Não sei como o meu coração foi capaz de bater tão depressa como bateu naquele instante.
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Eu simplesmente desacreditei quando o vi. Então era ele a tal “prima” do
Vítor???
- O que você está fazendo aqui, Bruno? – suspirei.
- O mesmo que você. Eu vou pro show do Jorge e Mateus.
- Ei... O que esse... Garoto está fazendo aqui? – Rodrigo percebeu a presença do Bruno depois de alguns segundos.
- Tudo bem, Rodrigo? – Bruno estendeu o braço para Rodrigo apertar a mão dele.
Meu melhor amigo simplesmente fuzilou o Bruno com os olhos. Em todo o meu tempo de vida, eu nunca tinha presenciado um olhar tão severo como aquele.
- Calma – eu falei baixinho. – Não fala nada, nós não estamos a sós.
Bruno abaixou os olhos, abaixou a mão e ficou completamente sem graça. Confesso que fiquei com dó do garoto.
- Oi, Caio – Vítor se dirigiu a mim e sentou próximo a nós.
- Não me dirija a palavra.
Mentiroso. Falso, descarado... Que prima era aquela? Por que ele não disse a verdade desde o começo?
- Jana? – chamei minha amiga.
Ela estava resmungando alguma coisa e no meio de seus resmungos soltou um “oi”, em seguida voltou a resmungar.
- Tem como desistir? – perguntei.
- Boa ideia – Rodrigo concordou. – Eu quero desistir também.
- OI? Beberam? Nem a pau, Juvenal. Nós já fechamos a van, não falta mais ninguém. Agora vamos direto pro lugar do show. Sem essa, Caio. Não seja infantil.
Por incrível que pareça, ele ficou literalmente de frente pra mim no veículo. Era o único lugar disponível. Isso não ia dar certo.
- Se você olhar pra ele de novo, eu quebro a sua cara, entendeu? – Murilo sibilou no meu ouvido.
Fechei a cara. Aquilo realmente não ia dar certo. Aquela van era pequena demais
pra mim, pro Bruno, pro Murilo e pro Rodrigo. Eu nunca tinha ficado em tamanha
saia justa.
- Pode partir, Seu Zé – Jana ficou no banco da frente.
- Caio? – Alexia me chamou lá do fundão.
Virei e a olhei. Ela estava perfeitamente linda, com uma maquiagem simplesmente impecável.
- Oi! Oi, Diego!
- Pena que você está longe, cachorro – ela sorriu.
- Verdade, mas lá a gente conversa.
- Beleza! Boa sorte aí.
- Obrigado – eu resmunguei e olhei pro Bruno.
Ele não tirava os olhos de mim. O Murilo deu um beliscão na lateral do meu corpo e bufou de raiva.
Eu dei uma cotovelada no novinho e também bufei com raiva.
Eu sabia que ele não ia aguentar aquela situação por muito mais tempo que aquilo.
Rodrigo era outro que estava morrendo de raiva do Bruno e também não fazia questão de esconder isso dele e de ninguém.
- Pra que esse óculos na sua cara? – Rodrigo sibilou no meu ouvido. – Pra disfarçar e ficar olhando pra ele? Vê se não faz nada senão quebro seu nariz!
Fui duplamente ameaçado. Por um lado o Murilo, por outro o Rodrigo... Eu estava frito mesmo...
Olhei pra janelinha e fiquei vendo as coisas passarem diante dos meus olhos. Era inacreditável. Como ele teve coragem de me afrontar daquele jeito?
Bruno mexeu no celular e ficou calado o tempo todo, mas mesmo calado ele era lindo de morrer...
- Posso saber por que você colocou esse óculos? – Murilo bufou de novo.
- Por qual motivo seria? Quer parar de ser criança?
- Eu to de olho em você, hein?
- Problema é seu!
Foi a minha vez de bufar de raiva. Será que tinha algum outro lugar para eu sentar? Não ia aguentar ficar mais de 2 horas no meio do Rodrigo e do Murilo. Será que a Jana trocava de lugar comigo?
Mas se eu trocasse de lugar, eu não o veria. Melhor seria aguentar a raiva do meu namorado e do meu irmão e poder ver o Bruno, do que trocar de lugar, ter paz e não vê-lo.
No fundo, no fundo, eu não estava com raiva por ele estar ali, só estava irritado pela falta de verdade nas palavras do Vítor. E ele ainda tinha a capacidade de me perguntar por qual motivo eu não gostava dele. Por que será?
As pessoas conversavam entrei si. Os únicos calados éramos eu, o Rodrigo, o Murilo, o Bruno e o Vítor. Mas este, de vez em quando, ainda puxava assunto com meu ex-namorado.
O clima estava animado. A maioria das pessoas estava animada com aquele show, mas eu confesso que depois que vi o Bruno, eu perdi um pouco do interesse. Eu não sabia como seria ficar no mesmo show com ele e o Murilo.
Eu teria de saber administrar essa situação. Eu não poderia dar bandeira pra ele do quanto eu queria ficar com ele e muito menos pro Murilo.
Se eu soubesse que o Bruno iria naquele show, muito provavelmente eu não teria aceitado o convite da Janaína.
O motorista da van ligou o rádio, mas em nenhum tocou músicas do Jorge e Mateus. Eu sabia todo o repertório da dupla por causa do CD que ganhei no aniversário de 20 anos, mas estava com receio de errar alguma letra.
Até aquele momento, eu ouvia as músicas e as ligava ao Bruno, mas eu não poderia imaginar o quanto eu me encaixava nas letras das canções daqueles dois artistas. Era algo simplesmente surreal. Eu tinha até a impressão que as músicas haviam sido escritas pra mim. E pro Bruno, é claro.
A viagem durou 2:30, mas pareceu durar uma eternidade. Quando finalmente a van estacionou e a Janaína liberou a descida do pessoal, eu não pensei duas vezes em praticamente correr de perto do Bruno. Eu não queria causar nenhum problema com o Murilo e muito menos com o Rodrigo.
- Ei, espera – Murilo me puxou pelo braço.
- Que foi?
- Eu vi vocês dois se olhando. Eu não quero ver você perto do Bruno, entendeu?
- Eu disse que ia ficar perto dele? Se eu soubesse que ele vinha, eu não teria colocado os meus pés aqui.
- Pois então somos dois, queridinho. Se toca e me respeita. Quem é seu namorado afinal de contas?
- Você – infelizmente.
- Respeito é bom e eu gosto, faz favor, hein?
- Gosta? E será que você me respeita como eu respeito a você, Murilo? Será que na minha ausência você não fica por aí com mais alguém? Com uma mulher por exemplo?
- De onde você tirou isso? – ele ficou vermelho imediatamente e aparentemente nervoso.
- Não interessa! Eu não esqueci o dia dos namorados não, rapaz! Acha que eu sou burro por acaso? Você exige respeito? Pois quem exige então sou eu! Tô de olho em você!
A Jana juntou todo mundo e nós combinamos um local para nos encontrarmos caso alguém se perdesse. O local do show era simplesmente lindo e imenso. Eu estava novamente ansioso.
Fomos pra fila. A gente chegou lá pro volta das 18:00 e a casa de show só ia abrir às 21:30. Nós ainda teríamos que esperar um tempão para entrar e mais um tempão para curtir o show do Jorge e Mateus.
Mesmo o espetáculo sendo no interior de São Paulo, todos toparam porque a cidade em questão não ficava muito longe do Rio de Janeiro.
Pode parecer mentira, mas não é. Com velocidade alta, chegamos no município com pouco mais de 2 horas e meia de viagem e só por isso a gente se motivou a curtir aquele show.
Mais uma vez fiquei entre meu melhor amigo e meu namorado. Murilo ficou atrás de mim e Rodrigo na minha frente.
- Não acredito que esse idiota teve coragem de vir – Rodrigo reclamou. – Acabou com o meu show.
- Para – falei. – Ele não está fazendo nada de errado.
- Você sabia que ele vinha, né?
- Claro que não, se eu soubesse eu não teria vindo.
- Uhum, acredito.
Ainda bem que o Bruno ficou afastado de mim, senão a briga com os dois teria sido muito pior.
Entre todos, a Jana era a mais ansiosa para o início do show. Eu nunca tinha visto a minha amiga daquele jeito.
- Essa casa não vai abrir nunca não? – ela bateu o pé. – Já estou ficando irritada.
- Calma, amiga – Alexia riu. – Ainda falta meia hora.
- Vou fazer um escarcel aqui, quero ver eles não abrirem mais cedo.
Dei risada. Só a Janaína pra me fazer rir numa situação daquelas.
- Ei, Caio – Alexia foi até onde eu estava. – Nem nos falamos direito. Tudo bem, Rodrigo?
- Bem, Alexia e você?
- Bem, obrigada.
- Pois é, amiga. Não tivemos oportunidade, né?
- Uhum. Como você está?
- Imagina? – eu ri.
Ela riu também. Ainda bem que ela tinha entendido o recado.
- Eu não queria estar no seu lugar, se bem que... Não estou muito diferente.
Era verdade. Eu estava no meio de um ex e um atual e o mesmo acontecia com a Alexia. Ela tinha o Diego como atual e o Rodrigo como ex. Mesmo meu melhor amigo nunca tendo namorado a Alexia, eles tiveram um lance por algum tempo e isso não tinha como ser simplesmente apagado, não é?
- E o bebê? – puxei assunto.
- Está bem, obrigada.
- Bebê? – Rodrigo se surpreendeu.
- Eu estou grávida – Alexia sorriu.
- Ah, meus parabéns.
Percebi que meu amigo ficou triste. Provavelmente ele tinha lembrado do filho que perdera semanas atrás.
- Ei, vamos mudar de assunto? – propus. – Já está com as músicas na ponta da língua, Alexia?
- Claro. Eu amo Jorge e Mateus.
- Quem não ama? – suspirei.
Eu. Até aquele instante eu não os amava. Mal sabia eu que bastava pisar na pista e começar a ouvir as músicas de perto para eu virar fanático pelos dois.
Meus amigos e eu ficamos batendo papo até a fila começar a andar. Quando chegou a minha vez de entrar, eu entreguei o ingresso, mostrei o RG e a carteirinha da faculdade e por fim fui revistado.
- Pensei que eles iam me virar do avesso – brinquei com o Fabrício.
- O cara deu uma apertada no meu saco, cara. Fiquei puto de raiva!
Caí na risada. Como eu queria ser o segurança para fazer o mesmo.
- Vai ver que é por causa da cueca – falei baixo.
- Vou reclamar. Não gostei não, minhas bolas doem. Essa porra deve ser viado.
- Comigo ele não fez nada – eu continuei rindo. – Mas quase me virou do avesso.
- Quanta burocracia.
Só neste momento os grupos se dividiram. Eu fiquei com o Murilo, com a Jana, a Alexia, o Diego e os moradores da república. Infelizmente, num primeiro momento, eu não vi o meu ex-namorado.
Mas depois de um tempinho, eu o avistei atrás do Rodrigo e acabei ficando mais tranquilo. A única coisa chata foi não poder olhar pro Bruno, como eu queria fazer.
Depois de pouco tempo, Vinícius e Bruna começaram a se beijar e eu fiquei com inveja e com vontade de fazer o mesmo. Eu queria beijar também, mas só queria se fosse com o Bruno.
A gente saiu de casa cedo pra pegar lugar na fila e isso acabou resultando em algo positivo. Ficamos nas primeiras filas, bem próximos ao palco e a Janaína ficou feliz da vida com isso.
A parte ruim de ter saído tão cedo, foi o cansaço. Em pouco tempo as minhas pernas começaram a doer e eu senti vontade de sentar, mas infelizmente não foi possível.
O show atrasou. Estava marcado para começar às 23 horas, mas neste horário eles estavam só fazendo o teste de som.
O espetáculo começou de fato, só depois da meia noite.
Quando as luzes foram apagadas, a Janaína começou a gritar feito uma maluca. Eu fiquei até com vergonha dela de tanto que ela gritou.
- Calma, criatura – eu puxei o cabelo dela.
- Menino, eu amo esses dois...
- Digão? – ouvi a voz do Fabrício. – Vamos caçar?
- Demorou. A gente já volta, pessoal.
- Não me decepciona – falei.
- Pode deixar. No mínimo 37.
Com a saída do Rodrigo, o Bruno ficou atrás de mim. Eu tive certeza disso quando ele colocou a mão em cima da minha.
Nós entrelaçamos os dedos rapidamente, mas depois eu lembrei do Murilo e me soltei do meu ex-namorado.
Bastou a cortina ser aberta para a Janaína pirar de vez. Eu olhei pro Jorge, olhei pro Mateus e me apaixonei pelos dois de imediato. Como o Mateus era lindo, meu Deus...
- MATEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEUS LIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIINDO – Janaína se esguelou.
Logo na primeira música eu percebi o quanto eu me encaixava nas letras das canções do Jorge e Mateus. Quando o gordinho cantou o primeiro verso, eu lembrei de toda a letra e comecei a cantar com ele:
- O que você está fazendo aqui, Bruno? – suspirei.
- O mesmo que você. Eu vou pro show do Jorge e Mateus.
- Ei... O que esse... Garoto está fazendo aqui? – Rodrigo percebeu a presença do Bruno depois de alguns segundos.
- Tudo bem, Rodrigo? – Bruno estendeu o braço para Rodrigo apertar a mão dele.
Meu melhor amigo simplesmente fuzilou o Bruno com os olhos. Em todo o meu tempo de vida, eu nunca tinha presenciado um olhar tão severo como aquele.
- Calma – eu falei baixinho. – Não fala nada, nós não estamos a sós.
Bruno abaixou os olhos, abaixou a mão e ficou completamente sem graça. Confesso que fiquei com dó do garoto.
- Oi, Caio – Vítor se dirigiu a mim e sentou próximo a nós.
- Não me dirija a palavra.
Mentiroso. Falso, descarado... Que prima era aquela? Por que ele não disse a verdade desde o começo?
- Jana? – chamei minha amiga.
Ela estava resmungando alguma coisa e no meio de seus resmungos soltou um “oi”, em seguida voltou a resmungar.
- Tem como desistir? – perguntei.
- Boa ideia – Rodrigo concordou. – Eu quero desistir também.
- OI? Beberam? Nem a pau, Juvenal. Nós já fechamos a van, não falta mais ninguém. Agora vamos direto pro lugar do show. Sem essa, Caio. Não seja infantil.
Por incrível que pareça, ele ficou literalmente de frente pra mim no veículo. Era o único lugar disponível. Isso não ia dar certo.
- Se você olhar pra ele de novo, eu quebro a sua cara, entendeu? – Murilo sibilou no meu ouvido.
- Pode partir, Seu Zé – Jana ficou no banco da frente.
- Caio? – Alexia me chamou lá do fundão.
Virei e a olhei. Ela estava perfeitamente linda, com uma maquiagem simplesmente impecável.
- Oi! Oi, Diego!
- Pena que você está longe, cachorro – ela sorriu.
- Verdade, mas lá a gente conversa.
- Beleza! Boa sorte aí.
- Obrigado – eu resmunguei e olhei pro Bruno.
Ele não tirava os olhos de mim. O Murilo deu um beliscão na lateral do meu corpo e bufou de raiva.
Eu dei uma cotovelada no novinho e também bufei com raiva.
Eu sabia que ele não ia aguentar aquela situação por muito mais tempo que aquilo.
Rodrigo era outro que estava morrendo de raiva do Bruno e também não fazia questão de esconder isso dele e de ninguém.
- Pra que esse óculos na sua cara? – Rodrigo sibilou no meu ouvido. – Pra disfarçar e ficar olhando pra ele? Vê se não faz nada senão quebro seu nariz!
Fui duplamente ameaçado. Por um lado o Murilo, por outro o Rodrigo... Eu estava frito mesmo...
Olhei pra janelinha e fiquei vendo as coisas passarem diante dos meus olhos. Era inacreditável. Como ele teve coragem de me afrontar daquele jeito?
Bruno mexeu no celular e ficou calado o tempo todo, mas mesmo calado ele era lindo de morrer...
- Posso saber por que você colocou esse óculos? – Murilo bufou de novo.
- Por qual motivo seria? Quer parar de ser criança?
- Eu to de olho em você, hein?
- Problema é seu!
Foi a minha vez de bufar de raiva. Será que tinha algum outro lugar para eu sentar? Não ia aguentar ficar mais de 2 horas no meio do Rodrigo e do Murilo. Será que a Jana trocava de lugar comigo?
Mas se eu trocasse de lugar, eu não o veria. Melhor seria aguentar a raiva do meu namorado e do meu irmão e poder ver o Bruno, do que trocar de lugar, ter paz e não vê-lo.
No fundo, no fundo, eu não estava com raiva por ele estar ali, só estava irritado pela falta de verdade nas palavras do Vítor. E ele ainda tinha a capacidade de me perguntar por qual motivo eu não gostava dele. Por que será?
As pessoas conversavam entrei si. Os únicos calados éramos eu, o Rodrigo, o Murilo, o Bruno e o Vítor. Mas este, de vez em quando, ainda puxava assunto com meu ex-namorado.
O clima estava animado. A maioria das pessoas estava animada com aquele show, mas eu confesso que depois que vi o Bruno, eu perdi um pouco do interesse. Eu não sabia como seria ficar no mesmo show com ele e o Murilo.
Eu teria de saber administrar essa situação. Eu não poderia dar bandeira pra ele do quanto eu queria ficar com ele e muito menos pro Murilo.
Se eu soubesse que o Bruno iria naquele show, muito provavelmente eu não teria aceitado o convite da Janaína.
O motorista da van ligou o rádio, mas em nenhum tocou músicas do Jorge e Mateus. Eu sabia todo o repertório da dupla por causa do CD que ganhei no aniversário de 20 anos, mas estava com receio de errar alguma letra.
Até aquele momento, eu ouvia as músicas e as ligava ao Bruno, mas eu não poderia imaginar o quanto eu me encaixava nas letras das canções daqueles dois artistas. Era algo simplesmente surreal. Eu tinha até a impressão que as músicas haviam sido escritas pra mim. E pro Bruno, é claro.
A viagem durou 2:30, mas pareceu durar uma eternidade. Quando finalmente a van estacionou e a Janaína liberou a descida do pessoal, eu não pensei duas vezes em praticamente correr de perto do Bruno. Eu não queria causar nenhum problema com o Murilo e muito menos com o Rodrigo.
- Ei, espera – Murilo me puxou pelo braço.
- Que foi?
- Eu vi vocês dois se olhando. Eu não quero ver você perto do Bruno, entendeu?
- Eu disse que ia ficar perto dele? Se eu soubesse que ele vinha, eu não teria colocado os meus pés aqui.
- Pois então somos dois, queridinho. Se toca e me respeita. Quem é seu namorado afinal de contas?
- Você – infelizmente.
- Respeito é bom e eu gosto, faz favor, hein?
- Gosta? E será que você me respeita como eu respeito a você, Murilo? Será que na minha ausência você não fica por aí com mais alguém? Com uma mulher por exemplo?
- De onde você tirou isso? – ele ficou vermelho imediatamente e aparentemente nervoso.
- Não interessa! Eu não esqueci o dia dos namorados não, rapaz! Acha que eu sou burro por acaso? Você exige respeito? Pois quem exige então sou eu! Tô de olho em você!
A Jana juntou todo mundo e nós combinamos um local para nos encontrarmos caso alguém se perdesse. O local do show era simplesmente lindo e imenso. Eu estava novamente ansioso.
Fomos pra fila. A gente chegou lá pro volta das 18:00 e a casa de show só ia abrir às 21:30. Nós ainda teríamos que esperar um tempão para entrar e mais um tempão para curtir o show do Jorge e Mateus.
Mesmo o espetáculo sendo no interior de São Paulo, todos toparam porque a cidade em questão não ficava muito longe do Rio de Janeiro.
Pode parecer mentira, mas não é. Com velocidade alta, chegamos no município com pouco mais de 2 horas e meia de viagem e só por isso a gente se motivou a curtir aquele show.
Mais uma vez fiquei entre meu melhor amigo e meu namorado. Murilo ficou atrás de mim e Rodrigo na minha frente.
- Não acredito que esse idiota teve coragem de vir – Rodrigo reclamou. – Acabou com o meu show.
- Para – falei. – Ele não está fazendo nada de errado.
- Você sabia que ele vinha, né?
- Claro que não, se eu soubesse eu não teria vindo.
- Uhum, acredito.
