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N
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amorado? Eu tinha entendido bem ou o meu ouvido me
pregou uma peça?
- Namorado? – eu fiquei simplesmente espantado.
- É... Por que? Algum problema?
- Não acredita nele, Caio – Bruno levantou e foi até onde eu estava. – Ele não é meu namorado!
Eu não sabia se ria, se chorava ou se dava na cara daqueles dois. Primeiro no idiota que estava ao lado do meu Bruno e depois no próprio Bruno por ele estar mais uma vez mentindo pra mim.
- Namorado? – eu repeti. – Namorado...
- Isso não é verdade! – Bruno foi rápido na resposta. – Ele não é meu namorado!!!
- Não sou? – o menino pareceu perdido.
- Não, não é!
- E o que eu sou então?
- Francamente... – eu senti vontade de gritar de tanta raiva que estava sentindo. – Francamente...
- Quem é esse garoto, Bruno?
Resolvi não perder mais tempo com aqueles dois e saí andando. Se antes eu tinha dúvidas com relação ao Bruno, à partir daquele momento eu não tinha mais.
- Caio, espera – Bruno correu atrás de mim. – Não acredita nele, isso não é verdade!
Não era verdade? Então por que eles estavam juntos? É claro que aquilo era verdade, por qual motivo aquele desconhecido inventaria uma história como aquela?
- Caio, me escuta, por favor! – Bruno tentou me segurar, mas eu puxei o meu braço com ferocidade e continuei andando.
A minha vontade era de virar e dar um soco no focinho daquele idiota que estava com o meu amor, mas eu me controlei ao máximo e não reagi em nenhum sentido.
- Caio, quer parar e me escutar? – Bruno correu e se colocou na minha frente.
Eu simplesmente dei um passo pra direita e continuei andando, sem olhar pra trás e sem falar nada com aquele idiota.
Idiota que dizia me amar, mas que na verdade estava namorando com outro. Quem ele pensava que era? Será que ele pensava que a verdade nunca viria à tona?
- CAIO, ESPERA! – Bruno me puxou com muita força e eu senti uma dor insuportável no meu ombro.
- Ai, idiota – reclamei de dor. – Me solta, cacete!
- Não te solto enquanto a gente não conversar!
- A sua mania é essa: conversar, conversar, conversar. Vai conversar com seu namoradinho que você ganha mais!
O Jonas e o Kléber estavam me olhando. Eu caminhei até os dois e fiquei massageando o meu ombro. Ele estava doendo demais...
- Até que enfim você apareceu – Jonas me encarou. – Já ia embora sem você.
- Caio, espera, Caio... – Bruno continuou atrás de mim.
- Desculpa, Jonas. Eu não deveria ter saído daqui. Podemos ir?
- Podemos.
- Oi, Bruno – Kléber cumprimentou meu ex.
- Caiôôôôô... – ele choramingou. – Me deixa explicar, vai?
- Não tem nada que me explicar. Já está explícito demais. Até nunca, Bruno.
Saí andando, mas eu não queria fazer isso. Queria ficar ali com ele e queria entender tudo o que estava acontecendo. Que história era aquela de namorado?
Entretanto, o Bruno não parou de ir atrás de mim um segundo sequer. Ele insistia tanto para eu falar com ele que o meu amigo Kléber já estava até ficando irritado:
- Fala logo com ele, Caio. Que coisa mais insuportável!
- Não tenho nada pra falar com ele, Kléber.
- Tem sim e você sabe muito bem disso – o garoto dos olhos azuis entrelaçou os dedos aos meus e me fez parar na porta do shopping. – Você não sai daqui enquanto a gente não conversar.
Revirei meus olhos, suspirei profundamente e disse:
- Eu preciso ir embora. Vai falar com o seu namoradinho e me deixa em paz, por favor.
- Ele não é meu namorado!
- Não é? Então por que ele disse que era? Não precisa mentir pra mim, Bruno. Eu já entendi tudo. Boa noite.
- Eu já disse que você não sai daqui enquanto a gente não conversar – meu ex-namorado me puxou de novo.
Eu só não dei um tapa na cara dele porque nós estávamos em público. O Jonas e o Kléber já não estavam mais perto de mim e isso me deixou preocupado.
