... Estou muito triste com essa situação...
- Cuida do meu filho pra mim, Caio?
- Pode ter certeza disso, Dona Inês.
Nos despedimos, eu desliguei e voltei a prestar atenção no Rodrigo. Ele não chorava mais, mas ainda estava abalado.
- Vamos voltar pra aula? – perguntei.
- Quero não.
- Mas tem que ir. As provas estão pra começar já e você precisa estudar. Não esquece que esse é o último ano e você ainda tem o TCC...
- Nem me lembra disso. Eu nem sei como vou ter cabeça pra isso...
- Vai sim.
E assim as coisas foram acontecendo. A gente voltou pra aula e na saída eu levei o meu amigo pra academia. Lá ele pôde se distrair um pouco e focou nos exercícios.
Se as coisas continuassem nesse ritmo, eu tinha certeza que em pouquíssimo tempo ele iria se recuperar do término do namoro.
O mesmo não tinha acontecido comigo. Na época em que o Bruno foi embora do Brasil, eu não fazia absolutamente nada da vida.
Não trabalhava mais; não estudava; não saía de casa... Com o Rodrigo era diferente. Ele estudava, tinha compromissos e podia se distrair o quanto fosse necessário.
A dor ia existir por um tempo, mas com o passar dos dias, ela ia ficar mais longínqua, até chegar o ponto de não existir mais.
Eu ainda tinha certeza que a Marcela poderia voltar com o Rodrigo. Na minha cabeça isso ia acontecer, mas eu não sabia que a menina estava tão decidida a não levar aquele namoro pra frente:
- Não – ela falou na manhã seguinte. – Eu não quero vê-lo!

Resultado de imagem para fim de namoro

- Mas ele está muito mal...
- Eu também estou, Caio. O Rodrigo me decepcionou muito e acho melhor a gente não continuar namorando!
- Mas você não pode tomar uma decisão assim tão de repente. O Rodrigo não tem culpa por você ter perdido o bebê, Marcela.
- Eu sei que ele não tem, Caio. Porém eu pensei bem no assunto e percebi que esse namoro não vai ser mais o mesmo depois disso. E pra evitar sofrimento maior no futuro, é melhor a gente acabar por aqui de uma vez.


- Então pelo menos explica isso pra ele, porque ele está crente que você terminou por causa da perca do bebê. Ele disse que você colocou a culpa nele e isso não é justo, Marcela!
- Na hora da raiva eu coloquei mesmo, mas eu sei que a culpa não é dele.
- Então fala com ele, não é certo o que você está fazendo. Ele não merece sofrer por causa disso, não merece!
- Eu sei que você está do lado dele, mas você também tem que ver o meu lado. Eu também estou sofrendo nisso tudo.
- Eu sei disso, mas você não pode ser injusta!
Ela ficou calada e pensou no assunto. Falei tanto no ouvido da garota que ela topou conversar com o Rodrigo na hora da saída.
- Você vai falar com ele e eu não quero nem saber! O meu irmão não merece ficar sem uma satisfação da sua parte.
Ela suspirou.
- Seja mulher e coloque tudo em pratos limpos! Anda! Ele está ali, doido pra falar com você. Vai e explica o que está acontecendo. E se você falar que a culpa é dele, eu quebro a sua cara, entendeu?
- Nossa – ela pareceu horrorizada.
- Se ele tem culpa, você também tem! Você também tem! Você também pensou em tirar essa criança, mas é fácil colocar a culpa nos outros!
- Calm,a Caio...
- Calma uma vírgula! Eu não quero ver o Rodrigo sofrendo, anda logo, fala com ele e esclarece tudo de uma vez!
Eu me afastei, mas fiquei por perto para alguma eventualidade. Eles tinham que se acertar e fazer as pazes...
Rolou um beijo longo e eu pensei que eles tinham se resolvido, mas me enganei. O Rodrigo foi ao meu encontro chorando e disse que tinha mesmo acabado.
- Mas o que essa piranha de porta de puteiro te disse? – suspirei.
- Que nossa história não tem futuro e que é melhor a gente não tentar mais...
- A Marcela está sendo muito radical, muito radical mesmo!
Ele chorou tanto, mas tanto que mais uma vez perdeu o ar. Eu consolei o Rodrigo e naquele dia nós não fomos pra academia.

Resultado de imagem para estou mal

- Oi, Caio? – Vinícius me atendeu logo no primeiro toque.
- Oi, Vini! Posso te pedir um favor?
- Claro!
- Você está em casa?
- Sim. Hoje eu não vou pro hospital. Por quê?
- O Rodrigo está indo pra casa, mas ele não está legal. Você pode ficar com ele um pouco, por favor?
- O que ele tem?
- A Marcela terminou com ele...
- Putz... Por causa do bebê, né?
- Não. Ela disse que o namoro dos dois não tem mais futuro...
- Nossa, que ridículo! Ela diz isso agora? Por que não terminou antes de engravidar então?
- Pois é... O Digão está arrasado. Você pode tomar conta dele um pouquinho?
- Ah, é claro que eu posso! Gosto muito dele, vou tomar conta dele sim, pode deixar.
- Valeu, Vini. Assim que ele chegar me manda uma mensagem avisando, por favor?
- Pode deixar que eu aviso.
- Valeu, você é 10!
Eu tinha que cercar o Rodrigo de todas as formas possíveis, por isso eu fiquei pensando em vários programas que a gente podesse fazer aos finais de semana e já para aquele eu pensei em ir ao cinema para distrair a cabeça do coitado. Era exatamente disso que ele estava precisando.

Resultado de imagem para loja de moveis

Tive um dia normal na loja. A Janaína estava se saindo muito bem na função temporária e estava inclusive se sobressaindo com relação a outra garota que dividia a gerência com ela, a Diana.
- Pode ficar tranquilo que nós iremos cobrar a solução do caso com a área responsável – ela disse à cliente. – Eu agradeço pela sua compreensão.
- Espero que dê tudo certo dessa vez – a cliente levantou.
- Pode confiar. Nós estamos à disposição, viu?
- Obrigada!
- Eu é que agradeço.
- Que gerente mais linda, meu Deus – eu me aproximei para cumprimentá-la.
- Essa nega aqui arrasa, branquelo – ela me deu dois beijos. – Como você está?
- Sofrendo pelo meu amigo, mas isso é só um detalhe. Como você está, projeto de Eduarda?
- Eu estou ótima, linda e loira como sempre.
- Loira? Só se for no seu mundo, porque isso aí é mais preto que comida queimada.
- Queimada vai ficar a sua língua se você não aprender a me respeitar. Quer levar uma advertência?
- Pô, desculpa. Esqueci que agora você é minha superiora...
- Pois é, portanto coloque-se no seu lugar de subordinado – ela brincou e me abraçou rindo. – Seu besta! Eu nunca vou ser sua superiora, você sabe disso.
- Eu sei, amor. E eu nunca serei seu superior também.
- Quero ser sua amiga pra sempre, seu veado mal-amado.
Mal-amado? Mal-amado não...
- Eu também quero ser seu amigo pra sempre, sua vadia com a hérnia de disco!

- Oi, Murilo? – atendi o celular.Resultado de imagem para avan jogia

- Oi, moleque. Tudo certo?
- Sim e você?
- Ótimo. Vamos nos ver nesse final de semana, né?
- Farei o possível e o impossível.
- Como assim, Caio? Esse final de semana é dia dos namorados, lembra?
- Eu sei, Murilo... Mas acontece que eu estou com um problemão com um amigo meu e eu preciso dar uma força pra ele...
- O que houve?
Expliquei rapidamente o acontecido e ele entendeu:
- Ah, entendi... Mas eu queria te ver, né?
- Eu vou dar um jeito, tá? Prometo que vou dar um jeito...
- Você me liga?
- Pode deixar que eu ligo sim.
- Então vou ficar no aguardo.
- Beleza. Boa noite, Murilo. Saudades.
- Saudades também, Caio.
Desligamos.

O dia dos namorados estava se aproximando e eu ainda não tinha comprado nada pro Murilo. Que espécie de namorado eu era, meu Deus?
Mas o que me preocupava não era esse presente. É claro que era o Rodrigo. Ele sim era o foco naquele momento. O Murilo poderia ficar em segundo plano se fosse o caso.
- Vamos? – Jonas bateu no meu ombro.
- Vamos.
- Ah, é... Kléber está de folga, já ia perguntar onde ele está.
Dei risada.
- Desmemoriado – brinquei.
Estava chovendo e isso gerou trânsito. Jonas demorou mais de 1 hora para chegar na minha casa. Eu fiquei impaciente.

Resultado de imagem para chuva e transito

- Obrigado pela carona, meu gerente preferido.
- Eu sou o único! – ele riu.
- Não é... A Jana está lá...
- Ela não é gerente, Caio!
- Mas é como se fosse.
- E outubro é a sua vez, hein? Vai se preparando aí.
- Deus é mais... Haja paciência... Vou pensar, tá?
- Já disse que não vai pensar, você vai é aceitar.
- Qual a chance de recusa que eu tenho?
- Zero – ele respondeu de imediato.
- To lascado... Boa noite, patrão. Até amanhã!
- Até amanhã. Bom descanso.
- Pra nós.

Ele estava aparentemente bem. Nós nos abraçamos e suspiramos ao mesmo tempo. Eu queria tanto ver o meu amigo sorrindo...

Resultado de imagem para daniel rocha

- Trouxe isso pra você – entreguei um chocolate que comprei pra ele na hora do almoço.
- Ah, obrigado. Bem que estou precisando mesmo!
- Viu? Nesse final de semana a gente vai pro cinema, tá?
- Vamos, é?
- Vamos sim. Você precisa se distrair um pouco.
- Nem sei como te agradecer por tudo o que você está fazendo por mim, Caio...
- Não agradeça. Apenas melhore. Tá bom?
- Eu vou tentar.
- Ah, chegou Caio? – Vini entrou no quarto só de cueca branca.
Resultado de imagem para caua reymond

- Cheguei, Vini. Trouxe um chocolate pra você também.
- Ah, valei. Muito gentil.
- Cadê o Fabrício, hein? Segundo dia seguido que ele não dorme em casa.
- Ele está na casa dos pais, menino – Vinícius riu. – Não ficou sabendo que ele foi pra lá?
- Não! Ninguém me contou nada...
- Ele volta amanhã cedo. Foi passar esses dias lá porque conseguiu folga no trabalho!
- Ah, entendi. Agora está explicado.
Como eu tinha comprado um chocolate pra ele também, a solução foi comê-lo. Não que eu quisesse, mas tive que fazer esse sacrifício.
- Delícia – degustei o doce com os olhos fechados. Ainda bem que eu já tinha jantado.

Resultado de imagem para dias passando

Os dias foram passando rapidamente. O problema maior acontecia quando o Rodrigo via a ex-namorada na faculdade. Ele sempre ficava abalado e acabava chorando.
- Não chora, não chora – eu o abracei. – Vai ficar tudo bem!
E ia mesmo. Eu tinha certeza que ele ia melhorar e que não ia ficar em depressão como eu fiquei no passado, quando o Bruno terminou comigo.