Ainda bem que o Bruno ficou afastado de mim, senão a briga com os dois teria sido muito pior.
Entre todos, a Jana era a mais ansiosa para o início do show. Eu nunca tinha visto a minha amiga daquele jeito.
- Essa casa não vai abrir nunca não? – ela bateu o pé. – Já estou ficando irritada.
- Calma, amiga – Alexia riu. – Ainda falta meia hora.
- Vou fazer um escarcel aqui, quero ver eles não abrirem mais cedo.
Dei risada. Só a Janaína pra me fazer rir numa situação daquelas.
- Ei, Caio – Alexia foi até onde eu estava. – Nem nos falamos direito. Tudo bem, Rodrigo?
- Bem, Alexia e você?
- Bem, obrigada.
- Pois é, amiga. Não tivemos oportunidade, né?
- Uhum. Como você está?
- Imagina? – eu ri.
Ela riu também. Ainda bem que ela tinha entendido o recado.
- Eu não queria estar no seu lugar, se bem que... Não estou muito diferente.
Era verdade. Eu estava no meio de um ex e um atual e o mesmo acontecia com a Alexia. Ela tinha o Diego como atual e o Rodrigo como ex. Mesmo meu melhor amigo nunca tendo namorado a Alexia, eles tiveram um lance por algum tempo e isso não tinha como ser simplesmente apagado, não é?
- E o bebê? – puxei assunto.
- Está bem, obrigada.
- Bebê? – Rodrigo se surpreendeu.
- Eu estou grávida – Alexia sorriu.
- Ah, meus parabéns.
Percebi que meu amigo ficou triste. Provavelmente ele tinha lembrado do filho que perdera semanas atrás.
- Ei, vamos mudar de assunto? – propus. – Já está com as músicas na ponta da língua, Alexia?
- Claro. Eu amo Jorge e Mateus.
- Quem não ama? – suspirei.
Eu. Até aquele instante eu não os amava. Mal sabia eu que bastava pisar na pista e começar a ouvir as músicas de perto para eu virar fanático pelos dois.
Meus amigos e eu ficamos batendo papo até a fila começar a andar. Quando chegou a minha vez de entrar, eu entreguei o ingresso, mostrei o RG e a carteirinha da faculdade e por fim fui revistado.
- Pensei que eles iam me virar do avesso – brinquei com o Fabrício.
- O cara deu uma apertada no meu saco, cara. Fiquei puto de raiva!
Caí na risada. Como eu queria ser o segurança para fazer o mesmo.
- Vai ver que é por causa da cueca – falei baixo.
- Vou reclamar. Não gostei não, minhas bolas doem. Essa porra deve ser viado.
- Comigo ele não fez nada – eu continuei rindo. – Mas quase me virou do avesso.
- Quanta burocracia.
Só neste momento os grupos se dividiram. Eu fiquei com o Murilo, com a Jana, a Alexia, o Diego e os moradores da república. Infelizmente, num primeiro momento, eu não vi o meu ex-namorado.
Mas depois de um tempinho, eu o avistei atrás do Rodrigo e acabei ficando mais tranquilo. A única coisa chata foi não poder olhar pro Bruno, como eu queria fazer.
Depois de pouco tempo, Vinícius e Bruna começaram a se beijar e eu fiquei com inveja e com vontade de fazer o mesmo. Eu queria beijar também, mas só queria se fosse com o Bruno.
A gente saiu de casa cedo pra pegar lugar na fila e isso acabou resultando em algo positivo. Ficamos nas primeiras filas, bem próximos ao palco e a Janaína ficou feliz da vida com isso.
A parte ruim de ter saído tão cedo, foi o cansaço. Em pouco tempo as minhas pernas começaram a doer e eu senti vontade de sentar, mas infelizmente não foi possível.
O show atrasou. Estava marcado para começar às 23 horas, mas neste horário eles estavam só fazendo o teste de som.
O espetáculo começou de fato, só depois da meia noite.
Quando as luzes foram apagadas, a Janaína começou a gritar feito uma maluca. Eu fiquei até com vergonha dela de tanto que ela gritou.
- Calma, criatura – eu puxei o cabelo dela.
- Menino, eu amo esses dois...
- Digão? – ouvi a voz do Fabrício. – Vamos caçar?
- Demorou. A gente já volta, pessoal.
- Não me decepciona – falei.
- Pode deixar. No mínimo 37.
Com a saída do Rodrigo, o Bruno ficou atrás de mim. Eu tive certeza disso quando ele colocou a mão em cima da minha.
Nós entrelaçamos os dedos rapidamente, mas depois eu lembrei do Murilo e me soltei do meu ex-namorado.
Bastou a cortina ser aberta para a Janaína pirar de vez. Eu olhei pro Jorge, olhei pro Mateus e me apaixonei pelos dois de imediato. Como o Mateus era lindo, meu Deus...
- MATEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEUS LIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIINDO – Janaína se esguelou.
Logo na primeira música eu percebi o quanto eu me encaixava nas letras das canções do Jorge e Mateus. Quando o gordinho cantou o primeiro verso, eu lembrei de toda a letra e comecei a cantar com ele:
1 – Pirraça
“Vou pagar
promessa de joelhos
Só pra esquecer você
Vou passar uns dias lá na lua
Eu não quero mais te ver
Só pra esquecer você
Vou passar uns dias lá na lua
Eu não quero mais te ver
Vou falar pro
meu coração bater o pé
Pra não morrer de paixão
Não quero mais esse amor, que me faz tão mal
Chega de sofrer, adeus, ponto final...
Pra não morrer de paixão
Não quero mais esse amor, que me faz tão mal
Chega de sofrer, adeus, ponto final...
Não vou mais
chorar, como chorei
Nem me lembrar que um dia te amei
Bye, bye tristeza, adeus solidão
Vou fazer pirraça pro seu coração
Nem me lembrar que um dia te amei
Bye, bye tristeza, adeus solidão
Vou fazer pirraça pro seu coração
Não vou mais
chorar, como chorei
Nem me lembrar que um dia te amei
Bye, bye tristeza, adeus solidão
Vou fazer pirraça pro seu coração
Nem me lembrar que um dia te amei
Bye, bye tristeza, adeus solidão
Vou fazer pirraça pro seu coração
Vou pagar
promessa de joelhos
Só pra esquecer você
Vou passar uns dias lá na lua
Eu não quero mais te ver
Só pra esquecer você
Vou passar uns dias lá na lua
Eu não quero mais te ver
Vou falar pro
meu coração bater o pé
Pra não morrer de paixão
Não quero mais esse amor que me faz tão mal
Chega de sofrer, adeus, ponto final...
Pra não morrer de paixão
Não quero mais esse amor que me faz tão mal
Chega de sofrer, adeus, ponto final...
Não vou mais
chorar, como chorei
Nem me lembrar que um dia te amei
Bye, bye tristeza, adeus solidão
Vou fazer pirraça pro seu coração
Nem me lembrar que um dia te amei
Bye, bye tristeza, adeus solidão
Vou fazer pirraça pro seu coração
Não vou mais
chorar, como chorei
Nem me lembrar que um dia te amei
Bye, bye tristeza, adeus solidão
Vou fazer pirraça pro seu coração
Bye, bye tristeza, adeus solidão
Vou fazer pirraça pro seu coração...”
- VOU PAGAR PROMESSAS DE JOELHOS, SÓ PRA ESQUECER VOCÊ...Nem me lembrar que um dia te amei
Bye, bye tristeza, adeus solidão
Vou fazer pirraça pro seu coração
Bye, bye tristeza, adeus solidão
Vou fazer pirraça pro seu coração...”
Sim. Era isso que eu deveria fazer.
- VOU PASSAR UNS DIAS LÁ NA LUA...
Não diria na lua, mas bem que eu poderia viajar pra longe...
- EU NÃO QUERO MAIS TE VER...
Não queria mais vê-lo mesmo.
- ... VOU FALAR PRO MEU CORAÇÃO BATER O PÉ...
É. Eu tinha que falar com o meu coração mesmo.
- ... PRA NÃO MORRER DE PAIXÃO...
Morrer de paixão... Era justamente isso que eu sentia mesmo...
- NÃO QUERO MAIS ESSE AMOR, QUE ME FAZ TÃO MAL...
Isso era uma grande verdade. Eu não queria mais aquele amor, não queria porque ele me fazia mal, muito mal...
- CHEGA DE SOFRER, ADEUS, PONTO FINAL!!!
Sim! Adeus, ponto final. Essa era a mensagem que faltava pra ele entender que aquele seria o nosso ponto final e que dali em diante, não iria existir mais nada entre nós dois!
Nesse momento a multidão que estava na casa de shows começou a pular e eu automaticamente pulei junto. Meu corpo começou a suar feito um pano de cuscuz e em questão de segundos eu parei de sentir as minhas pernas.
- NÃO VOU MAIS CHORAR, COMO CHOREI...
Verdade. Eu não ia mais chorar como já tinha chorado pelo Bruno.
- NEM ME LEMBRAR QUE UM DIA TE AMEI...
O melhor era esquecer de uma vez por todas aquele garoto. O melhor seria nunca mais lembrar o quanto eu o amava.
- BYE, BYE TRISTEZA...
Tchau, tristeza!
- ADEUS SOLIDÃO...
Sim; ADEUS, solidão. Dali em diante, eu iria me entregar de corpo, alma e coração ao Murilo, que estava ao meu lado.
- VOU FAZER PIRRAÇA PRO SEU CORAÇÃO!!!
Mais? Mais pirraça do que eu já fazia???
Eu gritei, pulei, suei e em nenhum segundo tirei os olhos dos olhos do Bruno.
Quando cheguei no refrão, notei que ele já estava começando a chorar, mas não me importei com isso e continuei curtindo o show como deveria fazer.
Virei pra frente e olhei para os cantores. A Janaína tinha mesmo razão. O Mateus era lindo, muito lindo.
O Jorge puxou a 2ª parte da música, que era idêntica ao início e todos os que ali estavam presentes cantaram ao mesmo tempo com o sertanejo. Era uma energia simplesmente incrível e alucinógena.
- ADEUS, PONTO FINAL!
Um ponto final. Era isso que eu queria.
- NÃO VOU MAIS CHORAR, COMO CHOREI...
E como eu chorei, hein?
- NEM ME LEMBRAR QUE UM DIA TE AMEI...
E como amei...
- BYE, BYE TRISTEZA...
Xô, tristeza!
- ADEUS, SOLIDÃO...
Xô, solidão!
- VOU FAZER PIRRAÇA PRO SEU CORAÇÃO!
Pensei que ia demorar um tempo de uma música pra outra, mas me enganei profundamente. Quando “Pirraça” acabou, eles já emendaram na segunda, mas essa eu infelizmente não tinha como cantar pro Bruno.
Mas ele tinha como cantar pra mim. E foi isso o que ele fez. Bastou o primeiro toque para ele me puxar com força e me obrigar a virar. Era a hora da revanche:
Sim! Adeus, ponto final. Essa era a mensagem que faltava pra ele entender que aquele seria o nosso ponto final e que dali em diante, não iria existir mais nada entre nós dois!
Nesse momento a multidão que estava na casa de shows começou a pular e eu automaticamente pulei junto. Meu corpo começou a suar feito um pano de cuscuz e em questão de segundos eu parei de sentir as minhas pernas.
- NÃO VOU MAIS CHORAR, COMO CHOREI...
Verdade. Eu não ia mais chorar como já tinha chorado pelo Bruno.
- NEM ME LEMBRAR QUE UM DIA TE AMEI...
O melhor era esquecer de uma vez por todas aquele garoto. O melhor seria nunca mais lembrar o quanto eu o amava.
- BYE, BYE TRISTEZA...
Tchau, tristeza!
- ADEUS SOLIDÃO...
Sim; ADEUS, solidão. Dali em diante, eu iria me entregar de corpo, alma e coração ao Murilo, que estava ao meu lado.
- VOU FAZER PIRRAÇA PRO SEU CORAÇÃO!!!
Mais? Mais pirraça do que eu já fazia???
Eu gritei, pulei, suei e em nenhum segundo tirei os olhos dos olhos do Bruno.
Quando cheguei no refrão, notei que ele já estava começando a chorar, mas não me importei com isso e continuei curtindo o show como deveria fazer.
Virei pra frente e olhei para os cantores. A Janaína tinha mesmo razão. O Mateus era lindo, muito lindo.
O Jorge puxou a 2ª parte da música, que era idêntica ao início e todos os que ali estavam presentes cantaram ao mesmo tempo com o sertanejo. Era uma energia simplesmente incrível e alucinógena.
- ADEUS, PONTO FINAL!
Um ponto final. Era isso que eu queria.
- NÃO VOU MAIS CHORAR, COMO CHOREI...
E como eu chorei, hein?
- NEM ME LEMBRAR QUE UM DIA TE AMEI...
E como amei...
- BYE, BYE TRISTEZA...
Xô, tristeza!
- ADEUS, SOLIDÃO...
Xô, solidão!
- VOU FAZER PIRRAÇA PRO SEU CORAÇÃO!
Pensei que ia demorar um tempo de uma música pra outra, mas me enganei profundamente. Quando “Pirraça” acabou, eles já emendaram na segunda, mas essa eu infelizmente não tinha como cantar pro Bruno.
Mas ele tinha como cantar pra mim. E foi isso o que ele fez. Bastou o primeiro toque para ele me puxar com força e me obrigar a virar. Era a hora da revanche:
2
– Querendo Te Amar
“E vê se larga de besteira
To aqui dando bobeira
Querendo te amar
E já faz tempo que eu te espero
Há tanto tempo que eu te quero
Vê se para pra pensar
To com saudade do teu cheiro
E desse seu cabelo preto se espalhando sobre mim
Sua boca pedindo beijo e aumentando meu desejo
Não demora vem pra mim
Quando você chegar, vai se perder no meu olhar...
Eu sei de tudo que se passa nessa sua vida
Eu sei que assim como eu, você não está feliz
Eu sei que às vezes pensa em mim quando está sozinha
Isso prova que esse amor tá criando raiz
Em todo o caso perde o medo e curte essa paixão
E entra pela porta da frente do meu coração...
E vê se larga de besteira
To aqui dando bobeira
Querendo te amar
E já faz tempo que eu te espero
Há tanto tempo que eu te quero
Vê se para pra pensar
To com saudade do teu cheiro
E desse seu cabelo preto se espalhando sobre mim
Sua boca pedindo beijo e aumentando meu desejo
Não demora vem pra mim
Quando você chegar, vai se perder no meu olhar...
Eu sei de tudo que se passa nessa sua vida
Eu sei que assim como eu, você não está feliz
Eu sei que às vezes pensa em mim quando está sozinha
Isso prova que esse amor tá criando raiz
Em todo o caso perde o medo e curte essa paixão
E entra pela porta da frente do meu coração...
Eu sei de tudo que se passa nessa sua vida
Eu sei que assim como eu, você não está feliz
Eu sei que às vezes pensa em mim quando está sozinha
Isso prova que esse amor tá criando raiz
Em todo o caso perde o medo e curte essa paixão
E entra pela porta da frente do meu coração...
- E VÊ SE LARGA DE BESTEIRA... – a voz do Bruno entrou
nos meus ouvidos.
Besteira? Que besteira?
- TO AQUI DANDO BOBEIRA...
Dando bobeira? Quem deixou?
- QUERENDO TE AMAR...
Me amar? Será que era verdade?
- E JÁ FAZ TEMPO QUE EU TE QUERO...
Também faz tempo que eu te quero, Bruno...
- HÁ TANTO TEMPO QUE EU TE ESPERO...
Me espera? E eu não te espero não?
- VÊ SE PARA PRA PENSAR...
Mais? Se eu pensar mais o meu cérebro vai dar um nó!
- TO COM SAUDADE DO TEU CHEIRO...
E eu do seu, infeliz!
- E DESSE SEU CABELO PRETO SE ESPALHANDO SOBRE MIM...
Meu cabelo não é preto! Você está me traindo, filho da puta?
- SUA BOCA PEDINDO BEIJO E AUMENTANDO MEU DESEJO...
Eu? Pedindo beijo? Jamais... Isso não era verdade...
“- Cala a boca e me beija...”...
- NÃO DEMORA, VEM PRA MIM!!!
Eu? Ir pra você? Não posso... Não posso...
- QUANDO VOCÊ CHEGAR, VAI SE PERDER NO MEU OLHAR...
Como você sabe, Bruno? Como você sabe que eu vou me perder no seu olhar?
- EU SEI DE TUDO QUE SE PASSA NESSA SUA VIDA...
- SABE? – falei em voz alta mesmo.
- EU SEI QUE ASSIM COMO EU, VOCÊ NÃO ESTÁ FELIZ...
Realmente. Eu não estava feliz.
- EU SEI QUE ÀS VEZES PENSA EM MIM QUANDO ESTÁ SOZINHO...
Quando estou sozinho, quando estou acompanhado, quando estou no meio de uma
multidão. Eu só penso em você, só em você e em mais nada...
Raiz? Só se for uma raiz que já está morta, porque o nosso amor nunca mais vai
florescer...
- EM TODO O CASO PERDE O MEDO E CURTE ESSA PAIXÃO...
Curtir a paixão? Não era tão fácil assim, Bruno...
- E ENTRA PELA PORTA DA FRENTE DO MEU CORAÇÃO...
Fechei meus olhos e assim como o Bruno, eu também derramei algumas lágrimas com
esse refrão. Senti uma cotovelada enorme nas minhas costas e quando me virei, o
Murilo estava praticamente matando o Bruno com o olhar.
- VIRA JÁ PRA FRENTE!
- Não. Você não manda em mim!
Comecei a cantar, mas não olhei pro Bruno. De novo eu fiquei olhando pro palco
e quando a música acabou, notei que a Janaína já estava totalmente sem voz e
toda descabelada. Ela não era a única. A Bruna também estava na mesma situação
e o mesmo acontecia com o Vítor e a Alexia.
- Boa noite gente – o Jorge nos cumprimentou com um sorriso nos lábios. – Que delícia estar aqui com vocês...
- Boa noite, galera!!! – foi a vez do Mateus nos cumprimentar.
Nesse momento a Janaína pirou de vez e tirou várias e várias fotos do gato. E
não tinha como ser diferente. Eu também faria o mesmo se tivesse levado uma
câmera.
Após os cumprimentos, eles iniciaram a terceira canção e logo de cara eu puxei
o Bruno para perto de mim. Ele tinha que ficar ao meu lado, não atrás de mim.
Com isso, o Murilo deu um super pisão no meu pé, mas eu não me importei.
Naquele momento ele já estava praticamente invisível...
Para a minha total surpresa, o Bruno não se contentou em ficar ao meu lado. Ele
me puxou, me abraçou e disse no meu ouvido:
- Essa música eu dedico à você!
3
– Tem Nada a Ver
“E alguém me disse que você falou
Que acha graça e tem pena de mim
Que não me ama
Que o nosso caso já chegou ao fim
E o telefone não atende mais
Que pra você agora tanto faz
Se é verdade que você não quer
Responsa se puder
Quem é que liga no meio da noite
E diz que está sozinha?
Quem é que nos meus braços fala que é só minha?
Que chora de emoção na hora do prazer?
Por que será que você não assume
Que eu sou seu homem?
Por que o tempo todo fala no meu nome?
Confessa que você não sabe me esquecer...
Tem nada a ver
Você é quem está fugindo da verdade
Parece que tem medo da felicidade
Você diz que não, seu corpo diz que sim...
Tem nada a ver
A boca que me beija, a mão que me apedreja
Se deita em minha cama, depois me difama
Diz que não me quer, mas vive atrás de mim...
E alguém me disse que você falou
Que acha graça e tem pena de mim
Que não me ama
Que o nosso caso já chegou ao fim
E o telefone não atende mais
Que pra você agora tanto faz
Se é verdade que você não quer
Responsa se puder
Quem é que liga no meio da noite
E diz que está sozinha?
Quem é que nos meus braços fala que é só minha?
Que chora de emoção na hora do prazer?
Por que será que você não assume
Que eu sou seu homem?
Por que o tempo todo fala no meu nome?
Confessa que você não sabe me esquecer...
Tem nada a ver
Você é quem está fugindo da verdade
Parece que tem medo da felicidade
Você diz que não, seu corpo diz que sim...
Tem nada a ver
A boca que me beija, a mão que me apedreja
Se deita em minha cama, depois me difama
Diz que não me quer, mas vive atrás de mim...”