- Me solta, senão eu chamo o segurança!
- Então chama, eu quero ver você ter coragem!
Não tive mesmo, mas mesmo assim ele me soltou.
- Ele não é meu namorado, acredita em mim.
- E ele é o que então? Seu marido?
- Claro que não, Caio! Ele é apenas um amigo.
- Amigo? Sei...
- Verdade! Acredita em mim, por favor...
- Não acredito e por mim isso não me faz diferença nenhuma. Ele pode ser seu amigo, seu namorado, seu noivo, seu marido, seu amante ou seja lá o que for. Isso não me interessa e eu não quero saber sobre esse assunto. Passar bem!
- Caio, você está com ciúmes de mim? – pela primeira vez o Bruno abriu um sorriso naquela noite. E que sorriso lindo!
- Ciúmes? De você? Rá, rá, rá... Até parece!
- Está sim! Você está com ciúmes de mim, amor meu... Que lindo!!!
- Olha bem pra minha cara – eu fitei os olhos dele. – Você acha mesmo que eu vou ter ciúmes de uma pessoa como você? Eu posso sentir qualquer coisa por você, menos ciúme!
- Mas eu estou falando a verdade, o Leonel não passa de um amigo. Acredita em mim, por favor! Eu não tenho ninguém, nunca vou ter ninguém porque é com você que eu quero ficar...
- Uhum, acredito. Você já contou as suas mentiras. Agora eu vou embora. Passar bem!
- Então chama, eu quero ver você ter coragem!
Não tive mesmo, mas mesmo assim ele me soltou.
- Ele não é meu namorado, acredita em mim.
- E ele é o que então? Seu marido?
- Claro que não, Caio! Ele é apenas um amigo.
- Amigo? Sei...
- Verdade! Acredita em mim, por favor...
- Não acredito e por mim isso não me faz diferença nenhuma. Ele pode ser seu amigo, seu namorado, seu noivo, seu marido, seu amante ou seja lá o que for. Isso não me interessa e eu não quero saber sobre esse assunto. Passar bem!
- Caio, você está com ciúmes de mim? – pela primeira vez o Bruno abriu um sorriso naquela noite. E que sorriso lindo!
- Ciúmes? De você? Rá, rá, rá... Até parece!
- Está sim! Você está com ciúmes de mim, amor meu... Que lindo!!!
- Olha bem pra minha cara – eu fitei os olhos dele. – Você acha mesmo que eu vou ter ciúmes de uma pessoa como você? Eu posso sentir qualquer coisa por você, menos ciúme!
- Mas eu estou falando a verdade, o Leonel não passa de um amigo. Acredita em mim, por favor! Eu não tenho ninguém, nunca vou ter ninguém porque é com você que eu quero ficar...
- Uhum, acredito. Você já contou as suas mentiras. Agora eu vou embora. Passar bem!
Eu corri até o estacionamento e dessa vez ele não foi atrás de mim. E ainda bem que ele não foi, porque eu precisava muito colocar a minha cabeça no lugar.
Namorado... Namorado... Aquele infeliz que estava com o Bruno era namorado dele...
- Me perdoa, gente – abri a porta do carro do Jonas e entrei as pressas. – Me perdoem mesmo.
- Relaxa – Jonas ligou o motor e deu a partida. – A gente te entende.
- Você está bem? – Kléber perguntou.
- Estou ótimo. Melhor impossível.
Mas é claro que isso era mentira. E é claro também que sim, eu estava com ciúmes do Bruno, muito ciúmes. Eu nem consegui entender como eu pude ser tão controlado aquela noite. Eu deveria ter dado um murro na cara daquele tal de Leonel!
O fato era que aquela história estava muito mal-contada. Um dizia que era namorado e o outro dizia que era apenas amigo. Em quem eu deveria acreditar? No Bruno, ou no tal de Leonel?
Eu preferia acreditar no Bruno, mas a minha consciência praticamente me ordenou a acreditar no desconhecido.
E era melhor acreditar nesse Leonel mesmo. Mas, por qual motivo ele tinha levado o namorado justo naquele shopping?
Para me afrontar? Para me irritar? Para me causar raiva? Me causar ódio? Me causar ciúme? Se esses fossem os motivos, todos eles tinham sido alcançados com sucesso.