Resultado de imagem para lagrimas de tristeza homem

O que mais estava me deixando preocupado, era o dia dos namorados que já estava chegando. Como ele ia ficar naquele dia? O pior ia ser ficar longe dele o dia todo... Isso estava me deixando quase louco...
- Você está bem mesmo? – eu perguntei, na véspera do dia 12.
- Estou! Eu já não disse que estou?
- Dizer é uma coisa, estar do jeito que você diz é outra.
- Não fica preocupado comigo. Hoje eu tenho a minha entrevista de estágio e se Deus quiser eu vou passar pra ocupar a minha mente. Relaxa, tá?
- Vai passar sim – eu agarrei o Rodrigo na rua mesmo. – Eu tenho certeza que vai passar.
Meu irmão de consideração correu atrás de estágio naquela semana mesmo e logo de cara conseguiu uma entrevista em uma empresa muito conceituada no Brasil. Se ele passasse, iria receber muito bem – mesmo sendo estágio – e ainda teria a chance de ser efetivado. Era Deus que estava agindo na vida do Rodrigo, eu tinha certeza disso.
Mesmo ele falando que estava bem, eu decidi não confiar na palavra dele. Se ele passasse na tal entrevista, provavelmente iria demorar alguns dias para começar a estagiar, então isso queria dizer que ele ia ficar o dia 12 todo sozinho...

Resultado de imagem para loja de moveis

 Eu não queria que isso acontecesse. Foi aí que eu resolvi pedir ajuda para o meu gerente predileto:
- Jonas, me ajuda?
- O que foi, Caio?
- Será que tem como eu folgar amanhã?
- Amanhã? Tão em cima da hora assim? Qual o motivo?
- Como eu odeio mentiras, eu vou falar a verdade.
Disse ao Jonas o que acontecia com o Rodrigo e disse também que por ser o dia dos namorados, eu queria ficar um pouco com o Murilo.
- Eu não deveria deixar você folgar não, mas só por você ter dito a verdade é que eu vou deixar. Mas da próxima vez não vou aceitar um pedido tão em cima da hora, tá?
- Muito obrigado, Jonas! Só por isso você merece um chocolate!
Ainda bem que eu fui prevenido. Dei o mimo ao meu chefe, cumprimentei meus pares e iniciei mais um dia de trabalho.

Resultado de imagem para noite

Naquela noite mesmo eu recebi a notícia que o Rodrigo tinha sido aprovado no estágio. Ele ia começar em 10 dias.

Resultado de imagem para deus

- É Deus te ajudando, mano – eu falei. – Que bom que deu certo.
- É, mas não era nem para eu estagiar agora. Eu não posso por causa do TCC...
- Mas Deus te deu essa oportunidade para você vencer os seus problemas, Rodrigo. E é uma empresa tão boa, não disperdiça a chance não.
- Uhum. Você tem razão.
- Amanhã eu to de folga e vou ficar com você, tá?
- Jura? Por que está fazendo isso?
- Porque eu não quero te ver mal, Digão. Acha que eu vou te abandonar num dia como amanhã?
- Você é demais, Caio Monteiro!
Mas para a minha total surpresa e aprovação, eu não seria o único a ficar com o Rodrigo naquele dia dos namorados. O Fabrício disse que ia arrastá-lo pra balada naquela sexta-feira. Eu fiquei contente com aquele gesto de amizade do Engenheiro Químico.
- E eu vou pegar mais gatas que você – Fabrício provocou.
- Tanto faz – Rodrigo deu de ombros. – Se dependesse de mim eu nem sairia de casa amanhã.
- Mas vai sair – Fabrício falou. – E a noite vai ser toda nossa!!!

Resultado de imagem para avan jogia

Pensei que o Murilo e eu íamos nos ver na noite do dia 12 de junho, mas me enganei. O garoto me ligou dizendo que ia sair com os pais e eu, burro como era, acreditei no que ele me disse e fui vê-lo no período da tarde.
- Feliz dia dos namorados!!! – ele me recepcionou com um abraço de urso.
- Pra nós. Desculpa não ter trazido um presente. Eu não tive tempo de comprar – menti –, mas prometo que trago ainda essa semana, tá?
-- Nem se preocupa com isso. Eu não tive como comprar nada também, meus pais não me deram dinheiro esse mês... Me perdoa?
- Não tem problema.
- O importante é a gente ficar junto, né?
- Concordo.
Mas nem isso a gente fez direito. Pensei que finalmente ele seria novamente passivo, mas nem ativo ele foi. Eu fiquei tão frustrado, tão irritado, que não pensei duas vezes em ir embora mais cedo da casa do meu namorado.
- Boa noite – falei e o deixei para trás.
- Espera, Caio... Está bravo?
- O que você acha?
Não falei mais nada, saí andando e nem olhei pra trás. Que espécie de namoro era aquele que não rolava sexo? Namoro sem sexo pra mim é amizade!!!

Pensei no Bruno até a hora que cheguei em casa. Ele me fazia falta. Eu tinha certeza que com ele, eu não passaria raiva. Com ele as coisas iam acontecer, eu tinha certeza disso.
Cheguei na república cedo demais. Os meninos ainda nem tinham saído de casa e todos perguntaram por qual motivo eu tinha voltado tão cedo do encontro com o Murilo.
- Por nada – eu cansei de repetir a mesma coisa. – Estou cansado e preciso fazer trabalho da faculdade.
Era mentira. Eu não tinha trabalho algum para ser feito. Essa foi a desculpa que eu encontrei para os meninos não me chamarem pra sair e acabou dando certo.
- Boa noitada pra vocês – eu falei. – E Rodrigo, não me decepcione. No mínimo 10, tá?
Ele apenas suspirou.
- Não vou pegar ninguém, Caio. Tenho certeza disso.
- Relaxa, Caio – Fabrício puxou o Rodrigo. – Hoje ele está em boas mãos!
- Cuida bem dele, tá? E aproveitem muito.
- Pode deixar.
Vinícius já estava na Bruna desde a quinta-feira. O quarto era só meu e como eu não tinha nada pra fazer, fui obrigado a ficar na internet para ver se o tempo passava.
Eu já estava com o cabelo pintado há uns dias e ainda não tinha postado a foto do meu novo look na internet. Aquele era o momento propício para isso.
Peguei meu celular e tirei várias fotos do meu rosto.
Mal sabia eu que estava fazendo selfies e que isso viraria a maior febre no futuro, como é hoje em dia.
Olhei uma a uma, excluí as que não gostei e as que ficaram boas eu passei para o computador.
Entrei no Orkut, li meus recados, respondi quem eu ainda não tinha respondido e em seguida criei um álbum com o título “Meu Novo Visual”. Em seguida, passei todas as fotos e rapidamente as imagens ficaram disponíveis na rede social.

Resultado de imagem para computador orkut

Escolhi uma entre as que gostei para deixar no perfil e depois modifiquei o texto do meu “Quem sou Eu”. Pronto. Tudo estava atualizado.
Bastou passar essas fotos para vários amigos de São Paulo comentarem a minha mudança. Ao entrar no MSN, o Víctor foi o primeiro a me chamar e a questionar a mudança. Ele me parabenizou e disse que gostou do resultado.
A internet foi a minha companheira por algumas horas naquela noite de dia dos namorados, mas depois de um tempo o tédio tomou conta de mim e nem mesmo a rede mundial de computadores conseguiu me entreter. O que eu iria fazer naquela noite interminável?
Levantei, fui pra cozinha, jantei e notei que a casa estava silenciosa demais. Pelo jeito todos já tinham saído e eu era o único que restara naquele lugar.
Não deu outra. Os marmanjos tinham mesmo saído. Eu estava sozinho e não tinha nada pra fazer. Por isso, resolvi fazer uma faxina no meu quarto e no resto da casa.
Como estava tudo arrumado, eu só tirei o pó dos móveis e passei pano no chão. Isso foi suficiente para dar outro aspecto à república.
Lavei a louça e depois lavei a minha roupa suja. No fim das contas, mais uma vez eu fiquei sem nada pra fazer.
Caí na minha cama e fiquei pensando no Bruno. Será que ele estava bem? Onde será que ele estava naquela noite de 12 de junho?
Olhei no relógio. Quase meia noite. Estava cedo demais e ao mesmo tempo tarde demais. Eu não teria como encontrá-lo numa hora daquelas.

Resultado de imagem para meia noite

A não ser que... A não ser que ele fosse ao meu encontro..
Mas na república? Na minha casa? Aquilo não seria certo!
Certo? O Vinícius e o Rodrigo fizeram a mesma coisa. Qual era o problema em eu chamar o Bruno para conhecer a minha casa?
O problema era justamente esse. eu queria chamar o Bruno. Eu poderia chamar qualquer um, menos ele.
Quem eu ia chamar? O Murilo? Até parece...
Então seria melhor eu ir pra balada. Poderia conhecer alguém legal lá e me divertir a noite toda...
Balada não. Eu já tinha passado dessa fase de solteirise e na verdade, eu não estava solteiro para curtir uma noitada.
Foi automático. Eu peguei o celular, disquei o número do Bruno – eu já tinha decorado – e em seguida coloquei o aparelho no meu ouvido. Ele não demorou nada pra me atender:
- Oi, Caio?
- Oi... Tudo bem?
- Eu sempre fico bem quando ouço a sua voz... E você está bem?
- Aham... Desculpa te ligar tão tarde...
- Não tem problema. Eu só achei estranho você me ligar, mas tudo bem...
Fiquei calado.
- Eu estava pensando em você, sabia? – ele falou.
- É, eu também estava pensando em você – admiti.
- Estava? – Bruno pareceu ficar feliz.
- Uhum – admiti de novo. – O que está fazendo?
- Eu? Nada. E você?
- Nada também. Eu estou sozinho aqui em casa...
- Hum... Eu também estou aqui no meu apê...
- Você quer vir aqui conhecer a minha república? – não sei nem por que eu falei isso.
- Eu... Posso?
Fiquei em silêncio, mas depois falei:
- Pode...
BURRO!
- Eu chego aí em 40 minutos, É só o tempo de tomar banho, trocar de roupa e sair de casa.
- Ah, está certo – senti meu pau endurecer. – Eu vou te esperar lá embaixo na porta, tá?
- Uhum.
- Sabe onde é, não sabe?
- Sei sim, mas se eu me perder eu te ligo.
- Beleza.
- Até já então, amor.
Amor...
- Até já, BRUNO!