- E ALGUÉM ME DISSE QUE VOCÊ FALOU
Bruno não tirou os olhos dos meus um segundo sequer. Ele sequer piscou.
- QUE ACHA GRAÇA E TEM PENA DE MIM...
Eu disse isso?
- QUE NÃO ME AMA, QUE O NOSSO CASO JÁ CHEGOU AO FIM...
Como ele sabia? Como ele sabia que eu dizia isso?
- E O TELEFONE NÃO ATENDE MAIS...
Não atendo mesmo.
- QUE PRA VOCÊ AGORA TANTO FAZ...
Tanto faz mesmo!!!
- SE É VERDADE QUE VOCÊ NÃO QUER...
Não, eu não quero!
- RESPONDA SE PUDER...
Responder o quê?!
- QUEM É QUE LIGA NO MEIO DA NOITE E DIZ QUE ESTÁ SOZINHO?
OI?
- QUEM É QUE NOS MEUS BRAÇOS FALA QUE É SÓ MEU?
OOOI??
- QUE CHORA DE EMOÇÃO NA HORA DO PRAZER?
- POR QUE SERÁ QUE VOCÊ NÃO ASSUME QUE EU SOU SEU HOMEM?
A-a-a-a-a-assumir? – minha razão estava gaga?
- POR QUE O TEMPO TODO FALA NO MEU NOME?
- Ma-ma-ma-mas eu não fa-fa-fa-falo seu nome...
- CONFESSA QUE VOCÊ NÃO SABE ME ESQUECER...
- HEIN? – tremi na base, literalmente falando.
- TEM NADA A VER...
Engoli em seco.
- VOCÊ É QUEM ESTÁ FUGINDO DA VERDADE...
E-e-e-e-e-e-e-e-e-e-e-eu? Fu-fu-fu-fugi-gindo da
vê-ve-ve-ve-ve-ve-ve-ve-ver-da-da-da-de?
- PARECE QUE TEM MEDO DA FELICIDADE...
Me-medo? Da Fe-fe-fe-fe-fe-feli-li-li-licida-dade? Nã-não, não...
- VOCÊ DIZ QUE NÃO...
Di-digo?
- SEU CORPO DIZ QUE SIM!!!
E-e-e-e-e-e-e-ele di-di-diz?
- TEM NADA A VER...
Engoli em seco novamente.
- A BOCA QUE ME BEIJA...
Chorei. Chorei mesmo!
- A MÃO QUE ME APEDREJA...
Chorei meeeeeesmo!
- SE DEITA EM MINHA CAMA...
Pressionei os lábios um contra o outro.
- DEPOIS ME DIFAMA...
E-e-eu nã-não te di-difamo, Bru-Bruno...
- DIZ QUE NÃO ME QUER, MAS VIVE ATRÁS DE MIM...
Se eu pudesse, teria cavado um buraco e só pararia quando saísse no Japão. Em
toda a minha vida eu nunca, nunca, nunca tinha ouvido uma música falar tanto
como aquela.
O Bruno também chorou, mais do que eu inclusive. Em nenhum momento ele tirou os
olhos dos meus. Parecia que nós estávamos sozinhos, com exceção do Jorge e do
Mateus. Enquanto as músicas tocavam, não existia multidão, não existia Murilo,
não existia Rodrigo e não existia mais nada, a não ser nós dois, a dupla
sertaneja e o nosso amor. Como aquela música pôde falar tanto pra mim? Como?
- CAIO! – Murilo me puxou e me obrigou a sair de perto do Bruno. – Se você não
parar de olhar pra ele, eu vou sumir daqui! VOCÊ ESTÁ CHORANDO?
Simplesmente não dei ouvidos. Fiquei de lado pro meu namorado, respirei fundo,
sequei as lágrimas e tentei não pensar em mais nada, a não ser naquela dor que
eu estava sentindo no meu peito. Aquela música ainda estava mexendo demais
comigo. Eu mal podia esperar pela próxima canção.
Essa música eu não pude dedicar ao Bruno. Quando ela começou a tocar, eu
simplesmente percebi que ela era minha, só minha. Era uma mensagem que a minha
razão ia falar pro meu coração e vice-versa:
4
– TE CUIDA, CORAÇÃO
“Já cansei de avisar
Pro meu coração
Pra ele tomar cuidado
Com essa paixão
Amor quando é demais
É um campo minado
Se explodir uma vez
Coração sai machucado
O amor é bonito, é gostoso
Mas é perigoso
Tem que saber amar
Ficar sem amor não consigo
Sei que é um perigo
Posso me machucar
Vai com calma coração
Te cuida com essa paixão
O amor é lindo e gostoso, mas é perigoso
Te cuida coração...
O amor é lindo e gostoso, mas é perigoso
Te cuida coração...
Coração apaixonado
Só quer amor, não tem medo de nada
Não sabe o que é certo, não sabe o que é errado
Só quer amor, coração apaixonado
Coração apaixonado
Só quer amor, não tem medo de nada
Não sabe o que é certo, não sabe o que é errado
Só quer amor, coração apaixonado
O amor é bonito, é gostoso
Mas é perigoso
Tem que saber amar...
Ficar sem amor não consigo
Sei que é um perigo
Posso me machucar
Vai com calma coração
Te cuida com essa paixão
O amor é lindo e gostoso, mas é perigoso
Te cuida coração...
O amor é lindo e gostoso, mas é perigoso
Te cuida coiração...
Coração apaixonado
só quer amor, não tem medo de nada
Não sabe o que é certo, não sabe o que é errado
Só quer amor, coração apaixonado
Coração apaixonado
Só quer amor, não tem medo de nada
Não sabe o que é certo, não sabe o que é errado
Só quer amor, coração apaixonado...”
Era justamente assim que eu me sentia. Cansado.
- PRA ELE TOMAR CUIDADO COM ESSA PAIXÃO...
Eu avisava pro meu coração tomar cuidado.
- AMOR QUANDO É DEMAIS...
E o meu amor pelo Bruno ultrapassava essa palavra “demais”.
- É UM CAMPO MINADO...
Campo minado mesmo. Eu tinha que saber onde pisar e como pisar naquele terreno chamado AMOR.
- SE EXPLODIR UMA VEZ...
Uma vez? O meu campo minado explodia de 5 em 5 segundos.
- CORAÇÃO SAI MACHUCADO...
Machucado? Ele saía é triturado, pisoteado, amassado, furado, cortado, esfaqueado e por fim esquartejado. Não sobrava nada do coração.
- O AMOR É BONITO, É GOSTOSO, MAS É PERIGOSO...
Muito perigoso!
- TEM QUE SABER AMAR...
Mas eu sei amar!
- FICAR SEM AMOR NÃO CONSIGO...
Mas deveria conseguir... Coração burro!
- SEI QUE É UM PERIGO..
Se é um perigo, por que eu insisto em amar o Bruno?
- POSSO ME MACHUCAR...
Ainda bem que eu tinha ciência que eu podia me machucar!
- VAI COM CALMA CORAÇÃO!
Calma? Eu tenho calma!
- TE CUIDA COM ESSA PAIXÃO...
Me cuidar? Como?
- O AMOR É LINDO E GOSTOSO, MAS É PERIGOSO...
Eu não me importo.
- TE CUIDA CORAÇÃO!!!
Eu me cuido, eu me cuido!
- O AMOR É LINDO E GOSTOSO, MAS É PERIGOSO...
Eu sei que é perigoso. Mas tudo que é perigoso é mais gostoso... Não é?
- TE CUIDA CORAÇÃO!!!
De novo essa história de me cuidar? Eu sei me cuidar muito bem!
- CORAÇÃO APAIXONADO...
Eu sei que você é apaixonado!
- SÓ QUER AMOR, NÃO TEM MEDO DE NADA...
Não tem medo, valentão? Pois deveria!
- NÃO SABE O QUE É CERTO, NÃO SABE O QUE É ERRADO...
Nem precisava me falar uma coisa dessas. Eu sei bem que o coração não sabe o que é certo nem o que é errado!
- SÓ QUER AMOR, CORAÇÃO APAIXONADO...
Amor? Amor? Tanta coisa pra se preocupar e eu queria amor??? Só sendo muito burro mesmo!
E assim as coisas foram acontecendo. Nessa altura do campeonato, eu já tinha gritado tanto que não tinha mais voz, mas mesmo assim eu não fiquei calado um segundo sequer. Gritei, cantei, pulei, suei a camisa literalmente falando. Eu nunca poderia imaginar que o show deles fosse naquele patamar. Bom demais...
A canção seguinte foi como receber uma flechada no meu coração. O Bruno simplesmente me puxou e me obrigou a olhar aqueles malditos olhos azuis, que estavam brilhando intensamente.
Ele cantou pra mim e isso foi determinante para a minha emoção voltar a fluir com força total:
Muito perigoso!
- TEM QUE SABER AMAR...
Mas eu sei amar!
- FICAR SEM AMOR NÃO CONSIGO...
Mas deveria conseguir... Coração burro!
- SEI QUE É UM PERIGO..
Se é um perigo, por que eu insisto em amar o Bruno?
- POSSO ME MACHUCAR...
Ainda bem que eu tinha ciência que eu podia me machucar!
- VAI COM CALMA CORAÇÃO!
Calma? Eu tenho calma!
- TE CUIDA COM ESSA PAIXÃO...
Me cuidar? Como?
- O AMOR É LINDO E GOSTOSO, MAS É PERIGOSO...
Eu não me importo.
- TE CUIDA CORAÇÃO!!!
Eu me cuido, eu me cuido!
- O AMOR É LINDO E GOSTOSO, MAS É PERIGOSO...
Eu sei que é perigoso. Mas tudo que é perigoso é mais gostoso... Não é?
- TE CUIDA CORAÇÃO!!!
De novo essa história de me cuidar? Eu sei me cuidar muito bem!
- CORAÇÃO APAIXONADO...
Eu sei que você é apaixonado!
- SÓ QUER AMOR, NÃO TEM MEDO DE NADA...
Não tem medo, valentão? Pois deveria!
- NÃO SABE O QUE É CERTO, NÃO SABE O QUE É ERRADO...
Nem precisava me falar uma coisa dessas. Eu sei bem que o coração não sabe o que é certo nem o que é errado!
- SÓ QUER AMOR, CORAÇÃO APAIXONADO...
Amor? Amor? Tanta coisa pra se preocupar e eu queria amor??? Só sendo muito burro mesmo!
E assim as coisas foram acontecendo. Nessa altura do campeonato, eu já tinha gritado tanto que não tinha mais voz, mas mesmo assim eu não fiquei calado um segundo sequer. Gritei, cantei, pulei, suei a camisa literalmente falando. Eu nunca poderia imaginar que o show deles fosse naquele patamar. Bom demais...
A canção seguinte foi como receber uma flechada no meu coração. O Bruno simplesmente me puxou e me obrigou a olhar aqueles malditos olhos azuis, que estavam brilhando intensamente.
Ele cantou pra mim e isso foi determinante para a minha emoção voltar a fluir com força total:
5 – O Amor Não é Jogo de Azar
“Tá na hora de
você voltar pra mim
E dar mais uma chance pra nós dois
Meu bem a gente já se machucou demais
Está na hora de voltar atrás
E dar mais uma chance pra nós dois
Meu bem a gente já se machucou demais
Está na hora de voltar atrás
Melhor deixar
falar a voz do coração
Preciso de você, você de mim
Pra que fazer de conta que já não dá mais?
Está na hora de voltar atrás
Preciso de você, você de mim
Pra que fazer de conta que já não dá mais?
Está na hora de voltar atrás
Que a gente
ainda se ama
Está na cara, está no ar
Ficar chorando escondido é tempo perdido
O amor não é jogo de azar
Está na cara, está no ar
Ficar chorando escondido é tempo perdido
O amor não é jogo de azar
Que a gente
ainda se ama
Está escrito no coração
E a nossa pirraça já perdeu a graça
Chega de solidão
Está escrito no coração
E a nossa pirraça já perdeu a graça
Chega de solidão
Melhor deixar
falar a voz do coração
Preciso de você, você de mim
Pra que fazer de conta que já não dá mais?
Está na hora de voltar atrás
Preciso de você, você de mim
Pra que fazer de conta que já não dá mais?
Está na hora de voltar atrás
Que a gente
ainda se ama
Está na cara, está no ar
Ficar chorando escondido é tempo perdido
O amor não é jogo de azar
Está na cara, está no ar
Ficar chorando escondido é tempo perdido
O amor não é jogo de azar
Que a gente
ainda se ama
Está escrito no coração
E a nossa pirraça, já perdeu a graça
Chega de solidão
Está escrito no coração
E a nossa pirraça, já perdeu a graça
Chega de solidão
Que a gente
ainda se ama
Está na cara, está no ar
Ficar chorando escondido é tempo perdido
O amor não é jogo de azar
Está na cara, está no ar
Ficar chorando escondido é tempo perdido
O amor não é jogo de azar
Que a gente
ainda se ama
Está escrito no coração
E a nossa pirraça, já perdeu a graça
Chega de solidão
E a nossa pirraça, já perdeu a graça
Chega de solidão
E a nossa pirraça, já perdeu a graça
Chega de solidão
E a nossa pirraça, já perdeu a graça
Chega de solidão”
- Quem tá apaixonado dá um grito aí – mandou Mateus.Está escrito no coração
E a nossa pirraça, já perdeu a graça
Chega de solidão
E a nossa pirraça, já perdeu a graça
Chega de solidão
E a nossa pirraça, já perdeu a graça
Chega de solidão
E a nossa pirraça, já perdeu a graça
Chega de solidão”
Quem disse que eu consegui me controlar? Eu gritei, mas não gritei de forma moderada. Eu usei todo o ar que tinha e soltei um grito ensurdecedor.
Não fui o único. Vinícius, Bruna, Alexia, Diego, Janaína, Bruno e Vítor também gritaram. Eu não sei quem foi pior nessa história toda.
- Está na hora de você voltar pra mim – foi o Jorge que começou.
- Volta? – ouvi essa palavra em um sussurro no meu ouvido direito, o que me
deixou arrepiado.
Voltar? Voltar??? Meu coração voou.
- E DAR MAIS UMA CHANCE PRA NÓS DOIS...
As lágrimas do meu ex escorreram pelo rosto incessavelmente.
- MEU BEM A GENTE JÁ SE MACHUCOU DEMAIS...
Verdade. A gente já tinha se machucado demais mesmo...
- ESTÁ NA HORA DE VOLTAR ATRÁS...
Não. Não estava na hora de voltar atrás. Sim, estava sim...
- MELHOR DEIXAR FALAR A VOZ DO CORAÇÃO!!!
NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃO... Minha consciência gritou tanto que fiquei com dor de cabeça na hora.
- PRECISO DE VOCÊ, VOCÊ DE MIM...
Nesse momento o Bruno usou tanto a voz que as veias de seu pescoço se sobressaíram.
- PRA QUE FAZER DE CONTA QUE JÁ NÃO DÁ MAIS?
É, Caio? Pra quê?
- ESTÁ NA HORA DE VOLTAR ATRÁS...
Voltar? Será que estava na hora, meu Deus?
- QUE A GENTE AINDA SE AMA...
EU TE AMO, BRUNO! EU TE AMO, BRUNO...
- ESTÁ NA CARA, ESTÁ NO AR...
Na cara, no ar, no coração, nos sonhos, em tudo que era canto... EU TE AMO, BRUNO!
- FICAR CHORANDO ESCONDIDO...
Eu não choro escondido. Olha eu aqui chorando por você!
- É TEMPO PERDIDO...
Nunca perdi meu tempo pensando em você, Bruno... Eu sempre ganhava pensando em você, sempre...
- O AMOR NÃO É JOGO DE AZAR...
Não importava se era jogo de azar ou não, Bruno... Importava só o quanto eu te amava... Só isso...
- QUE A GENTE AINDA SE AMA...
Meu coração parecia que ia explodir, de tanto que estava acelerado.
- ESTÁ ESCRITO NO CORAÇÃO...
Já disse que estava escrito em todos os lugares, todos!
- E A NOSSA PIRRAÇA JÁ PERDEU A GRAÇA...
Verdade. A minha pirraça já não era importante mesmo...
- CHEGA DE SOLIDÃO...
Chega de solidão... Chega de solidão... Volta pra mim, Bruno... VOLTA!
Do meio pro fim ele ficou calado. Acho que o coitadinho perdeu completamente a voz. Era a minha vez de continuar a canção, por isso, a segunda parte fui eu que cantei. Nós invertemos os papéis e não sei dizer quem chorou mais. Eu ou o Bruno.
O mais foda de tudo, era o fato do Jorge e Mateus cantarem uma atrás da outra. De vez em quando eles paravam, interagiam com a gente e nos davam um fôlego, mas isso quase não aconteceu naquele show.
Nem tive tempo de me recuperar e já começou a outra música:
Voltar? Voltar??? Meu coração voou.
- E DAR MAIS UMA CHANCE PRA NÓS DOIS...
As lágrimas do meu ex escorreram pelo rosto incessavelmente.
- MEU BEM A GENTE JÁ SE MACHUCOU DEMAIS...
Verdade. A gente já tinha se machucado demais mesmo...
- ESTÁ NA HORA DE VOLTAR ATRÁS...
Não. Não estava na hora de voltar atrás. Sim, estava sim...
- MELHOR DEIXAR FALAR A VOZ DO CORAÇÃO!!!
NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃO... Minha consciência gritou tanto que fiquei com dor de cabeça na hora.
- PRECISO DE VOCÊ, VOCÊ DE MIM...
Nesse momento o Bruno usou tanto a voz que as veias de seu pescoço se sobressaíram.
- PRA QUE FAZER DE CONTA QUE JÁ NÃO DÁ MAIS?
É, Caio? Pra quê?
- ESTÁ NA HORA DE VOLTAR ATRÁS...
Voltar? Será que estava na hora, meu Deus?
- QUE A GENTE AINDA SE AMA...
EU TE AMO, BRUNO! EU TE AMO, BRUNO...
- ESTÁ NA CARA, ESTÁ NO AR...
Na cara, no ar, no coração, nos sonhos, em tudo que era canto... EU TE AMO, BRUNO!
- FICAR CHORANDO ESCONDIDO...
Eu não choro escondido. Olha eu aqui chorando por você!
- É TEMPO PERDIDO...
Nunca perdi meu tempo pensando em você, Bruno... Eu sempre ganhava pensando em você, sempre...
- O AMOR NÃO É JOGO DE AZAR...
Não importava se era jogo de azar ou não, Bruno... Importava só o quanto eu te amava... Só isso...
- QUE A GENTE AINDA SE AMA...
Meu coração parecia que ia explodir, de tanto que estava acelerado.
- ESTÁ ESCRITO NO CORAÇÃO...
Já disse que estava escrito em todos os lugares, todos!
- E A NOSSA PIRRAÇA JÁ PERDEU A GRAÇA...
Verdade. A minha pirraça já não era importante mesmo...
- CHEGA DE SOLIDÃO...
Chega de solidão... Chega de solidão... Volta pra mim, Bruno... VOLTA!
Do meio pro fim ele ficou calado. Acho que o coitadinho perdeu completamente a voz. Era a minha vez de continuar a canção, por isso, a segunda parte fui eu que cantei. Nós invertemos os papéis e não sei dizer quem chorou mais. Eu ou o Bruno.
O mais foda de tudo, era o fato do Jorge e Mateus cantarem uma atrás da outra. De vez em quando eles paravam, interagiam com a gente e nos davam um fôlego, mas isso quase não aconteceu naquele show.