Senti vontade de chorar, mas me segurei, afinal eu estava no carro do Jonas e não podia dar essa bandeira.
Meu celular começou a tocar e eu vi que tratava-se de um número desconhecido. É claro que só podia ser ele e não tinha como ser diferente:
- Caio, você acredita em mim? – ele perguntou.
- Não!
- Então fala com o Leonel aqui que você vai ver que ele é só meu amigo mesmo...
- Hã?
- Alô? – a voz mudou. – Caio? É o Leonel...
Fiquei calado.
- Então... Eu estava brincando, tá? Eu não namoro com o Bruno, nós somos apenas amigos, viu?
Continuei calado.
- Eu disse que era namorado dele só pra brincar com ele mesmo, eu não sabia que você era o Caio... Me desculpa... Acredita nele porque ele está falando a verdade...
Eu não abri a minha boca pra falar um “a”.
- Espero que acredite nele, eu não quero causar problemas entre vocês. Me perdoa de verdade, tá bom? Eu não namoro com o Bruno não... Vou passar o telefone pra ele de novo. Desculpa aí...
- Caio? Amor? Amor, viu só? Ele não é meu namorado, por favor, acredita em mim... Eu estou falando a verdade, a mais pura verdade.
Não falei nada. Meus olhos ficaram úmidos.
- Por favor, Caio... Fala comigo? Me diz alguma coisa, qualquer coisa?
Só suspirei.
- Eu não estou namorando, não estou! Eu estou falando a mais pura verdade, acredita em mim...
Isso era algo praticamente impossível de acontecer. A cada hora acontecia algo diferente entre nós dois e a cada dia que passava eu acreditava menos no Bruno. Ainda havia muitas coisas que não tinham sido explicadas entre nós dois e era por isso que eu não conseguia acreditar nele.
- Caio?
Desliguei. Ele voltou a me ligar, mas eu não atendi mais. Não estava a fim, nem com condições de ouvir a voz daquele garoto. Ele mexia comigo demais...
- Obrigado pela carona, Jonas – Kléber saiu.
- Por nada, brother. Bom descanso e até amanhã.
- Até. Bom descanso também.
Fiquei parado dentro do carro, olhando pro nada. Por que o Bruno fazia aquilo comigo?
- Quer conversar? – meu gerente desligou o carro.
- Hum? Ah, não! Nossa, já chegamos... Nem percebi direito... Desculpa a distração!
- Você está bem, garoto?
- Oi? Ah, estou sim...
- Mentira sua. Você não sabe mentir tão bem assim, Caio! O que está acontecendo, filho? É o Bruno ainda?
- É sim – abaixei a minha cabeça.
- O que aconteceu? Desabafa comigo, quem sabe eu posso te dar um conselho?
- Não foi nada demais, Jonas. Eu só não queria ter encontrado com ele, só isso.
- Tem certeza que é só isso?
- Absoluta.
- Caio, eu sou seu superior na loja, mas fora dela eu sou seu amigo. Conte comigo sempre que você precisar, beleza?
- Te agradeço muito. Você pode contar comigo também.
- Sei disso. Vai descansar garoto. Vai descansar e colocar a cabeça em ordem.
- Obrigado, Jonas. Obrigado mesmo. Boa noite pra você.
- Pra você também. Espero que descanse bastante e amanhã volte com o pique de sempre, hein?
- Pode apostar que sim. Boa noite, chefe.
- Boa noite, Caio!
Desci, bati a porta do automóvel e entrei em casa. O interior da residência estava um pouco escuro.
- Caio! – Vinícius andou ao meu encontro. – Como está se sentindo?
- Bem, por quê?
- Porque você não parece bem, mas enfim. Tenho uma novidade pra você.
- Novidade? Que novidade? – me interessei.
- Adivinha quem te ligou aqui no fixo?
- Me ligaram aqui, foi?
- Foi sim. Hoje de manhã. Adivinha quem é?
- Não faço ideia, Vini!
- Não quer nem chutar?
- Hã... O Víctor?
- Que Víctor que nada, guri – ele sorriu. – Tá frio, hein?
- Ai... Quem foi? – fiquei curioso. – Não me diga que foi cobrança?