Eu era louco, burro e completamente insano.Resultado de imagem para louco

Não, não. Eu era apenas um cara apaixonado que queria ser feliz na noite dos namorados.
Débil mental. Era isso o que eu era.
Cala a boca, voz chata!
Pulei no chão e fui direto pro banho. Caprichei. Lavei cabelo, escovei os dentes, passei fio dental, cortei as unhas, passei desodorante, passei perfume e passei até creme nas mãos. Eu estava um pouco ansioso demais...
Desci e fiquei parado na porta feito uma estátua humana. Ele estava demorando demais pra chegar.
Olhei no celular de 1 em 1 minutos e nada do Bruno aparecer. Eu já estava começando a pensar que ele tinha desistido de ir ao meu encontro.
Mas me enganei. Ele foi. Chegou tarde, mas foi. Quando eu vi o carro dele parar na minha frente, o meu coração deu um salto mortal e bateu na mesma velocidade que os beija-flores batem as asas.
E como ele estava lindo. Com o cabelo molhado, uma pólo com os botões abertos e um jeans todo desbotado. Lindo por demais da conta. Bastou vê-lo para ficar completamente excitado.
- Oi... – a gente falou ao mesmo tempo e em seguida sorrimos.
Não foi nada combinado, mas a gente se abraçou no mesmo momento. Ele foi até o meu corpo e eu fui até o corpo dele. Foi como encontrar a minha outra metade, quase literalmente falando.
- Que saudades... – ele falou.
- Entra, Bruno – eu só falei isso.
- Com licença...
Deixei o meu ex-namorado passar. Ele ficou parado, eu fechei a porta e depois o encarei com muita suavidade.
- Posso deixar o carro aí? Não tem perigo?
- Não tem. Aqui é tranquilo. Vem, vamos subir...
Eu fui na frente e ele me seguiu de perto. Como eu poderia estar tão excitado daquele jeito, Senhor?
- Não repara na bagunça, tá?
- Imagina.
Ele olhou tudo com muita atenção. Ainda bem que eu tinha dado um jeito na casa.
- Você mora com mais 7, é isso?
- Uhum. Vem, vou te mostrar a casa.
Mostrei toda a casa pro Bruno e deixei o meu quarto por último.
- E esse é meu quarto.
- É igual ao outro...
- É sim...
- Aquele é o notebook que você ganhou no Call Center, não é?
- Sim – eu sorri. – Ele ainda está vivo.
- Nossa... Faz tempo, hein?
- Faz sim...
- Qual é a sua cama?
- É a de cima, aquela que está na parede da janela.
- Ah, entendi.
- Senta, fica à vontade. Quer beber alguma coisa?
- Não, eu estou bem. Obrigado. Eu sento onde?
- Onde você quiser, Bruno...
Ele sentar na cama do Rodrigo, a que era minha no passado. Eu fiquei sem saber o que falar e sem reação. Eu não deveria ter convidado aquele garoto para a minha casa...
- E onde estão os seus amigos?
- Saíram. Uns foram namorar e outros foram vagabundear por aí.
- E você não foi namorar não? – ele abaixou a cabeça.
- Fui mais cedo. Por que o interesse?
- Ah, noite de namorados hoje, pensei que você fosse ficar com o idiota do Murilo!
- Não chama o Murilo de idiota!
- Desculpa. Não está mais aqui quem falou.

Me calei e encarei aqueles olhos lindos.Resultado de imagem para olhos azuis

- Aqui é tudo muito bem arrumadinho. Pensei que fosse numa zona essa república.
- Não – resmunguei. – A gente arruma tudo direitinho e a todo momento.
- Ah, entendi.
- Quer ver televisão? – fui até a cômoda e peguei o controle para ligar a tevê.
- Não...
- Não? – perguntei. – Mas eu quero.
Porém não tinha nada que me interessasse e o jeito foi ficar lá, parado, olhando pra cara do Bruno e sem saber o que fazer.
Na verdade, eu sabia muito bem o que fazer e só estava esperando ele tomar a iniciativa. Eu não queria que ele soubesse que eu queria ficar com ele, não poderia dar esse mole.
A minha consciência ficou falando na minha orelha, mas essa voz estava ficando cada vez mais longe. Já a voz que vinha do meu coração, falava em alto e bom som que eu deveria partir pro ataque.
Se a minha razão estava fraca, por que eu ainda não tinha beijado o Bruno??? Por que eu estava perdendo tempo, só olhando pra ele?
Não sei quanto tempo passou, mas quando eu não me aguentei mais, soltei um “foda-se” e fui direto pros braços do meu amor.
O beijei e ele foi logo deitando na cama e me puxando pelo colarinho da camiseta. Foi um beijo avassalador, que nos deixou completamente eufóricos, excitados e não tinha como ser diferente.
O menino arrancou a minha camiseta, voltou a me beijar e entrelaçou os dedos da mão esquerda nos meus cabelos. Eu senti algo muito duro me cutucar e é claro que não me contentei enquanto não consegui consumar o que eu tanto desejava.
- Se importa se a gente for pra outro lugar? – perguntei.
- Não. Que lugar?
- Qualquer um, eu só não quero fazer aqui. A cama não é minha...
- Tudo bem! Qual a sua cama?
- Essa de cima – eu já tinha falado isso pra ele.
- Mas aí em cima é meio perigoso... A gente pode cair!
- Espera – levantei. – Eu tive uma ideia.
Simplesmente arranquei o colchão da minha cama e o coloquei no chão. Eu ia usar o meu quarto, mas não ia ser inconsequente ao ponto de transar na cama alheia. Se bem que o Rodrigo fez isso comigo, então eu poderia muito bem dar o troco. Pena que eu não era vingativo.
O Bruno subiu em mim, apenas de cueca branca, e me beijou como não fazia há muito tempo.
Era difícil pensar e avaliar qual beijo era melhor. Os apaixonados eram lentos, cheio de sentimentos. E os avassaladores como aquele, eram ágeis, urgentes e mostravam o quanto nós estávamos a fim um do outro.
Se eu tivesse ouvido 1% do que a minha razão falava, eu teria expulsado o Bruno dali naquele exato momento, mas eu não ouvi foi nada...


Eu estava errado em dois pontos importantes: o primeiro era com relação ao Bruno. Eu não poderia estar com ele e insistia que não deveria vê-lo. E o segundo era o fato de ter pedido para ele ir até a minha casa. Eu estava quebrando uma das regras da república e isso não era nada, nada certo.
Mas eu não era o único que tinha feito aquilo. O Rodrigo já fizera, o Vinícius já fizera e quem poderia me garantir que mais algum dos meninos também não tinha usado a república para fazer sexo???
Liguei mais uma vez o botão “foda-se” e me entreguei de corpo, alma e coração ao Bruno.
Ele estava cada dia melhor e a cada segundo que passava a nossa química aumentava. Ele me beijou por completo e arrancou a minha cueca com a boca, sem parar de me olhar um segundo sequer.
Chupar era o que ele sabia fazer de melhor e daquela vez não foi diferente. O meu ex colocou tudo na boca e mamou como uma criança que chupava um pirulito.
- AH – eu comecei a gemer instantaneamente.
Parei para pensar e cheguei a conclusão que eu não podia mais viver sem o Bruno. Eu tinha duas opções: a primeira era largar aquele príncipe de lado e continuar sofrendo pro resto da minha vida e a segunda era aceitar ele de novo na minha vida e não me importar mais com que as pessoas iam dizer ao meu respeito.

Resultado de imagem para sombras gay

A segunda opção era tentadora, mas é claro que a minha cabeça não deixou eu optar por ela. O jeito era continuar saindo com ele, mas sem assumir nenhuma relação séria. Pelo menos naquele momento.
- Isso, Bruno... Chupa tudinho, vai?
Eu quase falei “amor” no lugar do “Bruno”. Ainda bem que eu medi as palavras e não falei nada de errado.
O moleque abriu as minhas pernas e lambeu meu saco inúmeras vezes. Eu fiquei simplesmente pirado com o que ele estava fazendo e não pensei duas vezes em soltar vários e vários gemidos.
- Ah – joguei a cabeça pra fora e bati com a mesma no chão do quarto. Senti uma dor imediata no local da pancada, mas nem me importei.
Sentir a boca do Bruno no meu sexo superava qualquer dor que o meu corpo pudesse sentir naquele instante. O que importava, o que estava mesmo valendo a pena era o prazer. O prazer que nós dois estávamos sentindo.
Pedi pra ele parar. Se o Bruno continuassse com aquele sexo oral por muito tempo, eu com certeza ia acabar gozando e não queria que aquilo acontecesse naquele instante.
- Vem cá, vem? – eu o chamei com o dedo indicador.
Puxei o menino para um beijo e nós invertemos os papéis. Eu queria chupar também e não me contentei até colocar todo o pau dele na minha boca.
Mais uma vez estava pra lá de delicioso. Duro, quente, cheiroso e muito saboroso. Se eu pudesse, ficava com o Bruno todos os dias, só para poder fazer aquilo na hora que eu quisesse.
Pra isso, era só eu jogar tudo pro alto e ficar com ele. Quem mandava ouvir a voz da minha consciência? A culpa do meu sofrimento era todinha minha.
Brinquei com os pelos do garoto de olhos azuis. Fiquei enrolando meus dedos neles enquanto beijei cada centímetro de pele que encontrei pela frente.
- Delicioso! – exclamei.
- Você que é!
O Bruno levantou, foi até a calça, pegou a carteira e tirou algumas camisinhas. Aproveitei para fazer o mesmo e peguei um antigo gel lubrificante que eu tinha na minha gaveta de cuecas. Será que estava vencido?
Não olhei a data de validade; a necessidade de ficar com o Bruno estava falando mil vezes mais alto. Nem que nós fizéssemos sem creme, o sexo ia acontecer.
Aliás, sexo não. O amor ia acontecer. Porque era isso que eu sentia quando estava com o Bruno. Amor, amor, amor e mais nada!
Comecei sendo ativo. Coloquei o Bruno deitado de papo pro ar, levantei as pernas dele e pincelei meu pau na entrada dele por um tempão. Enquanto isso, a gente se beijou com muita suavidade.
- Te amo, Caio – ele se declarou quando a cabecinha entrou.
- Não fala nada, por favor – deixei meu corpo cair por cima do dele e não parei até o meu pau entrar por completo.
Foi delicioso. Iniciei o vai-e-vem com lentidão e aos poucos fui aumentando a velocidade. Quando me dei conta, nós dois já estávamos urrando de tesão e prazer.