Nem tive tempo de me recuperar e já começou a outra música:
6 - Mistérios
“Não há
disfarce
Nesse seu olhar
Que incendeia
O meu coração
Nesse seu olhar
Que incendeia
O meu coração
Esse desejo
Te revela
Em um simples gesto
Qual será a sua intenção
Te revela
Em um simples gesto
Qual será a sua intenção
E eu só quero
que você entenda
O meu sentimento é verdadeiro
Não há segredos
Quando o amor chega
O meu sentimento é verdadeiro
Não há segredos
Quando o amor chega
O seu olhar
foi de encontro ao meu
O meu destino está junto ao seu
Meu vício, mania
Eu desvendei os mistérios do seu coração
O meu destino está junto ao seu
Meu vício, mania
Eu desvendei os mistérios do seu coração
Seu olhar foi
de encontro ao meu
Meu destino está junto ao seu
Meu vício, mania
Eu desvendei os mistérios do seu coração
Meu destino está junto ao seu
Meu vício, mania
Eu desvendei os mistérios do seu coração
Não há
disfarce
Nesse seu olhar
Que incendeia
O meu coração
Nesse seu olhar
Que incendeia
O meu coração
Esse desejo
Te revela
Em um simples gesto
Qual será a sua intenção
Te revela
Em um simples gesto
Qual será a sua intenção
E eu só quero
que você entenda
Que o meu sentimento é verdadeiro
Não há segredos
Quando o amor chega
Que o meu sentimento é verdadeiro
Não há segredos
Quando o amor chega
O seu olhar
foi de encontro ao meu
O meu destino está junto ao seu
Meu vício, mania
Eu desvendei os mistérios do seu coração
O meu destino está junto ao seu
Meu vício, mania
Eu desvendei os mistérios do seu coração
Seu olhar foi
de encontro ao meu
Meu destino está junto ao seu
Meu vício, mania
Eu desvendei os mistérios do seu coração
Eu desvendei os mistérios do seu coração...”
Meu destino está junto ao seu
Meu vício, mania
Eu desvendei os mistérios do seu coração
Eu desvendei os mistérios do seu coração...”
Se eu pudesse, teria abraçado o Bruno nesse momento, mas como não era
possível, nós dois apenas nos olhamos. Não cantamos a canção, apenas nos
olhamos enquanto os meninos cantavam a linda melodia da música “Mistérios”:
- Não há disfarce... VOCÊS!
- NESSE SEU OLHAR – todos cantaram.
Realmente. Eu podia enxergar de longe o que ele sentia por mim só em olhar aqueles olhos azuis.
- Que incendeia o meu coração...
Como não incendiar o meu coração com aquele olhar tão lindo?
- E esse desejo, te revela em um simples gesto qual será a sua intenção...
Qual seria a intenção do Bruno naquele momento?
- Eu só quero que você entenda: o meu sentimento é verdadeiro...
- Acredita em mim, Caio – ele falou.
Não sei como consegui ouvir aquela voz rouca no meio de tantos gritos.
- Não há segredos quando o amor chega...
Segredo? Pra que segredo? Se eu pudesse, eu gritava aos quatro ventos que eu amava aquele garoto que estava ali na minha frente...
- Seu olhar foi de encontro ao meu...
Ele já estava olhando pra mim há muito tempo...
- E o meu destino está junto ao seu...
Eu já sabia disso. Eu já sabia...
- Meu vício...
- Meu vício – eu falei baixinho.
- Mania – Bruno completou.
- Eu desvendei os mistérios do seu coração – nós falamos juntos.
A gente não chorou nessa música, mas a letra nos disse algo que só nós dois entendemos. Não poderia existir nada melhor que aquilo. Até aquele momento, eu só tinha escutado canções que falavam pra mim, que falavam pro Bruno e que falavam pra nós dois.
Claro que elas não foram escritas pensando na gente, mas todas contavam de alguma forma a nossa história. Uma falava do amor que eu sentia por ele, outra falava do amor que ele sentia por mim. Uma outra falava da pirraça que eu fazia com ele e outra qualquer falava que era a hora da gente voltar.
Eu me fiz a seguinte pergunta: como não gostar de Jorge e Mateus à partir daquele momento? Impossível. Além de serem lindos, ambos cantavam como ninguém. O Jorge não cantava somente com a garganta, ele se entregava. E o Mateus tocava guitarra como ninguém. Era a dupla perfeita. E ambos cantavam com a alma. Eles transmitiam sentimento não só na letra, não só na melodia, como também nas vozes.
Aquele era o primeiro show da minha vida e eu comecei essa fase logo com o pé direito. Claro que eu ouvia muitas músicas mais além dessas, mas ter tido a oportunidade de ir naquele show, com certeza mudou em definitivo a minha vida.
E essa mudança só foi possível, graças a presença do Bruno. Se ele não tivesse ido, talvez essa mudança não tivesse ocorrido.
Eu não precisava mais esconder dele o quanto o amava e o quanto eu estava derretido com aquelas canções. Vê-lo e ouvi-lo cantando pra mim com aquela voz linda, tirou todo e qualquer tipo de mágoa que existia dentro do meu coração.
Se antes eu já era apaixonado pelo Bruno, daquele momento em diante eu fiquei mil vezes mais apaixonado. Se eu tivesse oportunidade e possibilidade, eu o beijaria ali mesmo e me entregaria de corpo e alma. Pelo menos era isso o que eu estava sentindo naquele momento. Se eu ia mudar de ideia depois, eu já não sabia dizer.
A próxima música que eles cantaram foi mais perfeita ainda:
- Não há disfarce... VOCÊS!
- NESSE SEU OLHAR – todos cantaram.
Realmente. Eu podia enxergar de longe o que ele sentia por mim só em olhar aqueles olhos azuis.
- Que incendeia o meu coração...
Como não incendiar o meu coração com aquele olhar tão lindo?
- E esse desejo, te revela em um simples gesto qual será a sua intenção...
Qual seria a intenção do Bruno naquele momento?
- Eu só quero que você entenda: o meu sentimento é verdadeiro...
- Acredita em mim, Caio – ele falou.
Não sei como consegui ouvir aquela voz rouca no meio de tantos gritos.
- Não há segredos quando o amor chega...
Segredo? Pra que segredo? Se eu pudesse, eu gritava aos quatro ventos que eu amava aquele garoto que estava ali na minha frente...
- Seu olhar foi de encontro ao meu...
Ele já estava olhando pra mim há muito tempo...
- E o meu destino está junto ao seu...
Eu já sabia disso. Eu já sabia...
- Meu vício...
- Meu vício – eu falei baixinho.
- Mania – Bruno completou.
- Eu desvendei os mistérios do seu coração – nós falamos juntos.
A gente não chorou nessa música, mas a letra nos disse algo que só nós dois entendemos. Não poderia existir nada melhor que aquilo. Até aquele momento, eu só tinha escutado canções que falavam pra mim, que falavam pro Bruno e que falavam pra nós dois.
Claro que elas não foram escritas pensando na gente, mas todas contavam de alguma forma a nossa história. Uma falava do amor que eu sentia por ele, outra falava do amor que ele sentia por mim. Uma outra falava da pirraça que eu fazia com ele e outra qualquer falava que era a hora da gente voltar.
Eu me fiz a seguinte pergunta: como não gostar de Jorge e Mateus à partir daquele momento? Impossível. Além de serem lindos, ambos cantavam como ninguém. O Jorge não cantava somente com a garganta, ele se entregava. E o Mateus tocava guitarra como ninguém. Era a dupla perfeita. E ambos cantavam com a alma. Eles transmitiam sentimento não só na letra, não só na melodia, como também nas vozes.
Aquele era o primeiro show da minha vida e eu comecei essa fase logo com o pé direito. Claro que eu ouvia muitas músicas mais além dessas, mas ter tido a oportunidade de ir naquele show, com certeza mudou em definitivo a minha vida.
E essa mudança só foi possível, graças a presença do Bruno. Se ele não tivesse ido, talvez essa mudança não tivesse ocorrido.
Eu não precisava mais esconder dele o quanto o amava e o quanto eu estava derretido com aquelas canções. Vê-lo e ouvi-lo cantando pra mim com aquela voz linda, tirou todo e qualquer tipo de mágoa que existia dentro do meu coração.
Se antes eu já era apaixonado pelo Bruno, daquele momento em diante eu fiquei mil vezes mais apaixonado. Se eu tivesse oportunidade e possibilidade, eu o beijaria ali mesmo e me entregaria de corpo e alma. Pelo menos era isso o que eu estava sentindo naquele momento. Se eu ia mudar de ideia depois, eu já não sabia dizer.
A próxima música que eles cantaram foi mais perfeita ainda:
7 – De Tanto Te Querer
“Larga tudo e
vem correndo
Vem matar minha vontade
Já faz tempo que eu to sofrendo
Mereço um pouco de felicidade
Vem matar minha vontade
Já faz tempo que eu to sofrendo
Mereço um pouco de felicidade
Larga tudo e
vem correndo
Pra eu mergulhar no teu sorriso
Me arranca dessse inferno
Me leva pro seu paraíso
Pra eu mergulhar no teu sorriso
Me arranca dessse inferno
Me leva pro seu paraíso
Eu não desisto
do que eu quero
Mas não me desespero, te espero
Na tarde quente ou madrugada fria
Na tristeza ou na alegria
Mas não me desespero, te espero
Na tarde quente ou madrugada fria
Na tristeza ou na alegria
Ficar sozinho
não rola
Mas amor não se implora
Nem se joga fora
Mas amor não se implora
Nem se joga fora
O amor a gente
conquista
E não há quem desista
Se o coração chora
E não há quem desista
Se o coração chora
Chora com vontade de te ver
Chora com saudade de você
Chora às vezes eu nem sei porquê
Deve ser de tanto te querer
Iêêê, Iêêê, de tanto amar você...
Eu não desisto
do que eu quero
Mas não me desespero, te espero
Na tarde quente ou madrugada fria
Na tristeza ou na alegria
Mas não me desespero, te espero
Na tarde quente ou madrugada fria
Na tristeza ou na alegria
Ficar sozinho
não rola
Mas amor não se implora
Nem se joga fora
Mas amor não se implora
Nem se joga fora
O amor a gente
conquista
E não há quem desista
Se o coração chora
E não há quem desista
Se o coração chora
Ficar sozinho
não rola
Mas amor não se implora
Nem se joga fora
Mas amor não se implora
Nem se joga fora
O amor a gente
conquista
E não há quem desista
Se o coração chora
E não há quem desista
Se o coração chora
Chora com
vontade de te ver
Chora com saudade de você
Chora às vezes eu nem sei porquê
Deve ser de tanto te querer
Iêêê, Iêêê, de tanto amar você...”
Chora com saudade de você
Chora às vezes eu nem sei porquê
Deve ser de tanto te querer
Iêêê, Iêêê, de tanto amar você...”
Essa foi mais uma que o Bruno cantou pra mim e mais uma vez eu caí na
emoção, mas foi uma emoção sem lágrimas. Na metade dessa canção o Rodrigo
voltou pra perto da gente e fez praticamente um show à parte quando me viu
perto do Bruno:
- CAIO?
Eu o fitei, sem entender o motivo daquele grito.
- O que você está fazendo com ele???
- Quer calar a boca? – pedi. – Nós não estamos sozinhos, Rodrigo. Nada de escândalo aqui.
- Não acredito no que eu estou vendo, Caio! Não acredito...
- Quer curtir o show, por favor?
- Rodrigo, vamos caçar mais gatas, vem – Fabrício puxou o meu amigo pelo braço e eu me senti muito agradecido.
Só à partir deste momento eu resolvi me afastar um pouco dos meus amigos. Não me afastei demais, mas me distanciei para poder ficar só com o Bruno e com mais ninguém. Era ele que me importava naquele momento.
- Eu te amo, Caio – ele falou de repente. – Me perdoa?
Fiquei calado e mordi meu lábio. Meu coração estava quase explodindo de novo no meu peito e não cansava de gritar: PERDOA, CAIO!
- A... A gente... Conversa depois... Aqui não...
Ele assentiu e a outra música começou. Neste instante, iniciou-se uma sequência de canções de outros artistas, como por exemplo Claudia Leitte. Eu não me interessei por nenhuma música que foi cantada e isso me fez ter tempo para recuperar a voz. Só voltei a cantar quando eles tocaram “Fogueira”.
- CAIO?
Eu o fitei, sem entender o motivo daquele grito.
- O que você está fazendo com ele???
- Quer calar a boca? – pedi. – Nós não estamos sozinhos, Rodrigo. Nada de escândalo aqui.
- Não acredito no que eu estou vendo, Caio! Não acredito...
- Quer curtir o show, por favor?
- Rodrigo, vamos caçar mais gatas, vem – Fabrício puxou o meu amigo pelo braço e eu me senti muito agradecido.
Só à partir deste momento eu resolvi me afastar um pouco dos meus amigos. Não me afastei demais, mas me distanciei para poder ficar só com o Bruno e com mais ninguém. Era ele que me importava naquele momento.
- Eu te amo, Caio – ele falou de repente. – Me perdoa?
Fiquei calado e mordi meu lábio. Meu coração estava quase explodindo de novo no meu peito e não cansava de gritar: PERDOA, CAIO!
- A... A gente... Conversa depois... Aqui não...
Ele assentiu e a outra música começou. Neste instante, iniciou-se uma sequência de canções de outros artistas, como por exemplo Claudia Leitte. Eu não me interessei por nenhuma música que foi cantada e isso me fez ter tempo para recuperar a voz. Só voltei a cantar quando eles tocaram “Fogueira”.
8 - Fogueira
“Não para de
chover
E eu preciso do sol pra lembrar seu calor
Se eu te magoei
Desculpe estou aprendendo o que é amor
E eu preciso do sol pra lembrar seu calor
Se eu te magoei
Desculpe estou aprendendo o que é amor
Nas noites
mais escuras
Nos bares, nas ruas tudo é solidão
Não me deixe sozinho, falta de carinho
Rima com nova paixão
Nos bares, nas ruas tudo é solidão
Não me deixe sozinho, falta de carinho
Rima com nova paixão
Eu quero seu
amor
Eu quero ser seu homem se você quiser
Se eu tiver seu amor
Juro não preciso amar outra mulher
Não deixe apagar
A fogueira do meu coração...
Não deixe apagar
A fogueira do meu coração...
Eu quero ser seu homem se você quiser
Se eu tiver seu amor
Juro não preciso amar outra mulher
Não deixe apagar
A fogueira do meu coração...
Não deixe apagar
A fogueira do meu coração...
Não para de
chover
E eu preciso do sol pra lembrar seu calor
Se eu te magoei
Desculpe estou aprendendo o que é amor
E eu preciso do sol pra lembrar seu calor
Se eu te magoei
Desculpe estou aprendendo o que é amor
Nas noites
mais escuras
Nos bares, nas ruas tudo é solidão
Não me deixe sozinho, falta de carinho
Rima com nova paixão
Nos bares, nas ruas tudo é solidão
Não me deixe sozinho, falta de carinho
Rima com nova paixão
Eu quero seu
amor
Eu quero ser seu homem se você quiser
Se eu tiver seu amor
Juro não preciso amar outra mulher
Não deixe apagar
A fogueira do meu coração...
Não deixe apagar
A fogueira do meu coração...”
Eu quero ser seu homem se você quiser
Se eu tiver seu amor
Juro não preciso amar outra mulher
Não deixe apagar
A fogueira do meu coração...
Não deixe apagar
A fogueira do meu coração...”
- NÃO PARA DE CHOVER...
Minha garganta já estava começando a doer.
- E EU PRECISO DO SOL PRA LEMBRAR SEU CALOR...
- SE EU TE MAGOEI...
Foi a vez dele gritar pra mim.
- DESCULPE ESTOU APRENDENDO O QUE É AMOR...
- NAS NOITES MAIS ESCURAS... – eu continuei.
- NOS BARES, NAS RUAS... – ele prosseguiu.
- TUDO É SOLIDÃO... – e eu dei continuidade.
- NÃO ME DEIXE SOZINHO, FALTA DE CARINHO RIMA COMO NOVA PAIXÃO...
Por que ele teve que cantar justo essa parte?
- EU QUERO SEU AMOR...
- EU QUERO SER SEU HOMEM SE VOCÊ QUISER...
- SE EU TIVER SEU AMOR JURO NÃO PRECISO AMAR...
Outra mulher? CRUZES!
Nós quase nos beijamos. Quase! Só não fizemos isso porque eu lembrei onde nós estávamos. Mas a vontade tomou conta de mim e acho que dele também.
- NÃO DEIXE APAGAR...
- A FOGUEIRA DO MEU CORAÇÃO...
E assim o tempo foi passando. Mesmo estando um pouco mais longe dos meninos, eu ainda conseguia ouvir a Janaína gritando:
- MATEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEUS GOSTOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOSO!!!
Ela me envergonhava. Como ela conseguia gritar daquele jeito?
A outra música foi incrível também. Eu comecei a letra e não parei de olhar pro Bruno um segundo sequer:
E nesse momento, a minha razão possuiu o meu corpo numas condições... Que eu senti vontade de bater na cara do Bruno de tanta raiva que eu passei a sentir dele.
- A FOGUEIRA DO MEU CORAÇÃO...
E assim o tempo foi passando. Mesmo estando um pouco mais longe dos meninos, eu ainda conseguia ouvir a Janaína gritando:
- MATEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEUS GOSTOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOSO!!!
Ela me envergonhava. Como ela conseguia gritar daquele jeito?
A outra música foi incrível também. Eu comecei a letra e não parei de olhar pro Bruno um segundo sequer:
E nesse momento, a minha razão possuiu o meu corpo numas condições... Que eu senti vontade de bater na cara do Bruno de tanta raiva que eu passei a sentir dele.
9 – O Mundo é Tão Pequeno
“Pode brincar
Eu te conheço, sei jogar seu jogo, sei que você vai se queimar
Sei que não aguenta fogo e vai quebrar a cara
Quando me ver escapando entre seus dedos
Ou dividindo meus segredos com outra pessoa
Eu te conheço, sei jogar seu jogo, sei que você vai se queimar
Sei que não aguenta fogo e vai quebrar a cara
Quando me ver escapando entre seus dedos
Ou dividindo meus segredos com outra pessoa
Hoje eu
acordei gostando mais de mim...
Vou cair fora numa boa
Vou cair fora numa boa
Então fica
assim
A gente se encontra em outra ocaisão
Na festa junina, festa de peão
No bar da esquina
O mundo é tão pequeno afinal
A gente se encontra em outra ocaisão
Na festa junina, festa de peão
No bar da esquina
O mundo é tão pequeno afinal
E graças a
Deus
Que o seu amor não me fez tão mal
Que o meu coração ainda bate igual
E a gente se encontra em outro carnaval
Que o seu amor não me fez tão mal
Que o meu coração ainda bate igual
E a gente se encontra em outro carnaval
O mundo é tão
pequeno afinal...
O mundo é tão pequeno afinal...
O mundo é tão pequeno afinal...
Pode brincar
Eu te conheço, sei jogar seu jogo, sei que você vai se queimar
Sei que não aguenta fogo e vai quebrar a cara
Quando me ver escapando entre seus dedos
Ou dividindo meus segredos com outra pessoa
Eu te conheço, sei jogar seu jogo, sei que você vai se queimar
Sei que não aguenta fogo e vai quebrar a cara
Quando me ver escapando entre seus dedos
Ou dividindo meus segredos com outra pessoa
Hoje eu
acordei gostando mais de mim...
Vou cair fora numa boa
Vou cair fora numa boa
Então fica
assim
A gente se encontra em outra ocaisão
Na festa junina, festa de peão
No bar da esquina
O mundo é tão pequeno afinal
A gente se encontra em outra ocaisão
Na festa junina, festa de peão
No bar da esquina
O mundo é tão pequeno afinal
E graças a
Deus
Que o seu amor não me fez tão mal
Que o meu coração ainda bate igual
E a gente se encontra em outro carnaval
Que o seu amor não me fez tão mal
Que o meu coração ainda bate igual
E a gente se encontra em outro carnaval
Então fica
assim
A gente se encontra em outra ocaisão
Na festa junina, festa de peão
No bar da esquina
O mundo é tão pequeno afinal
A gente se encontra em outra ocaisão
Na festa junina, festa de peão
No bar da esquina
O mundo é tão pequeno afinal
E graças a
Deus
Que o seu amor não me fez tão mal
Que o meu coração ainda bate igual
E a gente se encontra em outro carnaval
Que o seu amor não me fez tão mal
Que o meu coração ainda bate igual
E a gente se encontra em outro carnaval
O mundo é tão
pequeno afinal...
O mundo é tão pequeno afinal...”
O mundo é tão pequeno afinal...”
- HOJE EU ACORDEI GOSTANDO MAIS DE MIM – fiz questão de encarar o Bruno. –
VOU CAIR FORA NUMA BOA...
Ele só me olhou e de repente ficou com a cabeça baixa. Acho que ele entendeu o recado da música...
Mas houve o momento da revanche e foi logo em seguida. Eu já estava começando a me sentir num ring de boxe. Já tinha perdido as contas de quantas batalhas eu tinha ganhado e quantas tinha perdido, mas eu sabia que o Bruno estava levando vantagem:
Ele só me olhou e de repente ficou com a cabeça baixa. Acho que ele entendeu o recado da música...