- Não. Está devendo por aí, né safado?
- Lógico que não! Não foi o Bruno não, né?
- Não. Foi uma mulher.
- Uma mulher? Não pode ter sido a minha... Mãe, pode?
- Infelizmente não – Vinícius murchou o rosto. – Sinto muito.
- Sem crise, mas quem foi? Fala logo, brow...
- A Dona Elvira!
- Dona Elvira? – fiquei feliz automaticamente. – Sério que ela ligou?
- Sério sim. Ela pediu pra você retornar...
- Ai, cadê o telefone? Finalmente ela conseguiu um número novo!
- Eu anotei em um papel, está embaixo do aparelho.
- Eu vou ligar pra ela é agora!
Larguei tudo no chão, sentei no sofá, peguei o pepel que estava embaixo do telefone e disquei o número que estava anotado na cor preta. Não tardou para uma mulher atender:
- Alô?
- Boa noite, por favor a Dona Elvira se encontra?
- Sou eu! Caio?
- Dona Elvira!!! – meus olhos até ficaram marejados. – Que saudade da senhora, meu Deus!
- Ô, meu filho... Como você está? Saudade de você também, querido!
- Eu estou bem e a senhora? Nossa, quanto tempo que a gente não se fala! Finalmente a senhora conseguiu outro número de telefone, hein?!
- Pois é! O senhor esqueceu de mim, não é mesmo?
- Claro que não, Dona Elvira! Há um tempo atrás eu fui até no Padre João entregar o meu telefone pra ele passar pra senhora, mas a senhora trocou seu número e não me ligou mais!
- É, tive que mudar porque estavam passando muito trote. Você me disse que mudou de casa? É isso ou eu fiz confusão?
- Mudei sim, já faz um tempão!
- Está morando onde agora?
- No Realengo.
- Ah, sim. E como está a sua vida, meu amor?
- Ai, Dona Elvira... Bem corrida. Estou trabalhando numa loja de móveis e já estou no 2º ano da faculdade!!!
- Sério mesmo?
- Sim! Estou fazendo Gestão de Recursos Humanos.
- Puxa vida, querido... Eu fico muito contente com isso.
- Obrigado! Eu sinto tanto a sua falta, sabia?
- Eu também sinto a sua. E sinto falta do Rio também. Como estão as coisas por aí?
- Do mesmo jeito de sempre: calorão, criminalidade correndo solta, corrupção... E por aí vai.
- É bem isso mesmo. Fiquei muito feliz em saber que você está bem, Caio!
- Obrigado, Dona Elvira. E a senhora como está?
- Bem, meu anjo. Aqui é uma cidade muito tranquila e eu quase não passo por apurriações. Montei o meu próprio negócio e estou me virando como posso. Tocando a minha vida.
- Ai que bom, Dona Elvira. Eu fico feliz pela senhora!
- Vê se me liga mais vezes, hein?
- Farei isso. Eu preciso mesmo de uns conselhos seus...
- Está acontecendo alguma coisa?
- Uhum, mas eu não posso falar por telefone, é uma história muito longa e se eu falar a conta vai vir do tamanho de um dinossauro.
- Ô, meu filho, agora eu fiquei preocupada...
- Não, não se preocupe. Não é algo grave demais. São apenas alguns problemas.
- Ai meu Deus... Por que não me escreve uma carta?
- Uma carta? Eu escrevi pra senhora há um tempo e não obtive resposta!
- Mandou? Eu não recebi nada!
- Mandei sim. Mas não tem problema, eu devo ter colocado o endereço errado. Acho que eu vou mandar outra.
- Sim! Pelo menos assim você me conta tudo detalhadamente e não vai gastar quase nada!
- É uma boa ideia, Dona Elvira. A senhora me passa o endereço?
- Anote aí...
Anotei o endereço da mulher que me abriu as portas no Rio de Janeiro. Eu ia escrever pra ela ainda naquela noite.
- Eu vou escrever a carta agora e coloco nos Correios amanhã.
- Tudo bem, querido! Foi muito bom falar com você.
- Foi muito bom falar com a senhora também.
- Ah, Caio... Antes que eu me esqueça: você tem falado com sua mãe?
- Não – respondi de imediato.