Resultado de imagem para gay

- Delícia... – soltei o ar e fechei meus olhos.
Mais uma vez o meu suor misturou com o do Bruno. Nossas peles grudaram e ficaram coladas enquanto a gente trocou mais um beijo apaixonado.
O desejo era tão recíproco que os nossos movimentos pareciam coreografados. Quando eu queria beijar, ele também queria beijar. Quando eu queria mordida, ele também queria mordida. Quando eu queria arranhão, ele também queria arranhão e assim as coisas foram acontecendo.
Uma coisa era certa: eu poderia negar o que sentia pelo Bruno, mas não podia negar a química que a gente tinha na cama. Era algo incrível, realmente incrível.
- Mete, safado! – ele falou, com os olhos nos meus.
- Assim? – investi toda a minha força no quadril.
- AAAAH – ele gritou de prazer.
Meu pau foi endurecendo mais e mais. O prazer estava se aproximando e o Bruno percebeu que eu ia gozar.
- Vai gozar, safado? Vai gozar? – me perguntou.
- Vou – arfei, completamente sem ar e com o rosto pingando suor.
- Então goza na minha boca, vai...
Tirei a camisinha, joguei longe e em seguida coloquei o meu pau na boca do Bruno. Ele me chupou com vontade e não demorei nadinha a liberar todo o meu esperma como ele queria.
Soltei um grito tão alto que um cachorro na rua começou a latir. Que vergonha! Era melhor eu me controlar um pouco. E se alguém chegasse?
Pela primeira vez eu pensei nisso. Era bom eu apurar os meus ouvidos. E se um dos caras chegasse? E se eles voltassem mais cedo da balada?
Não, isso não ia acontecer. Ainda era cedo demais, os meninos não iam voltar naquele horário. E se voltassem, eles iam entender a necessidade que eu tinha de ficar com o Bruno. Por sorte, eu tinha passado a chave na porta e se alguém chegasse, não iria nos ver no meio do ato sexual. Só isso me deixou tranquilo e me fez continuar aquela delícia de transa com o meu ex-namorado.
Era hora de ser passivo. Eu sempre gostei de sentir e proporcionar prazer e comigo não tinha aquela de “só ativo” ou “só passivo”. Eu não tinha uma preferência. Ou melhor, até tinha. Essa preferência era composta de 5 letras e tinha um par de olhos azuis incrivelmente lindos, que me deixavam pra lá de balançado.
- Vai meter gostoso? – eu provoquei.
- Do jeito que você quiser – ele segurou no meu queixo e me deu um selinho demorado.
- Eu sou todo seu. Faz comigo o que você quiser!
LOOOOOOOOOOOOOOOOOOOUCO, CAIO VOCÊ É LOOOOOOOOOOOUCO!!!
Bruno Sorriu. E que sorriso lindo foi aquele. Ele me beijou com muito, muito carinho e começou a acariciar a minha entrada com o dedo do meio. Eu não acreditei que ele estava fazendo aquilo.
Beijos e mais beijos aconteceram, até a hora em que ele pediu para eu ficar de 4 no colchão. E eu fiquei mesmo. Fiquei porque queria proporcionar prazer ao meu amor e porque eu não iria ter pudores naquele momento.

Resultado de imagem para sorriso homem

Bruno começou a penetrar no mesmo ritmo que eu e também aumentou a velocidade aos poucos. Naquela posição eu me sentia uma cadela; me sentia totalmente vulnerável e literalmente nas mãos do Bruno, mas quem disse que eu me importava?
Eu senti tudo entrar praticamente de uma vez só e soltei um gemidinho de prazer quando a cabeça do pau dele tocou em alguma parte dentro de mim. Foi uma sensação maravilhosa.
Do mesmo jeito que eu fizera no passado, Bruno meteu e puxou a minha cabeça pra trás. Ele enroscou a mão nos meus cabelos, puxou a minha cabeça e mandou ver nas estocadas. Eu não pensei que ele fosse ser tão putinho naquela noite!
- Ah, ah, ah, ah, ah, ah, ah, ah... – ele gemia sem parar e isso me deixava alucinado.
Mesmo já tendo gozado, o meu pau não abaixou em nenhum momento e eu já queria gozar de novo. Eu só não sabia que isso ia acontecer tão rapidamente.
Quando o Bruno chegou ao máximo de velocidade nas investidas, eu senti um prazer descomunal e gozei sem nem ao menos precisar segurar no pau.
- AAAAAAH, CARAAAAAAAAAAAAALHOOOOOOO!!!
Esporrei com gosto. Bruno literalmente subiu nas minhas costas, mordeu a minha orelha com muita suavidade e gemeu com gosto no meu ouvido. Bastou ouvir esses gemidos para eu querer gozar pela terceira vez naquela noite.
- Te amo, meu príncipe – ele beijou a minha nuca.
Depois de pouquíssimos segundos, ele saiu de cima do meu corpo, tirou o preservativo e anunciou o orgasmo. Eu caí deitado no colchão e literalmente tomei um banho com o esperma do meu ex-namorado.
- Delícia... Delícia... – o moço caiu deitado em cima de mim e nós nos beijamos com muita suavidade.
Meu coração estava acelerado e batia muito feliz, mas eu já estava pra lá de cansado. Eu queria uma terceira rodada com o Bruno, mas infelizmente aquilo seria impossível.
Mesmo estando excitado, não consegui juntar mais forças para transar com o garotão. A gente ficou apenas se beijando, se acariciando e curtindo o que tinha acontecido. Era bom demais saber que o meu ex estava ali comigo, tão pertinho de mim.
Nós dois não falamos nada. Pelo jeito ele também não ia conseguir fazer mais nada naquela noite e por isso, Bruno deitou a cabeça no meu peito e ficou calado, imerso em seus pensamentos. No que será que ele estava pensando?
Pensei em tanta coisa, em tanta coisa que acabei chorando baixinho. Meu ex ficou assustado, me olhou com os olhos amedrontados e disse:
- O que foi, amor da minha vida? Por que você está chorando?
- Por nada – desviei os olhos e empurrei o corpo dele pro lado.
Bruno não se deu por vencido. Ele me abraçou com muita força e me obrigou a deitar no colchão. Eu caí e continuei pensando em como eu queria gritar que o amava e em como eu não podia fazer aquilo...
- Eu te amo tanto, Caio – o garoto ficou apoiado no cotovelo esquerdo e me encarou. – Volta pra mim?
Fiquei calado. É claro que eu queria dizer sim, mas a maldita consciência me obrigou a dizer não.
- Eu não posso... Eu não posso...
- Termina com o Murilo e fica comigo, Caio? Eu te amo, você me ama... Vamos ser felizes juntos, meu amor...
- Eu não posso voltar com você... Não posso!!!
Mas eu queria. E foi por isso que eu abracei o garoto com toda a força que tinha. Ele suspirou, beijou o meu pescoço e ficou cheirando a minha pele por um tempão. Eu não sabia dizer qual de nós dois estava mais excitado naquele momento.
- Bruno?
- Oi?
- Me responde uma coisa?
- O que você quiser, Caio!
- O que o seu irmão, o Márcio, fez pra você quando você era mais novo?
Não sei explicar por qual motivo eu estava fazendo aquela pergunta, mas de repente as palavras saíram da minha boca de uma vez só.
- Esse é... Um assunto que eu não gosto nem de lembrar, Caio. Não quero falar sobre isso.
Pausa. Por que ele não queria falar? O que teria acontecido?
- Me responde outra coisa?
- Hum?
- O motivo da sua saída do Brasil foi a chegada desse cara na sua casa, não é?
- Eu fui chantageado, Caio! Ou eu saía de casa, ou eu vivia embaixo do mesmo teto com o Márcio e eu não podia fazer isso. Foi por isso que eu fui. Acredita em mim?
- Sabe, eu falei com a Brit esses dias...
- Com a minha sobrinha? Onde?
- Na praia. Eu estava lá com o Murilo...
- Affe!
- ... e ela estava lá jogando vôlei com os pais e o irmão. Daí ela me reconheceu, foi falar comigo e disse que era pra mim te avisar que ela ainda está viva...
- Ai, tadinha! É que eu quase não tenho falado com eles, Caio. Obrigado pelo recado.
- E ela disse também que o seu pai chamou o seu padrinho pra ele te buscar e que você foi expulso...
- Ela disse? – ele abriu um sorriso imenso. – Ela disse isso mesmo?
- Uhum.
- Viu só? Acredita em mim agora? Eu não saí daqui porque quis te abandonar, eu juro!
- Eu só queria saber o que o Márcio tem a ver com tudo isso...
- O Márcio acabou com a minha vida, Caio. É só isso que eu posso te dizer.
Fiquei calado. Nesse momento eu percebi que ele não confiava em mim. Ele não queria me contar o que tinha acontecido e só por esse motivo, a minha razão começou a falar mais alto naquele momento.
- É melhor você ir, Bruno – saí do colchão e coloquei a minha cueca.
- Por que? Eu pensei que...
- É melhor você ir. Meus amigos vão voltar a qualquer momento.
- Ainda é cedo, Caio! Deixa eu ficar só mais um pouco?
Não. Eu não podia deixar. Ele mentia demais, ele escondia as coisas demais. Para que ele ia ficar se não confiava em mim?
- Não. É melhor você ir agora – coloquei a minha bermuda.
- Amor, por favor... Volta aqui, vamos continuar conversando!
- Não, Bruno. Por favor, não insiste mais nisso. É melhor você ir nessa. Já está tarde e a qualquer momento meus amigos podem aparecer.
Ele suspirou, levantou e começou a se arrumar com muita agilidade. Eu abri a janela e fiquei olhando pro horizonte. Nesse momento senti vontade de voltar a chorar, mas segurei as minhas lágrimas o quanto pude.
O Bruno foi até onde eu estava, me abraçou por trás, beijou a minha nuca e disse no meu ouvido:
- Eu adorei você ter me chamado pra vir aqui... Obrigado.
Fiquei calado. Se eu tivesse escutado a minha razão, não teria feito aquilo. Maldita hora que eu fui dar ouvidos ao meu coração...
Não resisti. Virei, agarrei o Bruno e o beijei com muita força. Não sei explicar o motivo pelo qual eu dei aquele beijo no rapaz.
- Eu te amo tanto, Caio – os olhos do Bruno estavam brilhando muito.
Nos abraçamos e eu suspirei. Queria voltar com ele, mas não podia. Como essa situação era difícil.
- Bruno... – eu soltei o nome dele ao vento. – Eu sou só seu, Bruno...
- Então volta comigo, amor... Volta comigo... Larga o Murilo e fica comigo, por favor...
- Eu não posso!!! Eu não posso fazer isso, eu não posso!!!
- Por que não pode, Caio? Você acabou de dizer que é só meu, amor... Eu sou só seu também... Me perdoa pelos meus erros do passado, por favor...
- Não é tão fácil assim! Eu tenho medo, eu tenho muito medo...
- Eu te juro, eu te prometo que nunca mais eu vou pisar na bola com você... Me dá mais uma chance? Só mais uma chance para eu te fazer o homem mais feliz do mundo???
- Não! – eu sibilei. – Não, não, não... Vai embora! Por favor, vai embora... É mrlhor você ir...
- Caio... Meu Caio...
Meu Bruno... Meu Bruno que na verdade não era tão meu assim...
- Me faz uma promessa? – Bruno grudou as nossas testas.
- Qual?
- Promete que você vai tentar me perdoar? Promete que você vai tentar voltar pra mim? promete que você vai dar uma chance pra nossa felicidade? Uma chance pro nosso amor?
- Não me faça prometer isso, Bruno. Eu não sou capaz de cumprir uma promessa dessas. A gente nunca mais vai voltar. É isso que você tem que entender!
Silêncio. Nos beijamos e ambos começamos a chorar feito duas ovelhas desmamadas. Aquele parecia até um clima de despedida. Será que ia ser a última vez que eu ia ver o Bruno? Será que ele ia me abandonar de novo?
Me abandonar? Como ele poderia me abandonar se nós não tínhamos nada?
Como nós não tínhamos nada? E aquela química? E todo aquele amor que aflorava quando a gente se encontrava? Isso não era nada?
Até a minha consciência ficou sem resposta. Eu beijei o menino com tanta paixão, que senti o meu coração doer só de pensar que eu nunca mais o veria.