Mas houve o momento da revanche e foi logo em seguida. Eu já estava começando a me sentir num ring de boxe. Já tinha perdido as contas de quantas batalhas eu tinha ganhado e quantas tinha perdido, mas eu sabia que o Bruno estava levando vantagem:
10 – Onde Haja Sol
“Há quem diga
que quem anda só é melhor
Do que ao lado de quem não te quer bem
O meu coração está cansado de ser torturado
E precisa de alguém...
Do que ao lado de quem não te quer bem
O meu coração está cansado de ser torturado
E precisa de alguém...
Vou tomar o
caminho mais reto
Vou seguir direto até onde eu quiser...
Vou levar esse amor solitário, tranquilo e na boa Até onde eu puder...
Vou seguir direto até onde eu quiser...
Vou levar esse amor solitário, tranquilo e na boa Até onde eu puder...
Veja só, eu
podia estar ao seu lado
Mas não deu
Eu não vou ficar aqui parado...
Mas não deu
Eu não vou ficar aqui parado...
To indo pra
onde haja sol
Pois o meu coração é meu lar
Se você quiser ir
Pode vir já guardei seu lugar...
Pois o meu coração é meu lar
Se você quiser ir
Pode vir já guardei seu lugar...
Vamos viver
tudo aquilo que ainda não vivemos
Mais uma chance pro amor
Pra salvar o que ainda não perdemos...
Mais uma chance pro amor
Pra salvar o que ainda não perdemos...
Vou tomar o
caminho mais reto
Vou seguir direto até onde eu quiser
Vou levar esse amor solitário, tranquilo e na boa
Até onde eu puder...
Vou seguir direto até onde eu quiser
Vou levar esse amor solitário, tranquilo e na boa
Até onde eu puder...
Veja só, eu
podia estar ao seu lado
Mas não deu
Eu não vou ficar aqui parado...
Mas não deu
Eu não vou ficar aqui parado...
To indo pra
onde haja sol
Pois o meu coração é meu lar
Se você quiser ir, pode vir já guardei seu lugar
Pois o meu coração é meu lar
Se você quiser ir, pode vir já guardei seu lugar
Vamos viver,
tudo aquilo que ainda não vivemos
Mais uma chance pro amor
Pra salvar o que ainda não perdemos...”
Mais uma chance pro amor
Pra salvar o que ainda não perdemos...”
Não tinha como ser menos perfeito. Eu dava um tapa na cara do Bruno e ele
me voltava com dois.
- EU PODIA ESTAR AO SEU LADO, MAS NÃO DEU E EU NÃO VOU FICAR AQUI PARADO!!!
E assim continuou sendo no restante do show.
- EU PODIA ESTAR AO SEU LADO, MAS NÃO DEU E EU NÃO VOU FICAR AQUI PARADO!!!
E assim continuou sendo no restante do show.
11 – Se Eu Pedir Cê Volta?
“Eu nem
lembrava mais o gosto do seu beijo
Faz tempo que a gente tava separado
Eu nem imaginava o quanto te desejo
Pensei que o nosso amor era caso encerrado
Faz tempo que a gente tava separado
Eu nem imaginava o quanto te desejo
Pensei que o nosso amor era caso encerrado
Foi só te ver
de novo pra eu perceber
Que o meu coração só sabe te querer
Bateu uma saudade, uma louca vontade
De amar você
Que o meu coração só sabe te querer
Bateu uma saudade, uma louca vontade
De amar você
Se eu pedir cê
volta pro meu coração?
Pelo amor de Deus, não me diga não
Vem que tá na hora, tá aberta a porta
Pra você entrar
Pelo amor de Deus, não me diga não
Vem que tá na hora, tá aberta a porta
Pra você entrar
Se eu pedir cê
volta pro meu coração?
Pelo amor de Deus. Não me diga não
Vem que tá na hora, a hora é agora
Pra você voltar
Pelo amor de Deus. Não me diga não
Vem que tá na hora, a hora é agora
Pra você voltar
Eu nem
lembrava mais o gosto do seu beijo
Faz tempo que a gente tava separado
Eu nem imaginava o quanto te desejo
Pensei que o nosso amor era caso encerrado
Faz tempo que a gente tava separado
Eu nem imaginava o quanto te desejo
Pensei que o nosso amor era caso encerrado
Foi só te ver
de novo pra eu perceber
Que o meu coração só sabe te querer
Bateu uma saudade, uma louca vontade
De amar você
Que o meu coração só sabe te querer
Bateu uma saudade, uma louca vontade
De amar você
Se eu pedir cê
volta pro meu coração?
Pelo amor de Deus, não me diga não
Vem que tá na hora, tá aberta a porta
Pra você entrar
Pelo amor de Deus, não me diga não
Vem que tá na hora, tá aberta a porta
Pra você entrar
Se eu pedir cê
volta pro meu coração?
Pelo amor de Deus. Não me diga não
Vem que tá na hora, a hora é agora
Pra você voltar
Pelo amor de Deus. Não me diga não
Vem que tá na hora, a hora é agora
Pra você voltar
Se eu pedir cê
volta pro meu coração?
Pelo amor de Deus, não me diga não
Vem que tá na hora, tá aberta a porta
Pra você entrar
Pelo amor de Deus, não me diga não
Vem que tá na hora, tá aberta a porta
Pra você entrar
Se eu pedir cê
volta pro meu coração?
Pelo amor de Deus. Não me diga não
Vem que tá na hora, a hora é agora
Pra você voltar...”
Pelo amor de Deus. Não me diga não
Vem que tá na hora, a hora é agora
Pra você voltar...”
- EU NEM LEMBRAVA MAIS O GOSTO DO SEU BEIJO...
- FAZ TEMPO QUE A GENTE TAVA SEPARADO... – Bruno continuou.
- EU NEM IMAGINAVA O QUANTO TE DESEJO...
Não mesmo. Eu não imaginava o quanto eu desejava o Bruno.
- PENSEI QUE O NOSSO AMOR ERA CASO ENCERRADO...
- FOI SÓ TE VER DE NOVO PRA EU PERCEBER...
- QUE O MEU CORAÇÃO SÓ SABE TE QUERER... – eu também cantei.
- BATEU UMA SAUDADE, UMA LOUCA VONTADE DE...
- DE AMAR VOCÊ – eu gritei com toda a minha força.
- SE EU PEDIR CÊ VOLTA PRO MEU CORAÇÃO?
Nessa hora eu fiquei calado. A minha consciência não me deixou cantar mais.
- PELO AMOR DE DEUS, NÃO ME DIGA NÃO...
NÃÃÃÃÃO. Eu não ia dizer não. Eu ia dizer SIM!
- VEM QUE TÁ NA HORA, TÁ ABERTA A PORTA PRA VOCÊ ENTRAR...
Posso entrar, Bruno? Tem certeza?
- SE EU PEDIR CÊ VOLTA PRO MEU CORAÇÃO?
VOLTO!
- PELO AMOR DE DEUS, NÃO ME DIGA NÃO...
- VEM QUE TÁ NA HORA, A HORA É AGORA... PRA VOCÊ VOLTAR...
- Se eu pedir cê volta? – o Jorge brincou.
- VOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOLTO – as mulheres gritaram.
- E eu? Se eu pedir cê volta? – o Bruno me encarou com aqueles olhos brilhantes e azuis.
- VOLTO! – gritei sem penas.
- VOLTA COMIGO, CAIO?
Meu coração voou. Será que nós já tínhamos voltado? Quem disse que a gente conseguiu segurar o abraço? Foi muito, muito mais forte que eu...
- Eu te amo... Eu te amo... Eu te amo... – ele falava no meu ouvido, com a voz acabada.
- FAZ TEMPO QUE A GENTE TAVA SEPARADO... – Bruno continuou.
- EU NEM IMAGINAVA O QUANTO TE DESEJO...
Não mesmo. Eu não imaginava o quanto eu desejava o Bruno.
- PENSEI QUE O NOSSO AMOR ERA CASO ENCERRADO...
- FOI SÓ TE VER DE NOVO PRA EU PERCEBER...
- QUE O MEU CORAÇÃO SÓ SABE TE QUERER... – eu também cantei.
- BATEU UMA SAUDADE, UMA LOUCA VONTADE DE...
- DE AMAR VOCÊ – eu gritei com toda a minha força.
- SE EU PEDIR CÊ VOLTA PRO MEU CORAÇÃO?
Nessa hora eu fiquei calado. A minha consciência não me deixou cantar mais.
- PELO AMOR DE DEUS, NÃO ME DIGA NÃO...
NÃÃÃÃÃO. Eu não ia dizer não. Eu ia dizer SIM!
- VEM QUE TÁ NA HORA, TÁ ABERTA A PORTA PRA VOCÊ ENTRAR...
Posso entrar, Bruno? Tem certeza?
- SE EU PEDIR CÊ VOLTA PRO MEU CORAÇÃO?
VOLTO!
- PELO AMOR DE DEUS, NÃO ME DIGA NÃO...
- VEM QUE TÁ NA HORA, A HORA É AGORA... PRA VOCÊ VOLTAR...
- Se eu pedir cê volta? – o Jorge brincou.
- VOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOLTO – as mulheres gritaram.
- E eu? Se eu pedir cê volta? – o Bruno me encarou com aqueles olhos brilhantes e azuis.
- VOLTO! – gritei sem penas.
- VOLTA COMIGO, CAIO?
Meu coração voou. Será que nós já tínhamos voltado? Quem disse que a gente conseguiu segurar o abraço? Foi muito, muito mais forte que eu...
- Eu te amo... Eu te amo... Eu te amo... – ele falava no meu ouvido, com a voz acabada.
- A gente vai conversar, tá bom?
- Uhum, uhum...
Nesse momento nós decidimos voltar para perto dos nossos amigos. À partir daí eu já estava pra lá de acabado, mas ainda queria curtir o show. Pena que ele já estava em mais da metade...
- Onde você tava? – a voz da Jana foi um sussurro.
- Ali atrás.
Os meninos tocaram mais algumas músicas animadas, mas nenhuma dela se encaixava pra mim e pro Bruno e eu não fiquei contente com isso.
Só depois de uns três singles é que eu voltei a cantar pra ele. Era um ritmo tão animado, que eu me pus a dançar:
- Uhum, uhum...
Nesse momento nós decidimos voltar para perto dos nossos amigos. À partir daí eu já estava pra lá de acabado, mas ainda queria curtir o show. Pena que ele já estava em mais da metade...
- Onde você tava? – a voz da Jana foi um sussurro.
- Ali atrás.
Os meninos tocaram mais algumas músicas animadas, mas nenhuma dela se encaixava pra mim e pro Bruno e eu não fiquei contente com isso.
Só depois de uns três singles é que eu voltei a cantar pra ele. Era um ritmo tão animado, que eu me pus a dançar:
12 – Só Falta Você
“Posso até
fazer de tudo pra você voltar
E mudar minha rotina só pra te agradar
Se você não está por perto não sei me cuidar
Eu te amo de verdade, pode acreditar
E mudar minha rotina só pra te agradar
Se você não está por perto não sei me cuidar
Eu te amo de verdade, pode acreditar
Você era
aminha vida, meu porto seguro
Meu destino, meu passado, presente e futuro
Fiz promessas de joelhos pra te esquecer
Nem um santo me atendeu e eu já sei porquê...
Meu destino, meu passado, presente e futuro
Fiz promessas de joelhos pra te esquecer
Nem um santo me atendeu e eu já sei porquê...
Meu amor não
vejo a hora
De você voltar
E tirar essa agonia
De te esperar
De você voltar
E tirar essa agonia
De te esperar
To de olho na
estrada esperando você
Coração tá preparado pra te receber
Tô usando o perfume que você adora
E a canção que você gosta tá tocando agora
Coração tá preparado pra te receber
Tô usando o perfume que você adora
E a canção que você gosta tá tocando agora
To de olho na
estrada esperando você
Coração tá preparado pra te receber
Tô usando o perfume que você adora
E a canção que você gosta tá tocando agora
Coração tá preparado pra te receber
Tô usando o perfume que você adora
E a canção que você gosta tá tocando agora
Meu benquerer
Só falta você
Meu benquerer
Só falta você
Meu benquerer
Só falta você
Só falta você
Meu benquerer
Só falta você
Meu benquerer
Só falta você
Posso até
fazer de tudo pra você voltar
E mudar minha rotina só pra te agradar
Se você não está por perto não sei me cuidar
Eu te amo de verdade, pode acreditar
E mudar minha rotina só pra te agradar
Se você não está por perto não sei me cuidar
Eu te amo de verdade, pode acreditar
Você era a
minha vida, meu porto seguro
Meu destino, meu passado, presente e futuro
Fiz promessas de joelhos pra te esquecer
Nem um santo me atendeu e eu já sei porquê...
Meu destino, meu passado, presente e futuro
Fiz promessas de joelhos pra te esquecer
Nem um santo me atendeu e eu já sei porquê...
Meu amor não
vejo a hora
De você voltar
E tirar essa agonia
De te esperar
De você voltar
E tirar essa agonia
De te esperar
To de olho na
estrada esperando você
Coração tá preparado pra te receber
To usando o perfume que você adora
E a canção que você gosta tá tocando agora
Coração tá preparado pra te receber
To usando o perfume que você adora
E a canção que você gosta tá tocando agora
To de olho na
estrada esperando você
Coração tá preparado pra te receber
To usando o perfume que você adora
E a canção que você gosta tá tocando agora
Coração tá preparado pra te receber
To usando o perfume que você adora
E a canção que você gosta tá tocando agora
Meu benquerer
Só falta você
Meu benquerer
Só falta você
Meu benquerer
Só falta você...”
- FIZ PROMESSAS DE JOELHOS PRA TE ESQUECER...
Só falta você
Meu benquerer
Só falta você
Meu benquerer
Só falta você...”
- FIZ PROMESSAS DE JOELHOS PRA TE ESQUECER...
Ele só me olhava.
- NEM UM SANTO ME ATENDEU E EU JÁ SEI PORQUÊ...
Janaína se juntou a mim e nós dois ficamos dançando uma espécie de forró. Depois da gente, a Bruna e o Vinícius e a Alexia e o Diego fizeram a mesma coisa.
- TO DE OLHO NA ESTRADA ESPERANDO VOCÊ...
- Tá me esperando, Caio? Eu to aqui, menino! – Janaína brincou.
- CORAÇÃO TÁ PREPARADO PRA TE RECEBER...
- Ai que lindo, Caio!
- TO USANDO O PERFUME QUE VOCÊ ADORA...
- Isso é uma declaração, Caio Monteiro? – Janaína me fitou profundamente.
- MEU BENQUERER, SÓ FALTA VOCÊ!
- Casa comigo, gostoso? – ela zoou.
- Caso! – minha voz quase não saiu.
Pelo canto do olho, vi que o Bruno continuava me olhando. Ele sabia que aquela música era pra ele, eu sabia disso!
Eu estava cansado sim, mas quanto mais a dupla cantava, mais que queria ficar naquele show. E foi quando eles tocaram “Pode Chorar” que eu deixei a minha razão tomar novamente o meu corpo:
- NEM UM SANTO ME ATENDEU E EU JÁ SEI PORQUÊ...
Janaína se juntou a mim e nós dois ficamos dançando uma espécie de forró. Depois da gente, a Bruna e o Vinícius e a Alexia e o Diego fizeram a mesma coisa.
- TO DE OLHO NA ESTRADA ESPERANDO VOCÊ...
- Tá me esperando, Caio? Eu to aqui, menino! – Janaína brincou.
- CORAÇÃO TÁ PREPARADO PRA TE RECEBER...
- Ai que lindo, Caio!
- TO USANDO O PERFUME QUE VOCÊ ADORA...
- Isso é uma declaração, Caio Monteiro? – Janaína me fitou profundamente.
- MEU BENQUERER, SÓ FALTA VOCÊ!
- Casa comigo, gostoso? – ela zoou.
- Caso! – minha voz quase não saiu.
Pelo canto do olho, vi que o Bruno continuava me olhando. Ele sabia que aquela música era pra ele, eu sabia disso!
Eu estava cansado sim, mas quanto mais a dupla cantava, mais que queria ficar naquele show. E foi quando eles tocaram “Pode Chorar” que eu deixei a minha razão tomar novamente o meu corpo:
13 – Pode Chorar
“Quase que acabo com a minha vida
Você me pôs num beco sem saída
Por que fez isso comigo?
Você me pôs num beco sem saída
Por que fez isso comigo?
Me dediquei somente a
você
Tudo que eu podia eu tentei fazer
Mas não, não adiantou
Tudo que eu podia eu tentei fazer
Mas não, não adiantou
Você não sabe
o que é amar
Você não sabe o que é amor
Acha que é somente ficar, ficar, ficar
E se rolar rolou
Você não sabe o que é amor
Acha que é somente ficar, ficar, ficar
E se rolar rolou
Não se maltrata
o coração
De quem não merece sofrer
Não vou ficar na solidão, de mão em mão
Assim como você
De quem não merece sofrer
Não vou ficar na solidão, de mão em mão
Assim como você
Pode chorar
Mas eu não volto pra você
Pode chorar
Você não vai me convencer
Pode chorar
Você se lembra o quanto eu chorei por você?
Mas eu não volto pra você
Pode chorar
Você não vai me convencer
Pode chorar
Você se lembra o quanto eu chorei por você?
Quase que
acabo com a minha vida
Você me pôs num beco sem saída
Por que fez isso comigo?
Você me pôs num beco sem saída
Por que fez isso comigo?
Me dediquei
somente a você
Tudo que eu podia eu tentei fazer
Mas não, não adiantou
Tudo que eu podia eu tentei fazer
Mas não, não adiantou
Você não sabe
o que é amar
Você não sabe o que é amor
Acha que é somente ficar, ficar, ficar
E se rolar rolou
Você não sabe o que é amor
Acha que é somente ficar, ficar, ficar
E se rolar rolou
Não se
maltrata o coração
De quem não merece sofrer
Não vou ficar na solidão, de mão em mão
Assim como você
De quem não merece sofrer
Não vou ficar na solidão, de mão em mão
Assim como você
Pode chorar
Mas eu não volto pra você
Pode chorar
Você não vai me convencer
Pode chorar
Você se lembra o quanto eu chorei por você?”
Mas eu não volto pra você
Pode chorar
Você não vai me convencer
Pode chorar
Você se lembra o quanto eu chorei por você?”
- PODE CHORAR, MAS EU NÃO VOLTO PRA VOCÊ!
E não é que ele chorou mesmo? Deve ter sido de raiva.
- PODE CHORAR, VOCÊ NÃO VAI ME CONVENCER!
E não ia mesmo. Ele não ia me convencer. Não ia!
- VOCÊ SE LEMBRA O QUANTO EU CHOREI POR VOCÊ?
Tantas lágrimas, tanto choro, tanta depressão por causa daquele desgraçado!!!
- QUASE QUE ACABO COM A MINHA VIDA...
Literalmente falando, quase acabei com a minha vida.
- VOCÊ ME PÔS NUM BECO SEM SAÍDA...
- Caio...
- POR QUE, FEZ ISSO COMIGO?
- Me perdoa?
- ME DEDIQUEI SOMENTE À VOCÊ...
Amava essa música! Sempre quis cantá-la pro Bruno e aquela foi a ocasião perfeita!
- TUDO O QUE EU PODIA EU TENTEI FAZER, MAS NÃO, NÃO ADIANTOU!
Ele só fazia me olhar com aqueles olhos marejados...
- VOCÊ NÃO SABE O QUE É AMAR!
Bem feito, Bruno!
- VOCÊ NÃO SABE O QUE É AMOR!
Bem feito, desgraçado!
- ACHA QUE É SOMENTE FICAR, FICAR, FICAR...
Leva um soco no coração!
- E SE ROLAR ROLOU...
É isso ai, Caio! Gostei de ver.
- NÃO SE MALTRATA O CORAÇÃO DE QUEM NÃO MERECE SOFRER...
E eu NÃO merecia mais sofrer! Eu já tinha sofrido munto nessa vida!
- NÃO VOU FICAR NA SOLIDÃO DE MÃO EM MÃO, ASSIM COMO VOCÊ!
Minha razão riu da cara que ele fez. Esse foi o ápice da minha consciência.
A próxima música foi “Voa Beija-Flor” e mais uma vez a minha razão continuou tomando conta de mim.