- Menino, menino, menino... Não pode ser tão orgulhoso assim!
- Não, não é orgulho. Eu fui atrás dela lá em São Paulo e ela não quis me ver.
- Não acredito?
- Verdade. Eu explico tudo na carta. Não posso mais falar agora, a conta vai vir cara demais.
- Tudo bem, querido. Eu aguardo notícias suas.
- Amanhã eu mando a sua carta. Fica com Deus... Mãe!
- Amém, meu filho. Fique com Deus você também.
- Amém. Um beijo.
- Outro, querido.
- Tchau.
- Tchau.
Desliguei. Que saudade eu sentia daquela mulher! Eu nunca poderia esquecê-la, afinal ela foi a única que me abriu as portas quando cheguei no Rio e aquilo eu nunca seria capaz de esquecer.
Fui direto pro quarto e quando entrei me surpreendi: a cama do Digow estava vazia.
- Cadê o Rodrigo? – perguntei.
- Foi meter – essa foi a resposta que eu recebi do Fabrício. Como se “foi meter” fosse a coisa mais natural do mundo.
Bufei de raiva, deitei na cama e rapidamente comecei a escrever pra Dona Elvira.
Escrevi tudo o que estava acontecendo comigo e para a minha surpresa a carta ficou maior do que eu poderia imaginar. 3 folhas de fichário, mas pelo menos tudo ficou detalhadinho e com certeza ela poderia me aconselhar. Pelo menos era isso que eu esperava.
Com relação ao Bruno, eu fiquei pensando nele durante toda a noite. Aquela história de namoro pra mim ainda estava muito mal-contada!
DOIS DIAS DEPOIS...
- Alô? – atendi sem ver o identificador.
- Caio? – era ele.
- O que quer, infeliz?
- Não me chama de infeliz!
- É o que você é.
- Quero te ver. Vou te buscar na loja hoje.
- Não, não vai. Eu não vou sair com você.
- Vai começar com essas coisas de novo?
- Sim. Vou continuar com a minha palavra final: não quero mais saber de você.
- Se você não quisesse mesmo saber de mim, não teria ido me encontrar no shopping antes de ontem.
- Eu nem sei porque eu fui até lá...
- Você foi porque gosta de mim, porque não suportou me ver com o Leonel!
- Isso não é verdade! – contestei de imediato.
- É verdade sim! Não adianta mentir porque eu sei que você ficou morrendo de ciúmes de mim!
- Quero ver você provar isso.
- Não precisamos de provas e você sabe muito bem disso. Sabe, na hora eu fiquei com medo, fiquei com medo só de pensar no que você poderia pensar de mim, mas depois a brincadeira veio a calhar. Você ficou com ciúmes e isso foi a prova final que eu precisava pra saber que você ainda sente alguma coisa por mim!
- Não viaja, Bruno. Não viaja. Eu vou desligar agora.
- Não, não desliga! Posso jantar com você hoje?
- Não, não pode.
- Por favor?
- Enquanto você continuar com essa insistência eu não vou te atender mais, não vou falar mais com você e não vou nem olhar na sua cara. Entendeu?
- Por que não para logo com isso e por que não vem resolver tudo comigo, hein? Esse joguinho de cão e gato já está enchendo o saco!
- POR QUE EU NÃO QUERO!
Ele suspirou e eu não deixei o Bruno falar mais nada. Desliguei a ligação e também o aparelho. Só assim ele não ia me ligar mais naquele dia.
- Caio? – era ele.
- O que quer, infeliz?
- Não me chama de infeliz!
- É o que você é.
- Quero te ver. Vou te buscar na loja hoje.
- Não, não vai. Eu não vou sair com você.
- Vai começar com essas coisas de novo?
- Sim. Vou continuar com a minha palavra final: não quero mais saber de você.
- Se você não quisesse mesmo saber de mim, não teria ido me encontrar no shopping antes de ontem.
- Eu nem sei porque eu fui até lá...
- Você foi porque gosta de mim, porque não suportou me ver com o Leonel!
- Isso não é verdade! – contestei de imediato.
- É verdade sim! Não adianta mentir porque eu sei que você ficou morrendo de ciúmes de mim!
- Quero ver você provar isso.