Resultado de imagem para perdao

- Me perdoa? Me perdoa, Caio... Pelo amor de Deus, esquece o passado...
- Eu não posso fazer isso, Bruno! Me entende, por favor...
- Não, eu não te entendo! Eu sinto que você me quer, eu sei que você me quer e você não faz nada pra salvar o nosso amor!
- Por favor, vai embora. É melhor você ir, senão os meus amigos vão te encontrar aqui.
- Eu vou, mas eu volto. Eu vou, mas eu não vou desistir de você, você entendeu? Não vou desistir de você!!!
Meu coração ficou apertado e pequeno como um grão de areia. Ouvir aquilo me deixou crente que eu teria problemas no futuro. O que eu podia fazer pra me livrar do Bruno, meu Deus?
Levei o carinha até a porta da rua, mas antes de sair ele tentou me beijar de novo. Dessa vez eu não deixei o beijo acontecer.
- Não, eu não quero mais isso. Vai embora da minha casa!
Pelo visto, o garoto ficou arrasado. Ele me olhou com os olhos cheios de lágrimas, abaixou a cabeça e saiu sem falar nada. Se antes o meu coração estava do tamanho de um grão de areia, daquele momento em diante ele foi rebaixado a nada.
Bruno entrou no carro, ligou o motor e em seguida deu a ré. Eu fechei a porta e fiquei lá, parado na ponta da escada sem saber o que pensar, o que fazer e como agir.
O que eu fiz naquela noite não foi certo. Chamar o Bruno pro lugar onde eu morava foi errado, mas como eu ia conseguir resistir ao tesão e a necessidade que eu estava para ficar com ele?
Como eu ia dizer não pro amor que eu sentia pro Bruno? Sim, porque eu o amava... Eu o amava como nunca, eu o amava ainda mais, com muito mais força do que antes, com muito mais vontade do que antes...
Eu tinha que amar primeiramente a mim mesmo e depois o Murilo. Que história era aquela de amar o Bruno com muito mais intensidade que antes? Eu só poderia ser burro mesmo!
- Caio, você é muito burro – eu falei em voz alta.
Essa foi uma das poucas vezes que a minha própria voz foi usada pela minha consciência. Na maioria das vezes, eu só a ouvia na minha cabeça, mas naquela madrugada a razão teve tanta força que até usou a minha voz para se comunicar.
Burro... Era o que eu era. Um burro. Um burro que não conseguia controlar o meu coração. Um burro que não tinha controle sobre os meus sentimentos. Um burro que era completa e enlouquecidamente apaixonado pelo garoto que tinha simplesmente acabado com a minha vida...
Até quando eu ia ficar naquela porta? Até quando eu ia ficar pensando nos defeitos do Bruno? Até quando eu ia ficar pensando que não devia ficar com ele??? Será que eu não enxergava que eu estava perdendo o homem da minha vida?
Perdendo o Bruno? Quem dera isso fosse verdade... Só assim eu teria paz de espírito para seguir a minha vida.
Perdendo sim. O Bruno não era feito de ferro. Existia um coração dentro daquele peito e um coração que já estava muito machucado. Se eu continuasse com aquela história, talvez uma hora ele cansasse de mim. Talvez uma hora eu o perdesse pra sempre... Pra sempre...
Suspirei inúmeras vezes. Meu rosto estava lavado de lágrimas e suor e eu precisava limpar toda aquela sujeira do meu quarto. Era hora de agir, era hora de erguer a cabeça e deixar o Bruno de lado.
Eu tinha que pensar no Rodrigo. Eu tinha que pensar no sofrimento do meu melhor amigo e não no meu sofrimento. O meu sofrimento era o de menos. Naquele momento o importente mesmo era salvar o Rodrigo, ajudar o Rodrigo, animar o Rodrigo e deixar o Bruno em último plano na minha vida. E era isso mesmo que eu ia fazer.

NAQUELE MESMO DIA...

Acordei pensando nele, é claro. Ainda não estava acreditando no que tinha acontecido entre eu e o Bruno naquele quarto de república. Eu só poderia estar louco para fazer o que fiz, meu Deus do céu!
Olhei pro lado e encontrei a cama do Vini ainda vazia. Quando ele iria voltar pra casa? Abaixei um pouco a cabeça e vi o Fabrício dormindo de papo pra cima, completamente pelado e com o pau duríssimo. Era simplesmente uma tentação. Por que ele me tentava daquele jeito, hein?
Se ele estava em casa, sinal que o Digow também estava. E não deu outra. Quando saí do beliche, reparei que o menino dormia tranquilamente, mas ele não tinha uma fisionomia muito legal. Provavelmente ainda estava sofrendo por conta da vadia da Marcela.
Infelizmente eu não estava de folga naquele sábado. Bem que eu queria ficar 2 dias seguidos sem ir ao trabalho, mas infelizmente isso não era possível.

Resultado de imagem para banho de chuveiro

Fui pro banho, escovei os dentes, fiz toda a minha higiene matinal e só depois arrumei a minha mochila. Mais um dia de trabalho me esperava e eu tinha certeza que este seria particularmente cansativo; uma vez que eu não tinha dormido quase nada naquela madrugada.
Chegando lá, fui logo encontrando com o Gabriel. Eu dei uma analisada no corpo do garoto e percebi que ele tinha murchado um pouco os músculos. Ele estava bem mais interessante que antes.
- Parou de treinar? – perguntei.
- Não parei, mas dei uma relaxada ultimamente. Ser pai de duas meninas não é fácil, Caio. Ainda mais sendo bebês.
- Faço ideia. Seu corpo está legal assim. Melhor que antes inclusive.
- Obrigado pela observação. Você que não para de treinar, né? Virou rato de academia?
- Que nada – sorri. – Estou longe disso.
- E essas olheiras?
- Falta de sono. Vou trabalhar. Até mais ver.
- Não esquece de ver os celulares, hein?
- Ainda não estou precisando de um celular.
A rotina naquele dia foi absolutamente normal. Por se tratar de um sábado, pós data comemorativa, o movimento aumentou e aumentou muito. Isso restringiu a minha conversa com a Jana, com a Alexia e com o Kléber.
- Quase não nos falamos, não é? – a branquela de cabelos negros reclamou.
- É a correria.
- Por que seus olhinhos estão tão inchados e vermelhos? Andou chorando?
- Não. É só sono – menti.
- Ei, você já pagou a van pro show do Jorge e Mateus?
- Ainda não. Nem me lembrei disso.
- Está chegando. Falta só umas 2 semanas. Mal posso esperar...
- O Diego vai também?
- Claro. A gente não se larga mais.
- Que lindo. Queria ser assim com o meu love também.
- Qual deles?
- Como assim qual deles? Quem vê pensa que eu tenho mil amores, Alexia.
- Mil você não tem, mas pelo menos dois você tem!
- Não. Eu só tenho um amor na minha vida.
- E ele se chama?
- Bruno. NÃO, MENTIRA. Ele se chama Murilo... Murilo, Murilo, Murilo...
Alexia deu muita risada de mim e depois disso ficou me aconselhando. Ela era uma das pessoas que torcia para que eu voltasse com o Bruno. Por que eles faziam isso, hein?
- Não vou voltar com nenhum Bruno, Alexia. Aliás, quem é Bruno?
- Do que vocês falam, amores da minha vida? – a gerente tapa buracos pintou no pedaço.
- O Caio aqui falando do Bruno, Jana – respondeu Alexia.
- É o amor... – ela começou a cantar.
- Cala a boca, projeto de Eduarda. Senão eu quebro o seu nariz em 15 partes!
- Não vou nem comentar isso daí. Por que não volta logo com o Bruno, hein?
- Eu não vou voltar com ele – quase sapateei de tanta raiva.
- Ele disse que nem sabe quem é o Bruno, acredita? – Alexia abriu o bocão.
- Oi? Deixa eu te fazer uma perguntinha, amado: QUEM É MURILO NO MAPA MUNDI?
- Hã? – não entendi.
- Quem é Murilo no mapa mundi? Você namora um pivete que nem sabe fazer sexo, fica pensando o dia, a noite e a madrugada no Bruno e ainda finge que nem o conhece? Ah, pelo amor, Caio... Vê se vira gente.
- O que você disse pra mim mesmo, Janaína? Pelo que me lembro, você disse que o assunto BRUNO era intocável pra você. Disse que nunca mais se meteria nisso... Lembra?
- Verdade. Vocês que são brancos que se entendam. Eu é que não me meto mais nesse assunto!
Nós três entramos em discussão sobre o assunto, mas em nenhum momento chegamos a brigar. As meninas tinham as opiniões delas, eu tinha a minha e nem por isso a nossa amizade estremeceu nem nada do gênero. Elas sabiam respeitar a minha decisão e não se metiam mais naquele assunto. Isso me deixou agradecido e aliviado.