E não é que ele chorou mesmo? Deve ter sido de raiva.
- PODE CHORAR, VOCÊ NÃO VAI ME CONVENCER!
E não ia mesmo. Ele não ia me convencer. Não ia!
- VOCÊ SE LEMBRA O QUANTO EU CHOREI POR VOCÊ?
Tantas lágrimas, tanto choro, tanta depressão por causa daquele desgraçado!!!
- QUASE QUE ACABO COM A MINHA VIDA...
Literalmente falando, quase acabei com a minha vida.
- VOCÊ ME PÔS NUM BECO SEM SAÍDA...
- Caio...
- POR QUE, FEZ ISSO COMIGO?
- Me perdoa?
- ME DEDIQUEI SOMENTE À VOCÊ...
Amava essa música! Sempre quis cantá-la pro Bruno e aquela foi a ocasião perfeita!
- TUDO O QUE EU PODIA EU TENTEI FAZER, MAS NÃO, NÃO ADIANTOU!
Ele só fazia me olhar com aqueles olhos marejados...
- VOCÊ NÃO SABE O QUE É AMAR!
Bem feito, Bruno!
- VOCÊ NÃO SABE O QUE É AMOR!
Bem feito, desgraçado!
- ACHA QUE É SOMENTE FICAR, FICAR, FICAR...
Leva um soco no coração!
- E SE ROLAR ROLOU...
É isso ai, Caio! Gostei de ver.
- NÃO SE MALTRATA O CORAÇÃO DE QUEM NÃO MERECE SOFRER...
E eu NÃO merecia mais sofrer! Eu já tinha sofrido munto nessa vida!
- NÃO VOU FICAR NA SOLIDÃO DE MÃO EM MÃO, ASSIM COMO VOCÊ!
Minha razão riu da cara que ele fez. Esse foi o ápice da minha consciência.
A próxima música foi “Voa Beija-Flor” e mais uma vez a minha razão continuou tomando conta de mim.
14 – Voa Beija-Flor
“Você não sabe
o que é amor
Nem tampouco paixão
Se soubesse de verdade
Não maltratava meu coração
Nem tampouco paixão
Se soubesse de verdade
Não maltratava meu coração
Parece um
beija-flor
Que vai de boca em boca por aí
Que suga todo o meu amor
E quando enjoa põe um fim
Que vai de boca em boca por aí
Que suga todo o meu amor
E quando enjoa põe um fim
Agora eu não
tô mais disposto a te dar meu mel
Procure logo um novo alguém
Que te leve pro céu
Você seguiu outros caminhos eu fiquei chorando aqui
Com sua vida de aventuras você vai seguir
Procure logo um novo alguém
Que te leve pro céu
Você seguiu outros caminhos eu fiquei chorando aqui
Com sua vida de aventuras você vai seguir
Voa beija-flor
Vai dar seu calor pra quem não te conhece
Sai da minha vida
Busque um outro amor
Você não me merece
Vai dar seu calor pra quem não te conhece
Sai da minha vida
Busque um outro amor
Você não me merece
Voa beija-flor
Você não vai mais sugar do meu amor
Vai sentir o amargo de outras bocas
Lembrando meu sabor
Você não vai mais sugar do meu amor
Vai sentir o amargo de outras bocas
Lembrando meu sabor
Você não sabe
o que é amor
Nem tampouco paixão
Se soubesse de verdade
Não maltratava meu coração
Nem tampouco paixão
Se soubesse de verdade
Não maltratava meu coração
Parece um
beija-flor
Que vai de boca em boca por aí
Que suga todo o meu amor
E quando enjoa põe um fim
Que vai de boca em boca por aí
Que suga todo o meu amor
E quando enjoa põe um fim
Agora eu não
tô mais disposto a te dar meu mel
Procure logo um novo alguém
Que te leve pro céu
Você seguiu outros caminhos eu fiquei chorando aqui
Com sua vida de aventuras você vai seguir
Procure logo um novo alguém
Que te leve pro céu
Você seguiu outros caminhos eu fiquei chorando aqui
Com sua vida de aventuras você vai seguir
Voa beija-flor
Vai dar seu calor pra quem não te conhece
Sai da minha vida
Busque um outro amor
Você não me merece
Vai dar seu calor pra quem não te conhece
Sai da minha vida
Busque um outro amor
Você não me merece
Voa beija-flor
Você não vai mais sugar do meu amor
Vai sentir o amargo de outras bocas
Lembrando meu sabor”
Você não vai mais sugar do meu amor
Vai sentir o amargo de outras bocas
Lembrando meu sabor”
Mas eu me enganei pensando que seria eu que ia cantar pro Bruno. Foi o
contrário e ouvi-lo falando o refrão da música, me fez perceber o quanto eu
sofreria se ele me rejeitasse.
- SAI DA MINHA VIDA, BUSQUE UM OUTRO AMOR VOCÊ NÃO ME MERECE!!!
Não te mereço? Meus olhos ficaram marejados.
- VAI SENTIR O AMARGO DE OUTRAS BOCAS LEMBRANDO MEU SABOR!!!
Senti vontade de socar a cara dele. Quer dizer que primeiro ele se derrete todo pra depois entrar em contradição? Então eu não ia mais querer saber dele, não mesmo!
Porém, bastou ouvir a última música para eu me derreter de novo. Ela se chamava “Amor Covarde” e mais uma vez, parecia que tinha sido escrita pra mim e pro Bruno:
- SAI DA MINHA VIDA, BUSQUE UM OUTRO AMOR VOCÊ NÃO ME MERECE!!!
Não te mereço? Meus olhos ficaram marejados.
- VAI SENTIR O AMARGO DE OUTRAS BOCAS LEMBRANDO MEU SABOR!!!
Senti vontade de socar a cara dele. Quer dizer que primeiro ele se derrete todo pra depois entrar em contradição? Então eu não ia mais querer saber dele, não mesmo!
Porém, bastou ouvir a última música para eu me derreter de novo. Ela se chamava “Amor Covarde” e mais uma vez, parecia que tinha sido escrita pra mim e pro Bruno:
15 – Amor Covarde
“Quando a
gente fica junto, tem briga
Quando a gente se separa, saudade
Quando marca um encontro, discute
Desconheço um amor tão covarde
Quando a gente se separa, saudade
Quando marca um encontro, discute
Desconheço um amor tão covarde
Quando a gente
fica junto, tem briga
Quando a gente se separa, saudade
Quando marca um encontro, discute
Desconheço um amor tão covarde
Quando a gente se separa, saudade
Quando marca um encontro, discute
Desconheço um amor tão covarde
Não vou mais
me preocupar com a situação
A gente se abraça e se beija com tanta ternura
Mas sempre surgi qualquer coisa de errado do tipo
Sem ter nem porquê
Detalhes que somente o tempo pode resolver
A gente se abraça e se beija com tanta ternura
Mas sempre surgi qualquer coisa de errado do tipo
Sem ter nem porquê
Detalhes que somente o tempo pode resolver
Se o erro for
meu eu assumto não quero saber
Te peço milhões de desculpas se preciso for
Não meço limite, distância
Faço qualquer coisa pra não te perder
Espero que você também seja capaz de fazer
Te peço milhões de desculpas se preciso for
Não meço limite, distância
Faço qualquer coisa pra não te perder
Espero que você também seja capaz de fazer
Quando a gente
fica junto, tem briga
Quando a gente se separa, saudade
Quando marca um encontro, discute
Desconheço um amor tão covarde
Quando a gente se separa, saudade
Quando marca um encontro, discute
Desconheço um amor tão covarde
Quando a gente
fica junto, tem briga
Quando a gente se separa, saudade
Quando marca um encontro, discute
Desconheço um amor tão covarde
Quando a gente se separa, saudade
Quando marca um encontro, discute
Desconheço um amor tão covarde
Não vou mais
me preocupar com a situação
A gente se abraça e se beija com tanta ternura
Mas sempre surgi qualquer coisa de errado do tipo
Sem ter nem porquê
Detalhes que somente o tempo pode resolver
A gente se abraça e se beija com tanta ternura
Mas sempre surgi qualquer coisa de errado do tipo
Sem ter nem porquê
Detalhes que somente o tempo pode resolver
Se o erro for
meu eu assumto não quero saber
Te peço milhões de desculpas se preciso for
Não meço limite, distância
Faço qualquer coisa pra não te perder
Espero que você também seja capaz de fazer...”
Te peço milhões de desculpas se preciso for
Não meço limite, distância
Faço qualquer coisa pra não te perder
Espero que você também seja capaz de fazer...”
- NÃO VOU MAIS ME PREOCUPAR COM A SITUAÇÃO – comecei.
- SE O ERRO FOR MEU EU ASSUMO, NÃO QUERO SABER... – ele falou. – TE PEÇO MILHÕES DE DESCULPAS SE PRECISO FOR...
- QUANDO A GENTE FICA JUNTO...
- ... TEM BRIGA...
- QUANDO A GENTE SE SEPARA...
- SAUDADE...
- QUANDO MARCA UM ENCONTRO...
- DISCUTE...
- DESCONHEÇO UM AMOR...
- TÃO COVARDE – nós dois cantamos um pro outro e nos olhamos durante toda a música.
Depois dessa a dupla sertaneja cantou mais alguns singles e nós ficamos lá, um olhando pra cara do outro, curtindo o show o máximo possível.
De repente, a minha atenção foi desviada do Bruno pro lado da Janaína. Eu vi um pequeno tumulto e quando me dei conta, percebi que a minha melhor amiga estava disputando uma toalhinha com outra garota. Naquele momento eu não entendi nada, mas depois fiquei sabendo o porquê daquela discussão.
- TIRA OS OLHOS, SUA LAMBISGOIA! – Janaína tentou arrancar a toalhinha das mãos da garota.
- LAMBISGOIA É VOCÊ, SUA RIDÍCULA!!!
- Gente... – falei pra mim mesmo.
Aparentemente, a desconhecida ia levar a vantagem, mas a Janaína simplesmente puxou a toalhinha com a maior força que teve, a arrancou das mãos da outra fã e enfiou o objeto no meio dos peitos.
- VEM PEGAR AGORA! QUENGA “AMOJADA”!
Foi o maior bafafá, mas ninguém apanhou e isso me deixou contente. Só depois eu entendi que aquela toalhinha era do Mateus e por isso ocorreu aquela disputa. Eu também entraria no meio se soubesse que era dele!
E enfim o show foi finalizado. Os cantores agradeceram pela nossa presença, se despediram e cerca de 5 minutos depois as cortinas foram fechadas.
- O que foi isso? – Janaína estava muito, muito rouca.
- Não sei! – também estava completamente sem voz. – O que foi aquela briga, pelo amor do Santo Cristo?
- Aquela piranha mãe de sêxtuplos queria roubar a minha toalhinha! Quase enfiei a mão nos beiços dela!
- Janaína, demente!
Iniciou-se a discussão sobre o show. Não teve uma pessoa que disse um “a’ daquele espetáculo e ai de quem dissesse. Acho que a Janaína daria um tiro na pessoa.
- Onde está o Murilo? – pela primeira vez naquela noite eu lembrei dele.
- Aqui – a voz dele saiu de trás de mim. – Lembrou que eu existo agora?
Me virei. Ele estava com a cara muito fechada e não estava nem um pouco rouco. Será que não tinha cantado?
- Onde você estava? – tentei me expressar.
- Não é da sua conta!
- Ah, quer saber? FODA-SE!
- Como é?
- FODA-SE! To pouco me importando com essa sua cara de bunda.
- Quer dizer que você vai me tratar assim mesmo?
- Quando você aprender a ser adulto, a gente conversa. Aliás, a gente conversa na sua casa no outro final de semana. Pode ficar tranquilo.
- Beleza. Eu quero mesmo conversar com você e já não é de hoje.
- Pois a recíproca é verdadeira.
Eu segui o pessoal e o Bruno foi logo atrás de mim. Eu bufei de raiva. Maldita hora que chamei o Murilo pra ir naquele show.
- Caio? – a voz dele quase não saiu. – Está tudo bem?
- Não, Bruno. Eu estou com raiva, mas não é de você dessa vez. Não se preocupe.
- A gente pode conversar agora?
- Não, Bruno. Aqui não é o local pra isso.
- Você gostou do show?
- EU AMEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEI – dei um pulo. – MUITO FODA! E você, gostou?
- Você ainda pergunta? Melhor show da minha vida!
- Já foi em muitos, é?
- Não. Esse é o primeiro.
Eu sorri e senti uma vontade enorme de abraçá-lo com muita força.
- Seu bobo!
- Agora falando sério – o Bruno deu até uma tossida. – A gente pode se falar mais tarde no meu apê?
- Que horas?
- Lá pelas 19 horas mais ou menos?
- Pode sim. Eu passo lá. Pode ser?
- Claro! Eu vou ter o maior prazer em te esperar. Quer água?
- Ai... Eu aceito... Se não for abusar...
- Claro que não! Eu só divido com você!
- Lindo – me derreti todinho por ele.
- Ei... Eu te pedi água e você não me deu – Vítor reclamou. – Mas pro Caio você dá, né?
- Você acha que eu vou negar água pro Caio, Vítor? Logo pro Caio? Se liga!
- O que ele tem que eu não tenho?
- Não vou nem te responder.
- Deixa, Bruno – eu bufei. – É inveja,
- Eu não tenho inveja de você! – o menino se exaltou.
- Que bom. Se tivesse acho que eu já estaria morto agora. Ou melhor, não estaria porque eu não to nem aí pra inveja dos outros. Os inimigos me fortalecem.
- O que você tem contra mim, hein Caio?
- Eu não teria nada, se você falasse a verdade, mas eu não quero discutir aqui nem agora. To cansado demais pra isso.
- Todos aqui? – a coitada da Jana quase não tinha voz. – Podemos ir pra van?
Saímos. De repente o Rodrigo chegou ao meu lado e falou no meu ouvido:
- Eu estou de olho em você.
- Ah, é? Que bom. Obrigado por me admirar tanto.
- Idiota! Você entendeu o que eu quis dizer.
- Pegou quantas? – mudei totalmente o rumo da prosa.
- Só 13, mas não mude de assunto.
- E você, Fabrício? Conseguiu ficar com quantas?
- 11, Caio – ele sorriu.
- Nossa, perdeu do Rodrigo, hein?
- Pra você ver. Eu tava mole hoje!
A van estava nos esperando no mesmo lugar onde nos deixou mais cedo. Eu não quis ficar esperando todo mundo chegar não. Fui o primeiro a entrar e fiz questão de ficar logo no último banco, na janela.
- Eu to acabado – Vinícius caiu sentado ao meu lado.
- Nem me fala, amor – Bruna sentou ao lado dele e em seguida deitou em seu ombro.
O Bruno não conseguiu ficar na minha fileira e isso nos deixou entristecidos. Todos estavam comentando o show, mas eu queria mesmo era ficar pertinho dele.
Mas era melhor ele ficar longe. Se ele ficasse perto, algo poderia acontecer e isso não seria legal.
Mas não deu pra resistir. Eu perguntei se tinha como o pessoal dar um pulo pro lado pra ele ficar perto de mim e por sorte, todos toparam.
- Bruno? – falei na orelha dele.
- Oi, Caio? – ele só resmungou. O coitadinho deveria estar cansado.
- Senta aqui do meu lado?
Ele não pensou duas vezes. O menino saiu de onde estava e foi para a minha direita, o que me deixou muito, muito feliz mesmo.
- Obrigado, Vini.
- Por nada, Caio. Espero que a sua voz volte um dia, cara.
- Ah, obrigado pela força.
- Como você está se sentindo? – ele me perguntou.
- Cansadinho e você?
- Também, mas eu estou feliz.
- Também estou feliz.
- Ah, que bom. Eu nunca mais vou esquecer esse show.
- Eu também não.
Virei e olhei pra frente. O Murilo estava me fuzilando com os olhos, mas eu nem me importei. Por mim, aquele namoro já estava terminado. Eu queria mesmo era pensar no Bruno.
Eu não sabia se ia voltar com ele, mas a probabilidade de perdoá-lo estava aumentando a cada minuto. Depois daquele show, eu ia sim repensar as minhas atitudes e se fosse o caso, se eu achasse necessário, talvez pudesse sim reatar o meu namoro com o meu ex-namorado.
- Acho que o Murilo está bravo com você.
- Ele não é o único...
- Rodrigo, não é?
- Sim.
- Desculpa, Caio... Eu não quero estragar a sua amizade com ele...
- Não tem problema. Eu posso fazer as minhas escolhas e eu quero ficar aqui com você.
- Quer mesmo?
- Quero... – confessei.
- Você percebeu o quanto as músicas deles são perfeitas?
- Demais, Bruno... Demais! Parece que elas foram escritas pra mim, sabe?
- Pra gente, né?
Fiquei vermelho, muito vermelho.
- Melhor a gente não falar nisso, pelo menos por enquanto. Tudo bem?
- Não sei se eu vou conseguir aguentar até amanhã não...
- Vai sim – dei risada. – Não falta muito tempo pra isso.
Quando a van ficou preenchida, a Janaína liberou o nosso regresso pro Rio de Janeiro. Ela mais uma vez ficou na parte da frente e o Murilo estava ao lado dela. Rodrigo estava dormindo – ou fingindo dormir – no banco na frente do meu.
Eu não estava conseguindo ouvir direito. Por causa do som, dos gritos e de tudo o que rolou naquele show, eu estava ouvindo um zumbido na minha cabeça e estava meio sonolento demais. Eu precisava muito de uma bela noite de descanso e só assim seria capaz de recuperar totalmente as minhas energias.
Bruno colocou a mão por cima da minha. Eu virei, olhei pra ele e percebi que ele estava com os olhos fechados. Eu fechei os meus também e entrelacei os nossos dedos. Como era bom estar pertinho do meu amor...
A viagem de ida pro interior foi barulhenta, mas a viagem de volta pro Rio foi silenciosa. O pessoal estava tão acabado que ninguém atrevia a abrir a boca. Eu olhei pra todos os lados e vi que todos, absolutamente todos estavam com os olhos fechados. Incluindo o Bruno.
Beijá-lo ou não beijá-lo? Essa era a questão. Se eu o beijasse, alguém poderia ver. Se eu não o beijasse, ficaria na vontade. Ah, deixei nas mãos de Deus.
Encostei meus lábios nos lábios dele com muita suavidade. O menino não se assustou e começou a me beijar com muita, muita suavidade.
Foi um beijo rápido, mas que selou a nossa noite com perfeição. Claro que se estivéssemos em outro local, a nossa noite seria selada de uma forma diferente, mas eu me contentei com aquele beijo. Foi mais que suficiente para fechar o meu dia com chave de ouro.
Só cheguei no Realengo quando passava das 4 horas da manhã. Meus amigos e eu fomos praticamente os últimos a sermos deixados em casa.
- Eu te ligo – falei.
- Vou esperar – Bruno me lançou um olhar triste.
- Boa noite, Bruno.
- Boa noite, Caio. Dorme com os anjos, tá?
- Você também.
Queria beijá-lo, mas não foi possível. Nós suspiramos ao mesmo tempo e eu saí da van. Não queria deixar meu ex sozinho.
- Muito bonito, né Caio? – Rodrigo já começou antes mesmo da gente entrar na república.
- SE O ERRO FOR MEU EU ASSUMO, NÃO QUERO SABER... – ele falou. – TE PEÇO MILHÕES DE DESCULPAS SE PRECISO FOR...
- QUANDO A GENTE FICA JUNTO...
- ... TEM BRIGA...
- QUANDO A GENTE SE SEPARA...
- SAUDADE...
- QUANDO MARCA UM ENCONTRO...
- DISCUTE...
- DESCONHEÇO UM AMOR...
- TÃO COVARDE – nós dois cantamos um pro outro e nos olhamos durante toda a música.
Depois dessa a dupla sertaneja cantou mais alguns singles e nós ficamos lá, um olhando pra cara do outro, curtindo o show o máximo possível.
De repente, a minha atenção foi desviada do Bruno pro lado da Janaína. Eu vi um pequeno tumulto e quando me dei conta, percebi que a minha melhor amiga estava disputando uma toalhinha com outra garota. Naquele momento eu não entendi nada, mas depois fiquei sabendo o porquê daquela discussão.
- TIRA OS OLHOS, SUA LAMBISGOIA! – Janaína tentou arrancar a toalhinha das mãos da garota.
- LAMBISGOIA É VOCÊ, SUA RIDÍCULA!!!