- Não precisamos de provas e você sabe muito bem disso. Sabe, na hora eu fiquei com medo, fiquei com medo só de pensar no que você poderia pensar de mim, mas depois a brincadeira veio a calhar. Você ficou com ciúmes e isso foi a prova final que eu precisava pra saber que você ainda sente alguma coisa por mim!
- Não viaja, Bruno. Não viaja. Eu vou desligar agora.
- Não, não desliga! Posso jantar com você hoje?
- Não, não pode.
- Por favor?
- Enquanto você continuar com essa insistência eu não vou te atender mais, não vou falar mais com você e não vou nem olhar na sua cara. Entendeu?
- Por que não para logo com isso e por que não vem resolver tudo comigo, hein? Esse joguinho de cão e gato já está enchendo o saco!
- POR QUE EU NÃO QUERO!
Ele suspirou e eu não deixei o Bruno falar mais nada. Desliguei a ligação e também o aparelho. Só assim ele não ia me ligar mais naquele dia.
Pensei que poderia encontrá-lo na saída da loja
naquela noite, mas por sorte isso não aconteceu.
Naquela noite o Kléber não quis ir pra casa. Ele disse que ia sair com o irmão e isso fez com que o carro do Jonas fosse só meu. E do Jonas é claro.
- Onde será que ele foi? – me perguntei.
- Deve ter ido pegar umas gatinhas.
Gatinhos, isso sim. Se bem que ele namorava!
- Verdade – bocejei e deitei a cabeça no vidro do carro.
- Eu vou é fazer a mesma coisa. Quando chegar em casa eu vou tomar um banho, vou me trocar e vou pra night carioca – meu chefe sorriu.
- É isso aí!
Naquela noite o Kléber não quis ir pra casa. Ele disse que ia sair com o irmão e isso fez com que o carro do Jonas fosse só meu. E do Jonas é claro.
- Onde será que ele foi? – me perguntei.
- Deve ter ido pegar umas gatinhas.
Gatinhos, isso sim. Se bem que ele namorava!
- Verdade – bocejei e deitei a cabeça no vidro do carro.
- Eu vou é fazer a mesma coisa. Quando chegar em casa eu vou tomar um banho, vou me trocar e vou pra night carioca – meu chefe sorriu.
- É isso aí!
Eu tinha que fazer trabalho da faculdade e infelizmente não ia poder me dar ao luxo de sair naquela noite.
E bastou chegar em casa para me enfiar na frente do notebook. O trabalho era de Logística e pra falar a verdade eu não estava entendendo nada sobre a matéria. Mais uma vez eu tive que contar com a ajuda do Fabrício:
- Obrigado, Fabrício!
- Por nada, Caio – o meu amigo voltou pra cama dele.
- Você não existe. Nem sei o que seria de mim sem a sua ajuda.
- Conta comigo sempre que precisar.
- Valeu mesmo.
Fabrício arrancou a bermuda e ficou peladão na cama. Não tive como não olhar pro meio das pernas dele; afinal, o negócio estava extremamente peludo e isso acabou me chamando a atenção.
- Oi, amor meu – abracei a Jana no meio da loja. –
Você está melhor?
- Pior – ela estava com os olhos molhados.
- Sério, Jana? – eu já estava ficando com dó da minha amiga.
- Sério, Caio. Não aguento mais coçar minha perseguida. Parece que ela está cheia de piolho de tanto que está coçando.
- Ai, Deus – eu só fazia rir. – Graças a Deus que eu nunca peguei isso.
- Em homem não faz efeito nenhum. Mulher é o cão mesmo. Queria ter nascido com um pau de 55 centímetros ao invés de ter nascido mulher. Ai, como eu sofro!
- Calma, vai dar tudo certo!
- Vai... Vai dar tudo certo mesmo. To vendo a hora eu ficar sem pele. Trouxe até a escova de lavar roupa da minha casa hoje.
- Hã? Pra quê você trouxe isso? – fui inocente demais. Porém não propositalmente.
- Pra me coçar, pra que mais seria?
Eu ri e ri alto. Só de imaginar a cena da Janaína coçando aquele lugar com uma escova de lavar roupa eu não me aguentei. Ela era louca, só podia!
- Louca, louca, louca – falei.