Resultado de imagem para amigos se abraçando

- Mano... – eu o abracei. – Como está?
- Vivo, E você?
- Também.
Nós dois suspiramos.
- E aí, como foi a balada? Pegou quantas?
- Nenhuma.
- Como assim? Me decepcionou, hein?
- Ah, não tive cabeça pra mulher, Caio. Eu só estou pensando na Marcela ultimamente.
- Eu te entendo.
- Entende?
- Claro! Esqueceu tudo o que eu passei por causa do Bruno?
- É claro que não!
- E você quer passar pelo mesmo?
- Deus me livre!!!
- Então eu acho bom você colocar a cabeça no lugar e tentar esquecer da Marcela.
- Como se fosse fácil assim. Você esqueceu o Bruno?
Silêncio.
- Pois é. Se você, depois de 15 mil anos não esqueceu o Bruno, que dirá eu com apenas poucos dias... Impossível!
- Possível, mas complicado. Ouve o que eu estou te dizendo: com o tempo você vai acostumar e vai dar a volta por cima.
- Deus te ouça, mano. Deus te ouça.
E foi assim durante toda a semana. Pela manhã, a gente trocava ideia sobre muitas coisas na hora de ir até a faculdade e à noite, eu sempre o aconselhava da melhor forma possível.
O pior nessa situação era a hora que Rodrigo e Marcela se encontravam. Eles se olhavam por horas, mas não davam o braço à torcer. Era praticamente o mesmo que acontecia comigo e com o Bruno. Eu era capaz de sentir o sofrimento do meu melhor amigo só em olhar para os olhinhos dele.
Contudo, foi no sábado que ele ficou realmente numa pior. Quando eu cheguei da loja, encontrei o Rodrigo soluçando em cima da cama. Ele nem olhou pro lado de tão desesperado que estava.
- Não fica assim, não fica assim – eu deitei na cama dele e o abracei.
Foi uma barra fazer o choro do meu amigo passar, mas quando isso aconteceu, eu finalmente pude conversar com ele um pouco mais abertamente sobre o assunto:
- Eu preciso te contar umas coisinhas, mano.
- O que foi, Caio? Falou com a Marcela? Ela quer me ver?
- Falei sim e já tem uns dias. Eu só vou te falar isso agora porque acho que esse é o momento certo pra você saber.
- Como assim? O que ela disse?
- Eu conversei com ela, perguntei o motivo pelo qual ela não queria saber de você e tudo mais...
- Isso você já me contou.
- E falei também que não era justo ela te condenar pela perca do bebê. Ela disse que não está te condenando por isso.
- Não? Então por que ela terminou comigo?
- Porque segundo ela, esse relacionamento não ia sobreviver no futuro. Pelo menos foi isso que eu entendi.
- Me explica isso direito, Caio.
Repeti as mesmas palavras que a Marcela me disse e falei também o que aquela cachorra me disse com relação ao aborto do bebê:
- Ela disse também que ela mesma cogitou essa possibilidade, mas que também caiu em si e tudo mais.
- Ah, é? Quer dizer que ela também pensou em aborto? E depois fez toda aquela cena comigo no pátio da faculdade? Me fazendo passar por idiota na frente de todo mundo? Me dando aquele baita tapa no rosto? É isso mesmo?
- Por isso que eu até evitei de falar antes. Eu queria que você estivesse bem emocionalmente para ouvir isso, mas como você não está melhorando muito...
- Não, foi bom você me falar. Continua. O que mais ela contou?
Continuei falando o que a Marcela me disse e continuei abrindo os olhos do Rodrigo.
- Olha, Digow, eu sempre tive ciúmes da Marcela, você sabe disso, mas eu nunca quis que o namoro de vocês terminasse.
- Eu sei disso, mano. Não se preocupa!
- Mas assim, parando pra pensar no assunto, ela não te merece mais, Rodrigo. Ela não te merece. Ela te deu um tapa só por você ter mencionado pra ela tirar o bebê e ela mesmo pensou na mesma coisa. Isso não é certo. E tem mais: ela termina com você, coloca um ponto final na relação de vocês e simplesmente não te fala o real motivo pelo qual ela está fazendo isso? Isso não se faz!!!
- Mas eu a amo, Caio...
- Amigo, se ela te amasse de verdade, de verdade mesmo, ela estaria ao seu lado. Ela estaria aqui contigo agora, te abraçando, te beijando, te acariciando... Eu não sei se ela terminou contigo por esses motivos ou não, mas se ela fez isso em um momento tão delicado, é porque provavelmente não te amava tanto quanto a gente imaginava.
Esse papo durou horas. Rodrigo e eu ficamos pensando em vários assuntos e tentamos mesmo entender o que passava na cabeça da Marcela, mas isso era impossível.
- Sabe, às vezes eu penso em desistir das mulheres – ele comentou. – Elas são muito más com a gente, nos machucam, nos maltratam, usam a gente e depois jogam fora. Estou pensando seriamente em entrar para um convento.
- Convento, Rodrigo? – eu dei risada. O pior é que ele falou isso na maior naturalidade. – Convento é pra freiras, moço.
- Ah, é. Eu esqueci. Vou entrar pros negócios do padre lá então. Como é mesmo o nome?
- Boa pergunta! Sabe que eu também esqueci?
- Enfim, você entendeu o que eu quis dizer.
- Entendi sim.
Me mexi porque meu braço estava quase dormindo. Voltei a abraçar o Rodrigo e disse:
- Vamos tentar erguer essa cabeça, vamos?
- Vou fazer melhor que isso, vou virar a porcaria dessa página. Eu sou assim, sofro, sofro, sofro, sofro, mas quando eu pego raiva, eu esqueço rapidinho. Se ela não me quer mais, beleza. Eu vou arrumar outra bem mais gata, bem mais gostosa, vou pegar e vou esfregar no focinho dela... É isso que eu vou fazer!
- ASSIM É QUE SE FALA!!! – fiquei muito feliz ao ouvir isso.
- Vadia! – ele bufou.
Eu vibrei com aquela mudança repentina, mas logo voltei ao ponto de partida, porque ele voltou a chorar e grudou na minha camiseta com força.
- Que saudades dela, Caio... Que saudades dela...
- Não chora, não chora – eu consolei o menino. – Vai passar, vai passar...
Beijei muito o Rodrigo, muito mesmo. Não era me aproveitando, eu só queria mostrar o meu carinho por ele.
- Já disse que eu te amo hoje? – ele secou as lágrimas e me olhou.
- Não – fiz bico.
- Eu te amo, cara! Você é muito importante pra mim, sabia?
- Você é muito importante pra mim também, Digão. Eu te amo demais!
Foi a vez dele me beijar. Ele beijou o meu rosto duas vezes.
- Obrigado por cuidar de mim, por me animar, por me ajudar. Você não existe...
- Sou seu irmão, não sou?
- Mais do que isso. Você está sendo meu irmão, meu confidente, meu amigo, meu pai, meu tudo... Eu nem sei o que seria de mim sem você nesses dias, Caio. Obrigado de coração!
- Que lindo – eu me derreti todinho. – Seu palhaço, eu estou aqui sempre que você precisar. Eu te devo a minha vida, esqueceu?

Resultado de imagem para deitar cama

- E eu devo a minha à você!
- Isso nos une pra sempre, mano. Pra sempre!
- Pra sempre!
- Vou tomar um banho, tá? – informei. – Estou fedorentinho já.
- Tá não – ele cheirou meu pescoço. – Está cheiroso como sempre.
- To nada – ri. – Eu suei hoje. Preciso de um banho, preciso relaxar. Eu já volto, é rapidinho.
- Promete que volta voando pra cuidar de mim?
- Prometo, mano. É claro que eu prometo!
Voei mesmo. Tomei banho o mais rápido que pude. Depois fui pra cozinha, fiz um lanche rápido, em seguida escovei os dentes e enfim voltei pro quarto pra ficar com o Rodrigo.
- Apaga a luz? – ele pediu.
- Apago sim.
Fiz o que ele pediu e fui logo pra cama com ele. Como a noite estava meio gélida, peguei um cobertor pra gente e em seguida me deitei com ele naquela cama apertada.
- Posso dormir com você?
- Lógico que pode – ele deixou. – Seu bobão!
- Você que é.
Não sei como isso foi possível, mas aquele velho clima que existiu entre eu e o meu amigo no passado, pareceu voltar naquele exato momento.
Ele virou e ficou de frente pra mim. Os nossos rostos ficaram colados, mas nossas bocas não encostaram uma na outra.
Claro que eu fiquei excitado. Naquele momento não pensei em ninguém, nem mesmo no Bruno. Pelo visto só o Rodrigo me fazia esquecer o falecido, nem que fosse por alguns minutos.
- Digow?
- Hum?
- Você está melhor?
- Acho que sim... – a voz dele estava firme.
- Que bom. Quer alguma coisa?
- Me abraça?
Abracei e beijei o pescoço dele. O menino estava de camiseta e bermuda. Bem que ele poderia tirar um pouco daquela roupa, não é?
Nós dois ficamos em silêncio por um tempão. O Rodrigo respirou fundo duas ou três vezes e depois começou a fazer carinho na minha nuca. Isso me fez arrepiar.
- Arrepiou? – ele sussurrou.
- Uhum.
- Depois dos 12 não é mais arrepio.
Opa... Nisso ele estava certo. Eu estava com o pau bem duro.
- Espera um pouco – ele me afastou depois de mais de 10 minutos.
- O que foi?
- Fiquei com calor – Rodrigo tirou a camiseta.
Ai, ai, ai, ai, ai... Mais um pouco e eu não ia me aguentar mais.
- Quer que eu tire o cobertor?
- Não – ele choramingou. – Só me abraça de novo, por favor? Eu preciso me sentir protegido.
Atendi o pedido do Rodrigo. Fechei meus olhos e tentei controlar o tesão, mas foi difícil. Como eu ia controlar o tesão com um cara daqueles nos meus braços?
Eu nem sabia mais que horas eram, mas não devia ser tarde demais, porque eu saí da loja às 19 naquele sábado. Acreditava eu que ainda não tinha nem passado da meia noite. Será que eu estava certo?
- Você só está de cueca? – a voz dele entrou no meu ouvido.
- É. Tem problema? Se quiser eu coloco um short...
- Não, não tem problema. Quantas vezes a gente já dormiu assim? Várias. Não é agora que eu vou esquentar com isso.
Então por qual motivo ele tinha feito aquela pergunta? Será que o clima estava mesmo acontecendo ou era só coisa da minha cabeça?
O jeito era investigar se era ou não fruto da imaginação. Por puro teste eu beijei o ombro do Rodrigo, que estava cheirando a sabonete. Ele retribuiu o beijo e isso me deixou alerta.
Depois de uns minutos eu fiz de novo e outra vez houve a mesma resposta. Sim, estava rolando um clima.
Senti uma gota d’água molhar a minha pele. Provavelmente ele estava chorando de novo. Isso não podia mais acontecer.
- Não chora mais, por favor...
- É muito difícil – a voz dele quase não saiu.
O coitado ficou com o nariz entupido e foi obrigado a sentar na cama pra respirar melhor. Na ausência do corpo dele, eu pude ajeitar minha mala dentro da cueca, Era bom demais pra ser verdade. Que clima que nada...
Depois de uns 5 minutinhos ele deitou de novo e disse:
- Não tem nada da faculdade pra fazer?
- Não e você?
- Só estudar, mas amanhã eu faço isso.
- É eu também. A mesma coisa. As provas são essa semana já, hein?
- Verdade. Não vejo a hora de ficar de férias pra não ver mais a fuça da Marcela.
- Assim é que se fala! Ei, por que você não vai no show do Jorge e Mateus comigo e com as meninas da loja?
- Show? Onde? Quando? Quanto?
Dei todas as informações e ele ficou pra lá de animado.
- Quero ir. Coloca meu nome na lista!
- Sério?
- Claro! Já que eu to estagiando agora, vou poder comprar o ingresso.
- Espera então. Eu vou ligar pra Jana pra avisar.
- Não... Liga primeiro pros caras! Quem sabe eles querem ir com a gente?
- Verdade. Eu não tinha pensado nisso.
E não é que ele tinha razão? Foi uma surpresa, mas o Fabrício, o Vinícius e consecultivamente a Bruna, aceitaram ir no show com a gente. Eu fiquei contente; afinal, quanto mais gente, melhor.
- Jana? Amor da minha vida, tudo bem?