- Gente... – falei pra mim mesmo.
Aparentemente, a desconhecida ia levar a vantagem, mas a Janaína simplesmente puxou a toalhinha com a maior força que teve, a arrancou das mãos da outra fã e enfiou o objeto no meio dos peitos.
- VEM PEGAR AGORA! QUENGA “AMOJADA”!
Foi o maior bafafá, mas ninguém apanhou e isso me deixou contente. Só depois eu entendi que aquela toalhinha era do Mateus e por isso ocorreu aquela disputa. Eu também entraria no meio se soubesse que era dele!
E enfim o show foi finalizado. Os cantores agradeceram pela nossa presença, se despediram e cerca de 5 minutos depois as cortinas foram fechadas.
- O que foi isso? – Janaína estava muito, muito rouca.
- Não sei! – também estava completamente sem voz. – O que foi aquela briga, pelo amor do Santo Cristo?
- Aquela piranha mãe de sêxtuplos queria roubar a minha toalhinha! Quase enfiei a mão nos beiços dela!
- Janaína, demente!
Iniciou-se a discussão sobre o show. Não teve uma pessoa que disse um “a’ daquele espetáculo e ai de quem dissesse. Acho que a Janaína daria um tiro na pessoa.
- Onde está o Murilo? – pela primeira vez naquela noite eu lembrei dele.
- Aqui – a voz dele saiu de trás de mim. – Lembrou que eu existo agora?
Me virei. Ele estava com a cara muito fechada e não estava nem um pouco rouco. Será que não tinha cantado?
- Onde você estava? – tentei me expressar.
- Não é da sua conta!
- Ah, quer saber? FODA-SE!
- Como é?
- FODA-SE! To pouco me importando com essa sua cara de bunda.
- Quer dizer que você vai me tratar assim mesmo?
- Quando você aprender a ser adulto, a gente conversa. Aliás, a gente conversa na sua casa no outro final de semana. Pode ficar tranquilo.
- Beleza. Eu quero mesmo conversar com você e já não é de hoje.
- Pois a recíproca é verdadeira.
Eu segui o pessoal e o Bruno foi logo atrás de mim. Eu bufei de raiva. Maldita hora que chamei o Murilo pra ir naquele show.
- Caio? – a voz dele quase não saiu. – Está tudo bem?
- Não, Bruno. Eu estou com raiva, mas não é de você dessa vez. Não se preocupe.
- A gente pode conversar agora?
- Não, Bruno. Aqui não é o local pra isso.
- Você gostou do show?
- EU AMEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEI – dei um pulo. – MUITO FODA! E você, gostou?
- Você ainda pergunta? Melhor show da minha vida!
- Já foi em muitos, é?
- Não. Esse é o primeiro.
Eu sorri e senti uma vontade enorme de abraçá-lo com muita força.
- Seu bobo!
- Agora falando sério – o Bruno deu até uma tossida. – A gente pode se falar mais tarde no meu apê?
- Que horas?
- Lá pelas 19 horas mais ou menos?
- Pode sim. Eu passo lá. Pode ser?
- Claro! Eu vou ter o maior prazer em te esperar. Quer água?
- Ai... Eu aceito... Se não for abusar...
- Claro que não! Eu só divido com você!
- Lindo – me derreti todinho por ele.
- Ei... Eu te pedi água e você não me deu – Vítor reclamou. – Mas pro Caio você dá, né?
- Você acha que eu vou negar água pro Caio, Vítor? Logo pro Caio? Se liga!
- O que ele tem que eu não tenho?
- Não vou nem te responder.
- Deixa, Bruno – eu bufei. – É inveja,
- Eu não tenho inveja de você! – o menino se exaltou.
- Que bom. Se tivesse acho que eu já estaria morto agora. Ou melhor, não estaria porque eu não to nem aí pra inveja dos outros. Os inimigos me fortalecem.
- O que você tem contra mim, hein Caio?
- Eu não teria nada, se você falasse a verdade, mas eu não quero discutir aqui nem agora. To cansado demais pra isso.
- Todos aqui? – a coitada da Jana quase não tinha voz. – Podemos ir pra van?
Saímos. De repente o Rodrigo chegou ao meu lado e falou no meu ouvido:
- Eu estou de olho em você.
- Ah, é? Que bom. Obrigado por me admirar tanto.
- Idiota! Você entendeu o que eu quis dizer.
- Pegou quantas? – mudei totalmente o rumo da prosa.
- Só 13, mas não mude de assunto.
- E você, Fabrício? Conseguiu ficar com quantas?
- 11, Caio – ele sorriu.
- Nossa, perdeu do Rodrigo, hein?
- Pra você ver. Eu tava mole hoje!
A van estava nos esperando no mesmo lugar onde nos deixou mais cedo. Eu não quis ficar esperando todo mundo chegar não. Fui o primeiro a entrar e fiz questão de ficar logo no último banco, na janela.
- Eu to acabado – Vinícius caiu sentado ao meu lado.
- Nem me fala, amor – Bruna sentou ao lado dele e em seguida deitou em seu ombro.
O Bruno não conseguiu ficar na minha fileira e isso nos deixou entristecidos. Todos estavam comentando o show, mas eu queria mesmo era ficar pertinho dele.
Mas era melhor ele ficar longe. Se ele ficasse perto, algo poderia acontecer e isso não seria legal.
Mas não deu pra resistir. Eu perguntei se tinha como o pessoal dar um pulo pro lado pra ele ficar perto de mim e por sorte, todos toparam.
- Bruno? – falei na orelha dele.
- Oi, Caio? – ele só resmungou. O coitadinho deveria estar cansado.
- Senta aqui do meu lado?
Ele não pensou duas vezes. O menino saiu de onde estava e foi para a minha direita, o que me deixou muito, muito feliz mesmo.
- Obrigado, Vini.
- Por nada, Caio. Espero que a sua voz volte um dia, cara.
- Ah, obrigado pela força.
- Como você está se sentindo? – ele me perguntou.
- Cansadinho e você?
- Também, mas eu estou feliz.
- Também estou feliz.
- Ah, que bom. Eu nunca mais vou esquecer esse show.
- Eu também não.
Virei e olhei pra frente. O Murilo estava me fuzilando com os olhos, mas eu nem me importei. Por mim, aquele namoro já estava terminado. Eu queria mesmo era pensar no Bruno.
Eu não sabia se ia voltar com ele, mas a probabilidade de perdoá-lo estava aumentando a cada minuto. Depois daquele show, eu ia sim repensar as minhas atitudes e se fosse o caso, se eu achasse necessário, talvez pudesse sim reatar o meu namoro com o meu ex-namorado.
- Acho que o Murilo está bravo com você.
- Ele não é o único...
- Rodrigo, não é?
- Sim.
- Desculpa, Caio... Eu não quero estragar a sua amizade com ele...
- Não tem problema. Eu posso fazer as minhas escolhas e eu quero ficar aqui com você.
- Quer mesmo?
- Quero... – confessei.
- Você percebeu o quanto as músicas deles são perfeitas?
- Demais, Bruno... Demais! Parece que elas foram escritas pra mim, sabe?
- Pra gente, né?
Fiquei vermelho, muito vermelho.
- Melhor a gente não falar nisso, pelo menos por enquanto. Tudo bem?
- Não sei se eu vou conseguir aguentar até amanhã não...
- Vai sim – dei risada. – Não falta muito tempo pra isso.
Quando a van ficou preenchida, a Janaína liberou o nosso regresso pro Rio de Janeiro. Ela mais uma vez ficou na parte da frente e o Murilo estava ao lado dela. Rodrigo estava dormindo – ou fingindo dormir – no banco na frente do meu.
Eu não estava conseguindo ouvir direito. Por causa do som, dos gritos e de tudo o que rolou naquele show, eu estava ouvindo um zumbido na minha cabeça e estava meio sonolento demais. Eu precisava muito de uma bela noite de descanso e só assim seria capaz de recuperar totalmente as minhas energias.
Bruno colocou a mão por cima da minha. Eu virei, olhei pra ele e percebi que ele estava com os olhos fechados. Eu fechei os meus também e entrelacei os nossos dedos. Como era bom estar pertinho do meu amor...
A viagem de ida pro interior foi barulhenta, mas a viagem de volta pro Rio foi silenciosa. O pessoal estava tão acabado que ninguém atrevia a abrir a boca. Eu olhei pra todos os lados e vi que todos, absolutamente todos estavam com os olhos fechados. Incluindo o Bruno.
Beijá-lo ou não beijá-lo? Essa era a questão. Se eu o beijasse, alguém poderia ver. Se eu não o beijasse, ficaria na vontade. Ah, deixei nas mãos de Deus.
Encostei meus lábios nos lábios dele com muita suavidade. O menino não se assustou e começou a me beijar com muita, muita suavidade.
Foi um beijo rápido, mas que selou a nossa noite com perfeição. Claro que se estivéssemos em outro local, a nossa noite seria selada de uma forma diferente, mas eu me contentei com aquele beijo. Foi mais que suficiente para fechar o meu dia com chave de ouro.
Só cheguei no Realengo quando passava das 4 horas da manhã. Meus amigos e eu fomos praticamente os últimos a sermos deixados em casa.
- Eu te ligo – falei.
- Vou esperar – Bruno me lançou um olhar triste.
- Boa noite, Bruno.
- Boa noite, Caio. Dorme com os anjos, tá?
- Você também.
Queria beijá-lo, mas não foi possível. Nós suspiramos ao mesmo tempo e eu saí da van. Não queria deixar meu ex sozinho.
- Muito bonito, né Caio? – Rodrigo já começou antes mesmo da gente entrar na república.
- Rodrigo, eu estou cansado, com dor de cabeça, com sono, sem voz, sem pés
e sem pique pra te dar explicações. A gente conversa amanhã, beleza? Boa noite!
- Deixa ele, Rodrigo – Vinícius ponderou. – Ele é maior, ele sabe o que faz.
- Não aguento gente burra, Vini. Não aguento.
Dos 4, eu era o único que tinha ficado rouco. Pelo visto, os meninos não eram tão fãs assim como eu imaginava.
Fui o primeiro a entrar no banheiro, mas fui seguido de perto pelo Fabrício. Ele aproveitou para tirar a água do joelho e ficou esperando pacientemente pela sua vez na ducha.
- Desculpa a demora. Estava abusando um pouquinho.
- É né safado? Deixa você...
- Safado é você que fica me mostrando esse pau peludo aí... – brinquei.
- Tira os “zóio” moleque. Isso daqui é só pra elite feminina.
- Quem manda você me mostrar?
- Só mostro porque tu é parceiro, mesmo sendo gay. Não me importo, você é de casa. Já me acostumei. Dá nada não.
- Eu também não ligo em ver. Também me acostumei e não sinto vontade de fazer nada com ele não.
- Pô, graças a Deus – ele riu e entrou na ducha.
- Bocó!
- Você que é.
Fui direto pra cama. Dormi apenas de cueca, uma cueca muito velha que já estava rasgando, mas que era perfeita para ocasiões como aquela. Bastou fechar meus olhos para mergulhar em um sono profundo, onde o único protagonista de todos os meus sonhos tinha nome, sobrenome e um par de olhos azuis que me tirava do sério.
- Deixa ele, Rodrigo – Vinícius ponderou. – Ele é maior, ele sabe o que faz.
- Não aguento gente burra, Vini. Não aguento.
Dos 4, eu era o único que tinha ficado rouco. Pelo visto, os meninos não eram tão fãs assim como eu imaginava.
Fui o primeiro a entrar no banheiro, mas fui seguido de perto pelo Fabrício. Ele aproveitou para tirar a água do joelho e ficou esperando pacientemente pela sua vez na ducha.
- Desculpa a demora. Estava abusando um pouquinho.
- É né safado? Deixa você...
- Safado é você que fica me mostrando esse pau peludo aí... – brinquei.
- Tira os “zóio” moleque. Isso daqui é só pra elite feminina.
- Quem manda você me mostrar?
- Só mostro porque tu é parceiro, mesmo sendo gay. Não me importo, você é de casa. Já me acostumei. Dá nada não.
- Eu também não ligo em ver. Também me acostumei e não sinto vontade de fazer nada com ele não.
- Pô, graças a Deus – ele riu e entrou na ducha.
- Bocó!
- Você que é.
Fui direto pra cama. Dormi apenas de cueca, uma cueca muito velha que já estava rasgando, mas que era perfeita para ocasiões como aquela. Bastou fechar meus olhos para mergulhar em um sono profundo, onde o único protagonista de todos os meus sonhos tinha nome, sobrenome e um par de olhos azuis que me tirava do sério.
NAQUELE MESMO DIA...
Eu acordei atrasado e liguei pro Bruno. Ele atendeu
logo de cara:
- Pensei que não ia mais me ligar.
- Me perdoa, eu acabei de acordar.
- Pois somos dois! Você está bem? Descansou?
- Mais ou menos. Eu estou com dor nas costas ainda e você?
- Eu já to pronto pra outra. Você vem?
- Vou sim, mas vou demorar. Ainda vou tomar banho, vou jantar...
- Quer que eu te busque aí?
- Não, imagina... Não quero te dar trabalho...
- Trabalho nenhum. É um prazer. Que horas eu posso passar aí?
- Ai... Não, eu vou de busão mesmo...
- Não, Caio! Deixa eu te buscar... Eu não to fazendo nada, to de carro... Pelo menos vai ser mais rápido e você não vai cansar mais.
Cedi. Combinei que ele me pegasse em 1 hora. E foi justamente nesse tempo que ele chegou.
- Muito lindo como sempre – ele me abraçou.
- Para – minha razão estava falando mais alto. – Não começa. Hoje nós só vamos conversar.
- Não posso nem te dar um beijo?
- Não. Nós vamos conversar.
Pelo menos esse era o meu intuito. Depois daquele show, eu queria conversar com o Bruno. Só conversar e se a gente resolvesse as coisas, aí sim poderia rolar o que fosse.
No entanto, bastou chegar no apartamento dele para eu cair em tentação. Quando o menino fechou a porta, eu fui logo puxando o corpo dele e nós começamos a nos beijar ali na sala mesmo. Foi um beijo incrivelmente apaixonado e muito cheio de sentimentos, cheio de amor.
- Uau – ele ficou com os olhos brilhando depois do nosso beijo. – Por essa eu não esperava.
- Eu gosto de surpreender as pessoas. A gente pode conversar um pouco? Um pouco, não. Muito?
- Claro! Eu tenho até amanhã de manhã pra falar com você. Por onde a gente começa?
- Pelo começo.
- E qual é o começo?
- Vamos resolver nossas picuinhas de uma vez por todas? Vamos colocar tudo em pratos limpos?
- Eu sempre quis fazer isso, mas você nunca me deu oportunidade – ele suspirou. – Senta, amor.
Eu simplesmente amava quando ele me chamava daquele jeito. Sentei no sofá, cruzei as pernas na forma masculina, respirei fundo e disse:
- Eu estou começando a acreditar em você, mas me repete tudo de novo? Só pra eu ter certeza que não estou esquecendo nada?
Pela enésima vez o Bruno me contou o que aconteceu naquela noite em que ele partiu do Brasil. Novamente as coisas bateram do começo ao fim.
De repente ele parou de falar e me puxou para um beijo. Eu correspondi, mas rapidamente lembrei que esse não era o foco da minha visita. A gente precisava resolver tudo primeiro.
- Acho que está claro pra nós dois o que um sente pelo outro, não? – ele perguntou. – Pelo menos está claro pra mim depois de ontem.
- Olha, Bruno... Eu não posso negar que eu sinto algo muito forte por você, mas também não posso negar que eu tenho medo de reatar contigo e passar por tudo o que eu passei de novo. Não quero que isso aconteça.
- Mas não vai acontecer. O que você quer que eu faça pra você perceber que eu mudei? Que eu amadureci? Que eu cresci?
- Ah, sei lá... Eu tenho tanto receio de voltar e quebrar a minha cara de novo...
- Caio, você me ama?
Fiquei calado.
- Me ama?
Não respondi nada.
- Responde...
- Sim e não.
- Como assim “sim e não”?
- Metade de mim te ama, metade de mim te odeia.
- E qual a proporção entre essas duas partes? São iguais?
- Às vezes sim, às vezes não...
- Neste momento, qual o sentimento que prevalece?
- A metade que te ama, né? Mas a metade que te odeia está aqui gritando para eu te dar um tapa na cara e sair desse apê.
- Ei – ele me puxou com tanta força que eu caí por cima dele. – Quando você vai perceber que eu só vivo por sua causa, hein?
- Nunca, eu acho.
- Quer parar de ser tão resistente? Quer parar de ser tão cruel com o nosso sentimento? Se entrega pra mim, volta pra mim, Caio... Eu te amo!
- Eu não sei se posso, Bruno...
- Por que não?
- Tem o Murilo ainda... Eu nem falei com ele... Eu não estou agindo da forma correta com o moleque, sabe?
- Termina com ele então e volta pra mim, pelo amor de Deus... VOLTA!
As nossas vozes ainda não estavam totalmente recuperadas.
- Tem uma coisa que você precisa saber, Bruno – disse baixinho.
- Que coisa, meu amor?
- Teve um domingo em que eu estava no banheiro do shopping – pausa pra tossir. – E do nada eu ouvi você e o Vítor conversando...
- Não acredito! – ele ficou boquiaberto. – Onde você estava que eu não te vi?
- Na cabine. Eu ia saindo quando vocês entraram e resolvi esperar e então eu ouvi tudo o que vocês disseram!
- Ouviu? – os olhos dele ficaram um pouco mais claros nesse momento. – Então você entende que o que eu falei pra você é a mais pura verdade?
- Eu tenho uma dúvida!
- Qual?
- Aquele papo foi proposital porque vocês me viram no shopping e me seguiram...
- Não! – ele me cortou e respondeu na lata.
- Ou vocês falaram sem saber que eu estava ali?
- A gente não sabia! Eu juro que não sabia!
- Mesmo?
- Mesmo, Por Deus. Que caia um raio aqui agora se eu estiver mentindo.
- E no dia que eu vi a Pâmela? Você pediu pra ela falar comigo?
- Não também! Eu fico magoado com essa sua desconfiança!
- Desculpa, mas ela é muito mais forte do que eu.
Ele ficou calado.
- Você mentiu muito pra mim no passado.
- Eu sei, mas eu não minto mais. Nunca mais menti pra você e nunca mais vou mentir.
Eu fiquei calado nesse momento.
- Olha pra mim, Caio! Percebe o quanto eu cresci nesse tempo em que fiquei lá na Espanha. O quanto eu amadureci!
Ele estava certo. Ele amadureceu mesmo.
- Por você eu deixei de fumar, por você eu deixei de ir pro funk, por você eu decidi estudar, por você eu enfrentei a minha família, por você eu fui expulso da minha casa, por você eu lutei e muito lá na Espanha, por você eu juntei um dinheirinho pra voltar e por você eu voltei pro Brasil, Caio! Tudo o que eu fiz, tudo o que eu faço, é pensando em você!
- Bruno... – fiquei com os olhos molhados.
- Eu prometo que eu nunca mais vou te machucar, eu prometo... E eu te juro que eu nunca mais vou esconder nada de você... Será que o meu amor ainda não é suficiente pra você?
- Não sei... Eu não sei...
- Eu errei e estou arrependido! Me perdoa, por favor... Eu te suplico se for o caso!
Fiquei calado e suspirei. Será que ele estava mesmo falando a verdade?
- Essa história da sua saída do Brasil ainda me deixa muito irritado – eu levantei.
A minha razão estava tomando conta de novo de mim.
- Quantas vezes você quer que eu repita que eu não queria sair? Que eu só saí porque fui obrigado e porque o idiota do Márcio estava lá naquele apartamento maldito?
- Não sei quantas vezes você terá que repetir. Eu só sei que eu não gosto dessa história. Pra mim ela é muito mal contada.
- Mal contada? – Bruno começou a ficar irritado. – Eu estou repetindo tudo há meses e você acha que está mal contada?
- Acho!
- O que quer que eu faça? Quer que eu desenhe? EU NÃO QUERIA TER IDO, PORRA!
- Mas foi, né?
- Vem cá, me diz uma coisinha... Você queria ter sido expulso de casa por acaso?
Fiquei calado. Eu fui até a pequenina cozinha e fiquei olhando pela janela.
- Queria? – ele forçou o assunto.
Novamente eu fiquei quieto.