- Louca? Não viu a minha prima... A dela coçou tanto que ela colocou até cândida!
- Misericórdia – não dei risada. – E não deformou não?
- Diz ela que ficou inchada e parecendo uma couve-flor, mas pelo menos parou de coçar.
- Ai, Deus... Já vi que a loucura é de família!
- Espera aí, Caio. Eu vou passar a escova e já volto.
Ri de novo e não fiquei esperando. Ao invés disso fui falar com a Alexia:
- Obrigada, obrigada, obrigada – ela me agarrou assim que me viu.
- Obrigada pelo quê, garota?
- O Diego me pediu em namoro!!!
- Sério? Sério mesmo?
- Acha que eu ia brincar com uma coisa dessas?
- Parabéééééééééns, amor meu!!!
- Obrigada, seu lindão! Você vai ser o padrinho do nosso namoro, tá?
- Nossa, nem sabia que isso existia.
- Não existe, eu acabei de inventar.
- É um mais louco que o outro nessa loja. Eu, hein?!
- Pior – ela estava com os olhos molhados.
- Sério, Jana? – eu já estava ficando com dó da minha amiga.
- Sério, Caio. Não aguento mais coçar minha perseguida. Parece que ela está cheia de piolho de tanto que está coçando.
- Ai, Deus – eu só fazia rir. – Graças a Deus que eu nunca peguei isso.
- Em homem não faz efeito nenhum. Mulher é o cão mesmo. Queria ter nascido com um pau de 55 centímetros ao invés de ter nascido mulher. Ai, como eu sofro!
- Calma, vai dar tudo certo!
- Vai... Vai dar tudo certo mesmo. To vendo a hora eu ficar sem pele. Trouxe até a escova de lavar roupa da minha casa hoje.
- Hã? Pra quê você trouxe isso? – fui inocente demais. Porém não propositalmente.
- Pra me coçar, pra que mais seria?
Eu ri e ri alto. Só de imaginar a cena da Janaína coçando aquele lugar com uma escova de lavar roupa eu não me aguentei. Ela era louca, só podia!
- Louca, louca, louca – falei.
- Louca? Não viu a minha prima... A dela coçou tanto que ela colocou até cândida!
- Misericórdia – não dei risada. – E não deformou não?
- Diz ela que ficou inchada e parecendo uma couve-flor, mas pelo menos parou de coçar.
- Ai, Deus... Já vi que a loucura é de família!
- Espera aí, Caio. Eu vou passar a escova e já volto.
Ri de novo e não fiquei esperando. Ao invés disso fui falar com a Alexia:
- Obrigada, obrigada, obrigada – ela me agarrou assim que me viu.
- Obrigada pelo quê, garota?
- O Diego me pediu em namoro!!!
- Sério? Sério mesmo?
- Acha que eu ia brincar com uma coisa dessas?
- Parabéééééééééns, amor meu!!!
- Obrigada, seu lindão! Você vai ser o padrinho do nosso namoro, tá?
- Nossa, nem sabia que isso existia.
- Não existe, eu acabei de inventar.
- É um mais louco que o outro nessa loja. Eu, hein?!
DOMINGO, 22 DE MARÇO DE 2.009...
Eu estava de folga nesse domingo e por esse motivo,
resolvi ir para a casa do Murilo mais cedo.
- Fica mais um pouco? – ele pediu.
- Não posso. Eu tenho que fazer trabalho pra faculdade e antes disso preciso dar uma passadinha no shopping pra comprar umas coisas.
- Você vive cheio de trabalhos, hein?
- Pois é. E as provas de abril já estão chegando, eu preciso estudar também.
- Vida de universitário não é fácil, né?
- Não, não é fácil.
- Um dia eu chego lá.
- É isso aí.
Beijei o Murilo e em seguida saí da casa dele. Fazia um começo de noite nublado e por incrível que pareça, a cidade do Rio estava até gelada. Eu me arrependi de ter saído sem blusa.
Cheguei no shopping e fui logo procurando as roupas que queria comprar. Não foi nada fácil encontrar o que eu queria, mas quando encontrei, finalmente me dei por satisfeito.
- Fica mais um pouco? – ele pediu.