- Isso é hora de ligar, frango de macumba?Resultado de imagem para tais araujo

- Me perdoa a hora... Te acordei?
- Claro que não, bobo. Eu to só brincando com você. aconteceu algo?
- Então, eu consegui mais quatro pessoas pra ir no show do Jorge e Mateus.
- Ah, é? E quem são essas quatro pessoas?
- Fabrício, Rodrigo, Vinícius e a namorada. Fecha mais 4 na van.
- Ótimo! Eles já compraram os ingressos?
- Não. Vão comprar todos amanhã.
- Fechado então. E o Murilo, conseguiu mais alguém?
- Não.
- O amigo lá de vocês vai querer ir com a gente?
- Não sei. Quer que eu veja isso?
- Por favor? Daí você me liga avisando? É que tem só mais dois lugares agora disponíveis. Entendeu?
- Ah, entendi. Espera aí então, eu vou ligar. Não sai da linha!
- Beleza.
Não fiquei muito contente de ligar pro Vítor, mas tudo bem. Felizmente o dito cujo atendeu o celular rapidinho e mostrou-se curioso com a minha ligação:
- Por essa eu não esperava...
- Eu não posso demorar muito. Seguinte: você vai no show do Jorge e Mateus, não é?
- Sim! Por quê?
- Minha amiga alugou uma van. Quer ir com a gente?
- Quanto é?
Informei o valor.
- Hum... Interessante. Quero sim, Caio!
- Vai mais alguém com você?
- Sim, minha prima.
- Ela vai na van também?
- Sim. Pode reservar.
- Beleza então. Era só isso. Obrigado.
- Por nada, eu é que te agradeço por ter pensado em mim.
- Só pensei em você porque o Murilo disse que você também ia nesse show. Boa noite, Vítor.
- Boa noite, Caio.
- Jana? Eles vão. Pode fechar mais dois lugares.
- Mandou bem, hein loiro de farmácia? Aí eu vi vantagem. Disse o valor, tudo certinho?
- Disse sim!
- Ótimo. Muito obrigada, hein? Me poupou um trabalhão agora.
- De nada. Beijo, flor. Até segunda!
- Até segunda, boa folga.
- Obrigado!
- Tudo certo? – ele perguntou, com a voz embargada.
- Sim, tudo certo. Obrigado pela dica em chamar os meninos.
- Vai ser da hora. E eu vou fazer de tudo pra passar o rodo nas gatinhas.
- Te dou todo apoio do mundo.
- O Murilo também vai?
- Sim.
- E esse Vítor não é o tal amigo do Bruno? Aquele tosco?
- Sim.
- E você ainda chama pra ele ir com a gente, Caio?
- Eu chamei pra ele ir na van, não pra ir com a gente. Lá a gente se divide.
- Assim espero.
- Fica tristinho não. Fica animadinho, vai?
Beijei a bochecha do menino. Ele suspirou.
- Só você pra me fazer ficar animado, Caio!
- Como assim?
- Não, nada.
O que ele queria dizer com aquilo? Bocejei. Eu estava sentindo sono, mas não queria dormir. queria continuar conversando com o Rodrigo.
- Seus pais estão bem?
- Graças a Deus.
- Que bom.
Tive que me mexer e infelizmente relei meu pau na coxa dele. Isso foi suficiente para o início da ação entre nós dois.
- Com a barraca armada, safadinho? – percebi que ele sorriu.
- Desculpa... Eu vou pra minha cama!
- Não... Fica!
- Quer que eu fique mesmo?
- Quero – a voz do Digão ficou tímida. – A não ser que você não queira...
- Claro que eu quero!
Nos abraçamos mais forte.
- Caio?
- Oi?
- Você se importa se... Eu tirar o short? Continuo sentindo calor, cara...
- Não me importo não! Pode tirar numa boa...
Ele tirou e jogou a peça de roupa longe.
- Assim está bem melhor...
Não percebi nada de diferente nos primeiros minutos, mas depois de um tempo, notei que faltava uma peça de roupa no corpo do meu amigo. Era impressão minha ou ele estava... Pelado?
Não hesitei mais. Não era impressão minha, estava mesmo rolando algo de diferente entre nós dois e eu precisava tirar aquela história a limpo...
- Digow?
- Oi? – ele suspirou.
- Por que você ficou pelado?
- Não posso?
- Pode, mas tem algum motivo pra isso?
- O que você acha?
Isso foi suficiente. Eu me mexi e deixei minha pele encostar no meio das pernas dele. Também estava duro, igual ao meu.
- Duro? – perguntei.
- Si-sim...
- Posso segurar um pouco?
Silêncio. Desci a minha mão pela barriga dele e percebi que ele estava depilado, totalmente depilado.
Que delícia... Estava muito durinho e eu fiquei com água na boca!
- Posso brincar igual a outra vez? – perguntei.
- Só se você não contar pra ninguém...
- Acha mesmo que eu faria isso?
- Não.
- Então?
- Eu queria... Sei lá... Eu to tão carente, com tanto tesão que não consegui resistir... Se não quiser, não tem problema...
- Claro que eu quero!
Fiz o Rodrigo deitar de barriga pra cima e segurei no pau dele com vontade. Eu sabia que não ia poder chupar, então por isso nem tentei fazer nada diferente além daquela punheta que já estava batendo pro cara.
Pensei que pelo menos fosse rolar um troca-troca, mas isso não aconteceu. Só fui eu que bati pra ele, mas já me dei por satisfeito. Passei a mão pela pele do Rodrigo, pelo saco, pela virilha e por onde senti vontade. Ele não hesitou em momento algum.
- Posso acender a luz?
- Não...
- Por que não?
- Eu tenho vergonha...
- Bobinho... Eu já vi!
- HÃÃÃÃ? COMO ASSIM?
- No dia em que você e a Marcela estavam...
- Ah... Puta que pariu... Como me arrependo daquele dia agora... Viu tudo mesmo? – ele parecia constrangido.
- Vi... E amei...
- Se-sem graça...
- Posso chupar?
- NÃO!
- Só um pouco?
- Nã-não. Só segura nele...
Atendi o pedido, Eu sabia que não ia passar daquilo e que aquilo só estava acontecendo devido a carência que ele estava sentindo naquele momento.
Eu lembrava perfeitamente dos 19 centímetros do Rodrigo, mas resolvi testá-lo só pra saber se ele tinha falado a verdade da vez anterior:
- É grande... Quanto mede?
- 19.
O melhor era o saquinho. Estava muito lisinho. Pelo jeito ele havia se depilado há pouco tempo.
Naquela altura o cobertor já tinha ido pro espaço. Nós estávamos colados e ele estava pra lá de excitado. Eu fiquei com vontade de gozar também, mas não quis bater sozinho. O jeito era só dar prazer pra ele naquela noite.
E não desisti até sentir o Rodrigo gozar. O menino soltou um gemido baixo e me deixou ainda mais excitado. Senti a cabeça do meu pênis ficar molhada.
- Delícia, moleque...
A barriga dele ficou toda melada e isso foi motivo para um banho. Tive que trocar o lençol da cama, porque este também ficou todo sujo de esperma. O quarto ficou com o cheiro do Rodrigo.
Quando voltou, o rapaz foi direto pra cama, deitou ao meu lado, beijou o meu rosto e disse:
- Não fala pra ninguém, tá? Não aconteceu nada.
- Beleza. Relaxa. Promete que vai melhorar agora?
- Prometo que vou fazer o possível!
- É assim que eu gosto de te ver, Rodrigo.
- Eu te amo Caio!
- Eu te amo também, maninho.
Dei um beijo no rosto dele, suspirei, fechei meus olhos e tente enfim pegar no sono, porém não consegui de imediato.
- Cacs?
- Oi, Digow?
- Deixa eu fazer uma coisa em você?
- O quê?!
Ele segurou no meu rosto, uniu as nossas testas e aos poucos, muito aos poucos, colou os lábios nos meus.
Meu coração disparou feito uma bateria de escola de samba. Não acreditei nisso, simplesmente não acreditei!
Ficamos nessa posição por muito, muito tempo mesmo. Talvez mais de 10 minutos. Depois disso, ele beijou e mordiscou meus lábios com muita suavidade, mas em nenhum momento colocou a língua na minha boca.

Resultado de imagem para bocas homens

- Te amo – ele susurrou.
- Eu... Eu também...
Mais uma mordidinha no meu lábio inferior. Rodrigo suspirou, me abraçou, beijou o meu pescoço e não falou mais nada.
Nesse momento eu entendi que não rolaria mais nada. Infelizmente não rolaria mais nada, pelo menos não naquele momento. No futuro, quem sabe?

NA ÚLTIMA SEMANA DE JUNHO...

As provas daquele semestre foram as mais difíceis desde o início do curso, mas eu estudei tanto que me dei bem em todas as matérias, incluindo matemática.
- Ufa – respirei aliviado quando abri o site. – Passei em todas. Estou de férias!
- Parabéns, Caio! – Vinícius mostrou-se feliz. – Eu sabia que você ia se dar bem.
- É, parabéns! – concordou Fabrício. – E você, Rods? Já está de férias também?
- Graças a Deus, mano. Só assim eu não vejo mais aquela vadia!
A cada dia que passava, ele ficava melhor. É claro que eu estava torcendo pela melhora do meu amigo, mas eu não esperava que ele fosse melhorar tão rápido. Por que comigo não acontecera o mesmo no passado?
A Marcela para o Rodrigo caiu do pedestal à partir do momento que eu disse pra ele que ela não ia continuar com o namoro pelo simples fato da falta de instabilidade do casal no futuro.
E ela própria disse a ele que pensou muito no assunto e que chegou a conclusão que o namoro nunca daria certo, só por ele na verdade ser de outro estado. A mocreia alegou que, quando o Rodrigo voltasse pro Paraná no começo do outro ano, o relacionamento dos dois ia acabar indo por água abaixo com a distância.
Eu não discordei totalmente dela, mas ao mesmo tempo achei esta uma atitude precipitada. Talvez ele nem fosse embora pro Parabá. Trabalhando na empresa onde ele estava, eu achava difícil ele querer voltar pra terra natal. Só se ele fosse muito burro.
Com essa afirmação, o Rodrigo desencanou de vez da ex-namorada e aos pouquinhos foi voltando a ser quem ele era.
Claro que ele não se recuperou por completo, afinal só havia passado poucas semanas, mas ele já estava bem melhor do que antes.
Rodrigo ainda chorava, ainda sentia saudades da amada, mas não tanto como antes. A cada dia que passava, ele reagia melhor ao término do namoro e se continuasse daquele jeito. Em pouquíssimo tempo ele voltaria a ser quem era e ficaria 100% recuperado dos baques que teve na vida sentimental.

A Janaína por sua vez estava no auge do sucesso como substituta da Eduarda. Ela esbanjava simpatia com todos os clientes e conseguia resolver quase todos os problemas relacionados aos funcionários.
Certo dia, ela foi até elogiada pelo Tácio, o que fez com que a Diana ficasse morrendo de ciúmes da minha melhor amiga:
- Parabéns – eu fui cumprimentá-la. – Acabo de saber sobre o elogio que a senhorita, ou melhor, que a venerável anciã recebeu do nosso regional... Estou gostando de ver, hein?
- Eu não fui a única elogiada, Caio – ela sorriu. – VENERÁVEL ANCIÃ É SUA VÓ!
- Não? Quem mais foi? – eu ri.
- Você!
- Eu? – arregalei os olhos. – Como assim?
- Vem, senta aqui na minha mesa. Jonas, posso mostrar o e-mail que veio do SAC elogiando o Caio?
- Ah, pode sim, Jana!
Janaína abriu o e-mail e colocou na tela do computador. Ela virou o monitor pra mim e pediu para eu ler o que estava escrito.
Eu li em Voz alta:
- Senhora Inácia entra em contato para formalizar um elogio ao vendedor de móveis Caio C. Monteiro da Silva, matrícula tal, filial tal, por ter prestado um excelente atendimento, por ter sanado todas as suas dúvidas, ter acompanhado a sua entrega, a sua montagem e ter entrado em contato após a mesma para verificar se a mercadoria possuía alguma avaria ou defeito de fábrica. Cliente ressalta ainda que o colaborador está de parabéns e que se pudesse, daria nota 10 ao seu atendimento. A mesma finaliza a ligação informando que foi muito bem-atendida e que está satisfeita com a venda e a pós-venda prestadas pelo funcionário.
Enfim pude respirar.
- Nossa, que legal!!!
- Parabéns – Janaína me deu um feedback. – Eu não esperava menos de você!
- Verdade, Caio. Meus parabéns – Jonas tomou a frente da situação. – Eu como seu superior, sei mais do que ninguém como você é comprometido, como você é empenhado e como você tenta ajudar os clientes de todas as formas possíveis. Parabéns!
Ouvi o feedback e quase fiquei emocionado. Fiquei feliz demais com aquela resposta positiva. Pelo menos um elogio no meio de tantas críticas. E esse elogio fez a minha semana ficar muito, muito melhor.