- QUERIA, CAIO?
- Nã-não!
- Ah, MUITO BOM! E você saiu por qual motivo mesmo?
- Você sabe muito bem o motivo.
- Fala! Eu quero que você fale... Fala o que aconteceu... Por que você saiu da sua casa?
- Porque meu pai me expulsou.
- AH, BACANA. E VOCÊ FOI OBRIGADO, NÃO FOI?
- FUI! MAS COM VOCÊ ERA DIFERENTE.
- DIFERENTE EM QUÊ? ME DIZ?
- EM TUDO, BRUNO! Eu poderia ter te ajudado!
- Ah, poderia mesmo... Poderia ajudar a morrer de fome comigo... Caio, cresce e enxerga a verdade! Eu não queria ter saído dessa porcaria de país, mas se eu fui é porque era a minha única alternativa!!!
- Eu só queria que você tivesse pensado um pouco em mim.
- Pensar em você era tudo o que eu mais fazia e faço até hoje, só que infelizmente eu não poderia colocar a sua vida em primeiro lugar naquele momento. Ou eu ia e sobrevivia com dignidade, ou eu ficava e não tinha pra onde ir. Você acha que seria bom eu passar fome como você passou?
- Claro que não, Bruno. Porém você poderia pelo menos ter me comunicado a sua ida.
- E como eu ia fazer isso? Por telepatia? Porque eu não tive como avisar na hora... Já te disse que eu saí em questão de segundos, à contra gosto, mas eu saí em questão de segundos.
- Mas devolver a aliança você conseguiu, né? Pedir pro Vítor me avisar você não pediu, mas pedir pra ele me dar a aliança...
- Você sabe quantos e-mails eu te mandei? Você sabe quantas vezes eu te liguei lá da Espanha? Quantas vezes eu te chamei no MSN? No Orkut? CENTENAS DE VEZES! E eu tive resposta sua? NÃO!
- O que queria que eu fizesse? Queria que eu lesse o e-mail e respondesse feliz da vida? Ah, pelo amor, né?
- Não digo responder feliz da vida, mas pelo menos você poderia ter tido a decência de ler minhas mensagens. Lá eu expliquei tintim por tintim do que aconteceu.
- Por e-mail, né? Pessoalmente que é bom...
Ele suspirou e caiu sentado no sofá.
- Sinceramente, eu estou quase desistindo. Te olhando assim, dá até pra imaginar que você nunca cometeu erros na sua vida.
Fiquei calado.
- Ficou quieto porque você não é santo, porque sabe que você é humano, cheio de defeitos. Eu também sou humano, Caio. Eu também tenho defeitos e não sou perfeito. Infelizmente.
- Acho que a gente não vai se entender nunca, Bruno.
- Porque você não quer, Caio. Eu não posso fazer mais nada. Já esgotei todas as minhas possibilidades. Eu te amo, eu te adoro, eu não vivo mais sem você, mas eu estou cansando desse jogo. Eu estou perdendo as forças já. A qualquer momento eu vou desistir.
- Eu sempre falei pra você desistir, não foi? Eu sempre falei que não quero mais saber de você.
- É, não quer mesmo. Ontem no show deu pra perceber isso. Eu não entendo como você não quer nada comigo e mesmo assim você me beija, você faz amor comigo... Isso por que não quer, né?
- Não posso negar que existe uma química entre nós dois, mas eu não posso viver de química. Eu preciso viver com uma pessoa que me passe segurança e você não me passa segurança.
- E o Murilo passa, né?
- Pelo menos ele não me esconde nada.
- Ah, não esconde. Não mesmo. Ele é um santo.
- Não fala mal dele, hein? Ele não está aqui pra se defender.
- Quero mais que aquele pivete se foda. Ele é muito idiota pro meu gosto. O que você viu nele?
- O que não vi em você.
Pausa. Nós ficamos calados por uns 10 minutos. E só voltamos a falar para brigar mais uma vez:
- E esse tal de Márcio já saiu da casa do Luciano?
- Já. Ele só foi pra lá pra azucrinar a minha vida.
- Azucrinar? Odeia mesmo ele, né?
- Com toda a minha alma.
- Ele é seu irmão, você não deveria sentir ódio por ele.
- Eu sinto porque ele me fez muito mal no passado. Eu nunca vou esquecer o que ele me fez.
- O que ele te fez? – perguntei porque estava curioso.
- Não quero falar sobre esse assunto.
- Ah, é. Esqueci que você não fala sobre isso. Desculpa – falei na maior inocência.
- Vai debochar agora? Vai ficar fazendo essa manha?
- Manha? Eu to me desculpando na maior inocência do mundo e você fica falando que é manha? Ah, pelo amor de Deus!
- Pois é o que parece...
- Mas não é! Agora você me ofendeu...
- E você não me ofende com seus xingamentos, né?
- O que queria que eu fizesse? Que te colocasse num pedestal? Impossível. Você errou muito.
- Falou o santo!
- Não sou santo, mas pelo menos eu não fugi que nem você.
- Pense o que quiser. Eu já te falei tudo o que eu tenho pra falar.
- Beleza então. Eu vou embora.
- Não íamos resolver tudo?
- E por acaso você está resolvendo alguma coisa?
- Como se você estivesse ajudando!
- Ah, quer saber? Eu vou embora. Boa noite, Bruno. Esquece qualquer tipo de reconciliação entre nós dois. Você deve ser afetado da cabeça por causa desse Márcio. Não deve ter neurônios pra falar a verdade.
- Cala a boca, Caio! Não me faz pensar nessa porcaria de passado!
- Eu só falei o que penso. Se foi algo grave como você diz, provavelmente você esqueceu como faz pra contar a verdade.
E dizendo isso eu me dirigi até a porta do apê do meu ex.
- Boa noite, Bruno. Passar bem e até nunca mais.
Girei a chave na maçaneta, abri a porta, saí e quando comecei a puxar a porta para fechá-la eu ouvi uma revelação que eu nunca poderia esperar:
- EU FUI ESTUPRADO, CAIO! SATISFEITO AGORA???
- Pensei que não ia mais me ligar.
- Me perdoa, eu acabei de acordar.
- Pois somos dois! Você está bem? Descansou?
- Mais ou menos. Eu estou com dor nas costas ainda e você?
- Eu já to pronto pra outra. Você vem?
- Vou sim, mas vou demorar. Ainda vou tomar banho, vou jantar...
- Quer que eu te busque aí?
- Não, imagina... Não quero te dar trabalho...
- Trabalho nenhum. É um prazer. Que horas eu posso passar aí?
- Ai... Não, eu vou de busão mesmo...
- Não, Caio! Deixa eu te buscar... Eu não to fazendo nada, to de carro... Pelo menos vai ser mais rápido e você não vai cansar mais.
Cedi. Combinei que ele me pegasse em 1 hora. E foi justamente nesse tempo que ele chegou.
- Muito lindo como sempre – ele me abraçou.
- Para – minha razão estava falando mais alto. – Não começa. Hoje nós só vamos conversar.
- Não posso nem te dar um beijo?
- Não. Nós vamos conversar.
Pelo menos esse era o meu intuito. Depois daquele show, eu queria conversar com o Bruno. Só conversar e se a gente resolvesse as coisas, aí sim poderia rolar o que fosse.
No entanto, bastou chegar no apartamento dele para eu cair em tentação. Quando o menino fechou a porta, eu fui logo puxando o corpo dele e nós começamos a nos beijar ali na sala mesmo. Foi um beijo incrivelmente apaixonado e muito cheio de sentimentos, cheio de amor.
- Uau – ele ficou com os olhos brilhando depois do nosso beijo. – Por essa eu não esperava.
- Eu gosto de surpreender as pessoas. A gente pode conversar um pouco? Um pouco, não. Muito?
- Claro! Eu tenho até amanhã de manhã pra falar com você. Por onde a gente começa?
- Pelo começo.
- E qual é o começo?
- Vamos resolver nossas picuinhas de uma vez por todas? Vamos colocar tudo em pratos limpos?
- Eu sempre quis fazer isso, mas você nunca me deu oportunidade – ele suspirou. – Senta, amor.
Eu simplesmente amava quando ele me chamava daquele jeito. Sentei no sofá, cruzei as pernas na forma masculina, respirei fundo e disse:
- Eu estou começando a acreditar em você, mas me repete tudo de novo? Só pra eu ter certeza que não estou esquecendo nada?
Pela enésima vez o Bruno me contou o que aconteceu naquela noite em que ele partiu do Brasil. Novamente as coisas bateram do começo ao fim.
De repente ele parou de falar e me puxou para um beijo. Eu correspondi, mas rapidamente lembrei que esse não era o foco da minha visita. A gente precisava resolver tudo primeiro.
- Acho que está claro pra nós dois o que um sente pelo outro, não? – ele perguntou. – Pelo menos está claro pra mim depois de ontem.
- Olha, Bruno... Eu não posso negar que eu sinto algo muito forte por você, mas também não posso negar que eu tenho medo de reatar contigo e passar por tudo o que eu passei de novo. Não quero que isso aconteça.
- Mas não vai acontecer. O que você quer que eu faça pra você perceber que eu mudei? Que eu amadureci? Que eu cresci?
- Ah, sei lá... Eu tenho tanto receio de voltar e quebrar a minha cara de novo...
- Caio, você me ama?
Fiquei calado.
- Me ama?
Não respondi nada.
- Responde...
- Sim e não.
- Como assim “sim e não”?
- Metade de mim te ama, metade de mim te odeia.
- E qual a proporção entre essas duas partes? São iguais?
- Às vezes sim, às vezes não...
- Neste momento, qual o sentimento que prevalece?
- A metade que te ama, né? Mas a metade que te odeia está aqui gritando para eu te dar um tapa na cara e sair desse apê.
- Ei – ele me puxou com tanta força que eu caí por cima dele. – Quando você vai perceber que eu só vivo por sua causa, hein?
- Nunca, eu acho.
- Quer parar de ser tão resistente? Quer parar de ser tão cruel com o nosso sentimento? Se entrega pra mim, volta pra mim, Caio... Eu te amo!
- Eu não sei se posso, Bruno...
- Por que não?
- Tem o Murilo ainda... Eu nem falei com ele... Eu não estou agindo da forma correta com o moleque, sabe?
- Termina com ele então e volta pra mim, pelo amor de Deus... VOLTA!
As nossas vozes ainda não estavam totalmente recuperadas.
- Tem uma coisa que você precisa saber, Bruno – disse baixinho.
- Que coisa, meu amor?
- Teve um domingo em que eu estava no banheiro do shopping – pausa pra tossir. – E do nada eu ouvi você e o Vítor conversando...
- Não acredito! – ele ficou boquiaberto. – Onde você estava que eu não te vi?
- Na cabine. Eu ia saindo quando vocês entraram e resolvi esperar e então eu ouvi tudo o que vocês disseram!
- Ouviu? – os olhos dele ficaram um pouco mais claros nesse momento. – Então você entende que o que eu falei pra você é a mais pura verdade?
- Eu tenho uma dúvida!
- Qual?
- Aquele papo foi proposital porque vocês me viram no shopping e me seguiram...
- Não! – ele me cortou e respondeu na lata.
- Ou vocês falaram sem saber que eu estava ali?
- A gente não sabia! Eu juro que não sabia!
- Mesmo?
- Mesmo, Por Deus. Que caia um raio aqui agora se eu estiver mentindo.
- E no dia que eu vi a Pâmela? Você pediu pra ela falar comigo?
- Não também! Eu fico magoado com essa sua desconfiança!
- Desculpa, mas ela é muito mais forte do que eu.
Ele ficou calado.
- Você mentiu muito pra mim no passado.
- Eu sei, mas eu não minto mais. Nunca mais menti pra você e nunca mais vou mentir.
Eu fiquei calado nesse momento.
- Olha pra mim, Caio! Percebe o quanto eu cresci nesse tempo em que fiquei lá na Espanha. O quanto eu amadureci!
Ele estava certo. Ele amadureceu mesmo.
- Por você eu deixei de fumar, por você eu deixei de ir pro funk, por você eu decidi estudar, por você eu enfrentei a minha família, por você eu fui expulso da minha casa, por você eu lutei e muito lá na Espanha, por você eu juntei um dinheirinho pra voltar e por você eu voltei pro Brasil, Caio! Tudo o que eu fiz, tudo o que eu faço, é pensando em você!
- Bruno... – fiquei com os olhos molhados.
- Eu prometo que eu nunca mais vou te machucar, eu prometo... E eu te juro que eu nunca mais vou esconder nada de você... Será que o meu amor ainda não é suficiente pra você?
- Não sei... Eu não sei...
- Eu errei e estou arrependido! Me perdoa, por favor... Eu te suplico se for o caso!
Fiquei calado e suspirei. Será que ele estava mesmo falando a verdade?
- Essa história da sua saída do Brasil ainda me deixa muito irritado – eu levantei.
A minha razão estava tomando conta de novo de mim.
- Quantas vezes você quer que eu repita que eu não queria sair? Que eu só saí porque fui obrigado e porque o idiota do Márcio estava lá naquele apartamento maldito?
- Não sei quantas vezes você terá que repetir. Eu só sei que eu não gosto dessa história. Pra mim ela é muito mal contada.
- Mal contada? – Bruno começou a ficar irritado. – Eu estou repetindo tudo há meses e você acha que está mal contada?
- Acho!
- O que quer que eu faça? Quer que eu desenhe? EU NÃO QUERIA TER IDO, PORRA!
- Mas foi, né?
- Vem cá, me diz uma coisinha... Você queria ter sido expulso de casa por acaso?
Fiquei calado. Eu fui até a pequenina cozinha e fiquei olhando pela janela.
- Queria? – ele forçou o assunto.
Novamente eu fiquei quieto.
- QUERIA, CAIO?
- Nã-não!
- Ah, MUITO BOM! E você saiu por qual motivo mesmo?
- Você sabe muito bem o motivo.
- Fala! Eu quero que você fale... Fala o que aconteceu... Por que você saiu da sua casa?
- Porque meu pai me expulsou.
- AH, BACANA. E VOCÊ FOI OBRIGADO, NÃO FOI?
- FUI! MAS COM VOCÊ ERA DIFERENTE.
- DIFERENTE EM QUÊ? ME DIZ?
- EM TUDO, BRUNO! Eu poderia ter te ajudado!
- Ah, poderia mesmo... Poderia ajudar a morrer de fome comigo... Caio, cresce e enxerga a verdade! Eu não queria ter saído dessa porcaria de país, mas se eu fui é porque era a minha única alternativa!!!
- Eu só queria que você tivesse pensado um pouco em mim.
- Pensar em você era tudo o que eu mais fazia e faço até hoje, só que infelizmente eu não poderia colocar a sua vida em primeiro lugar naquele momento. Ou eu ia e sobrevivia com dignidade, ou eu ficava e não tinha pra onde ir. Você acha que seria bom eu passar fome como você passou?
- Claro que não, Bruno. Porém você poderia pelo menos ter me comunicado a sua ida.
- E como eu ia fazer isso? Por telepatia? Porque eu não tive como avisar na hora... Já te disse que eu saí em questão de segundos, à contra gosto, mas eu saí em questão de segundos.
- Mas devolver a aliança você conseguiu, né? Pedir pro Vítor me avisar você não pediu, mas pedir pra ele me dar a aliança...
- Você sabe quantos e-mails eu te mandei? Você sabe quantas vezes eu te liguei lá da Espanha? Quantas vezes eu te chamei no MSN? No Orkut? CENTENAS DE VEZES! E eu tive resposta sua? NÃO!
- O que queria que eu fizesse? Queria que eu lesse o e-mail e respondesse feliz da vida? Ah, pelo amor, né?
- Não digo responder feliz da vida, mas pelo menos você poderia ter tido a decência de ler minhas mensagens. Lá eu expliquei tintim por tintim do que aconteceu.
- Por e-mail, né? Pessoalmente que é bom...
Ele suspirou e caiu sentado no sofá.
- Sinceramente, eu estou quase desistindo. Te olhando assim, dá até pra imaginar que você nunca cometeu erros na sua vida.
Fiquei calado.
- Ficou quieto porque você não é santo, porque sabe que você é humano, cheio de defeitos. Eu também sou humano, Caio. Eu também tenho defeitos e não sou perfeito. Infelizmente.
- Acho que a gente não vai se entender nunca, Bruno.
- Porque você não quer, Caio. Eu não posso fazer mais nada. Já esgotei todas as minhas possibilidades. Eu te amo, eu te adoro, eu não vivo mais sem você, mas eu estou cansando desse jogo. Eu estou perdendo as forças já. A qualquer momento eu vou desistir.
- Eu sempre falei pra você desistir, não foi? Eu sempre falei que não quero mais saber de você.
- É, não quer mesmo. Ontem no show deu pra perceber isso. Eu não entendo como você não quer nada comigo e mesmo assim você me beija, você faz amor comigo... Isso por que não quer, né?
- Não posso negar que existe uma química entre nós dois, mas eu não posso viver de química. Eu preciso viver com uma pessoa que me passe segurança e você não me passa segurança.
- E o Murilo passa, né?
- Pelo menos ele não me esconde nada.
- Ah, não esconde. Não mesmo. Ele é um santo.
- Não fala mal dele, hein? Ele não está aqui pra se defender.
- Quero mais que aquele pivete se foda. Ele é muito idiota pro meu gosto. O que você viu nele?
- O que não vi em você.
Pausa. Nós ficamos calados por uns 10 minutos. E só voltamos a falar para brigar mais uma vez:
- E esse tal de Márcio já saiu da casa do Luciano?
- Já. Ele só foi pra lá pra azucrinar a minha vida.
- Azucrinar? Odeia mesmo ele, né?
- Com toda a minha alma.
- Ele é seu irmão, você não deveria sentir ódio por ele.
- Eu sinto porque ele me fez muito mal no passado. Eu nunca vou esquecer o que ele me fez.
- O que ele te fez? – perguntei porque estava curioso.
- Não quero falar sobre esse assunto.
- Ah, é. Esqueci que você não fala sobre isso. Desculpa – falei na maior inocência.
- Vai debochar agora? Vai ficar fazendo essa manha?
- Manha? Eu to me desculpando na maior inocência do mundo e você fica falando que é manha? Ah, pelo amor de Deus!
- Pois é o que parece...
- Mas não é! Agora você me ofendeu...
- E você não me ofende com seus xingamentos, né?
- O que queria que eu fizesse? Que te colocasse num pedestal? Impossível. Você errou muito.
- Falou o santo!
- Não sou santo, mas pelo menos eu não fugi que nem você.
- Pense o que quiser. Eu já te falei tudo o que eu tenho pra falar.
- Beleza então. Eu vou embora.
- Não íamos resolver tudo?
- E por acaso você está resolvendo alguma coisa?
- Como se você estivesse ajudando!
- Ah, quer saber? Eu vou embora. Boa noite, Bruno. Esquece qualquer tipo de reconciliação entre nós dois. Você deve ser afetado da cabeça por causa desse Márcio. Não deve ter neurônios pra falar a verdade.
- Cala a boca, Caio! Não me faz pensar nessa porcaria de passado!
- Eu só falei o que penso. Se foi algo grave como você diz, provavelmente você esqueceu como faz pra contar a verdade.
E dizendo isso eu me dirigi até a porta do apê do meu ex.
- Boa noite, Bruno. Passar bem e até nunca mais.
Girei a chave na maçaneta, abri a porta, saí e quando comecei a puxar a porta para fechá-la eu ouvi uma revelação que eu nunca poderia esperar:
- EU FUI ESTUPRADO, CAIO! SATISFEITO AGORA???

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5 comentários:
Esperando ansiosa pelo próximo capitulo.
Eu já suspeitava que poderia ser isso, que o Bruno não queria revela para o Caio.
Só espero que agora o Caio de pelo menos um voto de confiança pro Bruno e volte com ele.
Tadinho do Bruno eu ja suspeitava que ele tivesse sido estrupado por esse Marcio, espero que agora o Caio volte com ele.
Compartilho da dor do bruno :(
Nossa cara esse show de Jorge e Matheus teve ter sido muito foda hein, Ano retratado eu fui ao show deles aqui em Porto Seguro... Fui muito, mas muito massa, Pena que na época eu fui de queima vela com duas amigas, kkkkkk <3
O momento de vcs dois no show e tao lindo.
Sobre o Bruno, tadinho dele... Também descinfiei do Marcio desde o inicio, desgraçado esse Marcio. >:(
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