- Não posso. Eu tenho que fazer trabalho pra faculdade e antes disso preciso dar uma passadinha no shopping pra comprar umas coisas.
- Você vive cheio de trabalhos, hein?
- Pois é. E as provas de abril já estão chegando, eu preciso estudar também.
- Vida de universitário não é fácil, né?
- Não, não é fácil.
- Um dia eu chego lá.
- É isso aí.
Beijei o Murilo e em seguida saí da casa dele. Fazia um começo de noite nublado e por incrível que pareça, a cidade do Rio estava até gelada. Eu me arrependi de ter saído sem blusa.
Cheguei no shopping e fui logo procurando as roupas que queria comprar. Não foi nada fácil encontrar o que eu queria, mas quando encontrei, finalmente me dei por satisfeito.
Comprei duas calças jeans, algumas camisetas e um tênis novo. Aos poucos eu estava renovando o meu vestuário e isso estava me deixando feliz.
Antes de voltar pra minha casa para me dedicar aos estudos, dei uma passadinha no banheiro. Eu precisava tirar a água dos joelhos.
Aproveitei que estava dentro de uma cabine e mandei uma mensagem ao Rodrigo. Eu estava com saudade dele e queria saber se ele estava em casa, mas não obtive nenhuma resposta do meu irmão postiço.
- Deve estar na Marcela – falei para mim mesmo.
Suspirei, dei a descarga e quando ia abrir a porta pra sair do banheiro, comecei a ouvir o diálogo de dois garotos. Ao que me parecia, eles estavam nos mictórios. Eu conhecia aquelas vozes...
- Mas por que você insiste tanto se ele não quer saber de você? – perguntou um dos rapazes.
Vítor?! Era o Vítor?!
- Porque eu amo o Caio com todas as minhas forças e você sabe muito bem disso, Vítor!
- Sei, Bruno, mas pelo jeito ele não te ama mais!
- Ama sim. Eu sei que ele me ama. Dá pra perceber que ele sente a mesma coisa por mim.
- Eu desistiria. Você já falou toda a verdade pra ele, já se explicou e mesmo assim ele não quer saber de você!
Engoli em seco.
- Eu sei disso, mas eu não posso desistir. Eu sei que a nossa história não acabou.
Meu coração estava disparado.
- Por que será que ele não acredita que o Luciano te chantageou pra sair do Brasil? – a voz do Vítor se alonjou. Ele estava indo para as pias.
- Não sei, Vítor! Se ele soubesse que eu estou falando a mais pura verdade...
- É que pra ele é meio difícil isso, Bruno – Vítor continuou falando.
- Eu sei que é difícil acreditar em mim. Eu fui um completo imbecil por não ter falado que estava sendo ameaçado e coagido pelo idiota do meu irmão. Só que na época eu era só um adolescente de 16 anos, né Vítor?
- Verdade. Isso ele teria que entender. Você era imaturo!
Meus olhos se encheram de lágrimas.
- O Caio é o homem da minha vida, Vítor. Eu tenho fé em Deus que um dia eu vou conseguir provar pra ele que estou falando a verdade, que o amo e que quero ficar ao lado dele pro resto da minha vida.
- Se você conseguir isso você vai virar meu ídolo!
- Eu vou conseguir isso sim, você vai ver. Eu vou provar pra você, pro filho da puta do Luciano, pra quem quer que seja e pro mundo que o Caio Monteiro foi, é e sempre será o único amor da minha vida!!!
4 comentários:
Oh meu Deus... Bruno. Que fofo <3
Que lindo o sentimento dele por VC Caio.
E agora mais do que nunca quero ver os dois juntos.
#TeanBruno S2
ha ha ha ha eu estou perseguindo voce, como voce ainda nao postou na CDC eu vim aki para dizer que ainda odeio o rodrigo, mas que to mega feliz que o caio percebeu a burrada que fez! adivinha quem sou eu! a resposta só vira, pela CDC ou voce pode dizer quem sou lá, pois vou comentar o cap lá!
Espero uma atitude boa de sua parte agora. Caio Monteiro o Bruno verdadeiramente te ama e é um fofo além de lindo tmbem da uma chance pra ele msmo eu torcendo pra vc ficar com o fofo tesudo do #Rodrigo.bjosss Caio até o próximo ❤❤
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