Resultado de imagem para celular

- Alô?
- Amor? – era o Bruno.
- Oi, Bruno! Tudo bem?
- Eu estou indo e você?
- Bem, obrigado. Qual o motivo da ligação?
- O mesmo de sempre: vamos nos ver?
- Não, obrigado.
- Posso jantar com você?
- Jantar comigo? Aqui no shopping?
- Pode ser. Daí a gente troca ideia rapidinho...
- Só se for rapidinho mesmo, Bruno.
- Sim. Eu só quero te ver mesmo, promessa!
- Sendo assim você pode vir sim.
E ele foi. Lindo como sempre. Eu fiquei feliz demais ao ver o meu ex e é claro que bastou encará-lo para sentir uma fisgada dentro da cueca.
- Oi – falamos em uníssono.
Sorrimos. Que sorriso lindo ele tinha!
- Como você está lindo, Caio...
- Obrigado, mas poupe os elogios. Eu não vou voltar com você.
O menino ficou sem graça e nós fomos até a praça de alimentação. Por se tratar de um domingo, o shopping estava lotado demais. Eu não gostava de muito tumulto.
Escolhemos o restaurante, pedimos e ficamos esperando a nossa senha ser chamada. Eu escolhi um prato de arroz, feijão, bife de picanha e batata frita. O Bruno optou pela mesma coisa. Não estava mais tão focado na dieta da academia como antes.
- Nossa, que delícia – ele elogiou a comida. – Muito boa.
- Sempre almoço aí. Nunca comeu?
- Primeira vez, mas vou vir sempre à partir de agora.
Eu e ele quase não falamos nada, mas não paramos de nos olhar um segundo sequer naquela noite.
- Pensou no que eu te pedi?
- Não tenho nada que pensar, Bruno.
- Caio... Até a minha sobrinha confirmou o que aconteceu naquela noite... Por que não acredita em mim?
- Porque não. O que houve entre você e o seu irmão Márcio? Por que você não gosta dele?
- Eu já disse: é um assunto que eu prefiro não comentar.
- Se você não confia em mim, Bruno, como quer que eu dê um voto de confiança pra você?
- Eu confio em você, Caio. Porém esse é um assunto que abre uma ferida muito dolorida em mim e eu nãp queria falar sobre isso, pode ser?
- Então tá! É um direito seu não falar, assim como é um direito meu não querer saber de você.
- Vai me chantagear agora também? É isso?
- Não! Claro que não – me ofendi. – Eu só quero entender a história por completo, só isso. Mas não tem problema não.
Bruno suspirou e baixou os olhos. Ele parecia triste.
- Confia em mim, por favor! Eu estou falando a verdade...
- Uhum – murmurei. – Mas isso não faz com que eu queira voltar com você!
- Caio... Não seja tão duro assim, por favor...
- Eu sou assim sim. Não gostou? Então não enche mais o meu saco. Simples assim!
Essa briga rolou durante todo o nosso janter. Naquela noite não houve beijo, não houve abraço, não houve sexo, não houve amor e não houve mais nada a não ser a briga da minha razão para com o amor que o Bruno sentia por mim!

JULHO DE 2.009...

- DUDA! – eu quase saí correndo até a minha eterna gerente Eduarda.  – Que saudades!
- Eu também, Caio! Tudo bom?
- Bem e você? Hum... Voltou mais bonita que nunca...
- Ah, obrigada! Eu estou ótima querido!
- Que bom... Nossa, o que fez de diferente? Parece mais jovem, mais bonita...
- Caio, eu tenho uma novidade...
- Qual novidade?
- Eu estou grávida!
- É EPIDEMIA? – essa foi a minha reação.
- Epidemia? Que eu saiba só a Alexia está grávida na loja. Quem mais emprenhou nas minhas férias? – ela riu.
- Não, deixa. Ninguém. Foi uma amiga da faculdade, mas ela já perdeu o bebê.
- Ai, que triste... Nossa... Não quero nem pensar nisso...
- Não, não pensa. Por favor, imagina... Eu não quero fazer você pensar nisso. Desculpa, eu não deveria ter falado.
- Não tem problema, fique tranquilo. E Janaína? Como foi na minha ausência?
- Muito bem. A danada mandou bem, viu?
- Ah, é? Que bom... Pelo menos a gente já sabe que pode contar com ela numa próxima oportunidade.
- Ela foi até elogiada pelo Tácio.
- Hum, muito bom! Muito bom mesmo!!! Já está de férias da facul?
- Graças a Deus estou sim, Duda.
- Que bom, querido. Agora vai lá trabalhar, depois a gente conversa mais.
- Vou sim – a abracei de novo. – Estou muito feliz pela sua gravidez, de verdade!
- Obrigada, querido. Muito obrigada!
- Ai como é bom voltar pra minha realidade – Jana me abraçou quando cheguei no meu setor.
- Saudades de você aqui, sua louca...
- Eu também! Viu a Duda que linda?
- Vi sim. Gravidíssima também, né?
- Pois é, menino! Fiquei preta passada na chapinha... Quem será a próxima?
- Você!
- TÁ AMARRADO NAS BARBAS DOS DOZE APÓSTOLOS!
Eu ri. Boba!
- Quer não?
- Não, querido. Não corro esse risco. Eu tenho DIU e ele está muito bem posicionado. Comigo isso não acontecerá, pelo menos por enquanto.
- Ai, que pena... Adoraria ver uma Janaína mirim por aí.
- Sou única, meu filho! Se uma já é muito, imagina duas. Ninguém ia suportar não.

NO DIA DO SHOW DO JORGE E MATEUS...

Eu estava ansioso para o show. Por mais que eu não tivesse topado ir no começo, do meio pro fim a Jana me animou e eu fiquei na expectativa para aquele dia chegar.
Por sorte, eu, ela, a Alexia e o Diego conseguimos 2 dias de folga na loja e isso iria nos facilitar a vida. Pelo menos íamos poder curtir o show com tranquilidade e não iríamos ter que nos preocupar com o trabalho no dia seguinte.
- Já estão prontos? – Vinícius entrou no quarto todo suado.
- Ainda não – respondeu Fabrício.
- Que horas vai começar mesmo? – perguntou o médico.
- No ingresso está marcado às 23 horas – respondi.
- Que horas a van vai sair?
- Às 15 horas – respondi. – Já é meio dia, acho bom a gente ir se arrumando, né?
- Verdade – concordou Fabrício. – Eu vou tomar banho.
Desci da cama e notei que o Digão estava todo triste, olhando pra parede.
- Ei – sentei e cutuquei as costas dele. – Vamos pro show, lembra?
- Uhum.
- Então vamos nos arrumar?
- Já vou, já...
Ele estava deprê outra vez. Rodrigo não chorava mais pela ex-amada, mas ainda sentia falta dela. Era o mesmo que acontecia comigo com relação ao Bruno.
A van ia nos pegar na porta da nossa casa e isso também facilitou a nossa vida. Dessa forma, nós tivemos tempo para nos arrumar e almoçar com mais tranquilidade.
Às 14:30 a Janaína me ligou e disse que eles já estavam chegando na minha rua. Eu apressei os garotos e fui o primeiro a chegar na calçada. Eu estava mesmo super ansioso.

Resultado de imagem para van

- Hum... Quem é você na numerologia? – Janaína desceu rindo e me abraçou na calçada. – Que lindo! Adorei o modelito. E o óculos mais ainda!
- Gostou mesmo?
- Amei! Gato e gostoso como sempre.
- Olha quem fala. Vai ser a sensação do show com essa bota de salto agulha. Só toma cuidado pra não quebrar o salto, que nem aconteceu na loja, hein?
- Cala a boca, hein? Não me lembra daquele dia catastrófico. Ainda bem que a Duda já voltou.
- Boba.
- Mas eu amei o seu modelito, de verdade.
Eu trajava um par de tênis branco com detalhes pretos, uma calça jeans preta, desbotada e cheia de zíperes nas coxas e nas laterais, uma camisa de manga curta também na cor preta totalmente aberta e por baixo dela coloquei uma regata lisa na cor branca para combinar com o resto do visual. Os cabelos deixei em formato moicano e com isso foi-se embora um potinho de gel cola quase inteiro, mas não me importei. O que valia mesmo era ficar estiloso naquele dia, não é? Pra finalizar o visual, usei o óculos de sol que ganhei do Vinícius.
- Cadê os meninos?
- CAMBADA? – gritei. – A JANAÍNA CHEGOU!
Eles desceram correndo. O último a chegar foi o Rodrigo e ele ainda estava com uma carinha triste.
- Ânimo – o incentivei.
- Estou tentando.
- Caio Monteiro do céu – Janaína me puxou com força e quase me fez cair no meio da rua.
- Quer me matar com uma queda?
- Como você consegue dividir quarto com essas três belezuras, meu filho? Tem uma vaguinha nessa república pra mim não?
- Não – sorri. – A república é masculina! Qual a parte você não entendeu?
- Não por isso! Eu mudo de sexo pra ver esses gatos todos os dias! Deu até calor, acho que vou ficar nua!
Eu gargalhei. Minha amiga era uma figura!
Nós entramos na van e ficamos perto do banco do motorista, Eu fiquei entre o Rodrigo e a Janaína. A negra não levou o então namorado, porque eles tinham discutido. Ela ia solteira para o show e com certeza isso não ia prestar.
A próxima a ser buscada foi a Bruna e só então o motorista ia seguir pra Ipanema pra buscar meu namorado, o Vítor e a prima dele. Eu estava ansioso pra ver o Murilo.
- OI – meu namorado estendeu a mão. – Tudo bom?
- Bem, bobo e você? – eu ri.
- Bem, obrigado. Onde eu sento?
- Aqui do meu lado, né? Onde está o Vítor?
- Está vindo já.
Nessa altura o Rodrigo e eu já estávamos na parte de trás da van. Janaína ficou na frente com outras pessoas.
Esperamos por mais 3 minutos e o menino apareceu. Eu estava curioso pra saber quem era a tal prima do melhor amigo do meu ex-namorado, mas fiquei simplesmente abismado quando percebi que não se tratava de ninguém, a não ser o...
- Olá gente, boa tarde – Vítor entrou na van.
Não respondi nada. Eu só tive olhos pra ele e pra mais nada...
- VOCÊ?
- Tudo bem, Caio? – Bruno me fitou com aqueles malditos olhos azuis.

Resultado de imagem para klaus hee

Nenhum comentário: